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Realizada nesta terça-feira (10 de setembro) na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara dos Deputados, audiência pública para debater impactos da indústria 4.0 na sociedade e no mundo do trabalho.

Das falas destacam-se:

 Ricardo Antunes, professor titular da UNICAMP, narrou a experiência internacional como o exemplo da plataforma digital que começou com a venda de livros e cresceu exponencialmente nos últimos dez anos e na atualidade além do e-commerce vende todo e qualquer serviços.

O emprego 4.0 ou Trabalho Digital promove a descaracterização da relação entre o empregador e empregado e todos passam a ser ficticiamente empreendedores, passando o trabalhador a arcar com todos os custos do risco do negócio, ficando sem seus direitos trabalhista e previdenciários.

O trabalho por plataforma digital segundo Antunes levará a miserabilidade com sobrejornada de trabalho que impactará na estabilidade social com subemprego e escravidão da população em geral.

Com essa nova forma de trabalho transformará o hoje trabalhador em empresário de si mesmo e transformando-o em zumbis incansáveis ficando disponível 24 horas por dia para o empregador invisível.

 Max Leno de Almeida, representante do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), fez um retrospectiva sobre o trabalho 4.0, e apontou que o trabalho digital aumentará a desigualdade e transformará o trabalhador físico em virtual, sem padrão identificado e sem nenhuma garantia. Ao invés de tornar o trabalhador em padrão levará a uma prisão por ter que estar disponível durante o dia e a noite para a plataforma digital, e só receberá o tempo que desenvolver o trabalho, não sendo remunerado pelo tempo que ficou disponível.

Afirmou que não haverá mais organização por categoria ou atividade e sim empreendedores sem empregados e sem serviço. Acabará com a defesa do interesse coletivo o que afetará a organização sindical.

 

Relações Institucionais da CNTC

Permitida a reprodução desde que citada a fonte.

 

 

 

Max Leno de Almeida, representante do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).