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Diretor: José Francisco de Jesus Pantoja Pereira
Gerente de Relações Institucionais: Sheila Tussi da Cunha Barbosa
Analistas de Relações Institucionais: Claudia Fernanda Silva Almeida
Renan Bonilha Klein
Assistente Administrativa: Quênia Adriana Camargo
Estagiárias: Letícia Tegoni Goedert
Tamiris Clóvis de Almeida

 

Pesquisa Mensal do Emprego (PME)

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) referente a maio. A pesquisa confirmou o aumento no número de pessoas desempregadas no país. De acordo com o IBGE, a taxa de desocupação em maio registrou 6,7% da força de trabalho brasileira. É a maior taxa de desemprego para o mês de maio desde 2010. A taxa é estimada mensalmente em seis regiões metropolitanas (Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre).

No mês anterior, a pesquisa havia calculado a relação de desempregados em 6,4%. Para o mesmo período no ano imediatamente anterior a taxa registrada foi de 4,9%, demonstrando o crescimento de 1,5 p.p. Mais de 454 mil pessoas foram inseridas na população desocupada em relação a maio de 2014.

A diminuição do consumo das famílias, em razão do aumento do endividamento familiar, e a retração do investimento no país contribuem para o péssimo cenário atual do mercado de trabalho. Ao mesmo tempo em que mais pessoas estão à procura de um emprego, o número de vagas por outro lado diminui, contribuindo para o agravamento do quadro de desemprego. Em conjunto ao baixo desempenho das empresas, é notável o crescimento do contingente de pessoas entrando no mercado de trabalho.

A taxa de desocupação apresentou variação significativa em todas as regiões metropolitanas abordadas pela pesquisa na comparação com maio de 2014. No ano passado Porto Alegre registrava uma taxa de desemprego de 3%, agora a taxa para a região é de 5,6%. Apesar do aumento de 2,6 p.p. em apenas um ano, a cidade apresenta a segunda menor taxa no país. As duas maiores taxas de desemprego se encontram na região nordeste. Salvador passou de 9,2% para 11,3%, enquanto que Recife passou de 7,2% para 8,5%.

A pesquisa ainda confirma a retração no poder de compra do trabalhador brasileiro. O rendimento médio real dos ocupados em maio foi de R$ 2.117,10 contra o rendimento médio de R$ 2.158,74 em abril, indicando recuo de 1,9%. Para o Comércio, o rendimento médio real dos trabalhadores do setor caiu 1,5% frente a abril, chegando a R$ 1.661,40. No ano a perda no poder de compra desses trabalhadores é de 7,5%.

 

 

 

Saldo do Emprego no Comércio e Serviços

De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), o resultado atípico conferido em maio deste ano reflete o cenário de pessimismo no mercado de trabalho brasileiro. No mês o saldo do emprego (admissões – demissões) confirmou a eliminação de 115.599 empregos celetistas, ou seja, retração de 0,28% comparada ao mês anterior. Já pode ser considerado como o pior resultado para os meses de maio desde o início da série histórica.

O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, falou sobre os rumores de que o ciclo de emprego no Brasil havia acabado, e tentou minimizar o resultado ruim do indicador. “Ainda não é um mês bom, mas toda essa redução do discurso de que parece que o emprego acabou representa 0,9% do estoque que nós temos, não é um desastre” – disse o ministro.

E justificou a retração do emprego como fator sazonal do mercado de trabalho. “Historicamente, o primeiro semestre nunca é o melhor período para a geração de empregos. A economia se avoluma geralmente no segundo semestre” afirmou Manoel Dias.

 

Contudo, de acordo com o gráfico acima é possível notar a evolução da criação de emprego no país para o período de janeiro a maio em 13 anos, o que não se confirma a afirmação do ministro. A partir de 2010, a criação de emprego chegou ao máximo e continua a cair até o período atual.

Quando observada a série ajustada, que considera informações declaradas fora do prazo, o período de janeiro a maio deste ano já soma a exclusão de 243.948 postos de trabalho em todo o Brasil. Para os últimos 12 meses, o quadro de desemprego se agrava ainda mais, reproduzindo a redução de 452.835 empregos formais.

Só para o setor de Serviços foram eliminados 32.602 postos de trabalho. Os empregos ligados à atividade imobiliária registraram o pior resultado do setor, prejudicado pela maior dificuldade de acesso ao crédito imobiliário.

O setor de Comércio registrou, em maio, retração de 19.351 empregos com carteira assinada.

 

 

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio

O contingente de pessoas desempregadas voltou a crescer, de acordo com a PNAD Contínua. Para o trimestre avaliado pela pesquisa, que contempla os meses de março a maio deste ano, a taxa de desemprego se situou em 8,1%, apontando elevação de 1,1 p.p. frente ao mesmo trimestre de 2014. Quando comparado ao trimestre móvel de dezembro a fevereiro de 2015, o montante de pessoas desocupadas avançou 10,2%, passando de 7,4 milhões para 8,2 milhões.

Segundo o IBGE, por trimestre são investigados 211.344 domicílios dispersos em 3.500 municípios.

A fim de conter o avanço do desemprego no país, o Governo lançou na segunda-feira (6), por meio de medida provisória, o Programa de Proteção ao Emprego (PPE). A medida permite a redução de 30% da jornada de trabalho e do rendimento dos trabalhadores. O Governo se comprometeu em financiar metade dessa redução por meio do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), reduzindo parte do ônus ao trabalhador. O programa já está valendo e tem previsão de vigorar até o final de 2017.

Apesar do quadro de piora no mercado de trabalho, o rendimento médio do trabalhador brasileiro assumiu direção contrária nesse ciclo de pessimismo. No trimestre móvel relativo a dezembro, janeiro e fevereiro, o empregado formal no setor privado registrou rendimentos de R$ 1.762 e agora passou para R$ 1.788. Entretanto, para o setor de Comércio a renda do comerciário caiu 1,4%.

Volume de vendas no Comércio

As vendas no Comércio Varejista caíram 4,5% no mês de maio comparado ao mesmo período de 2014, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio divulgada pelo IBGE. Na evolução mensal, o setor apresentou o quarto recuo no ano, chegando a -0,9% em volume de vendas. Para o acumulado no ano, o Comércio atingiu retração de 2% para as vendas e variação positiva de 4,1% para a receita nominal. O resultado propõe que mesmo em situação de baixa nas vendas, o setor continua a registrar receita positiva.

O Comércio Varejista Ampliado, que inclui todas as atividades do Comércio Varejista mais às ligadas a venda de Veículos, motos, partes e peças e de Material de Construção, demonstrou queda de 1,8% frente ao mês imediatamente anterior, sendo este o sexto resultado negativo consecutivo em 2015. A receita nominal manifestou retração de 0,9% no período. O setor automotivo é o principal determinante para a queda no Comércio.

Inflação

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Poupança

A saída de recursos da poupança em junho foi o maior já registrado pelo Banco Central para o mesmo período desde o início da série histórica. De acordo com a autoridade monetária, a captação líquida (depósito – retirada) registrou saída líquida de R$ 6,26 bilhões. No ano a poupança já acumula retirada de R$ 38,51 bilhões.

Para equilibrar o orçamento doméstico o brasileiro passou a utilizar as reservas disponíveis na poupança, com isso os saques aumentaram, evitando assim a utilização do cartão de crédito e outras modalidades de crédito. Outro fator que contribui para a saída de capital do investimento foi a fuga para outras aplicações com rendimento superior a inflação a fim de preservar o poder de compra do investidor.

Cesta Básica

Acompanhando o crescimento no nível geral de preços do país, os itens alimentícios que compõem a cesta básica exibiram elevação nas 15 das 18 cidades metropolitanas avaliadas pela pesquisa mensal elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).

O maior custo da cesta básica continua sendo na capital paulista custando, em média, R$ 392,77, seguido por Florianópolis (R$ 386,10) e Porto Alegre (R$ 384,13). Os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 275,42), Natal (R$ 302,76) e João Pessoa (R$ 309,48).

O Dieese mensura também o salário mínimo necessário para o trabalhador brasileiro custear as despesas com alimentação, moradia, saúde, educação e outras despesas básicas. Para a entidade o salário mínimo seria de R$ 3.299,66 ou 4,19 vezes o salário mínimo vigente (R$ 788).

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Endividamento Familiar

O número de famílias endividadas sofreu queda no mês de junho segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O percentual de famílias que declararam possuir dívidas com cartão de crédito, cheque pré-datado, carnê de loja, cheque especial, prestação de carro, empréstimo pessoal e seguros recuou de 62,4% em maio para 62% em junho. A redução do indicador de endividamento pode ser observado em ambas as faixas de renda das famílias endividadas. As famílias com renda acima de 10 salários mínimos, a retração foi de 1 p.p. frente a maio. Nas famílias com renda até 10 salários mínimos recuou apenas 0,2 p.p.

O resultado indica o esforço financeiro das famílias em pagar as dívidas, contudo o percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso e as que não terão condições de quitá-las teve crescimento. 7,9% dos entrevistados afirmaram não ter condições de pagar as dívidas e que continuariam inadimplentes. Em junho de 2014 esse percentual era de 6,6%.

Dívida Pública

A Dívida Pública Federal voltou a crescer em junho é o que diz a última divulgação do Relatório Mensal da Dívida Pública Federal da Secretaria do Tesouro Nacional. Em abril a dívida pública federal, que contempla as dívidas interna e externa do Governo, fechou o mês em R$ 2,45 trilhões, já em maio a dívida subiu 1,89% passando para R$ 2,49 trilhões. A elevação da dívida está ligada ao crescimento das emissões líquidas, ou seja, o Governo emitiu mais dívida do que pagou.

Somente no mês de maio foram emitidos R$ 86 bilhões em títulos da dívida pública federal e foram pagos outros R$ 73 bilhões. Resultando em uma emissão líquida de R$ 13,55 bilhões. A despesa com o pagmento de juros colaborou para o aumento da dívida, que correspondeu a R$ 31 bilhões.

Indicadores de Mercado

indicadores de mercado

Brasília, 20 de julho de 2015.

Renan Bonilha Klein