As vendas do varejo caíram 0,9% em outubro ante setembro, o maior recuo para o mês desde 2008, quando a queda registrada foi de 1% contra o mês anterior. O número foi divulgado nesta quarta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e já considera ajustes sazonais.
O IBGE revisou os dados do varejo de setembro. Ao invés de um crescimento de 0,5% nas vendas, conforme havia sido divulgado, o avanço foi de 0,3%. A revisão ocorre por conta da atualização de informações.
No confronto com outubro de 2016, na série sem ajuste sazonal, o comércio teve alta de 2,5%. De acordo com Isabella Nunes, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, esta foi a sétima taxa positiva consecutiva nesta base de comparação, todavia a menor observada nos últimos seis meses.
Segundo ela, o comércio varejista se encontra 9,7% abaixo de seu patamar mais alto de vendas, observado em novembro de 2014. “Se a gente olhar o varejo ampliado, a distância é de quase 40% do patamar mais alto, que foi em agosto de 2012, por conta da queda na venda de veículos”.
Efeito Black Friday
A pesquisadora apontou que a queda acentuada nas vendas em outubro pode ter relação direta com os anúncios de promoções da Black Friday, realizada em novembro. “Essa observação ganha mais força quando a gente observa os resultados por atividades”.
“A novidade do mês de outubro é que o volume de vendas acumulado em 12 meses interrompeu longas sequências de queda. No caso do comércio varejista, o resultado de 0,3% nesta base de comparação interrompeu 29 meses de taxas negativas. Já no ampliado, que avançou 1,4% puxado principalmente por automóveis, interrompeu 37 taxas negativas seguidas”, avaliou Isabella.
Isabella destacou que as três atividades que tiveram as quedas mais intensas em outubro foram a outros artigos de uso pessoal e doméstico (-3,5%), tecidos, vestuários e calçados (-2,7%) e móveis e eletrodomésticos (-2,3%).
“Tradicionalmente, estes três setores têm estreita relação com as vendas eletrônicas”, enfatizou a pesquisadora.
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico: -3,5%
- Tecidos, vestuários e calçados: -2,7%
- Móveis e eletrodomésticos: -2,3%
- Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -0,3%
- Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos: -0,7%
Categorias que cresceram
- Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: 3,4%
- Combustíveis e lubrificantes: 2,4%
- Livros, jornais, revistas e papelaria: 2,4%
Fonte: G1