Comércio eletrônico cresce a passos largos

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12/02/2014

Impulsionado pela entrada de dez milhões de novos consumidores online, o comércio eletrônico no Brasil deu um salto de 29% em 2013, na comparação com o ano anterior, totalizando um faturamento de R$ 31,1 bilhões. Entre os motores deste crescimento explosivo estão as mulheres e os internautas com mais de 50 anos, principalmente das classes C e D, segundo indica levantamento da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).

E-commerce projeta crescimento de 27% neste ano

“A penetração da internet no país está em torno de 50%. Nos próximos três anos deve chegar a 60%, 70%, o que representaria a entrada de até 40 milhões de novos consumidores no e-commerce”, estima Mauricio Salvador, presidente da ABComm. No ano passado, 53 milhões de brasileiros fizeram compras pela internet.

O estudo indica que, além dos eletrônicos, produtos de informática e eletrodomésticos, os artigos de moda e acessórios e de saúde e beleza puxaram as vendas. Em 2009, as categorias de moda e beleza ocupavam, respectivamente, a 15ª e a 16ª posições no ranking de vendas online. A mudança gradual no perfil do e-consumidor brasileiro catapultou para o primeiro lugar os produtos de moda e acessórios, em 2013. Saúde e beleza ocuparam no ano passado a terceira posição no pódio.

Outro fator decisivo para a expansão no ano passado foi a fidelização dos consumidores pelo canal de vendas via internet. “O mercado está amadurecendo e o aumento da confiança do cliente se reflete em mais compras, numa maior abertura de mercado”, explica Thoran Rodrigues, sócio-fundador da BigData Corp, empresa especializada na análise de dados na web. A pesquisa da ABComm mostra que, no grupo de consumidores fidelizados de mais alta renda, o ticket médio das compras varia entre R$ 700 e R$ 800, abrangendo com frequência produtos eletro-eletrônicos e eletrodomésticos. “A internet se firmou na mente do consumidor como o local mais barato para se comprar”, argumenta Salvador, da ABComm.

A estimativa da associação para este ano é de uma expansão de 27% em relação a 2013. Com esta taxa de crescimento, o segmento deverá movimentar R$ 39,5 bilhões em 2014. O crescimento vigoroso projetado para este ano está calcado principalmente na popularização dos smartphones, além da entrada de novos players no mercado. A pesquisa indica que 15% das lojas virtuais foram visitadas por meio de dispositivos móveis, enquanto 10% das compras no ano passado foram realizadas por meio deste tipo de aparelho. Com relação aos novos entrantes, o presidente da ABComm lembra que alguns grupos de varejo fortes regionalmente — especialmente nas regiões Norte, Nordeste e Sul — ainda não contam com operações estruturadas na internet. São empresa com faturamento na casa de R$ 300 milhões.

“Em 2013 já percebemos a entrada de novos players, vindos do varejo tradicional”, confirma Luan Gabellini, sócio-fundador da BetaLabs, empresa de software de gestão focada em plataformas de e-commerce. Ao mesmo tempo em que destaca a importância do acesso móvel à internet, Gabellini reconhece que esta tendência ainda é incipiente no país. Segundo ele, nas lojas virtuais mais focadas em clientes de alta renda (classes A e B), as vendas por meio de dispositivos móveis variam entre 3% e 4% do total de operações. Já nos portais com ofertas mais segmentadas e público consumidor mais amplo esse percentual cai para algo entre 1% e 2%.

A partir de uma varredura semanal que engloba 20 milhões de páginas na internet, a BigData Corp estima que o total de sites de e-commerce no país fique entre 380 mil e 400 mil. Nesse universo, 22% trabalham apenas com pagamento por meio de boleto ou transferência bancária. E uma fatia de 20% a 30% do total de lojas virtuais brasileiras tem um portfólio de produtos restrito, na faixa entre dez e 50 itens. “Mas o que chama a atenção é a velocidade na mudança deste mercado. De uma semana para outra, as lojas mudam o catálogo de produtos, os meios de pagamento e até as informações de contato”, diz Rodrigues.

Fonte: Brasil Econômico.