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A disputa pela presidência do Senado Federal tem movimentado os bastidores da política em Brasília e desde a redemocratização nunca aconteceu uma eleição tão pulverizada. A votação é realizada a cada dois anos, por meio de voto secreto e é preciso vencer por maioria absoluta, ou seja, ter 41 votos. A importância desse cargo é que ele também será presidente do Congresso Nacional (Câmara e Senado) e será o terceiro na linha de sucessão presidencial.

Para que o presidente da República consiga executar sua agenda sem grandes obstáculos é preciso que o presidente do Senado e da Câmara estejam em consonância com os objetivos do governo.

Embora diversos partidos tenham a intenção de participar da disputa, os partidos MDB e DEM protagonizam essa votação com Renan Calheiros (MDB-AL), Simone Tebet (MDB-MS) e Davi Alcolumbre (DEM-AP). Cada um carrega consigo um significado da política, Renan representa a velha política e ainda conta com muitos aliados, Simone demonstra sua ascensão política e a oposição a velha política de seu próprio partido e Davi Alcolumbre, que surge como novo rosto e tem a missão de ganhar de Renan e tem recebido o apoio do ministro Onyx Lorenzoni, por ser do mesmo partido.

Quem são os principais candidatos e os que manifestaram interesse em candidatura avulsa:

Renan Calheiros (MDB-AL) tem 64 anos, foi deputado estadual, federal e está em seu terceiro mandato como senador e atuou como presidente do Senado por 3 vezes. O senador já esteve envolvido em denúncias de corrupção, o que resultou em afastamento do cargo de presidente. Até o momento tem o favoritismo para ocupar o cargo de presidente, possui habilidade em relacionar-se com os demais parlamentares e poderes. Nos últimos anos tem se posicionado contrário as bandeiras de seu partido e isso tem demostrado o racha dentro do partido. Votou contra a reforma trabalhista

Davi Alcolumbre (DEM-AP) tem 42 anos, foi vereador e deputado federal. Seu nome vem ganhado espaço em virtude de apoiamento do ministro Onyx Lorenzoni, que é o braço direito do presidente Jair Bolsonaro. Contudo os demais partidos têm se posicionado contrários ao nome de Davi, visto que ele é do mesmo partido de Rodrigo Maia, candidato com favoritismo a presidência da Câmara dos Deputados. Isso acontece porque o DEM também já possui três ministros no Governo e os demais partidos estão sem espaço no governo. A ideia em colocar Davi Alcolumbre é uma oposição ao nome de Renan Calheiros. O senador foi favorável a reforma trabalhista.

Esperidião Amin (PP-SC) tem 72 anos e transitou por quase todos os cargos políticos, como prefeito, deputado federal, senador e governador. Caso não consiga apoio para sua candidatura entrará em articulação contrário a Renan Calheiros. Votou contra a reforma trabalhista

Major Olímpio (PSL-SP) tem 57 anos, atuou como deputado estadual e deputado federal. Tem origem em associação da polícia militar. Sempre se colocou como oposição ao governo PT. É o atual líder do PSL e terá seu primeiro mandato como senador. Seu nome ainda é incerto, tendo em vista que seu próprio partido não está o apoiando.

Tasso Jereissati (PSDB-CE) tem 71 anos e é um empresário de renome no estado do Ceará. Foi governador e já havia atuado como senador. Seu nome seria em oposição a Renan Calheiros, contudo ele ainda não tem apoio expressivo para se manter na disputa. Votou a favor da reforma trabalhista e da PEC do Teto dos Gastos Públicos.

Alvaro Dias (PODE-PR) tem 75 anos é professor, historiador e atuou como vereador, deputado estadual, deputado federal, governador e concorreu a última eleição para presidência da República. Foi contrário à reforma trabalhista e favorável a PEC do Teto dos Gastos Públicos. Não é certeza que seu nome se manterá na disputa, mas sabe-se que apoiará o grupo anti-Renan.

Simone Tebet (MDB-MS) tem 49 anos e é filha do falecido senador Ramez Tebet. É especialista em Ciência do Direito e atuou como professora em universidades. No Senado votou a favor do processo de impeachment de Dilma Rousseff, foi favorável a PEC do Teto dos Gastos Públicos e a reforma trabalhista. A senadora se lança pela segunda vez para concorrer à presidência do senado federal. Essa candidatura demonstra o racha existente dentro do MDB, que tem o nome do Renan Calheiros na disputa.

 

Relações Institucionais da CNTC

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