País cria 33 mil vagas em maio, mas saldo é o menor do ano

Imprimir    A-    A    A+

21/06/2018

 

Em meio às paralisações causadas pelo greve dos caminhoneiros, o país registrou em maio a criação de 33.659 vagas com carteira assinada. Embora represente o quinto mês seguido de saldo positivo, a geração de postos de trabalho é a mais baixa alcançada em 2018 até agora.

Os dados de maio foram divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e mostram que, nos quatro primeiros meses do ano, os saldos haviam sido mais elevados. Foram criadas 77.822 vagas em janeiro, 61.188 em fevereiro, 56.151 em março e 115.898 em abril. Esses dados não têm ajuste (ou seja, desconsideram informações entregues por empresas fora do prazo) para que sejam comparáveis com maio.

O ministro do Trabalho, Helton Yomura, defende que o mês passado foi “atípico” por causa da greve e que, sem as paralisações, haveria uma geração de empregos mais elevada. “É de se entender que [sem a greve] certamente teríamos um resultado dentro da média que estávamos registrando nos meses anteriores”, disse ao Valor.

Mesmo assim, o ministro diz ver os números como quem enxerga um “copo meio cheio” – já que foi mantida uma série de criação de postos iniciada em janeiro. “Mesmo com a greve, conseguimos um saldo de 33 mil vagas. Isso mostra que a força na retomada de empregos e na economia não é sazonal”, disse.

O ministro acredita que abril – que teve expressiva geração de vagas – foi especialmente influenciado pela atividade das empresas por causa da retomada dos projetos após efeitos de começo de ano como o Carnaval. “Há uma retomada natural dos projetos, com as empresas fazendo seus planos. Em março e abril o pessoal começa a fazer investimentos acreditando na economia”, afirmou. Já maio foi influenciado positivamente pelo dia das mães.

Yomura ressalta ainda o fato de o começo do ano ter rompido com os resultados negativos do ano anterior. E chamou atenção para o fato de janeiro e fevereiro terem registrado os melhores dados em cinco e quatro anos, respectivamente – ou seja, patamares superiores ao período que antecedeu a crise dos últimos anos. “Estamos falando de algo superior até mesmo em relação a quando a economia estava boa no nosso país”, disse.

Na divisão por setores, o maior responsável pelo resultado foi a agropecuária (mais 29.302 postos), seguida por serviços (criação de 18.577 postos), construção civil (novos 3.181 postos), serviços industriais de utilidade pública (abertura de 555 postos), extrativa mineral (criação de 230 postos) e administração pública (mais 197 postos). Por outro lado, houve queda no nível de emprego nos setores do comércio (menos 11.919 postos) e indústria de transformação (queda de 6.464 postos).

O ministro evitou comentar os dados de junho, dizendo que eles serão fechados apenas no próximo mês. Mas disse que a expectativa é por nova geração de empregos, especialmente por causa do impulso dado pelo dia dos namorados e pelas festas juninas no Nordeste – que, diz, gera impacto positivo na hotelaria.

No ano, os resultados também mostram abertura de vagas. Considerando dados com ajustes (exceto maio), houve criação de 381.166 empregos. O valor é quase oito vezes o registrado no mesmo período de um ano antes (quando foram criadas 48.543 vagas).

Fonte: Valor Econômico.