Supermercados conquistam franquias

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31/07/2013

O empreendedor decide abrir uma franquia. Faz uma pesquisa de mercado, estuda bem o setor em que irá atuar, sonda a concorrência e monta um plano de negócio. Agora falta tomar uma das decisões mais importantes: a escolha do ponto ideal. Errar nesse aspecto pode colocar todo o planejamento anterior a perder.

O crescimento dos shoppings pelo Brasil tem atraído as redes de franquias. A Associação Brasileira de Franchising (ABF) estima que as franquias representam de 60% a 70% das ocupações em shoppings. Segundo especialistas, esses centros comerciais oferecem maior visibilidade às marcas, além de ações de marketing, segurança, climatização, facilidade de estacionamento para os clientes e limpeza. Mas os supermercados também têm disputado com os shoppings a preferência dos franqueados.

Muitos empreendedores escolhem o futuro endereço por um parâmetro simples: o custo de ocupação. Nesse quesito, os shoppings perdem, já que em supermercados o aluguel pode ser 30% a 45% mais barato, segundo dados da ABF.

Mas é importante levar em conta outros indicadores. “Não adianta ter um aluguel mais barato, se o negócio naquele ponto não funcionar”, alerta Marcus Rizzo, da consultoria Rizzo Franchise. “O importante é ponderar sobre o setor do negócio que você pretende abrir. Alguns comércios funcionam bem nos dois lugares, outros mais em shoppings, e outros em supermercados”, diz. Para evitar erros é preciso conhecer bem sua futura clientela, escolher um lugar de fácil acesso e analisar as condições do imóvel.

Segundo Rizzo, os dois locais oferecem vantagens e desvantagens. Nos shoppings, por exemplo, pode-se levar em consideração o elevado fluxo de potenciais consumidores e as comodidades oferecidas. Nos supermercados, além do aluguel mais baixo, o estacionamento é gratuito, existe a possibilidade de compartilhar ações de marketing, e os clientes podem unir as compras à comodidade de variados tipos de serviços, como lavanderias e reparo de roupas.

A portuguesa Arranjos Express, especializada em consertos de roupas e costura, resolveu apostar na abertura de franquias em supermercados no Brasil, com a experiência de quatro lojas nesses estabelecimentos em Portugal. Em terras brasileiras, a rede possui três franquias com contratos assinados em supermercados. Só no Pão de Açúcar o plano é abrir dez lojas até o fim de 2013. Ao todo serão 40 lojas.

“Os serviços são rápidos, em uma hora deixamos a barra de uma calça pronta, enquanto os clientes fazem compras. Assim, ele utiliza a loja e o supermercado com mais frequência”, diz Paulo Alexandre, sócio fundador da empresa. No mercado desde 2003, a rede possui 29 lojas em Portugal e seis já abertas no Brasil. A previsão de faturamento mensal para cada unidade aqui é de R$ 30 mil.

O negócio é adaptado também a shoppings centers, recebendo outro tratamento. “No shopping normalmente não ficamos na área de serviços, buscamos estar no meio da moda, ser um complemento. Fazemos desde um simples arranjo a grandes transformações nas roupas. Em Portugal fazemos até desfiles de moda”, diz Alexandre.

Já a argentina Laundromat, rede de lavanderia especializada no atendimento self-service, oferece o modelo de franquia modular, projetado para pontos como supermercados. Com uma estrutura montada em contêiner, esse modelo chega praticamente pronto ao local de instalação. Para abrir uma franquia como essa, o franqueado precisa investir no mínimo R$ 115 mil.

Recentemente a rede inaugurou a loja no Carrefour da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, nesse conceito modular. A franquia recebeu R$ 350 mil de investimentos e funciona como o show room da marca. A expectativa da Laundromat é abrir mais duas lojas nesse primeiro semestre em supermercados, no Walmart e no Prezunic, todos no Rio de Janeiro, que juntos receberão um investimento de R$ 500 mil.

Para o diretor comercial da Laundromat, Nicolas Lopez Lanhozo, a tendência é que esse tipo de franquia instalada em supermercados cresça cada vez mais. “Cliente de supermercado e de lavanderia é parecido, pois toda semana é preciso fazer compras e lavar roupas. Oferecer os dois serviços no mesmo lugar otimiza o tempo dos clientes”, diz. “Além disso, o tempo de permanência das pessoas nos supermercados fica ao redor dos 120 minutos, como o ciclo da lavagem e secagem.”

Fonte: Valor Econômico