Comerciários paralisam Walmart em Limeira e empresa promete sanar irregularidades

Imprimir    A-    A    A+

28/01/2013

Os comerciários de Limeira, com o apoio dos 68 Sindicatos Filiados à Federação dos Comerciários do Estado de São Paulo, União Sindical dos Trabalhadores de Limeira, Força Sindical e UGT, paralisaram as atividades da unidade do Walmart em Limeira, na última sexta (25/1), das 6h às 12h, em protesto contra diversas irregularidades cometidas pela rede norte-americana, que hoje emprega 1,3 milhão de trabalhadores no mundo e é conhecida por práticas antissindicais.

Segundo o presidente da Fecomerciários, Luiz Carlos Motta, a paralisação se fez necessária e poderá ocorrer também em outras cidades, caso o Walmart não respeite a CLT e a Convenção Coletiva de Trabalho da categoria. Motta faz questão de afirmar que os comerciários prezam sempre pelo entendimento, apenas tomando providências drásticas em caso de impossibilidade de diálogo.

A paralisação reuniu cerca de 280 manifestantes e ocorreu de forma tranquila, à exceção de alguns encarregados de setores, cujos ânimos afloraram na tentativa de frustrar o movimento, o que se revelou infrutífero diante da organização de greve comandada pelo presidente do Sincomerciários de Limeira, Paulo Cesar da Silva, o Paulinho, o diretor Ramon Ribeiro de Arruda e demais companheiros.

Acordo

Preocupados com a proporção do evento, diretores da rede Walmart cederam às solicitações e compareceram à sede do Sincomerciários onde, em contato com o departamento jurídico da entidade, assinaram acordo com propostas de melhoria de comportamento em relação aos seus colaboradores, passando a cumprir com as obrigações da lei trabalhista. Da parte do Sindicato, assinaram o acordo o presidente Paulo Cesar da Silva e o advogado Walter Bergström, enquanto pelo Walmart, assinaram Jessé Martins Carvalhal, analista de relações sindicais, e Adriano Pereira Peres, gerente.

O acordo prevê o pagamento das diferenças salariais desde setembro de 2012, 13º salário, horas extras e feriados na folha de pagamento de janeiro; fornecimento de holerite na data do pagamento de salários; anotação no cartão de ponto conforme legislação; respeito à faculdade do empregado em prestar hora extra; revisão de Participação nos Lucros ou Resultados; obrigatoriedade de Acordo Coletivo junto ao Sindicato para banco de horas e descanso semanal obrigatório a cada seis dias, sob pena de pagamento dobrado das folgas/descansos não concedidos. Fica estabelecido também que o fornecimento do vale-transporte será creditado na data certa, que a empresa deverá respeitar a função para a qual o colaborador foi contratado e que, no trabalho noturno, a mesma deverá liberar transporte para o funcionário assim que terminar a jornada do mesmo.

Vários outros tópicos foram compreendidos no acordo, como as questões do assédio moral, estudo ergonômico, periculosidade, insalubridade e fornecimento e substituição imediata dos equipamentos de proteção individual. A empresa deverá repor o pessoal para as vagas em aberto no prazo de 30 dias e deve fornecer o adiantamento de salários em espécie e não em forma de cartão alimentação a ser consumido na própria loja.

Finalizando o acordo, a empresa se comprometeu ao pagamento das horas referentes ao período paralisado e garantiu estabilidade de 60 dias a todos os funcionários da unidade.

Exemplo

O presidente Paulinho ficou satisfeito com o resultado do movimento e disse que espera realmente o cumprimento do acordo por parte do Walmart. Frisou, ainda, que essa manifestação deve servir de exemplo para que as demais empresas do setor fiquem atentas e respeitem as condições de trabalho dos seus colaboradores. “Afinal, são os comerciários que garantem a manutenção dos lucros das empresas em que trabalham”, finalizou.

Os vereadores Ju Negão e José Roberto Bernardo compareceram ao ato e manifestaram total apoio aos comerciários. O acordo, que será registrado junto ao Ministério do Trabalho, pode ser acessado na íntegra no site www.sinecol.com.br

Fonte: Fecomerciários