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Diretor: José Francisco de Jesus Pantoja Pereira

Gerente de Relações Institucionais: Sheila Tussi da Cunha Barbosa

Analistas de Relações Institucionais: Claudia Fernanda Silva Almeida

Renan Bonilha Klein

Assistente Administrativa: Quênia Adriana Camargo

Estagiárias: Tamiris Clóvis de Almeida

Letícia Tegoni Goedert

Grandes Grupos Econômicos

No final do século XVII com a consolidação da Revolução Industrial na Inglaterra, observa-se a principal característica do modo de produção capitalista, sendo esta a acumulação de capital por meio do mercantilismo. O homem transformou a forma de se organizar e produzir com a crise do sistema feudal, iniciada no século XIV, influencida pelo crescimento da atividade comercial pela burguesia. As Revoltas Camponesas (séc. XIII), período de levante contra a nobreza em virtude da exploração sofrida no campo, favoreceram esse período de transição do feudalismo para o capitalismo, que forçaram os senhores feudais e burgueses a traçarem estratégias em prol do desenvolvimento de suas atividades econômicas.

Apesar da falência do feudalismo e a ascensão do capitalismo terem sido desencadeados no mesmo período, não pode ser atribuído causalidade o surgimento do capitalismo com a queda do feudalismo.

Com a Revolução Burguesa, a servidão foi substituída pelo trabalho assalariado, fundamentado nos dois pilares da revolução, a propriedade e a liberdade. O conjunto dessas ideias constituem as bases do liberalismo econômico.

O século XX se caracteriza por variadas inovações tecnológicas e por marcantes períodos históricos. Os pequenos artesãos do século XIII foram substituídos por trabalhadores na linha de montagem na fabricação de automóveis da Ford. A década de 80 foi marcada pela criação de empresas de tecnologia dentro de garagens e que hoje dominam o mercado global. Exemplos como a Apple, a Microsoft e a Hewllet-Parker iniciaram com produção primitiva dentro de garagens no Vale do Silício e hoje figuram como as marcas mais caras do mundo.

O mercado predatório proporcionou as grandes empresas a aumentar ainda mais as fatias de mercado (market-share) oprimindo as pequenas e médias empresas a se fundirem a grandes conglomerados ou fechar as portas. Com isso o mercado passou a se concentrar entre um seleto grupo econômico, os novos burgueses.
A globalização permitiu que o consumidor pudesse ter acesso a produtos desenvolvidos por uma equipe de profissionais nos Estados Unidos e produzidos por trabalhadores chineses. A busca incessante pelo lucro forçou as empresas expandirem seus negócios e diminuirem seus custos de produção. O trabalhador passou a ser apenas uma peça da estrutura produtiva, conferindo ao administrador a tarefa de alocar de maneira mais eficiente o “recurso”.

Para fugir dos custos trabalhistas e dos altos salários dos países desenvolvidos, a produção das multinacionais foi terceirizada para Ásia. Como consequência, os países asiáticos presenciaram um rápido crescimento econômico. Somente nos últimos sete anos a China experimentou crescimentos entre 7% e 13%. Com o favorecimento da atividade econômica desses países foram acompanhados de um aumento da pressão do capital sobre os trabalhadores.

Para elucidar essa ideia, as férias de um trabalhador brasileiro são de 30 dias consecutivos a cada ano trabalhado e para um trabalhador chinês são de apenas 5 dias. Apesar de a legislação chinesa estabelecer uma jornada máxima de trabalho de 44 horas semanais, não é incomum casos de extensas jornadas de trabalho. E o resultado disso são problemas de saúde ligados ao trabalho, aumento do risco de acidentes de trabalho e menor tempo com a família.

Hoje a forma de organização do trabalho no Brasil está passando por reformas assim como ocorreu na Europa no passado. A externalização do trabalho, ou como é conhecida por terceirização, surgiu como uma opção do empresário em ampliar a sua produção e baratear seus custos. No atual cenário, de acordo com a Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho, as empresas podem contratar empresas terceirizadas na execução de atividades que não caracterizam como a atividade da contratante, no caso são serviços ligados à segurança e limpeza. Se aprovado o projeto de lei 4330/2004 permitirá as empresas de terceirizar indiscriminadamente qualquer área da atividade da empresa-mãe.

O cenário mundial e nacional indica um potencial risco aos direitos dos trabalhadores e requer maior atenção dos sindicalistas brasileiros e da América do Sul.
A breve análise visa levantar informações sobre os grandes grupos econômicos instalados no país e apreciar a situação dessas empresas.

Companhia Brasileira de Distribuição (GPA)

Controlada pelo Grupo francês Casino, a Companhia Brasileira de Distribuição é dividida em 5 Unidades de Négocios, sendo estas a Multivarejo, Via Varejo, Assaí Atacadista, Cnova e GPA Malls. Esse tipo de estrutura organizacional, denominada Unidade de Negócios, é aplicado à medida que as organizações crescem e com isso as áreas de atuação das empresas tendem a diversificar. Usualmente aplicado à organizações que atuam em diversos países ou atende a mercados desiguais com necessidades particulares.

A Multivarejo opera no mercado brasileiro atuando no segmento de hiper e supermercados. A Unidade de Negócio administra as marcas Extra (Hipermercados e Supermercados), Pão de Açúcar e Proximidade (Minimercado Extra e Minuto Pão de Açúcar). Assim como possui unidades de postos de combustíveis e drogarias.

Em 2014, o Pão de Açúcar abriu 13 lojas enquanto que o Extra fechou 7 lojas entre Hipermercados e Supermercados. Portanto o Extra possui 344 lojas entre hipermercados e supermercados e o Pão de Açúcar, 181 lojas. O gráfico abaixo ilustra melhor essa evolução.

lojas Multivarejo

É possível inferir que o Minimercado Extra e o Minuto Pão de Açúcar são o foco de investimentos da unidade de negócio nos últimos três anos, enquanto que as lojas das demais marcas se mantiveram constantes no período.

O Ticket médio (valor total das vendas dividido pelo número de cupons fiscais emitidos) das empresas teve crescimento superior acima da inflação. O Pão de Açúcar auferiu R$ 53 por ticket (10,45% superior a 2013) e o Extra Hipermercado R$ 80,7 (9,5% superior a 2013). Demonstrando que mesmo em um ano de baixa atividade econômica no país o segmento continua a crescer.

Isso também pode ser confirmado pela relação vendas por trabalhador. Quando divido a receita bruta das lojas pelo número de funcionários no padrão full-time equivalent (trabalhador em período integral), cada funcionário do Pão de Açúcar responde por R$ 32,41 mil em vendas por mês e no Extra Hipermercado a R$ 51,55 mil. Nas lojas Proximidade onde o volume de vendas é inferior, a relação vendas por funcionário é de R$ 25,97 mil por mês.

vendas funcionario

Já a Via Varejo é responsável pela administração de duas grandes redes varejistas do país, a Casas Bahia e o Ponto Frio. Com a união das duas empresas, a Via Varejo consegue atingir mais de 400 municípios com mais de 1.000 lojas e 66 mil funcionários. Somente em 2014 a empresa informou a inauguração de 88 lojas e um lucro líquido ajustado de R$ 964 milhões (34,1% superior a 2013).

Na parte de logística a Via Varejo usufrui de 24 Centros de Distribuição e Entrepostos para melhor distribuição dos produtos em todo território nacional, suportando uma média mensal de 1 milhão de entregas.

lojas varejo

Ao passo que a quantidade de lojas Ponto Frio diminuiu entre 2012 e 2014, foram inauguradas 95 lojas da rede Casas Bahia. Essa tendência de queda das lojas Ponto Frio e um rápido aumento das Casas Bahia, está se repetindo no começo de 2015. Até maio, 7 lojas Ponto Frio fecharam suas portas sendo que a Casas Bahia abriu 12 lojas.

A redução pode ser explicada pelo acordo entre a GPA e o CADE em virtude da fusão entre as lojas. A medida visa diminuir concentração de poder do grupo no setor varejista, que em 2013 era superior a 40% do mercado em 117 cidades brasileiras.

vendas funcionario2

Reflexo do recuo na quantidade de lojas, as vendas por funcinário do Ponto Frio registraram R$ 55,53 mil por mês (diminuição de 4% em relação ao ano anterior). A rede varejista Casas Bahia por outro lado se manteve constante de um ano para o outro e fechou 2014 com receita bruta de R$ 55,18 mil por funcionário por mês.

A rede atacadista de autosserviço Assaí Atacadista finalizou o ano de 2014 com 84 lojas, representando um crescimento de 12%. Segundo a rede, neste ano já somam 87 lojas em 13 estados brasileiros com cerca de 1.600 checkouts e todos os anos passam pelo Assaí Atacadista mais de 120 milhões de clientes.

A Companhia Brasileira de Distribuição no geral emprega mais de 160 mil trabalhadores, sendo considerado o maior empregador do setor varejista. O grupo informa que houve uma redução de 2 p.p. em turnover, indicando maior compromisso com a fidelização do colaborador.

No ano o lucro líquido ajustado (lucro líquido após os descontos com inflação) da Companhia atingiu R$ 2,084 bilhões, 20% superior a 2013 e 76% superior ao resultado de 2012. A margem líquida ajustada (corresponde a cada unidade monetária de vendas que resultou em lucro líquido) foi de 3,2% ou 0,9 p.p. a mais do que em 2012. Isso indica que a companhia está alavancando seu crescimento e utilizando seus recursos de maneira eficiente. Enquanto a Receita Bruta avançou 12,8%, as Despesas Operacionais Totais cresceram apenas 6,6%.

Em relação às causas trabalhistas, algumas ações foram movidas contra as empresas do grupo. De acordo com o Tribunal Superior do Trabalho (TST) até o momento existem 750 processos trabalhistas contra o grupo. O crescimento do grupo foi acompanhado pelo aumento de condenações na justiça. Em 2012 o grupo sofreu 56 autuações, subindo esse número para 286 em 2014. O caso mais recente ocorreu neste ano quando uma funcionária do Ponto Frio foi demitida sem justa causa por ter comparecido à Justiça do Trabalho como testemunha em um processo contra a empresa. A Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho entendeu que a medida adotada pela empresa foi movida por retaliação e condenou a Via Varejo a indenizar a funcionária em 50 salários mínimos.

numero de autuacoes

Uma ocorrência mais antiga ocorreu em 2010. O Extra Hipermercado de Campo Grande foi condenado a pagar R$ 1 milhão em danos morais coletivos. A ação civil pública foi movida por fraudes no registro da jornada de trabalho dos funcionários, jornada exaustiva e assédio moral.

Walmart

Neste ano o Walmart Brasil completa 20 anos do início de suas atividades no país. A empresa atua no setor sobre o formato de hipermercados e supermercados, bem como clube de compras, lojas de atacado e vizinhança. O Walmart Brasil é uma empresa de capital fechado (não negocia ativos na bolsa de valores) com sede nos Estados Unidos. No mundo a Wal-Mart Stores Inc. tem em seu quadro mais de 2,2 milhões de funcionários em 27 países.

No segmento de hipermercados atua com as marcas Walmart, Hipermercados Big e Hiper Bom Preço. As marcas Bompreço, Mercadorama e Nacional representam atuação do grupo no segmento de supermercados.

A rede também possui as seguintes marcas: Maxxi Atacado (Atacado), Todo Dia (Loja de Vizinhaça) e Sam’s Club (Clube de Compras).

E o Walmart não se limita apenas a venda, também possui linhas exclusivas de produtos. As principais são da marca Sentir Bem, Bom Preço, Great Value e Equate.

Devido à carência de dados, serão utilizadas informações oficiais divulgadas pela empresa de 2010 a 2013, e em seguida agregado a série dados referentes ao ano de 2014 disponíveis no Ranking SuperHiper – Abras.

O crescimento do faturamento da rede no país é acompanhado pelo surgimento de novas lojas. Em 2014 a rede auferiu um faturamento de R$ 29,6 bilhões contra os R$ 28,47 bilhões registrados no final de 2013. Em 2014, o Walmart teve seu faturamento de acrescido em 14% comparado a 2012.

Segundo a organização, o número de unidades da rede saltou de 521 em 2011 para 544 lojas em 2014. Quando comparado a 2010, esse crescimento se mostra mais agressivo, pois naquele ano a rede possuía 479 lojas no Brasil, logo isso representa a implantação de 65 lojas no país em apenas 5 anos.

numero de lojas

Em primeiro lugar aparecem as lojas de vizinhança (Todo Dia) com 175 unidades, seguido pelos supermercados (149 lojas) e pelos hipermercados (143 lojas).

No ano de 2013 o quadro de pessoal da empresa encolheu de 82,4 mil colaboradores para 75,5 mil. No ano seguinte essa tendência de queda no número de trabalhadores voltou a acontecer. Em 2014, o saldo de trabalhadores da rede foi registrado em 74,7 mil. O Walmart não divulgou a relação de terceirizados trabalhando nas dependências das lojas. Entretanto, acredita-se que houve um aumento na contratação de mão de obra terceirizada em virtude da diminuição do número de colaboradores da rede e pelo aumento no número de lojas nos últimos anos.

O Walmart Brasil ainda declarou que 54,2% dos seus funcionários são do sexo feminino (2013).

As vendas por funcionário em um mês atingiram uma média de R$ 396,68 mil em 2014 contra a média alcançada de R$ 377,30 mil no ano de 2013. O resultado apresentado ocorreu em consequência da diminuição do quadro de pessoal (contrato direto) da rede e pelo crescimento do faturamento entre 2012 e 2014.

No ano passado o Bompreço Supermercados foi condenado a indenizar em R$ 20 mil por danos morais a um empregado que se sentiu ofendido pelo processo de revista adotado pela empresa. A rede é campeã de autuações no Tribunal Superior do Trabalho. Foram 39 autuações em 2012, 151 em 2013 e 222 em 2014.

numero de autuacoes2

A WMS Supermercados que engloba os Hipermercados Big, Supermercados Nacional, Supermercados Mercadorama, Maxxi Atacado e Todo Dia (Rio Grande do Sul) aparece com 463 autuações em 2014 no TST.

Carrefour

O grupo francês Carrefour estabeleceu sua primeira unidade no Brasil em 1975 na Marginal Pinheiros (SP). No ano seguinte a segunda loja foi inaugurada no Rio de Janeiro e a partir de então instalou no país 258 unidades até o final de 2014. Atua no mercado brasileiro administrando as marcas Carrefour Hiper, Carrefour Bairro, Carrefour Express, Atacadão e Supeco.

No mundo o grupo possui mais de 10 mil lojas espalhadas por 34 países e emprega quase 365 mil pessoas. O grupo informa que em 2013 desembolsou € 7,67 bilhões para custear despesas com salários, seguro social e benefícios a seus trabalhadores. Ainda informa que sua força de trabalho se concentra em hipermercados (72,7%) e trabalhadores entre 18 e 25 anos de idade.

Somente na América Latina, em especial no Brasil e na Argentina onde o grupo concentra a maior parte das suas atividades, são mais de 88 mil trabalhadores em 762 lojas.
O Atacadão foi adquirido pelo grupo em 2007 e hoje é um dos maiores atacadistas do país com 98 lojas (2013). Os números sugerem que o Atacadão despertou o interesse do grupo francês que em 2011 havia informado a abertura de 13 lojas, sendo 7 novas e 6 unidades convertidas de Carrefour Hiper para Atacadão.

numero de lojas2

No ano de 2013 as vendas líquidas (receitas líquidas) foram de € 10,9 bilhões (R$ 31,3 bilhões). Para 2014, a empresa divulga faturamento de quase R$ 38 bilhões, o equivalente a um crescimento de 11,5% frente a 2013. De acordo com o Ranking SuperHiper em 2014 o grupo empregava 70 mil trabalhadores. O faturamento por trabalhador representava R$ 541,82 mil. O salário bruto mensal de um trabalhador da rede varia entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil, assumindo que o custo médio para o grupo por colaborador (salário bruto, benefícios e encargos trabalhistas) seja de R$ 45 mil ao ano, logo a riqueza gerada pelo trabalhador é 11 vezes superior ao que é recebido por empregado.

O faturamento bruto do grupo francês no país equivale a 17% do faturamento acumulado das 500 maiores empresas do segmento.
Entre 2012 e 2014 o grupo Carrefour sofreu 318 autuações segundo o TST.

Ceconsud

A Ceconsud é uma rede de supermercados de origem chilena e dispõe de operações na Colômbia, Peru, Brasil, Chile e Argentina. A estratégia de penetração no mercado brasileiro utilizado pela empresa foi pela aquisição de redes varejistas nacionais, como o Prezunic (Rio de Janeiro), Bretas (Minas Gerais), Gbarbosa (Sergipe), Perini (Bahia) e Mercantil (Bahia e Sergipe).

O grupo, em 2014, auferiu um faturamento bruto no país de R$ 9,795 bilhões (0,16% inferior a 2013). Apesar da expansão do número de lojas no Brasil, não foi o suficiente para alavancar as vendas e criar ligação com o consumidor brasileiro. O resultado é desastroso se comparado as concorrentes do segmento de hiper e supermercados.

É o quarto maior grupo em relação à faturamento.

A empresa possui mais de 220 estabelecimentos em oito estados e emprega 33,5 mil trabalhadores.

dados ceconsud

O quadro acima ilustra melhor o desempenho do grupo entre 2012 e 2014. Em razão da pequena evolução do faturamento bruto, a relação faturamento/trabalhador diminuiu 14% em 2013, entretanto com a baixa no quadro de pessoal empregado pelo grupo essa relação voltou a subir até atingir um faturamento bruto de R$ 291,99 mil por trabalhador em 2014.

No que diz respeito às causas trabalhistas, o grupo Ceconsud sofreu apenas cinco autuações entre 2011 e 2015, segundo o TST. Das marcas do grupo, a com maior número de autuações foi o Mercantil Supermercados, com 18.  Prezunic foi autuado duas vezes e o Perini sofreu quatro autuações.

Visão Geral

Os quatro grupos econômicos abordados nesta análise figuram os maiores do segmento de hiper e supermercados do Brasil. Juntos concentram 51% do faturamento acumulado das 500 maiores empresas do segmento. Somente a Companhia Brasileira de Distribuição e o grupo Carrefour dominam 34% do mercado.

O quadro a seguir confirma a concentração de mercado pelas 50 maiores empresas do segmento supermercadista. As 50 maiores empresas, ou seja, 10% delas faturam 80% do total, confirmando o alto poder de controle de mercado dessas empresas. Em especial, o mercado está concentrado entre as 20 maiores. A média de crescimento das vendas para as empresas avaliadas foi de 12,4% em 2014 quando comparado a 2013. Como já sugerido nesta análise, o grupo Ceconsud teve retração de 0,16%, ficando muito abaixo da média das maiores empresas do segmento. Isso reforça a ideia de que a empresa ainda não se adaptou ao mercado consumidor brasileiro. Os fatores tradição e competitividade parecem comprometer o desenvolvimento do grupo no país, tendo em vista que as redes Pão de Açúcar, Carrefour e Extra estão instaladas no país a mais tempo.

ranking redes supermercadistas

No que se refere à força de trabalho, em 2014, é confirmado o aumento no número de trabalhadores. As 500 maiores empresas formalizaram mais de 46 mil postos de trabalho, registrando um total de 662,7 mil trabalhadores distribuídos em hipermercados, supermercados, lojas de atacado e lojas de conveniência. Quase 40% dessa força de trabalho é empregada pelos cinco maiores do segmento.

Quanto ao número de lojas, os grandes grupos econômicos continuam a pressionar os menores por uma fatia cada vez maior do mercado. No total foram inauguradas 468 lojas, sendo que somente a Companhia Brasileira de Distribuição e o Carrefour respondem por 124 unidades.

O poder de barganha exercido pelos grandes grupos econômicos sobre os fornecedores é maior do que o dos pequenos e médios empresários do segmento, em virtude do montante comerciado por essas empresas. A competitividade entre o grande e o pequeno supermercadista não é equilibrado, e consequentemente obriga o pequeno e médio empresário a decretar falência ou a se fundir a esses grupos.

O que se observa é o avanço da dominação do mercado pelos grandes grupos e a dependência maior do trabalhador por essas empresas, consequentemente também se observa a elevação de causas trabalhistas contra os abusos cometidos por essas empresas respaldadas pela busca de lucros maiores.

Brasília, 16 de junho de 2015.
Renan Bonilha Klein

ANEXOS

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