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Informe Legislativo – 27 a 29 de outubro de 2015

Acontece no Congresso

Este Informe sintetiza os acontecimentos no legislativo de 27 a 29 de outubro de 2015

Diretor: José Francisco Jesus Pantoja Pereira

Gerente de Relações Institucionais: Sheila Tussi da Cunha Barbosa

Analistas de Relações Institucionais: Renan Bonilha Klein

Tamiris Clóvis de Almeida

Victor Velú Fonseca Zaiden Soares

Assistente Administrativa: Quênia Adriana Camargo

Estagiária: Letícia Tegoni Goedert

Temas abordados nesta edição:

•    Presidente do TST defende fortalecimento dos sindicatos
•    Senado aprova PPE e matéria segue à sanção
•    CTASP aprova fim do depósito recursal
•    CFT discute efeitos da crise no setor de Serviços
•    Comissão de Combate à violência contra a Mulher debate prevenção e cura do câncer de mama
•    Tramitação

Câmara dos Deputados

Plenário


 

Não foi votada nenhuma matéria de interesse da categoria.

Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público


Fim do depósito recursal administrativo
Aprovado o substitutivo da relatora, deputada Gorete Pereira (PR-CE) ao Projeto de Lei 8053, de 2011, de autoria do senador Gilberto Goellner (DEM-MT), que altera a CLT para extinguir a figura do depósito recursal, em razão de autuação administrativa como pressuposto de admissibilidade de recurso administrativo.

Além de acabar com a figura do depósito recursal administrativo, o substitutivo retirou do projeto original o dispositivo que estabelece que a notificação da multa deva ser procedida por meio de edital, e efetivada imediatamente, quando o infrator estiver ausente ou em lugar incerto ou não comparecer espontaneamente em data e local determinados pela fiscalização do trabalho, após aviso deixado no local da inspeção.

De acordo com a relatora, a notificação por edital com efeitos imediatos deve ser repudiada, em razão do risco e da insegurança causados ao empregador, expondo-o a riscos, além de ferir a Constituição Federal ao violar os princípios do contraditório e da ampla defesa.

Situação: a matéria segue à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), que deverá analisar o mérito do projeto, bem como os critérios de constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa.
Caso aprovado nos termos do substitutivo da deputada Gorete Pereira, o projeto deverá retornar ao Senado Federal, para que a Casa delibere sobre as alterações encaminhadas pela Câmara dos Deputados.

Comissão de Finanças e Tributação


Audiência sobre efeitos da crise no setor de Serviços
Em setembro o mercado de trabalho registrou o corte de 95 mil postos de trabalho. O setor de Serviços é responsável por mais de 33 mil cortes no mês. Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE confirmam o cenário de pessimismo no setor. No acumulado do ano, o setor registrou variação negativa de 2,6% no volume de serviços. Diante do quadro de crise econômica presente no Brasil, os deputados federais Simone Morgado (PMDB/PA) e Edmilson Rodrigues (PSOL/PA) assinaram o requerimento para a realização de audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) para debater as dificuldades enfrentadas pelo setor durante este período.

O presidente da Central Brasileira do Setor de Serviços (CEBRASSE), Paulo Lofreta, reconheceu a queda do desempenho do setor neste ano.

“A crise econômica tem afetado diretamente o nosso setor que sempre é o último da cadeia produtiva a ser afetado. Começa com a Indústria, Comércio e Agricultura, e o setor de Serviços é sempre a última ponta. […] Alguns segmentos do setor de Serviços já caíram 8%” de acordo com Lofreta.

O palestrante mencionou o aumento do desemprego no setor, que hoje atinge 8,6%, e considerou que nunca houve uma taxa tão grande. Para ele o grande problema do Serviços é conhecido por inadimplência, principalmente, pela falta de pagamento das prefeituras e Governos.

Vander Morales, representante da Federação Nacional dos Sindicatos de Empresas de Recursos Humanos (FENASERHTT), falou à respeito da importância do setor para a riqueza nacional, que hoje corresponde a 70% do PIB brasileiro. Mas condenou a falta de políticas públicas voltadas para o setor. Morales citou os problemas enfrentados pelo setor de Serviços no país como a falta de segurança jurídica pela ausência de um marco regulatório na questão da terceirização de mão-de-obra e por conta de súmulas normativas que atingem o setor.

Para ele a atuação do TST gera receio nos empresários na hora da contratação de trabalhadores, o que poderá contribuir para o desemprego.

“O TST emite uma súmula do cumprimento de trabalho temporário pela gestante. O trabalho temporário é uma lei que tem um prazo, e ninguém sabe se essa lei ela está dentro dessa súmula. E como o TST não é um órgão de consulta e é um órgão de julgamento, […] gera uma insegurança muito grande em saber se aquela súmula se aplica, por exemplo, ao nosso setor. Então isso acaba gerando mais desemprego, porque as pessoas ficam com receio de contratar, ficam com receio de formar passivo trabalhista. Então isso gera uma insegurança muito grande” – Vander Morales.

Morales ainda criticou os julgamentos feitos pela justiça do trabalho, considerado por ele alguns casos como abusivas, que levam algumas empresas a dificuldades financeiras irreversíveis.

Edgar Segatto, presidente da Federação Nacional das Empresas Prestadoras de Serviços de Limpeza e Conservação (FEBRAC), declarou que os cortes feitos pelo Governo em cima dos prestadores de serviço como uma das justificativas para o desemprego. Segatto também criticou a alta carga tributária. E por último fez sugestões para desenvolver o setor como: a redução da carga tributária, incentivos fiscais, a desoneração da folha de pagamento, diminuição da burocracia, regulamentação do setor, criação de linhas de crédito e maior segurança jurídica.

A presidente da Câmara de Ensino Superior da Federação Nacional das Escolas Particulares (FENEP), Amábile Pacios, condenou o desmonte do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

“Esse desmonte do Fies trouxe tanto descaminho para as nossas empresas, a começar pela pedalada fiscal quando é anunciado na própria portaria 23, que ao invés de fazer doze repasses […] ele [Ministério da Educação] faria oito. Bom, se você tem doze alugueis e doze folhas de pagamento, o que você faz com oito repasses?” disse Pacios.

Segundo Amábile o Governo deve ao setor R$ 12 bilhões e somente neste ano foram fechadas 81 escolas, sendo uma universidade com 60 anos de tradição em virtude dos cortes no programa.

Estiveram presentes também o presidente da Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores (FENAVIST), João Eliezer Palhuca, e o presidente da Federação Brasileira das Associações de Controladores de Vetores e Pragas Sinatrópicas (FEPRAG), Denilson Lehn.

Tratamento de câncer do colo de útero e de mama pelo SUS
Aprovado parecer da deputada Soraya Santos (PMDB-RJ), pela compatibilidade financeira e orçamentária do Projeto de Lei 3595, de 2012, de autoria da senadora Ana Amélia (PP-RS), dispondo sobre a efetivação de ações de saúde que assegurem a prevenção, a detecção, o tratamento e o seguimento dos cânceres do colo uterino e de mama, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS, para assegurar o atendimento às mulheres com deficiência.

Situação: projeto segue para apreciação da Comissão Constituição e Justiça e de Cidadania.

Comissão Especial sobre Financiamento da Atividade Sindical


Em audiência na Câmara, Presidente do TST defende fortalecimento dos sindicatos
A Comissão Especial da Câmara dos Deputados sobre o Financiamento da Atividade Sindical realizou nesta 5ª feira (29/10) a segunda audiência pública destinada a colher informações sobre o assunto. Na reunião, estiveram presentes os presidentes do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Antônio José de Barros Levenhagen; e do Tribunal de Contas da União, Ministro Aroldo Cedraz. Compareceram também representantes da OAB, Ministério do Trabalho e de Centrais Sindicais.

O relator da Comissão Especial, deputado Bebeto (PSB-BA), destacou que a promoção do movimento sindical se confunde com a própria ação de defesa do direito do trabalho e que a Comissão não deve se limitar a discutir apenas as fontes de custeio. Para o relator, o colegiado deve debater questões como a democratização dos sindicatos, a transparência e a viabilidade das formas de controle.

Ainda foi dito por ele que os casos minoritários de malversação de recursos da contribuição sindical não podem servir de base para criminalizar a atividade das entidades.

Merece destaque especial à participação do Ministro Antônio José de Barros Levenhagen, presidente do TST, que:

•    Destacou que não é possível fortalecer o movimento sindical se ele não tiver recursos financeiros e que os sindicatos não sobreviverão sem a fonte de custeio;
•    Em suas palavras, há necessidade de que seja mantida a contribuição sindical até que se discuta um novo modelo de atuação das entidades.
•    É preciso que os próprios sindicatos façam uma campanha maciça para atrair filiações e cresçam mais. De acordo com o Ministro, o sindicato que mais tem filiados ganha em estatura de representatividade e eleva sua fonte de rendimento;
•    Lembrou que, apesar da mobilização para obter novas filiações, os empregados são um pouco refratários à sindicalização. Por isso, a contribuição é importe porque garante que os sindicatos possam sobreviver.
•    Explicou que apesar de parecer paradoxal que Constituição Federal de 1988 tenha dado autonomia aos sindicatos, mas recepcionado a contribuição sindical, o constituinte não poderia ter deixado os sindicatos em situação de miséria financeira para financiar sua atividade precípua.
•    Foi ressaltado que os sindicatos auxiliam os trabalhadores, no sentido de suprir deficiências do Estado, especialmente quanto a assistência jurídica e médica;
•    O ministro admitiu a inconveniência do Precedente 119 do TST, que não reconhece a compulsoriedade da Contribuição Assistencial. Em suas palavras, “não é justo que o sindicato se emprenhe em trazer melhorias para toda a categoria e apenas os associados contribuam”.
•    Em sua opinião, o Precedente fere o direito da liberdade individual, pois o trabalhador que não é filiado fica impedido de contribuir com o sindicato responsável pela negociação. A jurisprudência não pode impedir a vontade do trabalhador não associado de contribuir.
•    Citou quando 14 ministros do TST mobilizaram-se no sentido de cancelar o Precedente 119, porém infelizmente no momento da votação pelo Plenário do Tribunal dois mudaram de posicionamento, o que impediu que o entendimento fosse cancelado.

Seguem os apontamentos dos demais participantes da audiência:

Ministro Aroldo Cedraz, Presidente do Tribunal de Contas da União (TCU):

•    Ressaltou que o TCU tem feito um esforço extraordinário para trazer contribuições vindas das mais variadas fontes e a tecnologia digital é o que vai oferecer a transparência das instituições, possibilitando que o trabalhador tenha voz efetiva;
•    Em sua opinião, a Comissão Especial é o local apropriado para se discutir o fortalecimento do sistema sindical.

Carlos Alberto Pereira – Secretário-Geral da Central Geral dos Trabalhadores Brasileiros (CGTB):

•    Defendeu que a contribuição deva ser feita em folha de pagamento e em caráter compulsório, desde que aprovada em Assembleia.
•    Explicou que o direito de oposição à contribuição deva ser garantido no âmbito da Assembleia.
•    Afirmou que o Ministério Público tem feito uma perseguição enorme aos sindicatos em função da Contribuição Assistencial, sendo que ela representa de 80% a 90% do custeio de muitas entidades.
•    Os sindicatos precisam se organizar contra a atuação do Ministério Público e das grandes empresas, que estimulam seus empregados a fazerem cartas de oposição à contribuição sindical.
•    Defendeu a criação de um projeto unitário para custeio do movimento sindical.
Pascoal Carneiro – Representante da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB):

•    Elogiou o deputado Bebeto e o deputado Paulo Pereira da Silva por estarem à frente da Comissão.
•    Defendeu que o equilíbrio entre a relação de capital e trabalho só se dará com organização, democratização e custeio garantido.
•    Criticou que a Emenda à Constituição nº 45, que entre outros pontos vinculou a instauração de dissídio coletivo ao acordo entre as partes laboral e patronal, reduziu o poder das negociações e possibilitou que os patrões se recusassem a negociar;
•    Pediu que se faça o debate não apenas do custeio, mas também da organização sindical brasileira;
•    Defendeu que, caso a contribuição seja retirada, os sindicatos perderão o fôlego para atuarem.
•    Com o enfraquecimento dos sindicatos, o setor produtivo perderá suas lideranças o que ocasionará um ambiente caótico;
•    Explicou que países como Argentina, Itália e Espanha possuem contribuições compulsórias e que é esse tipo de custeio que garante a atuação do movimento sindical;
•    Defendeu a necessidade de se democratizar o espaço de trabalho, especialmente o interior das empresas.

Bruno Reis de Figueiredo – Presidente da Comissão Especial de Direito Sindical do Conselho Federal da OAB:

•    Citou que sem o custeio, o movimento sindical não consegue seguir adiante, tampouco prestar serviços como assistência jurídica, médica e odontológica;
•    Criticou a prevalência do Precedente 119 do TST e destacou que as vitórias das negociações coletivas são válidas para todos os profissionais da categoria;
•    O Precedente 119 desincentiva a filiação aos sindicatos.
•    O que se percebe é uma injustiça muito grande, que pode significar no comprometimento do futuro do movimento sindical.
•    Comentou que desde a Emenda 45 a negociação coletiva ficou muito enfraquecida, pois a classe patronal não discute mais com os trabalhadores.
•    Citou que o movimento sindical é um dos atores mais importantes no cenário brasileiro e em todo estado democrático de direito que se preze.

Valeir Ertle – Secretário de Assuntos Jurídicos da Central Única dos Trabalhadores (CUT):

•    Destacou que a CUT defende que a Contribuição Sindical seja substituída pela Contribuição Negocial, mas que a substituição se dê de forma segura;
•    Relembrou que todas as Centrais Sindicais conjuntamente redigiram documento contrário ao Precedente 119 do TST e que o Ministério Público do Trabalho promove sistematicamente ataques contra os sindicatos baseando-se apenas naquele entendimento;
•    Conclamou que a partir do momento em que for regulamentada a contribuição negocial, ela seja descontada de toda a categoria. Segundo Valeir, é preciso discutir o percentual a ser cobrado;
•    Reconheceu que a categoria dos trabalhadores no comércio tem rotatividade muito alta, o que requer alto número de novos filiados todos os meses;
•    Por fim, destacou ser preciso negociar também a contribuição sindical das entidades patronais e criticou que o TCU não fiscaliza das confederações patronais, tampouco o Sistema S. Enquanto a imprensa promove ataques aos sindicatos laborais.

Mauro Rodrigues de Sousa – Representante do Ministério do Trabalho e Previdência Social:

•    Afirmou ser impossível garantir a representação dos trabalhadores sem que haja a fonte de custeio e que o sindicato precisa de dinheiro para se manter e apoiar os trabalhadores;
•    Não cabe ao Ministério do Trabalho entrar no mérito sobre qual a melhor fonte de custeio, mas é preciso ter uma fonte com segurança jurídica e que a insegurança do movimento sindical é um problema vivido atualmente.
•    Defendeu que o Congresso Nacional encerre de vez a questão do financiamento das entidades sindicais.

Gibran Ramos Jordão – Secretário Executivo da CSP-Conlutas:

•    Destacou que para que os sindicatos sejam verdadeiramente independentes é preciso que haja contribuição espontânea dos trabalhadores, decidida por meio de assembleias, congressos e plenárias;
•    A Conlutas defende o fim do imposto sindical;
•    Em sua opinião, a partir do momento em que não há participação ativa dos trabalhadores e os sindicatos têm assegurado os cofres cheios por meio da contribuição sindical, eles passam a não lutar mais pelos direitos classistas, mas pelo seu próprio sustento;
•    Os trabalhadores não conseguem fazer o debate democrático por causa da burocratização das entidades sindicais;
•    A Conlutas orienta a todos os sindicatos filiados a debater o dinheiro da contribuição sindical com os trabalhadores e, caso ele seja reprovado, recomenda que os valores sejam devolvidos.

Situação: a próxima audiência da Comissão deverá ocorrer no dia 05 de novembro, com representantes das Confederações Patronais.

Senado Federal

Plenário


Segue à sanção Medida Provisória do Programa de Proteção ao Emprego (PPE)
O Senado Federal aprovou o Projeto de Lei de Conversão (PLV) 18/2015, referente à Medida Provisória (MP) 680/2015, que institui o Programa de Proteção ao Emprego (PPE).

A matéria foi aprovada nos termos do texto encaminhado pela Câmara dos Deputados, sem os artigos que previam a sobreposição do negociado sobre o legislado.

Com as alterações feitas pelo Congresso Nacional, para aderir ao PPE a empresa terá de:

•    Comprovar a situação de dificuldade econômico-financeira, fundamentada no Indicador Líquido de Empregos (ILE);
•    Celebrar e apresentar acordo coletivo de trabalho específico;
•    Apresentar solicitação de adesão ao PPE;
•    Apresentar a relação dos empregados abrangidos;
•    Ter registro no CNPJ há, no mínimo, dois anos;
•    Ao aderir terá máximo de 30% da jornada de trabalho do empregado enquadrado no PPE, com redução proporcional do salário, e fica obrigada a empresa optante do PPE deva fornecer ao sindicato dos trabalhadores as informações econômico-financeiras, para que seja firmado o acordo coletivo.
•    Comprovar a regularidade fiscal, previdenciária e relativa FGTS; e
•    Prazo máximo de adesão ao PPE de 24 meses, devendo ser renovado a cada seis meses.

A data final para adesão ao programa foi prorrogada para 31 de dezembro de 2016 e a data de extinção do PPE foi prorrogada para até o final de 2017.

A adesão ao PPE foi facultada às empresas de todos os setores, desde que celebrem acordo coletivo de trabalho específico de redução de jornada e de salário.

Foi mantida a previsão de que o governo federal deverá pagar até metade do valor que o empregado deixaria de receber em função da redução de jornada, limitada a 65% do valor da parcela do seguro-desemprego, o que corresponde a R$ 900,85.

Situação: como o Senado não promoveu nenhuma alteração, o texto será encaminhado à Presidência da República, que disporá de 15 dias úteis, contados da data de recebimento, para manifestar-se quanto à sanção ou aposição de vetos ao PLV.

Comissão de Meio Ambiente , Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle


Dívida Pública Brasileira será discutida com Ministro
Aprovado requerimento 100, de 2015, de autoria do senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), solicitando a realização de audiência pública para debater o aumento da dívida pública brasileira, com a presença do Ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.

Situação: data de audiência ainda não definida.

Comissão de Assuntos Sociais


Câncer de colo do útero e de mama no país
A comissão, por meio de requerimento aprovado de autoria das senadoras Ângela Portela (PT-RR) e Ana Amélia (PP-RS), realizou debate sobre estratégias mais eficazes de prevenção e controle do câncer de colo do útero e do câncer de mama no País.

Durante as discussões, houve embate de argumentos sobre o tempo de início da mulher a realizar exame de rastreamento para prevenção. Ministério da saúde restringe mamografia para início com mulheres a partir dos 50 anos e a Lei 11664/2008 institui o início de exames a partir dos 40 anos.

A médica Maria Inez Pordeus Gadelha, representante do Ministério, afirmou que exames feitos antes dos 50 anos trazem mais prejuízos pelas mulheres mais jovens possuírem tecido mamário mais denso, diferente a partir dos 50 quando este tecido é substituído por gordura e a visualização de possíveis tumores torna-se mais clara.

José Luiz Pedrini, representante da Sociedade Brasileira de Mastologia, rebateu argumentos de Maria Gadellha ao colocar um estudo o qual avalia que mulheres a partir dos 40 anos são suscetíveis em alto grau. Pela pesquisa, o risco de câncer para mulheres de 40 anos é de 1 pra 69; 50 anos de 1 para 42; e 60 anos de 1 para 29. Dessa forma, mostra-se necessário o rastreamento em mulheres mais novas uma vez que a possibilidade de surgimento de tumores é relativamente grande.

Pedrini firmou sobre a necessidade de exames precoces para que, se detectado câncer, possa ser tratado de modo menos agressivo e com menos terapias sistêmicas. Com isso o índice de mortalidade crescente pode vir a reduzir, como ocorre com a taxa menor das vítimas de câncer de colo de útero.

Senadora Ana Amélia (PP-RS), afirmou que o índice maior de mortalidade ocorre com população carente, a qual tem dificuldade de acesso aos serviços preventivos. Também, senadora Ângela Portela (PT-RR), explanou sobre a necessidade de o Brasil formular ações que garantam às mulheres o maior acesso aos exames preventivos para que recebam tratamento o mais cedo possível.

Congresso Nacional

Comissão Permanente Mista de Combate à Violência Contra a Mulher


Audiência Pública sobre prevenção e cura do câncer de mama
Realizada audiência pública sobre o tema “prevenção, cura e reconstrução mamaria: um direito que não pode ser violado”.

A deputada Moema Gramacho (PT-BA), autora do requerimento, presidiu a reunião e deu aberto o debate após ressaltar a importância do tema para a mulher, sendo oportuna em meio ao Outubro Rosa. Além disso, afirmou ser uma discussão focada na recuperação da autoestima da mulher que teve câncer e mais ainda reconstrução mamária, procedimentos os quais trazem a verdadeira cura do câncer.

Maria Aparecida Pereira, Médica Mastologista, iniciou sua fala discorrendo sobre a neoplasia mamária ser a mais recorrente em mulheres. Além disso, tem aumentada a incidência e mortalidade no Brasil, câncer com a possibilidade de ocorrência em qualquer idade, mas com índice de progressão em mulheres acima de 50 anos.

Sinalizou serem multifatoriais os riscos de surgimento do câncer, porém, 80% dos casos não tem relação com aspectos propícios ao seu desenvolvimento. Pela existência de multiplicidade de fatores, difícil sua prevenção, entretanto, uma dieta saudável, peso adequado, não consumo de álcool e fumo, não exposição à radiação, podem ser medidas consideradas preventivas.

A detecção precocemente por meio da mamografia pode trazer a redução da mortalidade da população-alvo, mulheres de 50 a 69 anos. Todavia, como não é possível realizar exame em todo o mundo, infelizmente o sistema vê-se obrigado a selecionar apenas este público-alvo para realizar métodos preventivos.

O “achado casual”, quando a própria mulher identifica algo fora do comum em seu corpo, ainda mostra ser forma mais recorrente na detecção do câncer.

Maria Pereira finalizou ponderando sobre o tratamento de o câncer ser multiprofissional, o qual cada paciente tem suas características próprias para um procedimento adequado ao tratamento para resultar em cura com maior êxito.

Luci Ishii, Médica Oncologista e Vice-Presidente da Associação Brasiliense de Apoio ao paciente com Câncer, demonstrou duas formas de prevenção: a primária, sendo o exame da mama; e a secundaria, a detecção do câncer. Afirmou sobre o surgimento de câncer avançado justificar-se pelo medo, por parte das mulheres, em serem diagnosticadas. Este receio prejudica muitas vezes a conscientização de se fazer o exame preventivo de mama e caso seja diagnóstica ter uma mediação menos prejudicial e descomplicada.

Quanto mais cedo diagnosticado, menos sofrido é o tratamento, maior possibilidade de cura e recuperação psicológica da paciente. Além disso, o custo será menor e haverá uma redistribuição maior de orçamento destinado às campanhas de prevenção.

Marcelo Sampaio, Cirurgião Plástico do Hospital Sírio-libanês de São Paulo, mostrou, por meio de relatos, que a cirurgia plástica não colabora para o surgimento de novos cânceres e sim para a melhora da autoestima da mulher e recuperação psicológica em relação à doença.

Muitas pacientes têm a oportunidade de receber prótese para uma mama custeada pelo governo, entretanto o procedimento adotado não favorece a mulher uma vez que esta não ocorre seguida da retirada das mamas. O ideal seria a realização da mastectomia e reconstrução imediata.

Marcelo ressaltou a reivindicação para ter procedimento ideal a paciente, curando o câncer e proporcionando a recuperação psicológica da mulher o mais rápida possível.

Vera Cristina Golik e Hugo Adolfo Lenzi, integrantes do Projeto “De Peito Aberto”, expuseram a abordagem das fases da doença: a descoberta, o processo, o apoio e a superação, para que se obtenha além da cura do câncer, a reconstrução da autoestima da mulher.

Explanaram que a mortalidade no Brasil é alta pela falta de procedimentos os quais ajudam a mulher a compreender seu diagnóstico e qual tratamento a ser adotado, além da reconstituição dos seios. Ainda, afirmaram sobre campanhas de informações e reeducar a população a respeito do assunto ser primordiais para conscientização de modo geral a cerca dos cuidados com a doença e seus métodos de precaução.

Stella Ribeiro da Matta Machado, representante da Secretaria Especial de Politicas para as Mulheres e do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, argumentou rapidamente sobre o SUS ainda enfrentar situações de racismo e preconceito com pessoas de baixa renda, justificando assim seu atendimento desqualificado em muitos momentos. E, por fim, concluiu que a secretaria trabalha na campanha de passar informações à população e apoia outras de combate e prevenção ao câncer.

Estiveram presentes na audiência as senadoras Ana Amélia (PP-RS), Simone Tebet (PMDB-MS), Regina Sousa (PT-PI), Marta Suplicy (PMDB-SP), senadores Lasier Martins (PDT-RS), Ronaldo Caiado (DEM-GO) e deputada Carmen Zanotto (PPS-SC).

TRAMITAÇÕES

Câmara dos Deputados

1.    Pareceres apresentados:

Organizações sindicais como pessoas jurídicas de direito privado
Projeto de Lei 4954, de 2005, de autoria do deputado Vicentinho (PT-SP), que define as organizações sindicais como pessoas jurídicas de direito privado, desobrigando-as de alterar seus estatutos no prazo determinado.
Parecer: pela constitucionalidade, juridicidade, adequação à técnica legislativa e no mérito pela aprovação.
Relator: deputado Pereira Júnior (PCdoB-MA).
Comissão: de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Debate sobre violência contra as mulheres
Projeto de Lei 2805, de 2015, de autoria da deputada Erika Kokay (PT-DF), o qual dispõe sobre a inclusão anualmente, na programação pedagógica das escolas da rede de educação básica do País, do debate sobre o tema do combate à violência contra a mulher.
Parecer: pela aprovação.
Relator: deputada Shéridan (PSDB-RR).
Comissão: de Educação.

Responsabilidade Subsidiária quantos as obrigações trabalhistas
Projeto de Lei 4132, de 2012, de autoria do senador Valdir Raupp (PMDB-RO), para dispor sobre a responsabilidade subsidiária da empresa tomadora ou cliente quanto às obrigações trabalhistas.
Parecer: pela aprovação deste, dos PLs 3436/12, 3785/12, apensados, na forma do substitutivo, e pela rejeição do PLs 3498/12 e 6363/05, apensados. Substitutivo discorre sobre responsabilidade subsidiária da empresa tomadora ou cliente quanto às obrigações trabalhista e permitir o trabalho temporário no âmbito rural e criar o contrato de trabalho intermitente. O contrato não poderá exceder três meses e, caso seja prorrogado, não poderá ultrapassar o limite total de nove meses. Define como trabalho intermitente o que preste serviço descontínuo, podendo compreender períodos determinados, dias e horas, alternar prestação de serviços e folga, independente do tipo de atividade do empregado ou empregador.
Relator: deputado Silvio Costa (PSC-PE).
Comissão: de Trabalho, de Administração e Serviço Público.

2.    Relatores designados

Reservas de vagas para gênero
Proposta de Emenda a Constituição 134, de 2015, de autoria do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), para reservar vagas para cada gênero na Câmara dos Deputados, nas Assembleias Legislativas, na Câmara Legislativa do Distrito Federal e nas Câmaras Municipais, nas 3 (três) legislaturas subsequentes.
Relator: deputada Soraya Santos (PMDB-RJ).
Comissão: de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Senado Federal

1.    Relatores designados

Licença maternidade em caso de parto prematuro
Proposta de Emenda a Constituição 99, de 2015, de autoria da do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e outros, para altera o inciso XVIII do art. 7°, da CF, para dispor sobre a licença-maternidade em caso de parto prematuro.
Relator: senadora Simone Tebet (PMDB-MS).
Comissão: de Constituição, Justiça e Cidadania.

AÇÕES DA ASSESSORIA

Acompanhamento assíduo da CNTC na Comissão Especial sobre Financiamento da Atividade Sindical

Nesta quinta-feira (29/10) ocorreu a segunda audiência pública da comissão especial da Câmara dos Deputados destinada a estudar e apresentar propostas com relação ao Financiamento da Atividade Sindical.

Estiveram presentes na audiência membros da equipe CNTC: Vice-Presidente da CNTC, Sr. Vicente da Silva; Diretor Social e de Assuntos Legislativos, Sr. José Francisco Pantoja; Diretora de Assuntos Internacionais, Sra. Maria Bernadete Lira Lieuthier; Diretor de Patrimônio, Sr. Luiz de Souza Arraes; Diretor de Assuntos Previdenciários, Sr. Ronaldo Nascimento; Presidente da FETRACOM GO/TO, Sr. Edson Geraldo Garcia; e Presidente da FECOMSE, Sr. Ronildo Torres Almeida.

Mantido entendimento com os deputados Heitor Schuch (PSB-RS) e Augusto Coutinho (SD-PE) sobre o custeio sindical.

Próxima semana está prevista nova audiência pública, a qual a CNTC estará presente com sua equipe acompanhando e articulando para que decisões neste âmbito não venham a prejudicar a categoria.

Brasília-DF, 30 de outubro de 2015.



Tamiris Clóvis de Almeida – juntamente com a equipe de Relações Institucionais da CTC.