Somos uma família de 12 milhões de vozes

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16/07/2013

Por todo o Brasil eclodem manifestações, paralisações e protestos.

A nação brasileira acordou do sono resignado daqueles que perdem a esperança de ver a justiça (a clava forte em nosso Hino Nacional) sair do discurso e permear a realidade; a vida dos cidadãos.

Não se trata, porém, de mais um grito social, estimulado pelas forças sindicais ou representantes de qualquer categoria em específico. São nossos jovens que lideram o coro dos insatisfeitos de forma apartidária, isenta de interesses diversos dos de toda a nação.

O cenário configurado representa a saturação do povo com a corrupção e o descaso do governo com as prioridades do país. A pauta não é nova: a melhoria dos serviços de transporte, da assistência à Saúde Pública, da qualidade da educação e da segurança… Mas a atitude é outra.

Fervilha a intolerância das pessoas com a protelação de soluções, com a corrupção e impunidade vigentes. Não cabe mais atribuir os problemas e a morosidade à falta de recursos, pois hoje – todos sabem – são resultados de má gestão. A voz do povo está lembrando ao governo brasileiro as prioridades que ele esqueceu.

A corrida dos líderes políticos para dar respostas à população demonstra que eles entenderam o recado das ruas e das redes sociais. Desta vez é um NÃO maiúsculo. Tanto que temos em vista um plebiscito para ouvir o povo sobre a Reforma Política, uma primeira vitória das manifestações.

A pauta de reivindicações da classe comerciária se funde ao clamor por mudanças inadiáveis que afetam todas as categorias e classes da sociedade brasileira. A CNTC alia-se ao movimento nacional e apoia as manifestações, desde que pacíficas e sem depredações.

Porém, existem mudanças urgentes que não devem esperar pelas reformas estruturais necessárias. Exigimos soluções imediatas para estas questões, que envolvem a dignidade do cidadão e que são inaceitáveis num país democrático, como se intitula o Brasil.

Nós, entidades de defesa e trabalhadores do comércio e serviços, somos, acima de tudo, brasileiros. Mas, quero lembrar aos companheiros comerciários que, como classe organizada, somos uma força relevante. Somos uma imensa família, de mais de 12 milhões de vozes. Somos cidadãos produtivos, responsáveis por boa parcela da geração de riquezas do país. Podemos (e devemos) colocar nossa voz a serviço da nação e das futuras gerações que, queremos crer, herdarão um Brasil mais justo, igualitário, verdadeiramente democrático.