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O que houve?

Foi debatido no final da reunião deliberativa ordinária da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP), do dia 13 de junho de 2018, pelos deputados  Orlando Silva e Rogério Marinho a respeito da inclusão do Brasil na “lista curta” da Organização Internacional do Trabalho – OIT, em razão de o Brasil descumprir normas trabalhista e convenções da OIT, bem como os impactos da Reforma Trabalhista

Leias abaixo o debate:

Deputado Rogério Marinho

” eu tenho certeza que deve ter dominado o debate nas últimas duas semanas que foi a presença do Brasil na OIT  e nós temos ouvido uma versão e é importante que nós saibamos a realidade, eu li uma entrevista do Procurador-Geral Fleury essa semana no blog do Sacamoto no UOL, onde ele afirma que o Brasil continua sob escrutínio da OIT e que novembro será novamente inquerido.

Bom, é um “innocence”, o procurador sabe que todo mês de novembro é feito uma reunião de peritos da OIT, onde se avaliam os diferentes países do mundo que eventualmente são acusados, normalmente por entidades não governamentais, no caso aqui as centrais sindicais, de descumprimento de alguma norma trabalhista.

Nesses últimos dois anos isso foi recorrente, as entidades sindicais, principalmente as centrais sindicais, acusaram o Brasil de descumprimento de normas trabalhista e de convenções da OIT, e nos dois anos o Brasil não teve censura pública, não teve censura no passado, apesar de ter constado na lista longa e nem teve censura esse ano apesar de ter constado na lista mínima.

O fato é que os peritos não concluíram por nenhuma infração por parte do Brasil no que tange a questão de infração da súmula 98, que trata especificamente da liberdade negocial.

Nesses primeiros quatro meses do ano milhares de convenções e dissídios coletivos foram celebrados no Brasil e eu espero, mas na próxima sessão trazer o resultado desses dissídios e dessas convenções coletivas e praticamente 90% deles foram renovados, sem que haja nenhuma perda para a classe trabalhadora.

A grande maioria dessas avassaladoras negociações e dissídio coletivo de trabalho, sobre a égide da lei trabalhista, não significaram nenhuma perda. Então nós vamos trazer os dados consolidados do Tribunal Superior do Trabalho, o que nós estamos observando é uma disputa política e de visão de mundo, que é legítima. Agora nós não podemos desmerecer o trabalho da chancelaria brasileira, não podemos desmerecer o trabalho do ministro trabalho, senhor Elton, que lá esteve defendendo Brasil e que de forma brilhante conseguiu esclarecer aquela entidade multilateral e tripartite, com representante de empregadores e empregados e principalmente de países membros e o Brasil é signatário de mais de 80 convenções, é um dos países que é signatário do maior número de convenções no mundo e o Brasil novamente passou incólume, o que vai acontecer em novembro é o que acontece ordinariamente, como preparação para a reunião que a OIT faz no mês de junho, de todos os anos nos últimos trinta ou quarenta anos, ou seja, é reunião de peritos para se avaliar se houve alguma infração.

Então esse fato é inquestionável, isso aconteceu, se esperava se bater os tambores aqui, se fez muito barulho que o Brasil receberia a censura, isso não ocorreu. Então o que demonstra que nós estamos de acordo com as súmulas e com as convenções internacionais no que dizem ao direito do trabalhador e do mundo laboral.”

Deputado Orlando Silva

“Eu queria morar num país que mora o deputado Rogério Marinho, porque o país que mora o deputado  a mudança da legislação trabalhista que este congresso patrocinou estimulou a negociação, mas no Brasil real, o que existe são centenas, talvez milhares de negociações interrompidas. Deputado Rogério Marinho precisa trazer na próxima reunião os dados que deve ser o DATA Rogério Marinho, ou seja um instituto de pesquisa que levanta  informações em que houve milhares de acordos e convenções coletivas mantendo direitos de trabalhadores.

Não é isso que falam as centrais sindicais, ao contrário, a perspectiva de que haveria mais negociação se mostrou frustrada nos primeiros meses de vigência da famigerada reforma trabalhista, na verdade o que cresceu no Brasil não foram acordos, o que cresceu no Brasil foi o trabalho informal, o que cresceu no Brasil foi a precarização das relações de trabalho que tem sido a marca dos empregos gerados sobre o auspícios da famigerada reforma trabalhista.

O Brasil seguidamente ano após ano tem que se explicar na OIT, por si só é revelador do estágio que tem a geração de trabalho no tempo de hoje e eu falo com todo respeito ao ilustre Deputado Ronaldo Nogueira, mas do governo Michel Temer que tirou o Brasil da rota esperada nas relações de trabalho, houve um tempo que o Brasil se notabilizava pelo combate ao trabalho escravo, era referência internacional,  pelo combate ao trabalho infantil, era uma referência internacional,  o Brasil se notabilizava pela agenda do trabalho decente e pelo exercício pleno das liberdades sindicais e não é o que se vê a partir da votação nesse Congresso da famigerada reforma trabalhista, inclusive quero crer que essa Comissão tem um desafio de fazer o exame do impacto que essa medida, que essa legislação atual tem sobre a vida das pessoas, sobre a vida dos trabalhadores, sobre a vida dos sindicatos que são instituições importantes para experiência e para a vida democrática do Brasil.

Quero crer que essa Comissão do Trabalho tem obrigação de dar satisfação ao parlamento brasileiro e a sociedade brasileira, então eu quero por oportunidade ao ouvir a manifestação entusiasmada do deputado Rogério Marinho, considerar que no mundo, no Brasil que eu vivo, infelizmente o cenário não é tão róseo como cenário pintado pelo eminente deputado

Bohn Gass

“Eu fiz até uma Emenda na medida Provisória 839 está retirando R$ 1.800.000,00 da estrutura de controle do ministério para a violação, para controle da violação dos direitos trabalhistas. Não é possível que seja retirado o dinheiro, isso para que possa não retirar do lucro da Petrobras para agradar os nossos caminhoneiros, mais eu queria sugerir, eu to muito contemplado com a fala de mérito do deputado Orlando, então eu queria sugerir, eu tentei para hoje, mas não teve tempo hábil, a gente queria retirar e recolher hoje à noite por inclusão de pauta, extra pauta, assinatura, não tivemos número suficiente de parlamentares aqui para recolher o suficiente porque em frente a esse tema da OIT, seria importante e era minha proposição chamar os dirigentes da OIT para termos aqui na comissão a prestação de contas e que oportunizasse, a gente poder fazer esse debate porque aqui são narrativas diferentes, eu posso dizer que o Brasil não sofreu censura, ele não ganhou uma censura formal mas o Brasil a entrar na lista curta é de um vexame de uma censura, censura pública, o Brasil está na lista curta e a lista curta dos 24 casos que mais violaram os direitos dos trabalhadores, então o que aconteceu na prática, os peritos fizeram estudo, a comissão final colocou até novembro para que o governo se explicasse e neste caso estar entre os 24 casos de maior violação para se explicar é uma…posso te chamar de censura, não é uma censura formal, mas tem que se explicar agora e os peritos foram atrás disso e a centrais sindicais apresentaram isso, eu achava importante que todos pudessem fazer o debate na linha da transparência que estamos fazendo aqui agora e eu queria sugerir, eu não consegui apresentar , eu e o deputado Monteiro que foi na OIT, que apresentaria um ofício conjunto, não consegui recolher assinatura, pois não tinha parlamentares de manhã aqui, eu quero sugerir se vossa excelência como presidente, que eu daria todo acordo, para a gente não aguardar para semana que vem, por aí aprovar requerimento para combinar, daí uma audiência pra frente, pudesse, eu acredito que seja de acordo todos nós, que a presidência pudesse já organizar esta reunião, acho que essa tem tudo a ver para todo mundo poder apresentar os dados, eu quero sugerir, não estamos na ordem do dia para apreciação, já passou, mais uma sugestão para que  a presidência aceite como sugestão, porque nós vamos apresentar o requerimento semana que vem, eu não tenho prejuízo de autoria para fazer e ser o autor do projeto, nós não temos esse problema, eu quero sugerir pelo tema presente, para colocar todos os argumentos na mesa, que o senhor organize uma audiência pública, com o representante da OIT, com o representante do setor do mundo do trabalho,  do mundo patronal, para nós podemos fazer esse debate que é o que nós vamos sugerir por ofício na próxima sessão, até que marca, nós podemos ganhar um tempo e todos tem interesse de fazer este debate, eu faço uma sugestão concreta que eu faço dentro das possibilidades regimentais da presidência, estamos num regime presidencialista, se assim o desejar, que eu tenho certeza que está de comum acordo de todos nós aqui.”

Rogerio Marinho

“Mas nós vamos ficar no debate em que o primeiro é claro, Deputado Orlando, que o Brasil tem sido anunciado pelas centrais sindicais e as centrais sindicais têm o direito de fazê-lo, é um órgão multilateral tripartite de empregadores, empregados e governos. O que ocorre nesses dois anos, que eu encontrei, vi, acompanhei as centrais fizerem a denúncia e não foram bem-sucedidas, em nenhum momento o Brasil teve a censura pública, então o Brasil, a exemplo, imagine um cidadão, qualquer cidadão, pode sofrer um processo, não significa que ele seja culpado. Então qualquer central, qualquer organismo não governamental pode colocar aqui algum problema ao tema do trabalho, mas o fato é que isso não ocorreu, não houve censura que era o objetivo das centrais.

No mês de novembro regularmente, todos os anos foi assim dos 40 anos que eu tenho notícia, é o momento em que a comissão de peritos se reúne para verificar o que vai ocorrer no ano subsequente, em função de novas denúncias que são apresentados, que eu não tenho dúvida que as centrais vão continuar apresentar denúncia de forma reiterada, enquanto não tiver a possibilidade de mudar a lei dentro da visão que tem de resignação, com as mudanças e a modernização que foi feita. A questão que o Deputado Orlando coloca da precarização do trabalho é uma questão que vale a discussão do mérito, eu quero lembrar, deputado Orlando, que em 2014, na época em que se dizia que o Brasil tem a pleno emprego nós chegamos a 6.5, 6.7% de taxa de desemprego pelo CAGED, naquela oportunidade o Brasil tinha pouco mais de 36 a 37 milhões de pessoas com carteira assinada no Brasil, hoje são 33 milhões, 3 milhões a menos, 2 milhões e meio, números imprecisos mais aproximados, nós temos 165 milhões de pessoas que constitui o PEA – população economicamente ativa no Brasil, desses, 55 milhões não tem, 60 milhões não tem capacidade ou condição de trabalhar, segundo o IBGE e então a nossa força de trabalho são 105 milhões de brasileiros, nós estamos falando de menos de um terço desses brasileiros que têm carteira assinada, dois terços do Brasil não tem carteira assinada, são trabalhadores precarizados, já eram precarizados anteriormente, dentro do termo que é utilizado pelo deputado Orlando, são trabalhadores autônomos, são trabalhadores profissionais liberais, são pequenos empresários, são agricultores, são trabalhadores intermitentes, só no setor da Abrasel, de bares, restaurantes, mais de 2 milhões pessoas que trabalha de maneira intermitente sem a garantia de direitos que a legislação agora permite, são pessoas que trabalham semana, trabalho num dia e recebem por fora que é que não conhece aquele exemplo de restaurantes de bares de “bifê” que as pessoas contratadas para um trabalho episódio, então, trabalho intermitente, ao contrário do que tá sendo apregoado, ele combate essa precarização, então hoje no mundo do trabalho vai ser essa, inclusive uma pessoa antenada com a questão da tecnologia 4.0, com a questão da indústria, uma indústria nova, que tá acontecendo, que inovação não é uma indústria de tecnologia passar, essa home office ou teletrabalho é uma realidade, quantos milhares ou milhões de trabalhadores em atividade de TI, da tecnologia da Informação, trabalhavam na sua residência e não haviam normatização a respeito do tema, então, eu não tenho dúvida que houve uma modernização e que o tempo vai se encarregar de demonstrar na prática que foi positivo, para isso, para melhoria do ambiente do negócio,  hoje e aí nós temos que admitir é que as centrais sindicais estão indignadas por que perderam 90% da sua arrecadação com o fim da obrigatoriedade do imposto sindical e essa excrescência que nós temos desde 1943, que permitiu que nós tivemos no Brasil mais de 17 mil sindicatos, hoje somos um ponto fora da curva, vai começar a ser debelada por que os sindicatos que tem legitimidade, aqueles que praticam os acordos e convenções coletivas, aqueles que de verdade responde aos anseios de seus associados, esses vão sobreviver, até porque eles têm a contribuição mensal, eles têm a contribuição assistencial, eles não sobrevivem apenas da obrigatoriedade de um imposto, inclusive a própria CUT, e aqui está o deputado Vicentinho, não defendia, era contrário desde a sua criação essa obrigatoriedade, que inclusive é combatida pela própria OIT e que eu não tenho dúvida que ao fim, ao cabo, não se discute as quase 400 modificações que foram feitas, 100 artigos alterados e várias medidas na caixão do direito processual,  a grande discussão infelizmente está restrito a questão do financiamento sindical e aí é importante realmente que nós temos sobre o que ocorreu na organização internacional do trabalho.

É importante que nós possamos verificar qual efeito prático da legislação, porque não é ela por si só que vai significar o aumento de empregos, mais todo uma tríade de outras resoluções, como a própria reforma tributária, como a reforma previdenciária, como o ajuste necessário para que podermos crescer como economia e por fim, deputado Orlando, o CAGED que é o que determina o emprego formal em janeiro, fevereiro, março e abril, demonstra cabalmente que nós tivemos um acréscimo de quase 20.000 empregos formais, agora que você quer comparar é o trimestre o primeiro trimestre 2017 ou, desculpe, último trimestre 2017, primeiro trimestre 2018, não se compara batata com cenoura adaptando a uma sazonalidade nesse processo, o último trimestre do ano, todos os trimestre dos anos subsequentes que antecederam a esse é o trimestre onde tem a contratação dos temporários, em função das festas natalinas e no trimestre subsequente quando a admissão dessas pessoas, ontem, quando é o carnaval, quando é o mês de fevereiro que tem menos dias, então se deve comparar o primeiro trimestre 2017 com 1º trimestre 2018 e ele foi positivo nessa comparação, tanto em termos de IBGE, como em termos do CAGED e aí estão os dados oficiais.”

Deputado Orlando Silva

“Sim pelo desejo de tentar o caminho melhor para o Brasil eu considero que deputado Rogério Marinho deveria se somar com os outros parlamentares para fazer um debate a prova, inclusive analisando uma linha de tempo mais larga, talvez 10 anos, talvez 20  e nós estudarmos o comportamento do mercado de trabalho no Brasil, inclusive em que momento da história recente do Brasil houve a expansão do emprego formal, que momento da história do Brasil houve a restrição do emprego formal, vai ficar claro a injunção de fatores econômicos, vai ficar mais claro que quando da expansão da economia cresceu junto com ela e quando havia uma política deliberada, parte do governo de valorizar o trabalho formal ou no crescimento da formalização do emprego, os momentos de baixa da economia sobretudo se há uma ação deliberada não valoriza a formatação trabalho, houve uma piora nas relações de trabalho no Brasil.

Eu considero que vale a pena compreender o comportamento do mercado de trabalho, das relações de trabalho no Brasil, não se trata de, por exemplo, comparar último trimestre 2017 o primeiro trimestre 2018, mas vale a pena comparar a relação dos últimos trimestres de anos anteriores com os primeiros trimestres de anos seguintes, para que a gente possa avaliar que esse período último há um resultado pior do que períodos equivalentes de anos anteriores, eu posso comparar o último trimestre 2017 vis-à-vis o primeiro, o último 2016 vis-à-vis com o primeiro de 2017, nós fazemos esses paralelo, nós percebemos que o impacto ávido com a mudança da legislação foi para menos, a menor no direito do trabalho, aqui não tá quem não admite discutir a CLT, aliás, essa Comissão, eu exercendo a presidência da comissão, nós votamos inúmeros projetos de alteravam a consolidação das leis do trabalho e nos projetos ao longo da história, desde que foi assinado o Decreto por Getúlio Vargas em 1943 ao anos de 2017, foram centenas as modificações realizadas na consolidação das leis do trabalho, não se trata de vedar a hipótese de fazer ajuste na legislação, sendo que a economia evolui, o mundo, as relações que são modificadas e naturalmente a legislação deve acompanhar, não é o que passou na chamada reforma trabalhista, com todo o respeito admiração que tenho ao ilustre Deputado Rogério Marinho e não vale a tentativa de intimidação do movimento sindical, aqueles que imagino que a restrição da contribuição sindical seria a pá de cal para atividade sindical do Brasil como foi o deputado Rogério Marinho.

Adiante veremos por que a luta social no Brasil, as lutas já conviveram com situações muito mais adversas, muito mais dificuldade e vivemos tempo de arbítrio total, já vivemos tempo que terrorismo era a política oficial de estado e ainda assim a luta popular buscou os seus caminhos para resistir, eu aceito a provocação do deputado Rogério Marinho e  considero Presidente, que essa Comissão deve ser chamada, a mesma fazer um debate, uma reflexão sobre o impacto havido a partir das reformas operadas na CLT, medindo, sobretudo, definir um caminho para o futuro, o caminho para o futuro que o Deputado Rogério Marinho fez referência, algumas tendências internacionais relativos a automação na indústria 4.0, que no Brasil, infelizmente, estamos a léguas, bastante distante.

O governo Temer faz um grupo de discussão para preparar, enquanto a nova manufatura dos Estados Unidos está num estágio muito avançado, a própria indústria 4.0, com assim chama os alemães, estado bastante avançado, “made in China”, que os chineses conduzem olhando décadas adiante.

O Brasil, infelizmente, tem grau de evolução nessa matéria ainda bem aquém e não é por conta da legislação trabalhista, é porque nós temos a capacidade cada vez menor de inovação e pesquisa e movimentos sofre, aliás, de uma, o maior corte feito por Michel Temer para criar esse fundo que vai subsidiar o preço do diesel, justamente no ministério de Ciência Tecnologia, onde cerca de 800 milhões de reais foram cotados para subsidiar o combustível, por que o governo não tem força política e nem autoridade para rever a política de preço da Petrobras, que é a causadora da explosão dos preços de combustível no Brasil, a Petrobras a serviço de acionistas de Nova York, de costas para o Brasil e o Governo como não tem força para enfrentar, corta naquilo que seria o desenvolvimento da economia, do futuro, deputado Rogério Marinho, porque tiraram 800 milhões de reais o fomento à inovação, a ciência, à tecnologia é um crime contra o nosso país e vai nos colocando mais distante da possibilidade de participante da quarta revolução industrial, portanto, não se trata do tema da lei trabalhista, se trata de nosso debate aqui concentrar uma avaliação cuidadosa, criteriosa, que faltou na votação, que nós viemos discutindo temas num determinado escopo e de repente, de uma hora para outra, o escopo foi ampliado em demasia e no atropelo que foi realizado aqui, infelizmente, por uma maioria artificial, que se fosse votar hoje, tenho certeza o resultado seria diferente e os deputados que tem algum contato com a vida real de trabalhadores sabe os trabalhadores do Brasil sofrem, vítima das mudanças na consolidação das leis do trabalho, obrigado viu Presidente pela sua paciência pela sua atenção.”

Deputado Rogério Marinho

“Apenas para fazer um reparo da parte do deputado Orlando faz uma afirmação que a vida foi feita, de maneira mais precipitado, de que eu afirmei quando falei anteriormente de que o movimento sindical receberia uma pá de cal com a retirada da obrigatoriedade, não, deputado Orlando, pelo contrário, eu disse que o verdadeiro movimento sindical iria remanescer, sobreviver e se fortalecer, que vai ficar pelo caminho só os pelegos,  desculpa falar assim, mas é verdade, aqueles que vivem do movimento sem necessariamente atuar como verdadeiros sindicatos, o que eu disse, outra coisa deputado, uma coisa importante, rapidamente, por exemplo, já fiz aqui o reparo, é importante perguntar quem tem mão na massa praticando essa atividade da tecnologia 4.0, vossa excelência é  interlocutor de várias empresas que trabalham nessa área, tem conversado com as pessoas que empreendem, sabe da ajuda a essa atividade como o home office, por exemplo, e com trabalho intermitente, pela característica do trabalho daquela atividade, imaginar que um  funcionário industrial do início do século passado, em 1940 e 1943, que era o que o Getúlio Vargas para colonizar o Brasil na industrialização, que trabalha 8 horas por dia, com duas horas de paralisação para o almoço, seja o mesmo funcionário que trabalha hoje numa startap, no mais tardar, vou numa empresa ligada à tecnologia da informação que trabalha de madrugada, que trabalha no final de semana, que trabalha no banheiro, que trabalha no local de entretenimento, que não vê muitas vezes o seu chefe, então, essa jornada, essa rotina asfixiantes, essa camisa de força que nós temos durante 70 anos foi removida com a modernização que a legislação permitiu. Acho que precisamos fazer em um debate de mérito, agora nós não podemos também fazer uma avaliação objetiva do que ocorreu só tem 6 meses, então, se nós fomos avaliar o que aconteceu nos últimos 100 anos, vamos voltar 1901, quando o Brasil começou a data e o produto interno bruto, de lá para cá o período de 2014 a 2015 foi um período em que nós tivemos a maior catástrofe econômica na história do Brasil, então, é claro, é evidente que é um processo de retomada.”

‘Qualquer que seja a questão do espectro político, não estou discutindo que está  governando ou não país, nós tivemos uma retirada de mais de 8% acumulado do nosso produto interno bruto em dois anos, então, isso significou uma catástrofe em relação à economia e a questão do emprego formal, a questão da desestruturação da nossa base da economia, uma ação regressiva que alterou a economia do país, então, nós temos no processo de retomada, então seis meses, ou seja, de novembro de 2017 a junho de 2018 é um período que pode ser avaliado, mas não creio que não possa ser cotejado com os últimos 20 ou 15 ou 10 anos, que são períodos, diferença importante retirar  a sazonalidade de situações que são objetivos que todos nós, passamos mas não podemos descaracterizar ou desconhecer o que aconteceu no país, nós temos um histórico consolidado que é público e que está aí registrado e que nós temos a obrigação de compulsar para termos uma visão de país e sabemos o que queremos em relação ao nosso futuro, então nós estamos dispostos a fazer o debate.

Considero que não as provocações, mas as contribuições que vossa excelência faz o debate são instrumentos pertinentes, estimuladoras inclusive, quero inclusive elogiar que como vossa excelência faz intervenções sempre, inclusive participei de uma reunião convocada por vossa excelência para discussão da reforma trabalhista, lá estive com as centrais sindicais, como estive em outros momentos com as centrais sindicais, participei de 17 audiências públicas e recebi em meu gabinete 800 pessoas, todos sabem o  tamanho do nosso gabinete, você sabe o tamanho do gabinete do deputado federa. Por mais de 7 meses, então, eu acho que discussão, acredito que houve a possibilidade de a sociedade interagir conosco, que havia Deputado,  era uma enorme demanda reprimida e uma lei que engessava,  que segurava e que dificultava a melhoria do ambiente de negócios no país ao longo do tempo, mas vamos saber se a lei, ela realmente é efetiva ou não.”

Deputado Orlando Silva

“Eu considero que é muito importante é a comissão abrir o espaço para que o debate se dê. O que é preciso olhar a perspectiva, retrospectiva sobre a economia do Brasil, considero ainda  que é uma falácia a restrição do crescimento econômico, da geração de emprego, a modernização das relações do Brasil, considero que ainda é uma falácia atribuir a necessidade de alteração da legislação trabalhista e não para.

Ainda ontem, o deputado Rogério Marinho é testemunha, não sei se já tinha chegado quando esse tema apareceu na mesa, junto com alguns parlamentares, lideranças sindicais e empresariais, apareceu de novo esse assunto,  como um entrave ao desenvolvimento do Brasil a rígida legislação trabalhista, depois de termos votado no Congresso Nacional o que nós votamos, ainda ontem apareceu uma voz argumentando o que é rígida a legislação trabalhista, que inviabiliza a atração de investimento no Brasil, o que você espera da legislação do Brasil, não estão vendo que na verdade há outras variáveis que produz estabilidade. O Congresso deveria abordar frontalmente, a instabilidade institucional que o Brasil vive, com a judicialização da política, com o desiquilíbrio entre os poderes,  temas que são a força das corporações e sequestra o interesse nacional, muitas vezes e que nós ficamos silenciosos diante de tema, o equilíbrio de poder, a força das corporações, nós nos calamos e transferimos para o elo mais fraco das relações sociais, que são os trabalhadores, a conta, porque o Brasil tem esse detalhe Presidente, repare a indústria brasileira está nos níveis mais baixos da sua história. é só andar pelas ruas do país, vai ver nossas dificuldades, os trabalhadores com nível de desemprego que existe, diminui a massa salarial, a informalidade, serviços com dificuldade de competir, de concorrer no Brasil Presidente, os bancos continuam com lucros infindos, a gente precisava olhar mais a economia do Brasil, o limite que entrava o desenvolvimento nacional e não ficarmos só de olho com a lupa numa garantia aqui, num direito a cola, que ainda resta dos trabalhador do Brasil. Agradeço muito a vossa paciência Presidente a vossa atenção e comprimento Deputado Rogério Marinho com que aborda a matéria apesar da divergência que marca o nosso sentimento nós haveremos reajustamento para tratar sobre o desenvolvimento e industrialização do Brasil…”

Encerrada a reunião.

Veja aqui o áudio na íntegra.

 

Relações Institucionais da CNTC

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