Crise do Atlântico Sul abateu pequenos negócios

Imprimir    A-    A    A+

20/11/2017

 

Depois de dez anos de trabalho em uma multinacional de cosméticos, a pernambucana Lucinéia Freitas, 50 anos, foi demitida. Em 2012, decidiu abrir um negócio próprio. Apaixonada pelas praias do litoral pernambucano, decidiu que era hora de investir o dinheiro em um sonho antigo: montou uma pousada na praia de Gaibu, no município do Cabo de Santo Agostinho.

“Além de ter uma questão afetiva, porque era a praia onde sempre passava o verão com meus pais e avós, apostei no movimento intenso gerado pelos grandes empreendimentos que haviam se instalado ou estavam sendo construídos na região, como a Refinaria Abreu e Lima, o Estaleiro Atlântico Sul e a própria expansão do Porto de Suape”, contou Lucinéia, que investiu, à época, cerca de R$ 800 mil.
O sonho durou quatro anos. Em setembro de 2016, a Pousada Andaluz fechou as portas, demitindo seis funcionários e deixando um prejuízo de R$ 300 mil. “Em 2014 as demissões no Porto de Suape começaram. Boa parte do pessoal que trabalhava nas obras de expansão começou a ser dispensado. Depois foi a vez do pessoal da Refinaria, da Transpetro, do Estaleiro e de outras fábricas”, lembra. A crise bateu tão forte que, em 2015, ela chegou a passar dois meses sem receber um único hóspede.

Apesar de não haver números oficiais do fechamento de empreendimentos ligados ao setor de turismo – como hotéis e restaurantes – após a crise na refinaria e no estaleiro, o cálculo é que cerca de 1,8 mil estabelecimentos tenham sido encerrados em Cabo do Santo Agostinho nos últimos três anos.

Fonte: Estadão