Especialistas alertam para riscos de comprar produtos piratas

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11/10/2013

Apesar dos preços atraentes, produtos piratas podem oferecer riscos, além de apresentarem qualidade inferior aos originais. É o que afirmam especialistas e órgãos de defesa do consumidor, alertando para a ausência de nota fiscal e falta de controle de qualidade. Mesmo com os riscos, um em cada três brasileiros ainda compra produtos falsificados, revelou pesquisa da Fecomércio-RJ/Ipsos, obtida com exclusividade pelo GLOBO.

Segundo Maria Inês Dolci, coordenadora da Proteste – Associação de Consumidores, o produto falso é o “barato que sai caro”. Ela destaca que, ao optar pelos clandestinos, o consumidor abre mão de uma série de garantias, já que o mercado informal não é regulado pelo Código de Defesa do Consumidor.

– O apelo pode ser bastante interessante do ponto de vista financeiro, mas você não sabe de que forma você está adquirindo esses produtos. Você não sabe se eles são de segunda linha. Como cidadão, não se deve fazer isso – afirma Maria Inês.

Além da insegurança causada por não ter a quem recorrer em casos de falhas, a escolha por piratas pode ter consequências mais sérias, no caso de acidentes ou danos à saúde causados pelo produto. Óculos escuros falsificados, por exemplo, são conhecidos por causarem dores de cabeça, por causa da ausência da proteção contra raios ultravioletas.

– Muitos produtos já foram retirados do mercado, marcas famosas, por apresentar defeitos. Já tivemos muitos recalls, produtos tóxicos, proplemas que podem apresentar riscos à saúde do consumidor. Agora, imagine aqueles que não têm origem, não têm fabricação? – destaca Maria Inês.

Brinquedos: atenção redobrada

Na véspera do Dia das Crianças, a preocupação com a procedência dos brinquedos também é destacada pelos órgãos de defesa do consumidor. O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) publicou, recentemente, uma lista com dicas para evitar acidentes com brinquedos falsificados. Exigir nota fiscal e conferir a certificação são dois dos cuidados recomendados.

Brinquedos originais devem ter o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Segundo o órgão, produtos sem essa garantia podem causar danos à criança.

“Ensaios conduzidos pelo Inmetro em produtos não certificados nos laboratórios evidenciaram várias irregularidades, em especial a presença de metais pesados e ftalatos, substâncias que podem ser nocivas à saúde se utilizada acima dos limites estabelecidos pelo regulamento”, afirma o instituto.

Fonte: Globo