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Acontece no Congresso – 13 a 17 de junho

Acontece no Congresso

Este Informe sintetiza os acontecimentos no legislativo de 13 a 17 de junho de 2016

Diretor: José Francisco Jesus Pantoja Pereira
Gerente de Relações Institucionais: Sheila Tussi da Cunha Barbosa
Analistas de Relações Institucionais: Letícia Tegoni Goedert, Renan Bonilha Klein e Victor Zaiden
Assistente Administrativa: Quênia Adriana Camargo

Conjuntura Política


Congresso e Planalto vivem clima de cálculos políticos acerca das consequências da delação premiada do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. Renan Calheiros, apontado como o maior beneficiário das propinas articuladas pelo então executivo é peça chave no processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff e na chancela às propostas reformistas encaminhadas pelo interino Michel Temer. Renan ameaçado torna-se um ator imprevisível no cenário político.

A saída de Henrique Eduardo Alves (PMDB) do Ministério do Turismo, após ter sido acusado de recebimento de propina por Sérgio Machado é o resultado do impacto que esta delação causa no meio político. A situação tende a piorar, uma vez que os acordos de leniência em negociação pelas empreiteiras têm potencial para deixar fissuras nas mais antagônicas matizes partidárias.

O governo interino vive drama da gestão de Dilma quanto à gestão de crises. A 4ª feira (15), que deveria ser marcada pela apresentação da PEC de Temer sobre controle dos gastos públicos, ganhou notoriedade pela divulgação de mais de 20 nomes de políticos de peso que teriam sido beneficiados por propinas vindas de empreiteiras, segundo a delação de Sérgio Machado.

Rodrigo Janot, Procurador-geral da República, se vê enfraquecido diante da negativa do Ministro Teori Zavascki acerca dos pedidos de prisão de Renan, Romero Jucá e José Sarney. Há expectativa de que o presidente do Senado acate um dos cinco pedidos de impeachment contra Janot, que aguardam despacho no Senado.

Eduardo Cunha

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados julgou que o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) mentiu em depoimento na CPI da Petrobras em maio de 2015. O placar de 11 votos a 9 contrário a Cunha contou inclusive com a traição do deputado Wladimir Costa (SD-PA), que defendeu o parlamentar ao longo do processo no Colegiado. Essa situação antecipa o comportamento previsto por boa parte dos deputados que elegeram Cunha, quando seu processo chegar ao Plenário da Casa. Em votação aberta, será grande a pressão para a cassação do mandato do deputado. O Cunha conta com prazo de cinco dias úteis para recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJC) contra a decisão do Conselho.

Enquanto isso, a Câmara dos Deputados continua sendo comandada de forma heterodoxa por Waldir Maranhão (PP), que ainda não consegue sequer comparecer às sessões plenárias sem ser constrangido por seus pares. O protagonismo da condução dos trabalhos tem ficado a cargo do deputado Giacobo (PR-PR), 2º vice-presidente da Câmara. Mesmo com essa situação, o governo Temer tem conseguido angariar vitórias expressivas nas votações na Casa.

A eventual saída de Cunha ensejará em novas eleições à presidência da Câmara, com mandato até fevereiro de 2017.

Lula

Por determinação do Ministro Teori Zavascki, a maior parte das investigações envolvendo o ex-presidente Lula retornou para as mãos do juiz Sérgio Moro. Por outro lado, Teori anulou parte dos áudios divulgados de conversas de Lula com a presidente afastada Dilma Rousseff, em especial aquele em que Dilma avisa Lula que estava enviando o termo de posse para investidura no cargo de ministro da Casa Civil. A mudança de foro expõe o ex-presidente e outros episódios constrangedores como conduções coercitivas e até mesmo prisão podem estar a caminho.

Lula é tido como o candidato capaz de reverter a imagem desgastada do Partido dos Trabalhadores. A ideia de convocar eleições diretas com o desfecho do processo de impeachment vem sendo defendida por Dilma, mas Lula ainda refuta a saída.

Impeachment

A pedido da defesa de Dilma, o Ministro Ricardo Lewandowsky derrubou decisão da Comissão Especial do Impeachment e autorizou a realização de uma perícia nas contas do governo constantes na denúncia que ensejou o afastamento. A manobra parecer ser uma cartada final da defesa, que agora busca angariar votos com base no constrangimento de senadores que apoiam o novo governo e entendem que as pedalas fiscais foram motivo consistente para dar prosseguimento ao processo de impeachment.

Terceirização

Em reunião com empresários na 5ª feira (16) o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, defendeu a aprovação do PLC 30/2015 (PL 4330/2004), que regulamenta a terceirização e permite as subcontratações inclusive para as atividades-fim dos empregadores. Além disso, o presidente do Senado, Renan Calheiros, anunciou a retomada da tramitação das propostas que compõem a Agenda Brasil.

Destaca-se que a Comissão Especial do Desenvolvimento Nacional (CEDN), criada no Senado especialmente para abreviar a tramitação de projetos da Agenda, não conseguiu realizar nenhuma reunião neste ano.


 

Câmara dos Deputados

Comissão Especial sobre o Financiamento da Atividade Sindical


Deputado Bebeto apresentou anteprojeto sobre custeio da atividade sindical

O deputado Bebeto (PSB-BA), relator dos trabalhos na Comissão Especial sobre o Financiamento da Atividade Sindical, apresentou seu relatório que recomenda a aprovação de um projeto destinado a regulamentar a contribuição negocial e promover reformas no movimento sindical.

Durante a reunião, foi iniciada a Ordem do Dia do Plenário da Casa e, processualmente, a Comissão ficou impedida de dar prosseguimento à apreciação do relatório. Na prática, a reunião desta 4ª feira serviu para que o relator apresentasse seu parecer.

O presidente da Comissão, deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, afirmou que agendará nova reunião para a próxima 3ª feira (21/06), para que se discuta o relatório. Ainda cabe pedido de vista.

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Comissão Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços – CDEICS


CDEICS discutiu os impactos do desemprego no Comércio e Serviços

A CDEICS debateu na o impacto econômico no Comércio e na Indústria em relação ao aumento do índice de desemprego. Foram convidados para comentar sobre o assunto os representantes do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Douglas Finardi e Marcos Otávio Bezerra; o Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental do Ministério do Trabalho e Previdência Social, Mário Magalhães; e o Gerente Executivo de Políticas Econômicas da Confederação Nacional da Indústria, Flávio Pinheiro.

Mário Magalhães demonstrou os dados atuais do trabalho. Segundo o especialista do Ministério do Trabalho, a renda do trabalhador é um determinante capaz de explicar a maior oferta de mão de obra sobre a demanda por trabalho, assim como a redução do número de empregadores em 2015.

O Diretor de Comércio e Serviços do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Douglas Finardi, falou da magnitude do Comércio e Serviços para o mercado de trabalho brasileiro, que respondem por 66,4% do total de empregos formais.

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Senado Federal

Plenário


Segue à Câmara PEC que inclui proteção à mulher vítima de violência entre os objetivos da assistência social

O Plenário do Senado Federal aprovou, por unanimidade, e em dois turnos de votação, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 43/2012, que altera o inciso II do art. 203 da Carta para incluir o amparo à mulher vítima de violência entre os objetivos da assistência social no Brasil.

As votações ocorreram na 3ª feira (14/06) e na 4ª feira (15). Dessa forma, a proposta passa à análise da Câmara dos Deputados.

A PEC é de autoria da senadora Marta Suplicy (PMDB-SP).

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Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ)


CCJ aprovou projeto que expande possibilidade de classificação de atividades de risco

A CCJ aprovou o Projeto de Lei do Senado (PLS) 261/2010 que altera a redação do art. 193 da CLT para incluir entre as atividades consideradas perigosas, outras que ofereçam condições de acentuado risco à integridade física do trabalhador. Ficando a cargo do Ministério do Trabalho exercer a regulamentação do rol dessas atividades.

O relator da matéria na CCJ foi o senador Paulo Paim (PT-RS), que havia apresentado parecer pela aprovação do projeto, com emenda que adequou a redação da matéria.

A proposta foi encaminhada à Comissão de Assuntos Econômicos, onde aguarda designação de relator.

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Brasília, 17 de junho de 2016



Victor Zaiden - Relações institucionais da CNTC