Carta conjunta dos Sindicatos de Comércio da UNI Américas Brasil à CARREFOUR, sobre o assassinato de João Alberto Silveira

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27/11/2020

A UNI Américas; braço regional da UNI Sindicato Global e suas filiadas do Setor Comércio no Brasil, condenam os fatos acontecidos em uma das lojas da empresa Carrefour em Porto Alegre, onde dois guardas de segurança privada em presença de trabalhadores da mesma empresa, bateram até assassinar  João Alberto Silveira Freitas, homem afro-brasileiro de 40 anos. Mais uma vez o mundo foi testemunho do horrível assassinato de uma pessoa negra.

O Carrefour Brasil prometeu garantir um processo de julgamento dos perpetradores e demitiu o gerente da loja e à empresa de segurança terceirizada. Em um comunicado a empresa comprometeu-se além disso, a realizar uma revisão interna de seus processos de capacitação em temas de segurança. Agradecemos o compromisso de pesquisar a fundo e as ações rápidas para abordar os eventos na loja.

No entanto, chamamos o Carrefour a tomar uma atitude mais proativa para remediar a injustiça que se sente tão amplamente no mundo todo e que é um símbolo do racismo generalizado que se encontra demais em muitos países. Como uma das principais multinacionais do mundo, o Carrefour tem a responsabilidade especial de dar exemplo e afirmar um papel na crise do racismo.

O Carrefour não deve pesquisar e avaliar apenas as circunstâncias que levaram a este evento, mas também utilizar este ato atroz como uma oportunidade para avaliar como contribuir a acabar com o racismo, não somente através de mudanças nas suas lojas, mas também nas comunidades nas que opera; pelo bem-estar de seus clientes, funcionários, contratantes e público

Os sindicatos de Comércio no Brasil subscritos a esta declaração; compartilhamos compromissos mútuos e temos os mesmos interesses em abordar o racismo e garantir o respeito à vida das pessoas. Por esta razão, acreditamos em uma discussão aberta e colaborativa com a empresa Carrefour que ajudem a gerar compromissos e tomar medidas para abordar estas desigualdades. Fazemos um apelo à empresa para gerar estes espaços de diálogo e construção de propostas conosco

Os sindicatos assinantes reafirmamos nossa recusa a todas as formas de violência contra a população negra e destacamos nosso compromisso na luta para combater o racismo.

Exigimos também a condenação imediata dos assassinos e reafirmamos que esta luta deve ser permanente e envolver a todos os segmentos da sociedade.

Veja o documento na integra