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O boletim semanal do Comerciário

Tabela

Segunda-feira (14/03)

Boletim Focus: IPCA acima do teto de inflação e retração de 3,54% do PIB em 2016

O mercado decidiu revisar sua posição sobre os principais indicadores da economia nacional. Segundo o Relatório de Mercado – Focus, divulgado pelo Banco Central do Brasil, a expectativa é que ocorra redução na inflação ainda neste ano. Há uma semana os especialistas consultados pela autoridade monetária indicavam para o IPCA em 7,59%, contudo hoje a expectativa é de que o indicador reduza para 7,46% até o final de 2016. O IGP-M, principal índice utilizado para reajustar contratos de aluguel, reduziu 0,2 p.p. (de 7,97% para 7,77%) ante a última semana.

Caso o cenário esperado pelos especialistas se confirme, será o segundo ano consecutivo a superar o teto da meta de inflação, estabelecido em 6,5%. No ano passado, o IPCA assinalou para inflação de 10,67%.

O grupo de analistas que mais acertou as projeções conhecido por Top 5 estimou o IPCA e o IGP-M em 7,69% e 8,29%, respectivamente. Se grande parte dos analistas de mercado acredita que o Banco Central irá manter a taxa Selic no patamar atual, o Top 5 projeta a Selic a 14% a.a.

Por outro lado, o pessimismo sobre o desempenho da economia brasileira continua presente entre os analistas de mercado. No último mês o relatório apontava a expecativa de retração do Produto Interno Bruto brasileiro em 3,33%. Hoje a perspectiva é de que o PIB registre encolhimento de 3,54% em 2016.

Lojas Americanas deve limitar seus investimentos em 2016

Apesar do plano de expansão de 800 unidades entre 2015 e 2019, a varejista pretende realizar investimentos criteriosos neste ano. Para este ano está programado a inauguração de 140 lojas. Segundo o diretor de relações com investidor da Lojas Americanas, Murilo Corrêa, a estratégia é limitar os investimentos dentro do patamar observado no ano de 2015 e afirma o objetivo de “fazer mais com o mesmo”. No último ano, a Lojas Americanas investiu R$ 677 milhões contra R$ 671 milhões de 2014.

De acordo com o Relatório da Administração, a Lojas Americanas S.A. (BOVESPA: LAME3; LAME4) finalizou 2015 com 1.044 lojas e a receita líquida da controladora atingiu R$ 9,7 bilhões (crescimento de 11,5% em relação ao ano imediatamente anterior). Já a receita líquida “mesmas lojas”, que compara o resultado das lojas já existentes em 2014, o crescimento foi de 8,8%. O lucro líquido consolidado alcançou R$ 250,2 milhões.

As despesas com salários e encargos trabalhistas corresponderam a R$ 138 milhões em valores nominais. A Lojas Americanas S.A. controla as empresas Lojas Americanas, Americanas Express, Americanas.com, Submarino.com, Shoptime e Sou Barato.

Cotação do barril de petróleo em queda nesta segunda-feira

O excesso de oferta de petróleo no mundo vem contribuindo para a queda na cotação da commodity. Recentemente, os preços do barril de petróleo ganharam força no mercado financeiro diante das especulações sobre um suposto acordo entre a Rússia, terceiro maior produtor do mundo, e a Arábia Saudita, segunda posição na produção mundial. Outro fator a favorecer a elevação dos preços foi o fechamento de um oleoduto na região do Curdistão iraquiano responsável pela produção diária de 600 mil barris.

O mercado voltou a reagir à notícia sobre a improvável intenção do Irã em congelar a produção de petróleo e empurrou a cotação do barril de petróleo Brent abaixo de US$ 40. No final do dia a commodity estava sendo negociada a US$ 39,53 (-2,13%). As ações da Petrobras acompanharam o mercado internacional e recuaram 8,53% cotada a R$ 7,40.

Nota de crédito de Santa Catarina em perspectiva negativa

A agência internacional de classificação de risco, Standard & Poor’s, colocou a nota de crédito do Estado de Santa Catarina em perspectiva negativa. Isso indica que em breve deve acontecer o rebaixamento da nota do Estado de ‘BB’ para ‘BB-’.

A revisão da perspectiva está ligada ao não pagamento da parcela de fevereiro da dívida junto a União. Em fevereiro o Estado efetuou o pagamento de R$ 89 milhões, entrentanto a União contesta a falta de R$ 9 bilhões.

No mês passado a mesma agência rebaixou a nota de crédito em escala global do Estado.

Terça-feira (15/03)

Desemprego cresce e atinge 9% no último trimestre de 2015

Mais de 7 mil trabalhadores por dia tiveram de comunicar aos seus familiares que iriam reduzir os gastos domésticos em 2015. Isso aconteceu porque em apenas um ano foram inseridos mais 2,6 milhões de trabalhadores na condição de desemprego. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad Contínua) a deterioração do mercado de trabalho se prolongou durante todo o ano e, aparentemente, não apresenta sinais de recuo das demissões.

A taxa de desemprego registrada no último trimestre do ano passado foi de 9,0%, superando em 2,5 p.p. a taxa observada no mesmo período de 2014. É a maior taxa registrada pelo IBGE desde o início da série histórica. Sob a ótica regional, o Nordeste (10,5%) apresentou a maior taxa de desocupação entre as regiões pesquisadas e a menor no Sul (5,7%).

Mesmo o contingente de pessoas desocupadas ter se mantido estatisticamente estável na comparação com o terceiro trimestre, o montante de desempregados é preocupante. A população desocupada é composta por 9,1 milhões de pessoas.

O rendimento médio real dos trabalhadores (R$ 1.913) também apresentou redução (-2,0%) em relação ao último trimestre de 2014 (R$ 1.953).

De olho no cenário político: Bovespa cai 3,56%

O mercado financeiro reagiu aos acontecimentos que envolvem a política nacional e os desdobramentos das investigações da operação Lava-Jato. Dessa vez o mercado refletiu negativamente a possível nomeação do ex-presidente Lula. O Ibovespa finalizou o dia em alta volatilidade aos 47.130 pontos (queda de 3,56%). O mercado financeiro reagiu negativamente à nomeação do ex-presidente Lula ao posto de Ministro, o que pode alterar a condução da política econômica.

Os ativos das estatais brasileiras negociadas na Bovespa seguiram o pessimismo no mercado financeiro e afundaram durante o dia. O recorte feito pelos investidores é que uma possível entrada do ex-presidente a equipe do Governo pode prejudicar a gestão dessas empresas. As ações do Banco do Brasil (BBAS3), Petrobras (PETR4) e Cemig (CMIG4) caíram 21,17%, 10,68% e 5,48%, respectivamente.

Quarta-feira (16/03)

Federal Reserve mantém taxa juros

O Banco Central dos EUA, Federal Reserve, decidiu não alterar a taxa de juros pela segunda reunião consecutiva. A taxa de juros norteamericana se encontra na faixa entre 0,25% e 0,50%. Apenas um membro do Comitê de Política Monetária votou pela elevação dos juros para faixa de 0,50% e 0,75%.

Apesar do crescimento moderado da economia americana e o fortalecimento do mercado de trabalho, a decisão foi fundamentada sob o menor ritmo da economia global e dos riscos com a crise econômica mundial.

Fluxo cambial fecha negativo em US$ 803 milhões

O confronto de U$ 841 milhões da saída líquida na conta financeira e a entrada líquida de US$ 38 milhões na conta comercial resultou no fluxo cambial negativo de US$ 853 milhões na semana encerrada no dia 11 deste mês. Entretanto, no ano as entradas líquidas superam as saídas em US$ 7,62 bilhões.

Rumores sobre a saída do atual Presidente do BCB

Boatos sobre uma possível saída do Presidente do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini, começaram a circular na imprensa após o anúncio da entrada de Lula na equipe de Governo. O nome do ex-presidente do BCB, Henrique Meirelles, foi citado como substituto de Tombini.

Meirelles ocupou a cadeira de Presidente da autoridade monetária durante oito anos do Governo Lula. A troca de Tombini por Meirelles pode representar uma “guinada” na política econômica conduzida pelo Governo na tentativa de resgatar a confiança de empresários e trabalhadores, assim como recuperar a economia.

Quinta-feira (17/03)

FMI aconselha o Brasil a reforçar sua base econômica

O Fundo Monetário Internacional (FMI) recomendou o país a ajustar os gastos públicos, conduzir o país para a meta de inflação e assegurar a responsabilidade fiscal como formas de fortalecer a base econômica. A instituição ainda reconheceu que o país passa por “sérios problemas políticos”.

Sexta-feira (18/03)

IPC-Fipe avança 0,94% na segunda quadrissemana de março

O Índice de Preços ao Consumidor registrou a aceleração de 0,94% nos preços na segunda quadrissemana de março no município de São Paulo, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE). Na primeira quadrissemana deste mês, o indicador apontou para alta de 0,80% da inflação.

As altas nos grupos de Habitação, Alimentação e Despesas Pessoais inseriram 0,76 p.p. ao IPC.

Brasília, 18 de março de 2016.

Renan Bonilha Klein

Analista Econômico