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Diretor: José Francisco de Jesus Pantoja Pereira

Gerente de Relações Institucionais: Sheila Tussi da Cunha Barbosa

Analistas de Relações Institucionais: Renan Bonilha Klein

Tamiris Clóvis de Almeida

Victor Velú Fonseca Zaiden Soares

Assistente Administrativa: Quênia Adriana Camargo

Estagiária: Letícia Tegoni Goedert

 

Pesquisa Nacional por Amostra de Domícilio

 

A taxa de desemprego voltou a crescer de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) referente ao terceiro trimestre (de julho a setembro) deste ano. No trimestre anterior a amostra avaliada registrou a taxa de desocupação em 8,3%. Já no terceiro trimestre, a taxa subiu para 8,9%, configurando como a maior desde o início da série histórica elaborada pelo IBGE.
O contingente de ocupados ficou estável no confronto com o trimestre anterior, entretanto houve crescimento de 7,5% do grupo de indivíduos desocupados.

Apesar da preocupação das famílias em equilibrar o orçamento doméstico, segundo o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com a proximidade das festas de fim de ano os brasileiros estão dispostos a aumentar as compras de bens de maior valor. Contudo, a expectavida de compra é inferior ao do ano passado.
De acordo com outra pesquisa divulgada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), as famílias brasileiras pretendem gastar, em média, R$ 106,94 nas compras de final de ano, sendo este valor inferior aos R$ 125,22 conferidos no ano passado. Se o resultado das pesquisas se confirmarem, a contratação de trabalho temporário contribuirá para suavizar o ritmo de crescimento da taxa de desemprego.

O poder de compra do brasileiro também diminui. O rendimento médio real das pessoas ocupadas registrado foi de R$ 1.889. No trimestre anterior (de abrial a maior) o redimento do brasileiro estava em R$ 1.913, confirmando o decréscimo de 1,2%.

 

Volume de vendas no Comércio

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) confirmou a retração de 0,5% no volume de vendas do comércio varejista no mês de setembro frente a agosto de 2015. Já é o oitavo resultado negativo consecutivo registrado pela série. O percentual registrado conferiu a queda de 6,2% em relação a setembro de 2014. No acumulado do ano as vendas no varejo apresentam recuo de 3,3%. Devido à importante participação do setor na economia nacional, o cenário é preocupante.

A receita nominal do setor se manteve estável em 0,1% no mês e demonstrou variação positiva em 2015 de 3,5%.

No caso do Comércio varejista ampliado, que contempla o varejo e as atividades ligadas à venda de veículos, motos e peças e material de construção, o volume de vendas e a receita nominal registraram variação negativa de 1,5% e 1,2%, respectivamente. A explicação para tal resultado pode ser conferido na forte queda no segmento de veículos, motos e peças. O segmento vendeu 4% a menos em relação a agosto e 21,8% inferior ao conferido em setembro de 2015.

Apenas 3 das 10 atividades avaliadas pela pesquisa obtiveram crescimento nas vendas em 2015, sendo as atividades de artigos farmacêuticas (3,6%), equipamentos e materiais para escritório (4%) e outros artigos de uso pessoal e domésticos (1,5%).

Saldo do Emprego no Comércio e Serviços

O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) contabilizou o encolhimento de mais de 46 mil postos de trabalho no setor de Serviços em outubro. O Comércio acompanhou também o ritmo do mercado de trabalho e fechou o mês com o número de demissões superior ao de admisiões em 4.261 empregos.
Comércio e Serviços acumulam perdas de 239.293 e 76.281 postos de trabalho, respectivamente.

Inflação

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Poupança

O volume financeiro referente à captação líquida (depósitos – saques) da caderneta de poupança, de janeiro a outubro de 2015, registrou o descréscimo de R$ 57,05 bilhões em recursos aplicados no investimento. Em outubro a fuga de capitais da poupança foi de R$ 3,26 bilhões, o que configura o pior resultado registrado pelo Banco Central para os meses de outubro da série histórica. O saldo atual de todos os investimentos realizados neste ativo somam R$ 644,84 bilhões. No mesmo período do ano passado os depósitos no ativo estavam em R$ 647,5 bilhões.

Hoje a remueranção da poupança está definida em 6,17% ao ano mais a variação da Taxa Referencial (TR). Com o avanço da inflação no país, o investimento tornou-se desvantajoso tendo em vista que outros investimentos oferecem rendimentos superiores à da poupança e também pelo ativo não assegurar o poder de compra dos investidores.

Investimentos em renda fixa como as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), de Crédito Imobiliário (LCI) e o Certificado de Depósito Bancário (CDB) são recomendados para o cenário atual, pois apresentam remuneração acima da poupança e risco semelhante. Caso o banco que emitiu esses títulos for à falência, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) assegura os investimentos até o valor de R$ 250 mil.

Cesta Básica

O preço da cesta básica subiu em 9 das 18 cidades brasileiras avaliadas pelo Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese) em outubro. Brasília (2,1%), Natal (0,97%) e Aracaju (0,93%) confirmaram as maiores altas na comparação mensal. Entretanto, Curitiba (-1,85%), Porto Alegre (-1,27%) e Florianópolis (-1,21%) apresentaram as maiores reduções nos preços dos itens alimentícios da cesta básica.

O consumidor brasileiro observou nos supermercados os preços dos alimentos subirem desde o começo do ano. São Paulo continua sendo a capital com o maior custo da cesta básica (R$ 382,13), na frente de Porto Alegre (R$ 380,80) e Florianópolis (R$ 378,45).

De acordo com o Dieese o salário mínimo suficiente para o trabalhador custear as suas despesas com alimentação, moradia, saúde, edução e outros, deveria ser de R$ 3.210,28, ou 4,07 vezes o salário mínimo vigente (R$ 788).

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O tempo médio de trabalho para o consumidor comprar todos os itens que compõem a cesta básica, em outubro, era de 106 horas e 41 minutos.

Os itens alimentícios que sofreram maior variação nos preços foram açúcar, arroz, óleo de soja, café em pó, pão francês e carne bovina. A alta dos preços comercializados do açúcar é explicada pela redução da oferta interna do alimento, em virtude do aumento das exportações e de parte da cana ter sido destinada para produção de etanol.

O pão francês, alimento presente com frequência na mesa das famílias brasileiras, teve aumento em 13 das cidades avaliadas, com variação de preços entre 0,54% e 3,03%. A desvalorização do real em relação à moeda norteamericana encarece a farinha de trigo. As chuvas na região Sul do país e a pequena oferta de cereal de boa qualidade também contribuíram para o aumento do custo de produção do pão francês.

Endividamento Familiar

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) registrou redução no percentual de famílias endividadas em outubro.

Após sete altas consecutivas o percentual de famílias com dívidas reduziu de 63,5% em setembro para 62,1% no mês de outubro. Apesar da melhora no orçamento das famílias, o total de endividados ainda supera o estimado no ano passado. As famílias entrevistadas declararam possuir dívidas com cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro.

A pesquisa é realizada mensalmente pela Entidade desde 2010 e conta com a coleta de dados de 18 mil consumidores distribuídos em todas as capitais metropolitanas.
O indicador responsável por medir o percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso se manteve constante ante ao mês imediatamente anterior, em 23,1%. Mesmo assim, o indicador aponta para a maior dificuldade das famílias brasileiras em fechar as contas no final do mês. No ano passado, 17,8% dos consumidores entrevistados relataram se encontrar nessa situação. O tempo médio de atraso das contas foi de 61 dias.

A relação de consumidores que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso apresentou leve queda na comparação mensal, passando de 8,6% para 8,5% em outubro. Na análise por faixa de renda, o percentual apurado para o grupo com renda de até dez salários mínimos foi de 10,1% contra 2,5% das famílias com renda superior a dez salários mínimos.
As dívidas com cartão de crédito (78,5%), carnês (16,6%) e financiamento de carro (13,4%) são as que estão mais presentes no orçamento das famílias brasileiras.

Selic

Nas reuniões realizadas nos dias 24 e 25 de novembro os membros do Comitê de Política Monetária (COPOM) decidiram pela manutenção da taxa básica de juros, Selic. Portanto, a Selic continua a 14,25% a.a. Foram seis votos à favor da manutenção da taxa Selic e dois pela elevação da taxa para 14,75%.
As próximas reuniões do COPOM estão agendadas para os dias 19 e 20 de janeiro de 2016.

Dívida Pública

Conforme dados disponibilizados pela secretaria do Tesouro Nacional o estoque da Dívida Pública Federal (DPF), que compreende as dívidas interna e externa, sofreu a segunda queda, em termos nominais, no ano. A redução conferida em outubro foi de 3,22%, o que fez a dívida cair de R$ 2,734 trilhões para R$ 2,646 trilhões. Desde o começo de 2015 o Governo Federal tem tentado reduzir o gasto público com o intuito de controlar a Dívida Pública, contudo a retração da dívida não pode ser confiado apenas ao Governo, mas também a valorização do Real frente ao dólar norteamericano e ao euro.

A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) verificou redução do seu estoque em 3,27% em razão do resgate líquido (resgastes – emissões) de R$ 110,64 bilhões, sendo este valor compensado pela apropriação positiva de juros de R$ 25,96 bilhões. Portanto a DPMFi reduziu de R$ 2,588 trilhões, em setembro, para R$ 2,504 trilhões no mês de outubro.
Já a Dívida Pública Mobiliária Federal externa (DPFe) foi favorecida pela valorização do Real. A redução do estoque apurado ficou em 2,37%, finalizando outubro em R$ 142,43 bilhões (US$ 36,91 bilhões). Em setembro a DPFe foi apurada em R$ 145,89, que na epóca equivalia a US$ 36,72 bilhões.

Os dados ainda revelam o crescimento de investidores estrangeiros na composição dos detentores da dívida. A participação deles subiu de 18,85% para 19,13%, enquanto que a participação de Instituições Financeiras caiu de 25,36% para 24,28%. O grupo Previdência também apresentou variação positiva na composição do estoque da dívida (de 20,88% para 21,62%).

Indicadores de Mercado

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Brasília, 26 de novembro de 2015.

Renan Bonilha Klein
Analista Econômico