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A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal (CDH) realizou nesta 2ª feira (16/05) audiência pública destinada a discutir a retomada do crescimento econômico e a geração de emprego e renda.

Compareceram na ocasião, representantes do setor produtivo como a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, bem como do movimento sindical e do DIEESE.

  • Nas palavras de José Velloso Dias Cardoso, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos da (ABIMAQ), o problema do atual cenário brasileiro, vai além da crise fiscal e do crescimento do gasto público. Em suas palavras, a fonte causadora das distorções reside no sistema tributário, que penaliza quem produz no País, na insegurança jurídica, que inibe o investimento; na educação de baixa qualidade; na infraestrutura deficiente; e a legislação capital/trabalho. Cardoso ainda completa ao dizer que a redução do crescimento se iniciou com a desaceleração mundial e a da China em particular, o que afetou profundamente os preços das commodities e, em consequência, nossos termos de troca.
  • Clemente Ganz Lúcio, Diretor Técnico do DIEESE defendeu que a tarefa é organizar a economia para gerar qualidade de vida. Um dos principais impeditivos é a imbricação entre a crise econômica e a crise política, que não tem perspectiva de solvência no curto prazo. Lúcio relembrou o alto custo social das saídas propostas para a crise e sugeriu que haja capacidade de financiamento de uma base de expansão produtiva, com regulação do interesse público sobre todo o investimento.
  • Para Luís Fernando Mendes, economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o grande dilema que está se colocando é aquele entre a economia monetária e a economia real, em que sempre é priorizado o lado monetário em detrimento da economia real. Dessa forma, o economista acrescentou que a imprensa sempre enfoca os analistas do mercado financeiro em detrimento das análises do setor produtivo.
  • Por fim, de acordo com José Calixto Ramos, presidente da Nova Central Sindical (NCST), os problemas já existiam e agora eles vão ter que ser enfrentados em curtíssimo prazo. Para ele, já se teve oportunidade de enfrentar esses problemas ao longo de um bom período de tempo e não foi o que aconteceu. Em sua opinião, é preciso criar um mecanismo em que, sem dúvida, o ajuste seja feito sem que isso venha a agredir e a comprometer radicalmente os investimentos públicos.

A audiência foi conduzida pelo senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da CDH.

 

Victor Zaiden – Relações Institucionais da CNTC

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