Fiat fala em pacto para melhorar relação trabalhista

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07/08/2013

O diretor da Fiat do Brasil e vice-presidente da Anfavea, Adauto Duarte, defendeu o pacto político nacional como única forma de melhorar as relações trabalhistas no Brasil. Ele falou durante a 5ª edição do Fórum Estadão Brasil Competitivo, promovido nesta terça-feira, 6, pela Agência Estado e pelo jornal O Estado de S.Paulo, com o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Esse pacto, de acordo com ele, consistiria essencialmente em um diálogo tripartite envolvendo empresas e sindicatos de um lado e, de outro, os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, de outro.

Duarte disse que não existe hoje nenhuma negociação trabalhista definitiva uma vez que o Judiciário pode questioná-las. Ele citou, por exemplo, a legislação que criou a PLR, que é a participação nos lucros e Resultados das empresas, que originalmente surgiu para estimular a competitividade e se tornou motivos de greves ou conflitos com auditores. “Qualquer termo de negociação hoje pelas empresas pode receber interferência do Judiciário. Não existe uma negociação definitiva”.

O diretor da Fiat lembrou que no cenário atual as empresas disputam preços no mercado e que a inflação tem crescido acima desses preços e os custos, aumentando mais que o produto. “A consequência disso é o que aconteceu na Europa, como na Grécia e na Espanha”, disse o executivo, referindo-se à crise econômica que abateu os dois países.

Ele acrescentou que o sindicato, com sua legitimidade, tem defendido a sua base, mas que é preciso entender que o preço cai ainda mais com entrada de concorrentes no mercado. Para Duarte, esse cenário demonstra que é preciso haver mudanças e que no mundo todo os conflitos trabalhistas têm caído.

Duarte queixou-se ainda da dificuldade de se promover negociações coletivas no Brasil, pois a legislação contém 2.500 normas e que nos últimos dez anos foram criados 25 mil termos. Ele prevê que nos próximos 10 anos haverá maior consciência social e busca por sociedades mais justas e menos sindicatos com maior poder de negociação.

Fonte: O Estadão