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O Caged, registro dos empregos formais na economia, mostrou saldo positivo de 127,6 mil em agosto, dentro do intervalo das estimativas de mercado. O dado de agosto superou em 26,7 mil vagas o patamar do mesmo período do ano passado.
Eliminados os efeitos sazonais, o emprego também avançou ante julho. Pelos cálculos da Tendências, o saldo de emprego subiu de 33,1 mil vagas em julho para as atuais 56 mil. A evolução do emprego, analisada com base na média móvel trimestral, também ganhou fôlego.
O melhor resultado em agosto, no entanto, não altera a dinâmica recente nos dados do mercado de trabalho. Pelo contrário, ainda há moderação no ritmo de crescimento do emprego que, apesar das oscilações mensais, tem se mantido em patamares baixos. Além disso, há um movimento paralelo de desaceleração dos rendimentos.
O cenário prospectivo pouco favorável às contratações é sustentado pela perda de ritmo da atividade, que ficou mais evidente a partir de julho, quando o IBC-Br (indicador de atividade mensal calculado pelo BC) cedeu 0,3%. De maneira geral, mesmo depois da surpresa positiva do PIB no 2. 0 trimestre, os índices de confiança ainda permanecem em níveis baixos e indicam desaceleração da atividade no 3. 0 trimestre.
A indústria, que foi uma das principais contribuições positivas para o PIB no 2. O trimestre, deve arrefecer. A produção industrial cedeu 2% em julho e a projeção da Tendências aponta que essa queda não deve ser recuperada em agosto e setembro. Deve haver relativa estabilidade do nível de emprego nos próximos meses. A moderação nas contratações, observada no Caged, é compatível com nossa expectativa de ligeira alta da taxa de desemprego (PME-IBGE) deste ano, de 5,5% em 2012 para 5,6% em 2013.
* É ECONOMISTA DA TENDÊNCIAS CONSULTORIA INTEGRADA
Fonte: O Estado de S. Paulo
