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A abertura do I Seminário Nacional de Inclusão da Mulher na Política e Igualdade de Gênero contou com a participação das federações de todo o país que compõem o sistema CNTC.
As lideranças sindicais discutiram durante todo o dia temas como Igualdade e infraestrutura no mundo do trabalho, participação da mulher na política, assédio moral no comércio, entre outros.
O evento aconteceu na sede da CNTC em Brasília, e conta com a presença da secretária de Políticas do Trabalho e Autonomia Econômica das Mulheres da Presidência da República (SPM), Tatau Godinho, da deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG), da juíza do trabalho Antônia Mara Vieira Loguércio, entre outros.
O presidente da CNTC, Levi Fernandes Pinto, abriu o evento lembrando a atuação da Coordenadoria da Mulher da Entidade e os avanços necessários na busca da igualdade de gênero.
“Ao observar a realidade brasileira, fica claro que ainda é preciso dar passos fundamentais para concretizar o princípio da igualdade de gênero, não apenas no setor de comércio e serviços, mas no âmbito de toda a sociedade brasileira. Para nós da CNTC a garantia da Igualdade de Gênero passa por igualdade salarial entre homens e mulheres que desempenham a mesma função, igualdade de oportunidade de tratamento e de acesso às vagas de emprego, inserção de cláusulas que contemplem igualdade de gênero nas convenções coletivas de trabalho, promoção da capacidade de mulheres dirigentes, trabalhadoras e associadas. Além do combate e punição irrestritos às práticas de assédio moral e sexual contra as mulheres no ambiente de trabalho”, disse o presidente da CNTC.
A representante da Coordenadoria da Mulher da CNTC, Silvana Maria da Silva, abriu a mesa de debates do evento falando sobre a importância da capacitação e troca de informações com as lideranças sindicais de todo o país.
“Agradeço o apoio da CNTC nos projetos da Coordenadoria da Mulher e lembro a necessidade de capacitarmos nossas lideranças sindicais para que a informação chegue às trabalhadoras de todo o país. O conhecimento fortalece a nossa luta na busca de uma sociedade mais justa e igualitária. Nossa missão é retornar para as nossas bases e compartilharmos tudo o que discutirmos aqui hoje”, disse Silvana Maria da Silva.
A secretária de Políticas do Trabalho e Autonomia Econômica das Mulheres da Presidência da República (SPM), Tatau Godinho, falou sobre a igualdade e a infraestrutura no mundo do trabalho. Tatau Godinho destacou o trabalho desenvolvido pela CNTC junto aos projetos da SPM.
“As mulheres da CNTC têm sido muito parceiras para o desenvolvimento dos projetos da SPM. Esse seminário é o início de uma caminhada. Cumprimento toda a diretoria da CNTC pelo empenho às nossas causas”, disse.
Tatau Godinho falou ainda sobre a participação da mulher no mercado de trabalho e as barreiras enfrentadas no que diz repeito à igualdade de oportunidades e de salários.
“Nós que estamos cada vez mais engajadas em participar do mundo do trabalho com rendimento, o que temos de mudança importante é o fato de as mulheres disputarem com legitimidade a ideia de ter uma profissão. As mulheres negras sempre trabalharam porque participavam na área produtiva como escravas. As migrantes foram as primeiras trabalhadoras em indústrias. E nós hoje temos orgulho de dizer que somos maioria na população brasileira, mas isso não é tudo. As mulheres já são 43% da população economicamente ativa no Brasil. A lei que proíbe discriminação já existe, mas a desigualdade aparece nos caminhos valados da discriminação no mundo do trabalho. Ela aparece nos números de cargos de chefia ocupados pelas mulheres. Encontramos ainda barreiras muito grandes como a segregação ocupacional, que é um dos principais fatores que diferenciam a remuneração das mulheres. Elas ainda são colocadas em determinados cargos e não em funções historicamente exercidas por homens. Isso é divisão sexual do trabalho. Enquanto não rompermos essas barreiras não alcançaremos a igualdade de gênero no mercado de trabalho”, afirmou Tatau Godinho.
A deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) falou sobre a participação da mulher na política e destacou a importância da democracia na busca da emancipação da mulher.
“Estamos vivendo um momento em que a intolerância tornou-se o patamar da democracia. Não podemos permitir que isso se estabeleça. A democracia está contaminada pela intolerância. Temos que alicerçar nossas convicções da democracia. Queremos que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados e garantidos. Não queremos retrocessos. A emancipação da mulher está diretamente ligada ao respeito à democracia. Precisamos acreditar que a democracia é o único caminho. As nossas estruturas partidárias têm que ser impregnadas pela presença feminina. Temos que estimular a filiação das mulheres, esse é o caminho para a ampliação da participação da mulher na política”, disse a deputada.
O procurador do Trabalho e presidente da Associação Nacional dos procuradores do Trabalho (ANPT), Carlos Eduardo de Azevedo Lima, falou sobre o tema Igualdade de gênero e o mundo do trabalho.
“Precisamos avançar para que as estatísticas futuras demonstrem uma mudança no diz respeito às desigualdades raciais e de gênero. Só avançaremos com a adoção de políticas públicas concretas. A falta de creches, por exemplo, afeta diretamente a inserção da mulher no mercado de trabalho”, afirmou o procurador do Trabalho.
