Banco Mundial: Criação de emprego é maior desafio após Bolsa Família

Imprimir    A-    A    A+

10/04/2014

O principal desafio enfrentado por países como o Brasil, que implementaram programas de transferência de renda como o Bolsa Família, é a criação sustentável de empregos, na opinião do presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim.

Ele considera estes programas sociais como um sucesso para a retirada de famílias e crianças da pobreza em países como o Brasil ou o México. Mas o problema seguinte a essa saída da pobreza é a entrada dos líderes familiares, principalmente das mulheres, no mercado formal de trabalho.

“A principal questão é a criação de empregos. É a mesma coisa por toda a América Latina”, disse Yong Kim durante a reunião de Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Por isso, o Banco Mundial trabalha com os governos locais para elevar a qualidade dos gastos públicos e criar o ambiente necessário para que o setor privado cresça e amplie a oferta de empregos. Ele citou um relatório do próprio Banco Mundial de dois anos atrás que evidenciava o setor privado com responsável por mais de 90% da criação de empregos na América Latina.

“Estamos focando especialmente em ajudar pequenas e médias empresas a crescerem a criarem empregos”, disse.

Yong Kim comentou também sobre a necessidade de investimentos privados em infraestrutura nos países dos Brics. O valor total do pacote oficial de assistência ao desenvolvimento do Banco Mundial é de US$ 125 bilhões, enquanto os países-membros dos Brics falam em um déficit de US$ 4,5 trilhões em infraestrutura a ser suprido nos próximos cinco anos. “Não há como o pacote de assistência alcançar essa necessidade”, disse o presidente do Banco Mundial.

Ele disse que a instituição tem trabalhado duro para garantir que cada dólar de empréstimo do banco seja gasto de alguma forma que ajude a construir os fundamentos para que empresas privadas se envolvam nos investimento de infraestrutura.

O Banco Mundial estima que países em desenvolvimento terão de crescer a um ritmo mais rápido do que nunca verificado nos últimos 20 anos para que seja atingido o objetivo de erradicação da pobreza em 2030. Para que a meta seja atingida, 1 milhão de pessoas terão que sair da pobreza a cada semana, pelos próximos 16 anos. “Nós acreditamos fortemente que isto é possível”, disse.

Fonte: Valor