Ipea vê mercado de trabalho enfraquecido no primeiro semestre de 2013

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06/09/2013

Os efeitos da redução de ritmo da atividade econômica em 2011 e em 2012 se fizeram sentir no primeiro semestre deste ano no mercado de trabalho brasileiro. Somente a redução da informalidade se manteve como aspecto positivo no período, com queda de 0,9% em relação a igual período de 2012. Todos os outros indicadores, como a taxa de ocupação e a renda média, registraram desacaleração, segundo o boletim sobre mercado de trabalho do Instituto de Pesquisa econômica Aplicada (Ipea), apresentado nesta quarta-feira, com base na Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na contramão dos últimos anos, o desemprego apresentou tendência de crescimento, e chegou a 6% em junho. Na média do primeiro semestre, a taxa foi de 5,7%, ainda inferior em 0,2% à taxa média do mesmo período de 2012. A redução do desemprego, no entanto, mostra descaleração quando comparada aos primeiros semestre de 2012 e 2011, de 0,5% e 1,0%, respectivamente. Para o coordenador do boletim do Ipea, Carlos Henrique Corseuil, “ainda é uma das menores taxas da história. Se não for boa, podemos dizer que é bastante razoável”, disse.

Embora 272 mil postos de trabalho tenham sido abertos nos primeiros seis meses de 2013, o número foi mais baixo do que nos dois anos anteriores. No mesmo período de 2012, foram gerados 437 mil postos. Outras 513 mil vagas foram abertas nos seis primeiros meses de 2011.

Para o Ipea, dificilmente o país terá um patamar de emprego melhor do que no ano passado, a julgar pelos resultados deste primeiro semestre e pela melhora expressiva do indicador no segundo semestre de 2012.

Renda

Já o rendimento médio do trabalhador foi de R$ 1.875,20 – o que representou alta de 1,5% com relação ao primeiro semestre do ano passado. Em termos reias (descontada a inflação do período), o rendimento subiu apenas em janeiro e em fevereiro e caiu para R$ 1.848,40 em julho. Para os pesquisadores do Ipea, a queda no poder de compra do trabalhador pode mudar pode afetar o consumo das famílias, que tem sustentado a expansão do PIB (Produto Interno Bruto). “Precisaremos de outras fontes de aquecimento para a economia. No resultado parcial do PIB, exportações e investimentos têm sido os substitutos do comércio interno”, disse Corseuil.

O coordenador do boletim do Ipea, no entanto, é otimista para os próximos anos . “Tudo indica que o fraco desempenho do mercado de trabalho é uma reação tardia à conjuntura negativa do ano passado. Como presenciamos uma retomada da atividade econômica, acreditamos em resultados melhores no futuro”, disse Corseuil.

Fonte: Brasil Econômico