Crise empurrou 4,1 milhões de brasileiros para a faixa de pobreza em 2015, diz Ipea

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17/08/2017

A crise econômica levou 4,1 milhões de brasileiros à pobreza e 1,4 milhão à extrema pobreza de 2014 para 2015, aponta relatório divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A parcela da população considerada pobre vinha caindo desde 2011, quando estava em 12,41%. Em 2014, a fatia ficou em 8,10%, mas cresceu para 9,96% em 2015.

Já porcentagem dos considerados extremamente pobres subiu de 3,01% para 3,63% no período.

De 2014 para 2015, o PIB brasileiro, a soma das riquezas produzidas pelo país caiu 3,8%. Foi o pior desempenho da economia em 25 anos.

Entram na faixa de pobreza as pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 127,50 em agosto de 2010. O valor é equivalente a um quarto do salário mínimo vigente na data (R$ 510), quando foi publicado o último Censo.

A faixa de extrema pobreza contempla aqueles com renda domiciliar per capita abaixo de R$ 70, também em agosto de 2010.

Ainda subiu de 22,1% em 2014 para 24,3% em 2015 a parcela de brasileiros considerados vulneráveis à pobreza, os com renda per capta inferior à metade do mínimo. A parcela também vinha caindo desde 2011.
Renda

A renda média por pessoa no país apresentou o mesmo comportamento no período, caindo de R$ 803,36 para R$ 746,84. Foi a primeira queda desde 2011.

“Esses dados alertam para a necessidade das políticas públicas voltadas ao crescimento do emprego e da renda, sem deixar de lado o combate à desigualdade”, diz o relatório.

O Índice de Gini do Brasil, que mede a concentração de renda, ficou estagnado em 0,52 de 2014 para 2015. O indicador varia entre 0 e 1. Quanto mais próximo de 1, mais desigual é o país.

O Radar IDMH é elaborado pelo Ipea em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Fundação João Pinheiro. Ele tem por finalidade atualizar os dados do Atlas do

Desenvolvimento Humano, divulgado a cada dez anos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE).
IDHM

No geral, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, que vinha crescendo desde 2011, ficou estagnado em 0,761 de 2014 para 2015. A taxa média de crescimento do índice ficou em 0,8% entre 2011 e 2015, ante 1,7% entre 2000 e 2010. Apesar da melhora em longevidade e educação, o componente renda impediu o indicador de crescer.

Nos desdobramentos do índice, o item de longevidade subiu de 0,836 em 2014 para 0,841 em 2015. O de educação foi de 0,706 para 0,713 e o de renda caiu de 0,741 para 0,729.

No campo de longevidade, a esperança de vida do brasileiro subiu de 75,1 anos para 75,4 anos, enquanto a taxa de mortalidade infantil caiu de 14,4 para 13,8 a cada mil nascidos vivos.

No campo da educação, a parcela de brasileiros de 18 a 20 anos com ensino superior completo foi de 52% para 52,5% de 2014 para 2015.

Fonte: Agência Brasil