Comércio gaúcho cresce mas salários baixos impedem novas contratações

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24/10/2012

Conforme estudo do Dieese, divulgado este mês, as vendas no comércio do Rio Grande do Sul tiveram crescimento real de 9,36% de janeiro a agosto de 2012. No setor de supermercados, o volume de vendas cresceu 14,11%, no mesmo período.

“Este desempenho é extremamente positivo e é superior ao crescimento da China, a economia que mais cresce no mundo”, afirma David Fialkow, assessor de economia da Fecosul.

Fialkow faz esta afirmação ao analisar os indicadores do Comércio Gaúcho apontados pelo Dieese. Ele também atribui estes números do comércio ao aumento do emprego, da renda da população e ao consumo elevado de serviços e comércio, que repercutem no próprio comércio. E ainda às medidas do governo federal como redução dos juros, crédito facilitado, incentivos fiscais e outros. “Tudo isso, aliado à elevação do salário-mínimo nacional e ao piso regional, reflete no aumento do consumo e consequentemente no crescimento das vendas no comércio”, explica o economista.

O estudo do Dieese aponta ainda as perspectivas de crescimento real no comércio gaúcho para 2012, de 5%, segundo a própria Fecomércio. Já a Agas (Associação Gaúcha de Supermercados) projeta crescimento real de 6% para o setor no ano. O economista da Fecosul informa ainda que todas as projeções para 2013 também são de crescimento para o setor do comércio, inclusive o índice do Banco Central, que é o mais conservador.

“Os comerciantes estão operando com relativa folga, e isso permite espaço econômico para atender reivindicações dos trabalhadores como aumentos reais de salários e outras vantagens”, defende Fialkow. “Os argumentos dos patrões de que não podem pagar não correspondem mais à realidade, especialmente das grandes redes”, completa.

Fialkow diz ainda que a falta de valorização do trabalhador do comércio, que tem baixos salários, jornada elevada, poucas vantagens sociais e ainda trabalha aos domingos e feriados, resulta na dificuldade do setor para contratar mão de obra. “O sintoma da desvalorização do trabalhador do comércio fica claro com as manchetes da imprensa desta quarta-feira (24) de que a dois meses do Natal, o comércio gaúcho ainda não conseguiu preencher 80% das vagas temporárias para o final do ano”, finaliza o economista da Fecosul.

Fonte: Assessoria de Comunicação Fecosul – Márcia Carvalho