Empresas tentam reduzir prazo de contratação de funcionários

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21/11/2017

 

O processo de admissão de um novo funcionário pode ser bem demorado. Da entrega dos documentos até a digitação dos dados no sistema, a espera pode chegar a duas semanas na maioria das empresas (64%), segundo pesquisa do ibope encomendada pela Acesso Digital.

“Com a burocracia, contratar uma pessoa demora mais do que abrir uma nova empresa em São Paulo”, afirmou o CEO e fundador da Acesso Digital, Diego Martins. Ainda segundo ele, tal processo leva, em média, sete dias.

Para 5% das empresas entrevistadas, o processo de admissão pode chegar a um mês. O longo período até a admissão afeta até os candidatos que já foram selecionados para a vaga – 36% das empresas afirmam ter perdido um candidato nessas condições.
“O método de contratação atual é totalmente ultrapassado, boa parte das empresas não tem consciência desse problema que afeta o trabalhador”, comentou Martins.

Atualmente, o candidato precisa ir até o novo local de trabalho para a entrega de documentos – na maioria das vezes, o deslocamento precisa ser realizado apenas uma vez (49%), mas há casos em que é necessário retornar a empresa (34%) – o que atrasa o processo de admissão.

“[A demora] é negativa, principalmente para as pessoas mais simples, que reclamam que precisam gastar com a condução mesmo sem ter começado a trabalhar”, afirmou Martins.

A quantidade de documentos para concluir o processo também contribui para a demora da admissão – 67% das empresas solicitam até 15 documentos. Segundo a pesquisa, 42% das companhias consideram esta a fase mais burocrática. Em 54% das empresas, o gasto com contratação chega a 100 reais por funcionário.

O processo de integração do funcionário – que inclui a compra de equipamentos, como computadores, e a criação de e-mail e crachá – também é responsável por tornar mais lenta a admissão.

Para diminuir a burocracia e o custo do funcionário algumas companhias estão digitalizando os processos, dando ao candidato a possibilidade de mandar os dados e documentos pela internet. É o caso da Casa do Pão de Queijo, que conseguiu encurtar o tempo de admissão.

“Nesse tempo entre ser escolhido e levar a documentação, há a possibilidade de perder o candidato, que pode achar difícil retornar à empresa porque está desempregado, ou às vezes ele está participando de outro processo seletivo. O tempo para admissão aqui caiu de 15 para três ou quatro dias. Eliminamos em 80% a possibilidade de perda de candidatos”, afirmou o gerente de recursos humanos da Casa do Pão de Queijo, Damião Vicente.

Apesar das vantagens, a digitalização dos processos pode dificultar a admissão dos que não têm smartphones. “Dependendo da vaga pode ser que a pessoa não tenha celular e precise pedir ajuda a algum parente, mas esse problema deve afetar menos de 10% dos candidatos”, disse Martins.

Ainda assim, 91% dos entrevistados acreditam que no futuro a tecnologia fará parte de todo o processo de contratação.

Fonte: VEJA