Consumidores esperam inflação maior para os próximos 12 meses, diz FGV

Imprimir    A-    A    A+

22/05/2018

 

A expectativa mediana dos consumidores brasileiros para a inflação nos 12 meses seguintes passou de 5% em abril para 5,3% em maio, retornando ao nível de março passado, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Na comparação com o mesmo período no ano anterior, houve recuo de 1,8 ponto percentual.

“O aumento da expectativa de inflação dos consumidores em maio deve ser analisada com cautela, uma vez que a taxa prevista para os próximos 12 meses, na faixa dos 5%, é ainda baixa em termos históricos”, diz o economista Pedro Costa Ferreira, da FGV, em comentário no documento. Por outro lado, segundo ele, acende-se uma luz amarela em relação à possibilidade de que a alta do dólar em abril e maio seja o motivo para uma expectativa por uma inflação maior nos próximos meses. “Essa percepção pode ainda estar sendo aprofundada pela incerteza provocada pela instabilidade do ambiente político.”

Na distribuição por faixas de inflação prevista, 45,9% dos consumidores projetam valores dentro dos limites de tolerância (3% a 6%) da meta de inflação de 4,5% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano. A proporção de consumidores indicando valores abaixo do limite inferior (3%) saiu de 23,5% para 22,2% do total entre abril e maio. Previsões entre o limite inferior (3%) e a meta (4,5%) foram as que ocorreram com maior frequência, tendo sido citadas por 27,1% dos entrevistados, destaca a FGV.

A expectativa de inflação avançou em todas as faixas de renda. A maior alta ocorreu na faixa de consumidores com renda familiar até R$ 2.100, cujas expectativas de inflação foram de 5,8% em abril para 6,5% em maio.

Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, a taxa acumulada em 12 meses até abril ficou em 2,76%, ainda bem abaixo do piso da meta do Banco Central, que é de 3%.

A expectativa do mercado para a inflação em 2018 avançou de 3,45%, na semana retrasada, para 3,50% na semana passada, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central.

Fonte: G1