Walmart tem prejuízo operacional no país

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16/08/2013

Maior empresa de varejo do mundo, com quase meio trilhão de dólares em vendas anuais, o Walmart tem registrado números fracos no Brasil. Num período em que a rede muda o seu comando do país (sai Marcos Samaha e entra Guilherme Loureiro em 31 de agosto), na busca de um presidente com uma “nova visão”, a companhia entregou tímida alta nas vendas, queda no tráfego e prejuízo operacional no segundo trimestre. Os resultados mostram desempenho abaixo de seus concorrentes, Grupo Pão de Açúcar e Carrefour.

Segundo números apresentados ontem, em teleconferência do comando da rede no mundo, houve expansão nas vendas líquidas no país de 2,8% de abril a junho (o Pão de Açúcar apurou alta de 10,6% e o Carrefour, 9,5%) e as vendas “mesmas lojas” (abertas há mais de um ano) aumentaram 1,1%. No GPA Alimentar, a alta foi de 4,8% e no Carrefour, a expansão foi de 7,1%, puxada pelo Atacadão.

Como as despesas operacionais no Brasil cresceram de forma mais acelerada que a receita, a empresa teve prejuízo operacional, disse Doug McMillon, presidente do Walmart International, sem informar a razão da alta nos gastos. “A receita foi afetada pelo período de Páscoa, que acabou antecipada para o primeiro trimestre”, disse McMillon. “Continuamos a nos concentrar em ganhos de produtividade, a fim de investir as economias [criadas com isso] no preço e impulsionar as vendas”. O executivo disse que os resultados no atacado ficaram abaixo do esperado, em referência à operação de Sam’s Club. A bandeira Maxxi Atacado está com resultados positivos.

Foi apurado ainda um aumento no tíquete médio de 6,6%, em linha com a inflação em 12 meses, mas o tráfego de pessoas nas lojas caiu 5,5%. A margem bruta subiu 0,5 ponto (a taxa não é informada). O grupo é dono das redes Bompreço, Big, Mercadorama, Sam’s Club, Maxxi Atacado e Todo Dia.

No primeiro trimestre, o desempenho do Walmart já havia sido menor que o de Pão de Açúcar e Carrefour, com alta de 3,7% nas vendas “mesmas lojas” e de 5,5% nas vendas totais. A varejista americana informa que apurou “leve” lucro operacional no período.

Há uma questão a ser considerada no cenário atual do grupo. Com 557 lojas no país, a varejista informou em setembro de 2012 que abriria menos pontos para se concentrar na integração de redes compradas no passado e na implantação projeto “preço baixo todo dia”, política comercial global do grupo que prevê preços mais estáveis e menos promoções. Além de possíveis efeitos das integrações nos resultados, e de ajustes que podem ter ocorrido com a adoção do “preço baixo todo dia”, quando uma cadeia abre menos pontos, registra venda menor.

A empresa tende a sentir menos impactos em margens (porque lojas novas dão descontos para atrair tráfego), mas cresce menos em receita, já que a base de lojas não sobe. O Walmart pode ter sentido isso também. O grupo prevê abrir 22 unidades em 2013 e reformar 43.

McMillon ressaltou ontem os bons números da operação on-line no país. Disse que a empresa passou do oitavo site mais visitado em outubro de 2012 para o primeiro agora, citando a empresa de pesquisas com Score, e as vendas cresceram mais de 50%.

Fonte: Valor