Um debate sobre a redução da mortalidade materna

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O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, encerrou na manhã do dia 28 de maio o Seminário sobre “O enfrentamento da Morte Materna na Política de Atenção Integral à Saúde da Mulher”;
O Ministro disse que além de marcar o dia Nacional de Luta Contra a Mortalidade Materna o Seminário tem como foco reafirmar as políticas sobre a saúde da mulher e analisar de forma detalhada o cenário atual da mortalidade, para que o índice de mortes possa de verdade diminuir a cada dia.
Destacou que o governo não vai desistir de alcançar a meta do milênio de reduzir a mortalidade materna até 2015. Informou também que mais de 60% dos casos de morte materna hoje são do Norte e Sudeste, e que a atuação deve ser maior nessas regiões.
Todos nós de movimentos, academia, conselheiros, podemos contribuir e precisamos atuar fortemente, pois estas mulheres não podem morrer da forma que estamos assistindo.
Afirmou o Ministro que de cada quatro gestantes atendidas pelo SUS- Sistema Único de Saúde, uma se queixa de algum tipo de negligência ou maus-tratos identificados no momento do parto, citando levantamento feito pelo Ministério em 2011. Disse ainda Alexandre Padilha que o SUS precisa ter como investimento prioritária qualidade do atendimento as mulheres e crianças.
A Ministra da Secretaria Nacional de Política para Mulheres da Presidência da República, Eleonora Menicucci, também presente neste evento, destacou, não se pode de nenhuma maneira fazer a fragmentação da Política de Saúde da Mulher. A integração entre a política de saúde da mulher e as ações e os programas do Ministério devem ter como principal desafio a redução da mortalidade materna no país.
A Rede Cegonha, por exemplo, tem que ser integral dentro da Política; caso não seja dessa forma não será possível alcançar a meta. “É assim que tem que ser com todos os pontos da política: uma realidade de transversalidade”, afirmou a Ministra.
Reunidas estavam mulheres de toda parte para debater o tema e apontar ações que contribuam no sentindo de diminuir o índice da mortalidade materna no Brasil.
O que nos chamou a atenção foram os dados apresentados pela Secretária da Promoção de Políticas de Igualdade Racial, demonstrando que atualmente as mulheres negras são as mais afetadas pela mortalidade materna. Segundo ela, a maioria dessas mortes está associada a outros fatores de saúde, como a hipertensão. Destacou que se faz necessário um tempo de consulta e tratamento dado a essas mulheres. O Brasil possui o Sistema Único de Saúde e ele é o instrumento eficaz para fazer com que a condição de saúde das mulheres seja melhorada.
A realização do Seminário foi de responsabilidade do Conselho Nacional de Saúde por meio da CISMU – Comissão Intersetorial de Saúde da Mulher, em parceria com o Ministério da Saúde, por meio da área técnica da Saúde da Mulher.
Participou deste evento, como convidado. o Secretário-Geral da CNTC, Lourival Figueiredo Melo, que afirmou: “Nossa Confederação tem por obrigação estar firmemente engajada na luta pela saúde das mulheres, especialmente as trabalhadoras do setor de Comércio e Serviços, que acabam colocando sua saúde em segundo plano, uma vez que hoje desenvolvem jornada tripla de trabalho. Precisamos construir uma ação permanente em defesa da saúde integral e direitos reprodutivos das nossas trabalhadoras em todas as fases de suas vidas”.
Para a diretora da Mulher da Feaac, Helena Ribeiro da Silva, que também participou do seminário, esta data é fruto da ação de mais de duas décadas do movimento pela saúde das mulheres e feministas que decidiram ter um dia de ação mundial para tornar visível um fenômeno – a mortalidade materna – considerada banal nas sociedades cuja cultura naturaliza a entrega da vida das mulheres em nome da maternidade.
Brasília, 28 de maio de 2012.