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A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Mulher da Câmara dos Deputados realizou nessa terça-feira (20/11) o seminário “Mulheres Negras Jovens movem o Brasil – invisibilidade e oportunidade” e contou com a contribuição das seguintes convidadas.

Deise Benedito, especialista em Direitos Humanos, apontou que os efeitos do racismo refletem em mais prisões e que as características como a cor da pele e a roupa usada definem a pessoa como suspeito. Destaca que metade da população que está desempregada é composta por negros, visto que o mercado de trabalho é excludente, assim como a justiça no Brasil. Expõe que o racismo e os grilhões da época da escravidão ainda estão latente e foram substituídos pelas grades das prisões.

Vera Araújo, da Frente das Mulheres Negras do Distrito Federal e entorno, expôs que o país alimenta a exclusão e a desigualdade dos negros dentro da sociedade. No judiciário, por exemplo, não se tem 18%  de trabalhadores negros e na advocacia não existe um senso de trabalhadores negros, o que se sabe é que os grandes escritórios e mais famosos são compostos predominantemente de brancos. Essa ausência do negro na justiça demonstra e consolida a participação do negro na sociedade.

Charlene Borges, coordenadora do Grupo de Trabalho Mulheres e membro do GT de políticas etnorraciais da Defensoria Pública da União (DPU). Informa que os grupos de trabalho criados recentementes pela DPU objetivam atuar em ações não somente De âmbito racial e sim que impactem a vida da mulher, como a temática do aborto, violência obstétrica, entre outros.

Givânia Silva, coordenadora Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombola (CONAQ), apresentou pesquisa para demonstrar o crescente aumento da violência contra a mulher e os requintes de crueldade que estão sendo utilizados, atualmente 66% das mulheres assassinadas foram com arma de fogo. Destaca que as comunidades quilombolas não tem utilizado políticas públicas, principalmente as que resguardam seu território.

Daldice Maria Santana de Almeida, conselheira do Conselho Nacional de Justiça, chamou a atenção para a população carcerária que é composta predominantemente de negros e isso é consequência da escravidão.

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