Tarifaço afeta quase 10 mil empresas brasileiras, que empregam 3,2 milhões

O aumento da tarifa de importação dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, determinado pelo presidente Donald Trump, pode impactar quase dez mil empresas brasileiras que exportam para o mercado norte-americano, afetando diretamente 3,2 milhões de empregos. A informação foi divulgada pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), que defende uma solução negociada entre os dois países para evitar consequências econômicas graves tanto para o Brasil quanto para os EUA. A Amcham, que representa mais de 3.500 empresas e é apartidária, participou de uma reunião em Brasília com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, para apresentar a preocupação do setor empresarial. A entidade reforçou que o setor produtivo brasileiro e norte-americano tem buscado contribuir com os dois governos, oferecendo análises e sugestões para resolver o impasse de forma diplomática e técnica.

SOLUÇÃO NEGOCIADA

Alckmin também destacou que grandes empresas americanas com presença no Brasil, como General Motors, Johnson & Johnson e Caterpillar, também seriam prejudicadas pelas tarifas, reforçando a necessidade de união entre os setores privados e os governos dos dois países. Ele reiterou o esforço do governo brasileiro em buscar uma solução negociada, e ressaltou a importância das relações comerciais bilaterais. Dados da Amcham ainda revelam que, embora a tarifa média de importação brasileira seja de 12,4%, os produtos vindos dos EUA pagam, em média, apenas 2,7% de imposto. Isso se deve a isenções específicas para itens como aeronaves, petróleo bruto e gás natural, além de regimes aduaneiros especiais que reduzem ou eliminam a cobrança de tarifas. A nova medida, se mantida, pode desequilibrar ainda mais essa balança e trazer impactos amplos para a economia.

LOJISTAS DA 25 SOLICITAM ‘APOIO ENFÁTICO’ A LULA

O governo dos Estados Unidos abriu uma investigação comercial contra o Brasil, alegando práticas desleais relacionadas ao PIX e à Rua 25 de Março, importante centro de comércio popular em São Paulo. Segundo os EUA, o PIX poderia estar restringindo o comércio norte-americano e a 25 de Março seria um foco histórico de pirataria, apesar das ações policiais no local. A iniciativa gerou reações no Brasil, especialmente de entidades ligadas aos comerciantes da região. Em resposta, a União dos Lojistas da Rua 25 de Março e Adjacências (Univinco25) enviou um ofício ao Presidente Lula pedindo defesa da soberania nacional e apoio ao setor.

35 MIL EMPREGOS

A entidade argumenta que a região é fundamental para a economia brasileira, gerando mais de 35 mil empregos formais e abastecendo municípios em todo o país e na América do Sul. A Univinco25 também se colocou à disposição do Governo para colaborar com propostas de fortalecimento da legalidade e da formalização no comércio.

CURTA

PARCIAL - O ministro Alexandre de Moraes, do STF, decidiu restabelecer parcialmente a validade do decreto presidencial que aumentou as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A suspensão foi mantida apenas quanto à incidência do IOF sobre operações de “risco sacado”, que o ministro considerou extrapolar os limites do poder regulamentar do Executivo. Segundo Moraes, não houve desvio de finalidade no aumento do imposto, que se alinha a decretos semelhantes já validados pelo STF em governos anteriores.

Luiz Carlos Motta
Presidente