Trabalho doméstico perdeu 1,5 milhão de vagas com a pandemia

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30/04/2021

Estudo divulgado pelo Dieese com base em dados do IBGE mostra também que rendimento de trabalhadoras informais é menor em relação aos postos com carteira assinada
Com perda de 1,5 milhão de vagas, o número total de pessoas empregadas no trabalho doméstico caiu de 6,4 milhões no quarto trimestre de 2019 para 4,9 milhões de pessoas em igual período do ano passado. Essa redução de postos de trabalho reflete a crise sanitária no país, aponta o Dieese. O instituto divulgou ontem (27) um estudo especial chamado ‘Trabalho doméstico no Brasil’. O levantamento adota dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE. A redução de postos de trabalho no setor representa recuo de 23,4%, índice maior do que a redução geral de postos de trabalho no país no mesmo período. O total de trabalhadores ocupados no país no quarto trimestre de 2019 era de 94,5 milhões de pessoas, enquanto no mesmo período do ano passado esse número era de 86,2 milhões. A perda de 8,3 milhões de postos de trabalho representa queda de 8,8%.

Quanto ao rendimento médio mensal dos trabalhadores domésticos, o levantamento mostra que a média nacional caiu de R$ 924 para R$ 876. Houve queda em todas as regiões, exceto na Norte, que ficou estável. As trabalhadoras informais ganham 40% menos do que as formais, enquanto e as trabalhadoras negras recebem em média 15% menos. Do total de ocupados no trabalho doméstico, 92% são mulheres, das quais 65% são negras.

Carteira assinada
No período analisado, houve redução na quantidade de trabalhadores domésticos com carteira assinada. Eles eram 1,6 milhão no quarto trimestre de 2019, ou 27% dos trabalhadores do setor, e caíram para 1,1 milhão em igual período de 2020, o que representa 25% da mão de obra no setor. A proporção dos empregados do setor que contribuíam com a Previdência Social também diminuiu, de 37,5% para 35,6%. O estudo revela ainda que em todas as regiões do país, com exceção da Sul, aumentaram as domésticas chefes de família. Elas eram 51,2% das trabalhadoras em 2019 e passaram a 52,4% em 2020. O Nordeste tem o índice mais alto, que chegou a 54% em 2020, depois de ter 51,6% no ano anterior. Na região Sul, o índice caiu de 53% para 50,7%.

Fonte: Rede Brasil Atual