Acontece no Congresso

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Informe Legislativo – 15 a 17 de dezembro de 2015

Acontece no Congresso

Este Informe sintetiza os acontecimentos no legislativo de 15 a 17 de dezembro de 2015

Diretor: José Francisco Jesus Pantoja Pereira
Gerente de Relações Institucionais: Sheila Tussi da Cunha Barbosa
Analistas de Relações Institucionais: Renan Bonilha Klein
Tamiris Clóvis de Almeida
Victor Velú Fonseca Zaiden Soares
Assistente Administrativa: Quênia Adriana Camargo
Estagiária: Letícia Tegoni Goedert

Temas abordados nesta edição:

• Congresso mantém veto a regra de aposentadoria 85/95
• Seque a sanção Projeto que concede cirurgia plástica à mulher vítima de violência
• CDH debate Terceirização
• Comissão discute trabalho escravo
• Tramitação

Câmara dos Deputados

Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania


Cirurgia plástica à mulher vítima de violência

A comissão aprovou redação final do Projeto de Lei 123/2007 de autoria do então deputado Neilton Mulim (PR-RJ), tendo por dispõe sobre a oferta e a realização, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), de cirurgia plástica reparadora de sequelas de lesões causadas por atos de violência contra a mulher.

A redação final resultou nas seguintes disposições:

• Ficam obrigados os serviços do SUS, próprios, contratados ou conveniados, ofertar e realizar cirurgia plástica reparadora de sequelas de lesões causadas pela violência contra mulher;
• Os centros médicos deverão informar à vítima da possibilidade de acesso gratuito à cirurgia plástica para reparar lesões ou sequelas de agressão comprovada;
• Para solicitar cirurgia, a vítima de violência grave deve apresentar registro oficial de ocorrência da agressão;
• O médico de medicina deve indicar a necessidade de cirurgia por meio de diagnóstico formal e encaminhá-lo ao responsável pela unidade de saúde respectiva, para sua autorização;
• Caso o reparo tenha de ser complementado, as vítimas devem ser encaminhadas para clínicas especializadas;
• A despesa será custeada pelo programa orçamentário de saúde, alocada para o ano subsequente à sua publicação;
• Verificada ausência de complementação diagnóstica ou de tratamento, quando necessária à vítima, deverá o responsável pelo hospital ou centro de saúde pagar multa no valor de dez vezes de sua remuneração mensal; perderá função pública; e serão proibidos de contratar com o poder público e de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, pelo prazo de quatro anos;
• Os recursos provenientes das multas serão destinados às campanhas educativas de combate à violência contra a mulher.

Situação: a matéria segue à sanção ou veto da Presidente da República.

Comissão de Seguridade Social e Família


Acesso prioritário de mulheres vítimas de violência ao Pronatec
Aprovado parecer favorável ao Projeto de Lei 5976, de 2013, de autoria do deputado Márcio Macêdo (PT-SE), com o objetivo de inserir mulheres em situação de violência doméstica ou familiar entre os destinatários prioritários do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
A relatora, deputada Benedita da Silva (PT-RJ), que apresentou substitutivo aprovando o projeto principal e apensados (PL 7546/2014, PL 8017/2014 e PL 2182/2015). Pelo parecer, incluiu pessoas em situação de vulnerabilidade e as acolhidas por instituições no direito de ter acesso ao programa, como os adolescentes entre dezesseis e dezoito anos, atendidos em programas de acolhimento familiar ou institucional, mantidos pelo Poder Público ou não; e emigrantes brasileiros retornados ao País, como são colocados no PL 7546/2014 apensado.
Situação: matéria segue à Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público e Constituição.

Oportunidade de acesso ao Prouni e Pronatec para idosos
Aprovado, por unanimidade, parecer do deputado Roney Nemer (PMDB-DF), favorável ao Projeto de Lei 601/15, de autoria da deputada Conceição Sampaio (PP-AM), que busca alterar a Lei que institui o Programa Universidade para Todos (Prouni), e a Lei do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), para criar política de oferta de oportunidades de estudo para indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos.
A matéria acrescenta dispositivos às duas Leis, instituindo percentual de bolsas de estudo destinado à implementação de políticas afirmativas de acesso ao ensino superior de estudantes com idade igual ou superior a 60 anos (Prouni); e participação de trabalhadores com idade igual ou superior a 60 anos que ainda estejam no exercício de atividade profissional, quando houver vagas remanescentes não ocupadas pelos beneficiários referenciados na Lei.
Situação: segue à Comissão de Educação.

Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços


Incentivo à educação formal do trabalhador
Aprovado parecer favorável ao Projeto de Lei 1431/2015, de autoria do deputado Damião Feliciano (PDT/PB), que concede benefícios fiscais às empresas que proporcionar aumento salarial ao trabalhador que concluir o ensino fundamental ou médio.
O autor do projeto afirma a sua intenção de incentivar os trabalhadores e empresas. O trabalhador fará jus ao aumento salarial de 5% do salário mínimo para cada novo certificado (Ensino Fundamental ou Médio). Para o trabalhador ter direito ao aumento, deverá apresentar à empresa o cerificado ou diploma que atestem cumprimento mínimo dos critérios de certificação. Já a empresa terá direito ao abatimento no Imposto de Renda equivalente a 20% superior ao valor total gasto pela empresa com o aumento salarial do empregado.
Situação: a matéria segue para apreciação na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) e em seguida para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).

Senado Federal

Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa


Debate sobre Terceirização

A Comissão realizou nesta audiência pública destinada a dar continuidade ao ciclo de debates O mundo do trabalho: desemprego, aposentadoria e discriminação, com foco na terceirização.

Na ocasião, o senador Paulo Paim (PT-RS), que é o presidente da CDH e relator do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 30/2015, que regulamenta terceirização, na Comissão Especial do Desenvolvimento Nacional (CEDN), afirmou que pretende apresentar seu relatório sobre a matéria em maio de 2016. De acordo com o senador, ele irá recomendar a rejeição do PLC 30/2015 e apresentará um substitutivo à matéria.

O PLC 30/2015, é o PL 4330/2004, que foi aprovado pela Câmara dos Deputados no final de abril deste ano e encontra-se em processo de revisão pelo Senado Federal. O projeto permite a terceirização das atividades-fim e admite inclusive a quarteirização das contratações. Caso o Senado aprove o projeto com mudanças de mérito, ele deverá retornar à Câmara dos Deputados em análise final.

O próprio senador Paulo Paim (PT-RS) apresentou neste ano o Projeto de Lei do Senado 554/2015, que permite a terceirização apenas de parcela de das atividades da empresa contratante e estabelece que o empregado da empresa prestadora de serviços possa usufruir dos direitos que integram convenção ou acordo coletivo de trabalho vigente celebrado pelo sindicato da categoria profissional preponderante da empresa tomadora de serviços, desde que mais benéficos que o instrumento coletivo de sua categoria.

No encontro desta estiveram presentes todos os segmentos que juntamente com o senador Paim encampam a campanha nacional contrária ao PLC 30/2015: Centrais Sindicais, Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait); Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) e o Fórum em defesa dos trabalhadores ameaçados pela terceirização. Ao todo já foram realizadas audiências em vinte de duas capitais. As demais ficarão para 2016, com o final marcado para o mês de maio, em que será lançada à Carta à Nação, documento contrário ao projeto da Câmara.

Para o senador Paulo Paim (PT-RS) a ampliação da terceirização da atividade fim prejudica as relações de trabalho e vai contra os preceitos da constituição e da CLT. Sobre o PL 4330/04, afirmou que é um projeto impróprio, que fragiliza os direitos trabalhistas.

Marilene Teixeira, representante do Fórum em defesa dos trabalhadores ameaçados pela terceirização, ressaltou a importância das audiências públicas nos estados. Foi destacado que a terceirização se ampliou para muito além do que se pode imaginar e medir estatisticamente. Para Marilene, ela tá em toda parte, com muito peso na informalidade. Há uma infinidade de trabalho escravo nas atividades-fim das empresas, aliado a situações em que as prestadoras de serviços mudam seu objeto social para reduzir custos fiscais e enquadrar os trabalhadores em outras categorias. Por fim, foi defendido que a luta deve ser internacionalizada e que muitos países vivem a mesma realidade do Brasil quanto aos trabalhadores terceirizados.

Carlos Silva, Presidente do Sinait, afirmou que seus colegas auditores fiscais do trabalho deflagram no ambiente de trabalho tudo o que se revela nas audiências públicas realizadas pelo senador Paulo Paim. Ele condenou as tentativas de sustação da NR-12, sobre medidas de segurança no trabalho com máquinas e equipamentos. Outro fator que favorece a continuidade dos abusos é a suspensão da publicação da Lista Suja do Trabalho Escravo. Para Carlos Silva, o PLC 30/15 abre uma verdadeira farra nas terceirizações e coloca grandes mentiras contadas e aceitas pelos próprios trabalhadores terceirizados. Como exemplo, ele cita a falsa informação disseminada de que os trabalhadores diretos não serão afetados pelo projeto, o que é enganoso uma vez que poderá ser permitida a terceirização das atividades-fim. Ainda foi dito que o projeto não resolve o problema da jornada de trabalho; nem da redução salarial; da diferença de direitos, e, na verdade, aprofunda a desigualdade e abre margem para o aumento do assédio moral. Por fim, defendeu que haja a legítima representação sindical dos trabalhadores terceirizados.

Hugo Melo Filho, Presidente da Associação Latino Americana de Juízes do Trabalho, afirmou que de tempos em tempos algumas matérias são ressuscitadas para tentar reduzir os direitos dos trabalhadores. Como exemplo, ele citou as reiteradas tentativas de estabelecer a sobreposição do negociado sobre o legislado e o desejo em mitigar a atuação da justiça do trabalho com a falsa informação de que sua existência é o que enseja o alto número de processos trabalhistas. Sobre a terceirização afirmou que o PLC 30/15 já tem 11 anos de trâmite no Congresso, mas mesmo antes dele outros projetos já tramitavam no legislativo com o intuito de precarizar o trabalho terceirizado no país. Ele defendeu que seja mantida a questão da reponsabilidade solidária do tomador de serviços e a proibição de terceirização da atividade-fim.

Guilherme Feliciano, Vice-presidente da ANAMATRA, destacou que o cenário atual é marcado por um panorama de desmonte dos direitos sociais. Foi dito que o PLC 30/15 é um retrocesso nos direitos trabalhistas e que, por outro lado, o projeto de autoria do senador Paulo Paim (PLS 554/2015) estabelece uma regulamentação adequada e digna aos trabalhadores terceirizados. Feliciano pontuou que tal qual o direito social, a própria Justiça do Trabalho sofre um processo de desmonte. Cortes no orçamento à despesa e investimentos. Foi relatado que há uma chantagem para que o juiz do trabalho permita o estabelecimento de relações contratuais sem a devida proteção ao trabalhador e que isso não será permitido.

Moacyr Ribeiro, Secretário Geral da NCST, sustentou que a terceirização da forma com que está colocada no PLC 30/15 é muito similar ao trabalho Escravo. Ele listou casos de mortes de terceirizados no trabalho e afirmou que o movimento sindical não pode permitir que a questão seja aprovada da forma como está, retirando direitos do trabalhador. Moacyr esclareceu que no caso do rompimento da barragem em Mariana (MG) a questão da terceirização dos trabalhadores foi um fator que potencializou os danos às pessoas.

Canindé Pegado, Secretário Geral da UGT, Elogiou a atuação do senador Paulo Paim como presidente da CDH, por ter aberto um canal de diálogo nunca visto na história do Senado Federal. Em suas palavras, espera-se do senador, como relator do projeto da terceirização na CEDN, que se faça justiça à classe trabalhadora. Pegado se posicionou favorável à regulamentação da terceirização, mas não na forma como está o PLC 30/15, que precariza as relações de trabalho.

Graça Costa, Secretária Nacional da CUT, afirmou que mesmo com todo o movimento que se encampou no sentido de dar seguimento do PLC 30/15, a classe trabalhadora vem vencendo. Com a terceirização, o trabalhador passa a ser uma mera mercadoria e não mais uma pessoa.

João Paulo Ribeiro, Diretor de Assuntos Legislativos da CSPB, afirmou que há no Brasil grande tentativa de terceirizar os serviços para reduzir custos, pois é a melhor área para ampliar a terceirização, inclusive no serviço público. Ele também comentou que há mais sindicatos fiscalizados do que empresas que praticam o trabalho terceirizado irregular e até mesmo trabalho escravo.

Também estiveram presentes na audiência os seguintes senadores e senadoras: Paulo Rocha (PT-PA), Waldir Raupp (PMDB-RO), Ana Amélia (PP-RS), Telmário Mota (PDT-RR), Donizeti Nogueira (PT-TO).

Trabalho escravo
A Comissão também realizou, por meio de requerimento do senador Paulo Paim (PT-RS), audiência pública para discutir a situação do trabalho escravo no país. Participaram da audiência o ator e Embaixador da Boa Vontade da Organização Internacional do Trabalho, Wagner Moura; o conselheiro do Fundo Voluntário da ONU sobre formas contemporâneas de escravidão, Leonardo Sakamoto; o juiz e Vice-Presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (ANAMATRA), Dr. Guilherme Guimarães Feliciano; o Secretário Especial do Ministério das Mulheres, Rogério Sottili; o Chefe da Divisão de Combate ao Trabalho Escravo do Ministério do Trabalho e Previdência Social, André Roston; e o Assessor da Secretaria de Assalariados Rurais da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG).

Wagner Moura, reconhecido pelo seu trabalho no cinema e também na luta pelos Direitos Humanos, criticou o Projeto de Lei do Senado n° 432/2013, que dispõe sobre o conceito de trabalho escravo.

“O cara que trabalha em situação degradante, que degrade a natureza humana e o sujeito que trabalhe em jornadas exaustivas de trabalho, no Brasil esta pessoa é considerado um escravo. E é justamente esses dois pilares dessa nossa definição que sorrateiramente estão sendo retiradas agora na regulamentação da lei” – disse Moura.

Para Moura existem forças responsáveis por manter a condição de trabalho escravo no mundo que lucra com esta forma de exploração do trabalhador.

“O trabalho escravo gera no mundo um lucro ilegal de US$ 150 bilhões. […] Então, a gente entende que é uma economia nefasta informal que gera muito dinheiro, a gente vai naturalmente entender que há forças que trabalham para a manutenção disso. É curioso que o legislativo tenha se empenhado tanto para a aprovação da maioridade penal, enquanto com essa proposta a gente está afrouxando a lei que responsabiliza os verdadeiros bandidos” – confirmou o ativista.

Por fim, Wagner Moura afirmou que o Senador Acir Gurgacz (PDT/RO) havia lhe confirmado o posicionamento do Partido Democrático Trabalhista (PDT) para que o PLS n° 432/13 volte para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

Representando o Fundo Voluntário da Organização das Nações Unidas sobre as formas contemporâneas de escravidão, Leonardo Sakamoto, falou do reconhecimento da ONU sobre o conceito brasileiro de trabalho escravo, assim como sendo um “exemplo global a ser reproduzido”.

“Posso falar com todas as letras que o alto comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos reconhece […] o conceito brasileiro de trabalho escravo. O conceito brasileiro de trabalho escravo, que é um conceito que prevê a defesa da liberdade da dignidade do trabalhador que está no art. 149 do Código Penal. […] O Fundo reconhece a definição brasileira” afirmou Sakamoto.

Sakamoto ainda pediu o retorno do projeto de lei do trabalho escravo para a CCJ e que o assunto seja debatido pelo Senado Federal.

O juiz Guilherme Feliciano reafirmou a posição da ANAMATRA favorável às expropriações de terras onde há evidências de trabalho análogo ao de escravo, do conceito de trabalho escravo presente no art. 149 no Código Penal e de uma discussão que compreenda todas as forças sociais sobre o assunto.

Feliciano discorreu sobre a situação da escravidão moderna, diferente do trabalho escravo da Idade Média e dos ciclos econômicos do Brasil Colônia e Império. Uma nova forma de escravidão por dívidas é encontrada atualmente.

“Estamos falando de um trabalho escravo que muitas vezes se traveste de trabalho contratualmente admitido. Que muitas vezes decorre da servidão por dívidas que o próprio trabalhador não percebe que está acontecendo e, entre nós é conhecido por ‘truck system’[1]” de acordo com Feliciano.

“Eu me lembro de um vídeo que foi captado por um Procurador do Trabalho e [neste vídeo] os trabalhadores eram enfileirados e tinham de passar por debaixo de um chuveiro que despejava sobre eles um líquido agrotóxico para que eles fossem às plantações e não contaminassem as plantações com o cancro cítrico” segundo relatado pelo juiz.

Para o Secretário Especial do Ministério das Mulheres, Rogério Sottili, o trabalho é extremamente fundamental para a estrutura da sociedade. Sottoli pressionou pela ampliação do debate do tema na sociedade brasileira.

André Roston expôs as péssimas condições de vida que são encontrados os trabalhados em condição análoga de escravidão. Criticou também a falta de publicidade dos dados sobre a escravidão no país e o PLS por proibir a divulgação desses dados.

O Senador Lindberg Farias (PT/RJ) compareceu à Comissão para reafirmar o seu apoio contrário ao projeto e da sua intenção em dialogar com o Presidente do Senado Federal, Senador Renan Calheiros (PMDB/AL), para a retirada do PLS da pauta do Plenário.

Congresso Nacional

Plenário


Mantido veto a regra de aposentadoria 85/95

Congresso manteve veto parcial ao Projeto de Lei de Conversão 15/2015, oriundo da MP 676/2015 e transformado na Lei 13.183/15, trazendo a nova regra de aposentadoria 85/95. Para obter de forma integral a aposentadoria, deverá cumprir a regra da soma de idade e de tempo de contribuição igual a 85 (para mulheres) ou 95 (para homens).

TRAMITAÇÕES

Câmara dos Deputados

1. Parecer apresentado:
Fundo Social
Projeto de Lei 3531, de 2012, de autoria do deputado Irajá Abreu (PSD-TO), destinar 20% dos recursos do Fundo Social ao financiamento da previdência social.
Parecer: pela aprovação com substitutivo incluindo além da previdência social, a assistência social.
Relator: deputado Rômulo Gouveia (PSD-PB),
Comissão: de Seguridade Social e Família.

Participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa
Projeto de Lei 6911, de 2006, de autoria do deputado Luiz Alberto (PT-BA), o qual Fixa em 15% (quinze por cento) do lucro líquido a participação dos trabalhadores quando houver recusa da empresa à negociação coletiva; garante estabilidade ao representante dos trabalhadores; isenta do imposto de renda na fonte o valor da participação e garante o acesso dos sindicatos às informações sobre a situação econômico-financeira da empresa.
Parecer: pela rejeição deste e de apensados uma vez que vai contra o que é colocado sobre negociação coletiva, impondo sanção à parte que se recusar a participar.
Relator: deputado Benjamin Maranhão (SD-PB).
Comissão: de Trabalho, de Administração e Serviço Público.

Extinção de Processo trabalhistas com mais de 8 anos de tramitação
Projeto de Lei 5347, de 2013, de autoria da deputada Gorete Pereira (PR-CE), para estabelecer que decorridos oito anos de tramitação do processo trabalhista sem que a ação tenha sido levada a termo o processo será extinto, com julgamento de mérito por decurso de prazo.
Parecer: pela aprovação com substitutivo retirando a extinção do processo decorridos oito anos e estipulando apenas que aplica-se a prescrição intercorrente na Justiça do Trabalho
Relator: deputado Benjamin Maranhão (SD-PB).

Brasília-DF, 18 de dezembro de 2015.



Tamiris Clóvis de Almeida – juntamente com a equipe de Relações Institucionais da CTC.


Informe Legislativo – 8 a 10 de dezembro de 2015

Acontece no Congresso

Este Informe sintetiza os acontecimentos no legislativo de 8 a 10 de dezembro de 2015

Diretor: José Francisco Jesus Pantoja Pereira

Gerente de Relações Institucionais: Sheila Tussi da Cunha Barbosa

Analistas de Relações Institucionais: Renan Bonilha Klein

Tamiris Clóvis de Almeida

 Victor Velú Fonseca Zaiden Soares

Assistente Administrativa: Quênia Adriana Camargo

Estagiária: Letícia Tegoni Goedert

Temas abordados nesta edição:

• Plenário do Senado aprova Proposta que aumenta licença-maternidade em caso de filho prematuro
• CDH discute debate a instalação de postos de autosserviço
• Comissão discute medidas em favor de mulheres com deficiência vítimas de violência
• Tramitação

Câmara dos Deputados

Comissão de Finanças e Tributação


 

Aprovado projeto para coibir violência doméstica
A comissão aprovou, por unanimidade, o parecer da relatora, deputada Leandre (PV-PR), do Projeto de Lei 7353, de 2010, que cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. O projeto reconhece os avanços alcançados pelo estabelecimento da Lei Maria da Penha, entretanto o autor da proposição, deputado Marcos Montes (DEM-MG), considerou que sob o ponto de vista social a lei foi insuficiente. Sendo assim, a matéria visa conceder auxílio financeiro às mulheres vítimas de violência.

O autor da matéria julga que tal benefício não trará prejuízos orçamentários e que ficará a encargo do juiz em analisar cada caso, levando em consideração os aspectos em que a vítima dependa ou não economicamente de seu agressor. O auxílio financeiro terá duração de três meses, prorrogável por igual período.

O relatório apresentado pela deputada foi pela não implicação da matéria em aumento ou diminuição da receita ou das despesas públicas, não cabendo o pronunciamento quanto à adequação financeira e orçamentária do apensado, Projeto de Lei 1855/11, assim como sobre a incompatibilidade e inadequação financeira e orçamentária do PL 7353/10 e do substitutivo da Comissão de Seguridade Social e Família.

Situação: a proposição está sujeita à apreciação conclusiva pelas Comissões e segue para sua deliberação final na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJC).

Senado Federal

Plenário


 

Aumento da licença-maternidade em caso de filho prematuro
Aprovada em primeiro e segundo turnos a Proposta de Emenda à Constituição 99 de 2015, tendo como primeiro signatário o senador Aécio Neves (PSDB/MG), que estende a licença-maternidade, da trabalhadora que tiver filho prematuro, à quantidade de dias que o recém-nascido permanecer internado.

Assim, a contagem da licença-gestante de 120 dias será a partir do dia em que o bebê prematuro tenha alta do hospital e não de seu nascimento. Também foi aprovada uma Emenda de Plenário restringindo a licença ao tempo máximo de 12 meses – sendo 120 dias de licença e oito meses de internação.

Situação: a matéria segue à Câmara dos Deputados.

Urgência ao projeto que define trabalho escravo
Na última quarta-feira (09/12), o Projeto de Lei do Senado 432/2013 apresentado pela Comissão de Consolidação da Legislação Federal e Regulamentação de Dispositivos da Constituição, que dispõe sobre a expropriação das propriedades rurais e urbanas onde se localizem a exploração de trabalho escravo, recebeu pedido de urgência.

O Projeto propõe definir trabalho escravo, estabelecendo que o descumprimento da Legislação Trabalhista não caracterize trabalho escravo e determina que todo e qualquer bem de valor econômico – apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou da exploração de trabalho escravo – seja confiscado e revertido ao Fundo Especial de Prevenção e Combate ao Trabalho Escravo e ao Tráfico Ilícito de Entorpecentes e Drogas Afins – FUNPRESTIE.

Também estabelece que os imóveis rurais e urbanos, especificidades pro não serem passíveis de destinação à reforma agrária e a programas de habitação popular, poderão ser vendidos e seus valores remetidos ao FUNPRESTIE. Determina que nas hipóteses de exploração de trabalho em propriedades pertencentes à União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, ou em propriedades pertencentes às empresas públicas ou à sociedade de economia mista, a responsabilidade penal será atribuída ao respectivo gestor.

Por fim, estabelece que a ação expropriatória de imóveis rurais e urbanos em que forem localizadas a exploração de trabalho escravo observará a lei processual civil, bem como a necessidade de trânsito em julgado de sentença penal condenatória contra o proprietário que explorar diretamente o trabalho escravo.

A matéria chegou a recebeu parecer do senador Romero Jucá (PMDB-RR), na Comissão de Consolidação da Legislação Federal e Regulamentação da Constituição. Relatório foi aprovado com as seguintes alterações:

• Exclui a exigência de trânsito em julgado da sentença resultante da ação penal como condição para a ação de expropriação;
• Permite a expropriação de imóvel de propriedade de pessoa jurídica;
• A reversão ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) dos bens apreendidos em decorrência da exploração de trabalho escravo;
• Fixou que a expropriação do imóvel ocorrerá onde houver exploração de trabalho escravo diretamente pelo proprietário, ressalvando a hipótese da prática por locatário, arrendatário e outros;
• O proprietário não poderá alegar desconhecimento da exploração de trabalho escravo por seus representantes, dirigentes ou administradores;
• Veda a inscrição de acusados de exploração de trabalho escravo em cadastros públicos sobre o tema antes do trânsito em julgado da sentença.
Pela definição disposta sobre trabalho escravo na matéria, não incluiu a jornada exaustiva e condições degradantes, como exposto no artigo 149 do Código Penal.

Após este tramite, o projeto foi encaminhado à análise da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), por meio de requerimento aprovado de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS). Recebeu designação de relatoria, porém, nenhum parecer apresentado.

Situação: a matéria seria votada nesta quinta-feira (10/12), entretanto, foi passada para a próxima terça-feira (15/12). A urgência foi requerida, segundo regimento interno do Senado, por líderes representando 2/3 da composição da Casa (art. 338, II, RISF).

Comissão de Assuntos Sociais


 

Aprovado projeto que veda anúncio de emprego sem especificar empresa contratante
A comissão aprovou o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 84, de 2015, de autoria do então deputado, e atualmente senador, Paulo Paim (PT-RS), que veda a publicação em jornais de anúncios classificados oferecendo empregos que não informem claramente o nome da empresa contratante.

Foi aprovada também emenda do relator da matéria, senador José Pimentel (PT-CE), que estende a proibição a todos os demais veículos de comunicação, inclusive aplicativos e redes sociais profissionais.

Dessa forma, pretende-se que em todas as ofertas de emprego seja informada a empresa contratante.

A proposta fixa multa de R$ 532,05 à empresa que divulgar vaga de emprego sem se identificar e, em caso de reincidência, a punição é elevada para R$ 1.064,10.

Situação: o projeto segue para o Plenário do Senado Federal e, caso seja aprovado com a referida emenda da CAS, deverá retornar à Câmara dos Deputados em análise final.

Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa


 

Debate sobre a instalação de postos de autosserviço
A comissão realizou audiência para discutir os efeitos da instalação de máquinas de autosserviço nos postos de combustíveis do país. O centro da discussão ocorreu em virtude do Projeto de Lei do Senado nº 407/2014, de autoria do senador Blairo Maggi (PR/MT), que pretende revogar a Lei nº 9.956/2000 (proíbe a instalação de bombas de autosserviço em postos de abastecimento de combustíveis).

Os senadores Gleisi Hoffman (PT/PR) e Telmário Mota (PDT/RR) estiveram presentes na audiência pública para reconhecer a importância do tema para os trabalhadores envolvidos e para a sociedade. O autor do requerimento para a realização da audiência pública, senador Paulo Paim (PT/RS), não pôde acompanhar a reunião, que acabou sendo presidida pelo senador Mota.

Participaram do debate o Presidente da Federação dos Empregados em Postos de Combustíveis do Estado de São Paulo (FEPOSPETRO), Luiz de Souza Arraes; o Presidente do Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo de Curitiba (SINPOSPETRO), Lairson Sena de Souza; o Presidente da Federação Nacional dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo (FENEPOSPETRO), Francisco Soares de Souza; o Secretário de Relações Institucionais da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Miguel Salaberry Filho; o Secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Jorge Mario Campagnolo; e o representante do senador Blairo Maggi, Coaraci Castilho.

A senadora Gleisi Hoffman enalteceu o debate e relembrou a discussão ocorrida no passado que por meio do PL 4.224/1998 (Lei nº 9.956/2000) evitou a extinção da profissão de frentistas no país. Hoffman ainda se declarou favorável à causa dos trabalhadores e a lei que está em vigor no país.

“Sei que é um debate importante, não é a primeira vez que ele está nesta casa. Nós já tivemos um debate a esse respeito no passado e lembro que tivemos uma ação afirmativa em relação à isso […] que foi um projeto do então deputado Aldo Rebelo que afirmava que não teria automatização nos postos de gasolina, o autosserviço” disse a senadora.

Coaraci Castilho confirmou a intenção do senador Blairo Maggi em escutar os representantes dos frentistas para decidir sobre o projeto.

“O senador é sensível à economia brasileira e nós iremos analisar o projeto com maior intensidade e com certeza, pela sensibilidade do senador, hoje esse projeto se encontra com a relatoria do [senador] Wilder Morais (DEM/GO). Nós iremos fazer uma reunião, o senador Blairo Maggi e o senador Wilder, para que possamos definir qual é o caminho que esse projeto poderá seguir” afirmou Castilho.

Luiz de Sousa Arraes convidou a classe trabalhadora em prol de uma forte mobilização contra os projetos de lei que buscam retirar direitos dos trabalhadores na tentativa de reverter esse quadro. E expôs o medo dos frentistas caso o PLS 407/14 seja aprovado.
“Hoje estamos aqui com os representantes de trabalhadores de todo o Brasil, do Oiapoque ao Chuí, […] com o medo do que possa acontecer com esses 500 mil trabalhadores, por que quando desemprega aumenta a criminalidade e tem um efeito psicológico nas famílias. […] É uma medida que visa, única e exclusivamente, para aumentar o lucro de quem já lucra muito” disse o sindicalista.

Arraes também falou da baixa participação do custo da folha de pagamento sobre o preço dos combustíveis e sobre o balanço das distribuidoras de derivados de petróleo.

“Nós temos aqui um ranking de 15 países e desses países só tem dois que não têm autosserviço […]. A Noruega possui o segundo maior preço de combustível do mundo, só que lá o salário médio da população é de 19 vezes maior ao do Brasil. E eles usam o lucro do combustível para investir na infraestrutura e na educação do país. […] O preço do combustível no Brasil não está [relacionado] à mão-de-obra. No balanço da Petrobras, a mão-de-obra representa 0,19% do custo e na Ipiranga representa 0,18%” confirmou Luiz de Sousa Arraes.

Para o Presidente da SINPOSPETRO, o frentista não realiza somente a sua atividade remunerada, mas também é um ator fundamental nas cidades brasileiras.

“Hoje é considerado um agente cultural de qualquer cidade. […] Todo turista quando se perde em uma cidade o primeiro ponto de referência é o frentista. Ele é a referência da cidade, é o cartão postal de todas as cidades brasileiras” disse Lairson Sena de Souza.
Miguel Salaberry apontou os riscos presentes na atividade de abastecimento de automóveis e os possíveis efeitos da aprovação do projeto sobre os trabalhadores do setor. Salaberry chamou os trabalhadores para uma “caminhada” contra o PLS 407/14 e se comprometeu para pressionar os parlamentares para votarem contra o projeto.

De acordo com Francisco Soares de Souza a aprovação coloca em risco a existência da categoria de frentistas no país.

“Ao contrário do que consta da exposição de motivos e da justificação desse Projeto de Lei do Senado 407/14, a automatização das bombas de combustíveis e a permissão de ‘auto service’ nos postos de combustíveis não só desempregará milhares de trabalhadores, mas em curto espaço de tempo extinguirá toda a categoria sem que o povo brasileiro tenha um ganho sequer com tal contravertida medida” afirmou Souza.

Além dos palestrantes na mesa, os representantes dos trabalhadores e frentistas que ocupavam os lugares na plateia puderam apresentar relatos à respeito dos riscos que envolvem a atividade como o contato com substâncias maléficas à saúde e o riscos de assalto.

O Presidente do Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado do Rio de Janeiro (SINPOSPETRO-RJ), Eusébio Luis Pinto, falou da importância da profissão de frentista para a sociedade brasileira.

“Estamos pulverizados em todas as esquinas do Brasil com mais de 500 mil trabalhadores em mais de 40 mil empresas onde temos a capacidade de em pouco tempo fazer uma notícia boa ou ruim correr pelo Brasil. Atendemos todos os níveis de toda a escala social deste país. Nós construímos a nossa história aqui no Brasil. Nós, da categoria dos frentistas, somos hoje uma categoria específica determinada pelo Supremo Tribunal Federal, por isso essa é a única categoria do setor no mundo. Por isso, senhor senador, que aqui não poderá ter o ‘auto service’” segundo o sindicalista.

O projeto se encontra na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) aguardando o parecer do relator, senador Wilder Morais.

Congresso Nacional

16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres


 

Comissão Permanente Mista em Combate à Violência Contra a mulher discute medidas em favor de mulheres com deficiência vítimas de violência

A Comissão Permanente Mista em Combate à Violência Contra a Mulher realizou audiência publica destinada a debater medidas em favor de mulheres vítimas de violência doméstica, especialmente aquelas com deficiência, e o impacto social e financeiro causado por essa violência.

Vera Lúcia Ferreira Mendes, coordenadora-Geral de Saúde da Pessoa com Deficiência do Ministério da Saúde, apresentou dados que comprovam alguns avanços do Ministério da Saúde, como a obrigatoriedade de apresentação de notificações nos casos de violência, sistemas de notificações com informações das condições da vítima, agregando ao banco dados sobre violência. Os dados mostram o perfil da vitima; os tipos de violência sofrida; e quem foi o agressor, sendo na maioria das vezes algum conhecido ou pessoa próxima.
Esse Banco de dados é da vigilância da saúde, e, segundo a coordenadora, pelas informações notificadas conclui-se que estes foram subnotificados, ou seja, a violência ainda é cultural, sendo necessária a sensibilizar a sociedade para que a situação possa melhorar. Além disso, os dados como os da saúde, direitos humanos e justiça, devem ser unificados para que facilite a junção de insumos aos formadores de políticas públicas, dados, por exemplo. Ainda, esta integração facilitaria os trabalhos de pesquisa, melhorando a análise das estatísticas.

O enfrentamento da violência contra mulheres com deficiência ainda precisa de melhorias e pra isso foi criado dentro do SUS um grupo de trabalho para criar diretrizes de atenção às mulheres com deficiência, para que trate as violências cotidianas destas pessoas neste ambiente. O que está ocorrendo é a violência institucional, das unidades estarem dificilmente estarem equipadas para atender necessidades especificas de cada pessoa, como mesas ginecológicas com adequação para mulheres com deficiência, às deixando em situação de constrangimento; ate mesmo equipamentos próprios para exames periódicos.
Por fim, expos que o objetivo do grupo de trabalho é implementar unidades básicas de saúde totalmente acessíveis, mudando a cultura, instituindo diretrizes de cuidado e orientando profissionais do SUS ao manejo clínico de mulheres com deficiência, para que estas tenham tratamento o mais igualitário possível por meio da adequação às suas necessidades.

Nadine Gasman, representante da ONU Mulher, participou da audiência e parabenizou a comissão por incluir este tema dentre os demais da campanha dos 16 dias de ativismo. Afirmou sobre a importância da campanha para trazer uma maior mobilização das mulheres quanto as suas situações, para que uma melhora nos resultados apresentados pelo mapa da violência 2015, o qual trouxe um aumento nos índices de homicídios de mulheres, colocando o Brasil em uma posição ainda mais negativa. Também incluiu sobre a necessidade de incutir medidas de proteção social e de responsabilidade de toda a sociedade no tanante a esta questão.

Beatriz cruz da Silva, Assessora da Secretária Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, argumentou que o Ministério vem desenvolvimento um conjunto de ações de combate à violência contra a mulher, em parceria com o Ministério da Saúde, na tentativa de responsabilizar os agressores e prevenir que as vítimas sofram novamente qualquer tipo de violência. Dessa forma, está sendo desenvolvido o projeto “mulher viver sem violência”, com um conjunto de ações para o enfrentamento da violência sexual, fortalecimento das delegacias especializadas e capacitação dos profissionais de segurança pública.

Foram verificadas prioridades na pauta deste tema, integração destas políticas e serviços nas redes de atendimento às mulheres, não apenas qualificando, mas não revitimizar a mulher e sim proteger. Integrar a atuação da saúde com a segurança, capacitar médicos do SUS para ter uma noção de segurança publica, coletar informação e ter tratamento adequado possibilitando uma perícia e não necessitar novos exames caso a violência ocorra novamente.

Por fim, a assessora afirmou que algumas pesquisas realizadas puderam identificar as duas formas de violência com maior ocorrência: a psicológica e institucional. Esta segunda se mostra ainda mais presente, prejudicando o enfrentamento da própria vítima contra violências sofridas. Mais ainda, a questão de falta de acesso das pessoas com deficiência tem sido visto em todos os serviços de saúde, preponderando uma mudança urgente.
Liliane Bernardes, Coordenadora de Promoção da Pessoa com Deficiência da Secretaria Especial de Direitos Humanos do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, falou sobre o conceito de pessoas com deficiência e elencou a mulher dentro deste quadro. O conceito demonstrou ir além do seu físico, chegando a ser muito mais seus limites e dificuldades de interação com a sociedade.

Ao ressaltar mulheres com deficiência, salientou algumas normas, como a de deficiência e de inclusão, mostrando a proteção que o estado deve dar à estas pessoas. Mostrou resultados do comitê sobre direitos das pessoas com deficiência da ONU, tendo sido formulado relatório discorrendo sobre a necessidade de políticas públicas adequadas para estas pessoas. Políticas Públicas devem prevenir e combater a discriminação, atendendo as especificidades das pessoas com deficiência.

Discorreu sobre ações algumas ações em andamento da secretaria, como a adequação dos mecanismos de denúncia para considerar as especificidades e garantir acessibilidade às pessoas com deficiência (disque 100 e ligue 180); instituição de cadastro inclusão (LBI) em 2016, cujo objetivo é inserir informações e dados sobre deficiência, inclusive sobre violência contra mulheres com deficiência, para aprimoramento das políticas públicas; desenvolvimento de ações em conjunto com a Secretaria das Mulheres e outras pastas; e apoio ao desenvolvimento de estudos sobre o tema.

Elisa Maria Correa Silva, Procuradora Federal junto ao Instituto Nacional do Seguro Social, afirmou que o INSS faz tem feito a diferenciação entre pessoas portadoras ou não de deficiência para um repasse condizente de benefícios e assistências. Incluiu que o INSS vem oferecendo sua capilaridade e apoio aos demais órgãos para passar informações necessárias, ressarcindo a sociedade sobre o risco social que for causado a mulher, independe da sua condição.

Tracy Francis, Pesquisadora e Consultora do McKinsey Global Institute, apresentou resultados da pesquisa realizada sobre paridade de gênero e qual seu impacto global se existisse determinada igualdade. Mostrou quais as condições que devem existir para se chegar a isonomia. Mesmo sem muitos bancos de dados correlatos, a pesquisa foi realizada e demonstrou que se a presença de paridade fosse constatada o impacto econômico seria de 150 bilhões de dólares para o Brasil.

Francis colocou que teria uma mudança no PIB com esta melhoria, entretanto, a realidade do mercado de trabalho mostra a mulher trabalhando em setores menos produtivos. Para uma inclusão igualitária, o MGI identificou seis pilares de ações e assim possibilitar esta mudança e melhoria na economia com a participação da mulher: incentivo e apoio financeiro de ONGs, governo e setor privado; instituir tecnologias e infraestrutura para abarcar a mulher; implementação de programas de educação e incentivo a atitudes corretas; capacitação; defesa e atitudes exemplares; e políticas de proteção.

Concluiu que ou a violência é alta ou extremamente alta em localidades do Brasil, o colocando apenas em melhor situação comparado com o oriente Médio e Ásia. Esta dedução foi possível por meio de três indicadores analisados: questão de serviços essenciais; processo legal e politica; e segurança física e de autonomia, incluindo a violência contra mulher.

TRAMITAÇÕES

Câmara dos Deputados

1. Pareceres apresentados:
Aposentadoria por invalidez
Projeto de Lei 3928, de 2008, de autoria do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), o qual pretende garantir a aposentadoria por invalidez ao segurado em gozo de auxílio-doença há mais de um ano, em decorrência das doenças relacionadas na Lei de Benefícios.
Parecer: pela aprovação.
Relator: deputado Wilson Filho (PTB-PB).
Comissão: de Seguridade Social e Família.

Senado Federal

1. Parecer apresentado

Redução de jornada para 40 horas e elevação para 60% o valor da hora-extra
Proposta de Emenda a Constituição 89, de 2015, que reduz progressivamente a jornada normal de trabalho para 40 horas semanais.
Parecer: pela aprovação com emendas: a emenda 2/CCJ, que altera a progressividade da redução da jornada, que no projeto é estabelecida em uma hora a menos por ano, para 30 minutos a menos. Dessa forma, no primeiro ano seguinte ao da promulgação da PEC, a jornada passaria a ser de 43h30min, em seguida 43h e assim por diante; e a outra emenda, 3/CCJ, propõe alterar o inciso XVI do art. 7º da Constituição para elevar de 50% para 60% o valor mínimo sobre a hora normal, a ser pago ao trabalhador quando este realizar hora-extra.
Relator: senador Walter Pinheiro (PT-BA).
Comissão: Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania.

Brasília-DF, 11 de dezembro de 2015.



Tamiris Clóvis de Almeida – juntamente com a equipe de Relações Institucionais da CTC.

Informe Legislativo – 1° a 3 de dezembro de 2015

Acontece no Congresso

Este Informe sintetiza os acontecimentos no legislativo de 1° a 3 de dezembro de 2015

Diretor: José Francisco Jesus Pantoja Pereira

Gerente de Relações Institucionais: Sheila Tussi da Cunha Barbosa

Analistas de Relações Institucionais: Renan Bonilha Klein

Tamiris Clóvis de Almeida

 Victor Velú Fonseca Zaiden Soares

Assistente Administrativa: Quênia Adriana Camargo

Estagiária: Letícia Tegoni Goedert

Temas abordados nesta edição:

• 16 Dias de Ativismo discute violência contra mulher no âmbito das mídias sociais
• CAS rejeita projeto que inclui adicional aos empregados que recebem até dois salários
• Comissão realiza audiência sobre violência contra mulheres com deficiência ou dela gerada
• CDH debate políticas públicas de combate à violência contra a mulher e reeducação do agressor
• Tramitação

Câmara dos Deputados

Comissão de Seguridade Social e Família


 

Representação de segurado
Aprovado deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), pela aprovação do Projeto de Lei 1044, 2007, de autoria da deputada Luiza Erundina (PSB-SP), para limitar a possibilidade de representação dos segurados perante os órgãos da Previdência Social, admitindo-se procuração por instrumento público apenas para cônjuge, companheiros, parentes legais até 3º grau, assistente social que represente a instituição onde está internado o beneficiário e advogado, impedindo a atuação de “agenciador”.

Situação: matéria segue para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Comissão de Finanças e Tributação


 

Acesso a dados do contribuinte
Rejeitado o Projeto de Lei 113, de 2011, de autoria do ex-deputado federal Sandes Júnior (PP-GO). A matéria visa obrigar a Secretaria da Receita Federal do Brasil a informar aos contribuintes os acessos realizados a seus dados cadastrais e fiscais. O projeto estipula que a comunicação acontecerá por meio de mensagem eletrônica no qual o cidadão será informado sobre o dia, a hora e a unidade do órgão que foi realizado o acesso.

O parecer pela aprovação do relator, deputado Edmar Arruda (PSC-PR), foi rejeitado e aprovado o Parecer Vencedor do deputado Pepe Vargas (PT-RS), pela rejeição. O parecer do relator passou a constituir Voto em Separado.

Situação: o texto segue para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).

Incentivo à mão de obra
Foi aprovado por unanimidade o parecer do relator, deputado Jefferson Campos (PSD-SP), pela rejeição do Projeto de Lei 5124, de 2009. O projeto pretende incentivar a contratação de trabalhadores por meio da dedução das despesas de depreciação das máquinas e equipamentos das grandes empresas.

A alteração poderá ser aplicada apenas nas empresas que apurem o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) com base no lucro real e registrem lucro líquido superior a R$ 5 milhões.

Situação: o projeto segue para apreciação da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Alíquota de contribuição na contratação de aprendizes
Aprovado parecer do deputado Assis Carvalho (PT-PI), pela incompatibilidade e inadequação financeira e orçamentária do Projeto de Lei 3829, de 2004, de autoria do deputado Lobbe Neto (PSDB-SP), para estabelecer alíquotas de contribuição para os contratos de aprendizagem previstos na Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. O projeto fixa em 2% a contribuição previdenciária do segurado e 4% (quatro por cento) a do empregador, incidente sobre a remuneração do trabalhador adolescente aprendiz.

Situação: matéria segue para a análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

 

Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência


 

Violência contra mulheres com deficiência ou dela gerada
Em audiência pública realizada nesta quarta-feira (2/12), a Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência (CPD) da Câmara dos Deputados debateu a violência sofrida por mulheres com deficiência e casos em que mulheres adquirem deficiências como resultado de violência. Na audiência, presidida pelo Deputado Aelton Freitas (PR-MG), estiveram presentes, por exemplo, as Deputadas Zenaide Maia (PR-RN) e Erika Kokay (PT-DF).

A ex-Deputada Federal e atual Secretária da Mulher do Estado de Alagoas, Rosinha da Adefal, compôs a mesa expositora e exaltou a iniciativa da Comissão de discutir o tema. Enquanto parlamentar, durante a Legislatura 2011-2015, foi Procuradora Adjunta da Procuradoria da Mulher na Câmara dos Deputados, além de ter presidido a Frente Parlamentar em Defesa das Pessoas com Deficiência e ter sido uma das autoras do projeto que deu origem à Comissão de Defesa das Pessoas com Deficiência. Rosinha também integrou a CPMI sobre a Violência contra a Mulher e relatou que, em 2012, foram apresentados índices alarmantes de violência contra mulheres, entretanto os números não incluíam vitimas com deficiências decorrentes de violência doméstica.

A mulher com deficiência, segundo Rosinha, está sujeita a uma dupla vulnerabilidade e, conforme disposto na Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, cabe ao Estado reconhecer as múltiplas formas de discriminação as quais são submetidas as mulheres com deficiência. Rosinha defendeu que 24% da população brasileira possui algum tipo de deficiência, enquanto cerca de 26,5% das mulheres tem alguma deficiência, o que reforça a necessidade de respeito às diferenças e garantia de igualdade de direitos. Ainda, ressaltou a importância do Projeto de Lei 347/2015, apresentado pela Deputada Rosangela Gomes (PRB-RJ), que busca tornar obrigatória a informação sobre a condição de pessoa com deficiência da mulher vítima de agressão doméstica ou familiar, o que permitiria a criação de índices acerca dessas mulheres em decorrência de violência.

Fernanda Papa, coordenadora-geral de Fortalecimento da Rede de Atendimento à Mulher, representando a Secretaria de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, afirmou que a rede pública não está preparada para lidar com casos recorrentes de abusos sofridos por mulheres, tampouco com vítimas com deficiência. No âmbito da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, essa questão é tratada pela Coordenação Geral de Diversidade. É importante destacar que quase 2 milhões de mulheres possuem deficiência no Brasil e, nesse contexto, diferentes condições impactam a violência sofrida por essas mulheres, o que evidencia a necessidade de atendimento especializado e acolhimento às vítimas. Papa argumentou que a deficiência agrega mais um fator de discriminação às mulheres, o que faz com que a exclusão, segregação e violência se potencializem e reforcem a situação de subordinação imposta a muitas vítimas. Também em relação às mulheres com deficiência, foi dito que a subnotificação é um grande desafio no trato dos casos de abuso envolvendo essas vítimas, muitas vezes submetidas a isolamento ou internação forçados, violação de privacidade e situações de desconforto físico ou constrangimento, por exemplo. Entre os esforços em defesa das mulheres vítimas de violência, Papa destacou o Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, que prevê políticas públicas como o programa “Mulher Viver sem Violência”.

Thalles Andrade de Souza, representante da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) do Ministério da Justiça, assegurou que “a lei é um importante passo para a materialização das políticas públicas, mas, por si só, não é o bastante”. Assim sendo, declarou que a SENASP tem se dedicado à criação de uma frente para o enfrentamento à violência contra as mulheres e ao feminicídio, levando-se em consideração a multicausalidade característica dessas situações. Sousa atestou que é necessário descontruir e desnaturalizar a cultura abusiva e agressiva existente sobre as mulheres, por meio da responsabilização dos agressores, além de fornecer às vítimas acolhimento e atendimento. Para tal, reforçou a importância do fortalecimento das delegacias especializadas em atendimento às mulheres e da qualificação dos profissionais que entram em contato com as vítimas, para garantir maior efetividade e evitar a “revitimização” das mulheres.

Vera Lucia Ferreira Mendes, coordenadora-geral de Saúde da Pessoa com Deficiência, representando o Ministério da Saúde, reconheceu os avanços no tratamento às mulheres vítimas de violência e às mulheres com deficiência, mas alertou que ainda há contradições difíceis de serem superadas. Desde 2003, existe notificação compulsória de casos de violência para vítimas atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas salientou, assim como Papa, que há subnotificação para casos de mulheres deficientes que sofrem violência, que estão inseridas em um cenário ainda mais complicado no qual discriminações se sobrepõem sobre o mesmo individuo; a dupla vulnerabilidade torna a mulher deficiente muito mais propensa a ser vítima de violência. Para enfrentar essa situação, Vera Lucia argumenta que é necessário um esforço em rede e deve haver sensibilidade do sistema e dos profissionais de saúde que atendem as mulheres com deficiência, que frequentemente são vitimas de uma “violência institucional” dada a dificuldade de acesso aos serviços que lhes deveriam ser garantidos por direito.

Senado Federal

Comissão de Assuntos Sociais


 

Adicional aos empregados que recebem até dois salários
Rejeitado, em caráter terminativo, o Projeto de Lei do Senado 63, de 2012, de autoria do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), que altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para dispor que após cada período de 3 anos de vigência do contrato de trabalho, o empregado que receba salário mensal igual ou inferior a dois salários-mínimos terá direito a adicional por tempo de serviço, em valor correspondente a 5% do seu vencimento, até o máximo de 50%.

De acordo com o relator do projeto na CAS, senador Dalirio Beber (PSDB-SC), os trabalhadores que ganham até dois salários mínimos geralmente possuem baixo nível de qualificação, sendo facilmente substituíveis. Por esse motivo, ele alega que o projeto poderia tornar mais grave a questão da alta rotatividade no mercado de trabalho nessa faixa salarial.

Situação: ressalta-se que o projeto também foi rejeitado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), este estará sujeito ao arquivamento, salvo apresentação de recurso subscrito por 1/10 dos senadores (9), em até 5 dias úteis, para que seja analisado pelo Plenário da Casa.

Depósitos de recursos do Sistema S
Aprovado projeto de Lei do Senado 7, de 2009, de autoria do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), que inclui o Banco da Amazônia (BASA) e o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) entre as entidades aptas a receberem os depósitos de contribuições sociais de interesse de categorias econômicas ou profissionais.

De acordo com a CLT, as contribuições devem ser recolhidas à Caixa Econômica Federal, ao Banco do Brasil, ou aos demais estabelecimentos bancários, que repassaram à Caixa Econômica Federal.

O projeto especifica que as entidades que poderão ter seus recursos alocados nos bancos são as seguintes:

• Serviço Social da Indústria (SESI);
• Serviço Social do Comércio (SESC);
• Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI);
• Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (SENAC);
• Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE);
• Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR);
• Serviço Social de Transporte;
• Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SENAT);
• Fundo Aeroviário;
• Diretoria de Portos e Costas do Ministério da Marinha (DPC); e
• Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).

Durante a discussão da matéria, foi rejeitado o parecer do então relator, senador Humberto Costa (PT-PE), que votou contrário ao projeto. O senador Waldemir Moka (PMDB-MS) foi designado novo relator e apresentou parecer pela aprovação do projeto, que foi acolhido como o parecer da Comissão.

Situação: a proposta deverá ser examinada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) em decisão terminativa, ou seja, dispensada a apreciação do Plenário da Casa.

 

Comissão Especial do Desenvolvimento Nacional


 

Muitos projetos tiveram sua retirada e adiamento de apreciação.

Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa


 

Reeducação de agressor
Realizada audiência pública com o tema de Reeducação do Agressor, referente à Atividade de Avaliação de Políticas Públicas do Combate à Violência Contra a Mulher. O debate foi requerido pelo deputado Paulo Paim (PT-RS), presidente da comissão, e pela senadora Regina Sousa (PT-PI).

A audiência foi presidida pela senadora Regina Sousa e contou com os seguintes expositores: Jamilson Haddad Campos, Juiz da 1ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Cuiabá; Érica Vericia Canuto de Oliveira Veras, Promotora de Justiça, Coordenadora do Núcleo de Apoio à Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte – NAMVID; Luciana Beco Madureira, psicóloga; Maísa Guimarães, Psicóloga, Gerente dos Núcleos de Atendimento à Família e Autores de Violência Doméstica do Distrito Federal – NAFAVD; Lindinalva Rodrigues Dalla Costa, Promotora de Justiça do Estado de Mato Grosso, Titular da 15ª Promotoria Criminal Especializada no Combate à Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Cuiabá; e Vergínia Dirami Berriel, representante da Secretaria Nacional de Mulheres da Central Única dos Trabalhadores – CUT.

Iniciando o debate, foi passada a palavra ao Juiz Jamilson Haddad Campos, o qual discorreu que a formação estrutural da pessoa é definida pelas suas ações na sociedade. Para enfrentar de forma efetiva casos de agressão é necessária a utilização das medidas dispostas no artigo 35 da Lei Maria da Penha, sendo a criação de centros de tratamento e abordagem dos temas de enfrentamento à violência para não apenas impedir sua ocorrência, mas coibir sua reincidência.

Haddad conclui que o tratamento do agressor pode trazer a reflexão sobre a violência não ser justificável, apesar de muitas explicações do próprio agente, não ser explicável qualquer tipo de reação violenta. Reforçou a necessidade de equipes multidisciplinares para o atendimento adequado dos casos e tratamentos na tentativa de reduzir o número de homicídios de mulheres.

Érica Vericia também afirmou sobre a formação do homem, sua estrutura e conjuntura ser refletida pelas explicações colocadas pelos próprios agressores, as quais demonstram o machismo incorporado e formado pela cultura ainda presente na sociedade.

A psicóloga Luciana Madureira expôs que o atendimento de agressores em penitenciárias aborda temáticas sobre a sexualidade, legislações específicas, estratégias de reconhecimento de ações e entendimento das vítimas. Demonstrou como é realizado o processo de reeducação e reinserção dos agressores na sociedade e que estes estão “misturados” na massa carcerária, não tendo como desenvolver um grupo específico uma vez que recebem tratamento de repúdio pelos demais detentos.

Luciana discorreu sobre a resistência presente a respeito da temática, pela sexualidade ainda ser vista como um tabu e a sociedade não acreditar na melhoria do agressor e na sua reinserção. O grupo de agentes da violência é considerado heterogêneo, sendo difícil o tratamento individual de cada um e fazendo necessária a especialização para o trato adequado de cada caso.

Também ressaltou estudos mais avançados no âmbito internacional diante do tema, porém ao mesmo tempo controverso pela falta de interesse maior na área. Colocou que o encarceramento por si só não é suficiente uma vez que todos voltarão para a sociedade independente de suas condições. Tratar o agressor é uma forma de tratar a sociedade como um todo, pois apenas as formas punitivas não têm impacto na reincidência de crimes, devem abranger a concepção macro do agressor, nas suas relações com a sociedade. Por fim, ressaltou a importância do apoio e respaldo do poder público para que o trabalho seja efetivo.

Maísa Guimarães demonstrou os objetivos do núcleo de atendimento, onde os trabalhos desenvolvidos foram reconhecidos como práticas boas para o enfrentamento da violência. Explicou que a reeducação dos agressores é considerada política pública também para as mulheres, para alcançar a eficácia dos instrumentos de enfrentamento à violência.

Esclareceu que a violência é explicada não apenas pelas questões individuais de cada agressor, mas por toda uma conjuntura social, histórica e cultural que está inserido. Apesar de casos específicos, a justificativa encontra-se na presença da cultura patriarcal. Dessa forma, o trabalho psicossocial deve estar presente em todo o processo de reeducação e reinserção para que de fato consiga empreender mudança.

Finalizou explicitando que conflitos são comuns na sociedade, porém, a violência nunca foi a forma correta de enfrentamento destas diferenciações. A diferença entre homens e mulheres tem a ver com a discriminação de gênero e a quebra deve ser feita por meio da reeducação da sociedade como um todo, reconhecendo a igualdade de gêneros. Para isso, o fortalecimento de políticas públicas de enfrentamento deve incluir a discussão deste tema e a responsabilização da sociedade por determinadas atitudes.

Lindinalva Rodrigues Dalla Costa discorreu de a Lei Maria da Penha ter trazido à sociedade maior visibilidade do tema, porém, fez-se necessária à implementação e efetivação de políticas de combate à violência, mostrando o tratamento dos agressores como a medida adequada de tentativa de solução.

Afirmou que a violência é atribuída de acordo com o ambiente em que está inserido, geralmente machista e preconceituosa, onde o homem constantemente reafirma sua masculinidade e poder sobre as mulheres. Ainda, afirmou que a Lei Maria da Penha infelizmente não está sendo aplicada de forma correta e em casos de violência doméstica, por isso fica ainda mais visível a necessidade de mais Políticas de reeducação e conscientização dos agressores para que não ocorra reincidência de demais casos. Para tanto, as mulheres devem enfrentar a violência juntamente do homem, possibilitando a ruptura da cultura machista enraizada na sociedade brasileira.

Vergínia Dirami Berriel, também ressaltou a necessidade de políticas públicas mais eficientes, onde o enfrentamento deve vir de todos da sociedade, não apenas das mulheres. Trazer política de gênero, discussão do assunto, instituir campanhas de conscientização, para que o tema esteja presente na sociedade na tentativa de diminuírem as estatísticas de violência ainda crescentes.

Maria Gabriela ressaltou a primordial atitude de uma luta pela igualdade, colocar o espaço da mulher na sociedade, mas não indo contra os homens, e sim agindo de forma a trazer a paridade de gênero.

Congresso Nacional

16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres


 

Violência contra mulher no âmbito das mídias sociais
Nesta quarta-feira (2/12) foi realizado seminário com o tema: mulheres, violência e mídias sociais, com o objetivo de debater violência virtual contra a mulher e suas formas de tratamento, bem como medidas a serem adotadas para o combate de determinadas atitudes.

O evento foi dividido em dois painéis, tendo o primeiro intitulado de “velhas violências, novas mídias: visibilidade e engajamento espontâneo no combate ao preconceito”; e o segundo, “liberdade de expressão versus direito à intimidade: colisão entre Direitos Fundamentais e novas tecnologias, prevenção e combate a assédios e violência digital”.

Posto isto, a Procuradora da Mulher no Senado, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), presidiu o primeiro painel e a deputada Tia Eron (PRB-BA) o segundo.

Primeiro Painel

Soraia da Rosa Mendes, representante do Comitê Latino-americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM), apresentou rapidamente arcabouço de normativas tratantes da violência contra a mulher para demonstrar o quanto essas ofensas são consideradas milenares, mudando apenas sua forma de ocorrência. As advindas por meio de redes sociais são as mesmas tendo o gênero como categoria fundamental.

Nos dias atuais, mesmo com avanço de debates feministas na busca de direitos iguais entre homens e mulheres, as redes sociais ainda demonstram repetições de padrões de ofensas. Dessa forma, argumentou que a dificuldade maior de punir violência perpetrada em relação às mulheres é a questão probatória no âmbito do judiciário. Ou seja, as provas de crimes cometidos são vistos por meio de agressões físicas, e àquelas apenas verbais violência moral e psicológica, fazem com que a palavra da vítima não tenha tanta validade. Apesar de registros nos meios virtuais, são difíceis de provar a violência imposta àquela vítima.

A maioria das vítimas não denunciam violências sofridas porque ainda se opera um sistema de seletividade na justiça criminal, onde muitas vezes ocorre a culpabilização da vítima, demonstrando a construção cultural de subjugação, machismo, colocando às vítimas a responsabilidade pela violência recebida. Apesar disso, alega que é necessária uma regulamentação do Estado para que exerça o papel de acolhedor e respeitador dos direitos e garantias resguardadas às mulheres.

Lola Aronovich, blogueira (maiores blogs feministas do país) e professora da UFCE, discorreu sobre sua página na internet, considerada inclusiva com debates de diversos relatos de mulheres e tendo por objetivo lutar contra qualquer tipo de opressão, não apenas machista, mas racista, transfobica e homofobia, por exemplo. Entretanto, demonstrou que apesar da internet e estes espaços serem de debates construtivos, também demonstra ser muito hostil, com existência de grupos preconceituosos com espalhamento de ódio.

Por fim, refletiu sobre sua realidade de ameaças recebidas e que tenta superar aos poucos e continuar com seu blog feminista. Abordou diversos outros casos além do seu de violência recebida pelas mídias cometidas por pessoas que realmente buscam agir de má fé e cometer crimes além do virtual.

Eloá Muniz, consultora em comunicação e membro da Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul, disse que a internet é considerada uma modernidade líquida, tendo uma emissão e recepção de informações e, no sentido sociológico, caracterizada como um espaço de manipulação por meio da linguagem onde o usuário tem acesso de acordo com sua vontade.

No tocante a mulher e conteúdos publicados, a consultora demonstrou por meio de imagens, charges, trechos de textos, compartilhamentos de informações demonstrando a prevalência até hoje do patriarcalismo. Muito do que é repassado para outras pessoas por meio da conectividade proporcionada pela internet é feito por mulheres, as quais não observam o teor machista de determinada mensagem.

Natália Neris, pesquisadora da InternetLab, expôs os motivos que levaram a fazer a pesquisa sobre violência da mulher na mídia, os quais foram instigados por meios de diversos casos ocorridos de vingança e violação de intimidade e liberdade.

Por meio de alguns resultados demonstrados, foi constatado que a violência contra mulheres na internet vai muito além de vingança, sendo praticamente justificadas pela questão de gênero em si. Através de observações de alguns casos de jurisprudência, pode verificar àqueles de ameaça e extorsão.

Por fim, Neris alegou que casos levados à justiça tiveram uma desenvoltura, de certa forma. No sentido de reconhecimento de determinado fato, marcadores identitários devem ser levados em consideração, como idade, raça e classe, considerados fatores determinantes no que se refere a potencial opressivo da internet.

Camila Moreno, coordenadora-geral de Direitos Humanos da SECADI do Ministério da Educação, explicou que a violência na internet não é um fenômeno isolado, mas que ocorre na sociedade em geral. Mostrou alguns marcos gerais que apontam para a necessidade de se trabalhar a temática, bem como o gênero, na educação, a necessidade de incorporar na educação a discussão de gêneros e direitos humanos.

Constatou que as violências pornografias se fundamentam pela existência de moralismo sobre conduta da mulher. E para isso, deve ser trabalhada a questão de gênero, também a de étnico racial, uma vez que as incidências são tratadas em conjunto. No que se trata a violência da mulher na internet, esta tem sido justificada pelo controle moral sobre a mulher, sobre sua conduta social, e que não existiria se as normas socialmente construídas não fixassem um lugar para a sexualidade das mulheres.

Segundo Painel

Presidida pela deputada Tia Eron, dando a palavra ao primeiro expositor, Gabriel Sampaio, secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, falou sobre a Lei do Marco Civil da Internet, trazendo regulamentos, garantias e direitos de utilização da rede. Considerou a internet como um palco privilegiado para o exercício de direitos democráticos, um espaço que deve ser visto para potencializar os diversos direitos, como também encarar as violações destes através da identificação e penalização dos responsáveis.

Em relação à pornografia de vingança, existem mecanismos dispostos na Lei do Marco Civil que visam retirar conteúdos inapropriados, sendo estes identificados, criteriosamente, para não contrariar àquelas condutas consideradas liberdade de expressão.

Tatiane Almeida, representante da Associação dos Delegados da Polícia Federal, argumentou sobre a atuação que a polícia vem executando, no sentido de tentar resolver problemas os quais o sistema político e normativo não obtém resultado. Entretanto, demonstrou a dificuldade no tratamento das diversas denúncias, uma vez que, para cada caso há uma análise específica, tendo de equilibrar o que pode ser considerado apenas liberdade de expressão, não censurando algo sem embasada penal.

Concluiu, após exemplificar heterogeneidade de casos, que o combate mais eficaz destes crimes está na educação, na recuperação de valores, como a tolerância, respeito e dignidade da pessoa humana. Mas, no tocante às ações da polícia, ainda faz-se necessária a implementação de ferramentas adequadas para investigar caso a caso e obter uma remediação efetiva.

Terezinha Abigail Gonçalves da Silva, representante da Secretaria de Políticas para as Mulheres do Governo Federal, tratou sobre a falta de prevenção das pessoas com relação aos conteúdos colocados na internet e sua disseminação rápida. Discorreu principalmente a respeito do acesso das crianças com as redes sociais, da geração atual que não tem uma educação tecnológica adequada. Finalizou alegando não ser necessária mais políticas públicas, mas uma “onda” de enfrentamento da questão por parte de todas os cidadãos e cidadãs.

Graciela Nathanson, professora da UFBA do Grupo de Pesquisa em Gênero, Tecnologias Digitais e Cultura, refletiu sobre o embate entre liberdade de expressão e direito a privacidade, alegando que o perigo maior não é a internet em si, mas a atitude de pessoas. Todavia, para um enfrentamento da violência contra a mulher neste ambiente virtual, é necessária a continuidade destas campanhas, dando um empoderamento maior à mulher.

Também, disse ser impreterível a formulação de lei sobre violência midiática de gênero, pela Lei Maria da Penha não conseguir abarcar questões de atentados contra mulheres no meio virtual. Deu maior ênfase e concordância com o teor dos Projetos de Lei em trâmite no Congresso, como o PL 215/2015, o qual pune crimes contra a honra praticados nas redes sociais e inferiu que a luta deve ser considerada “tecnopolítica” e social.

TRAMITAÇÕES

Câmara dos Deputados

1. Pareceres apresentados:

Cartão benefício
Projeto de Lei Complementar 254, de 2013, de autoria do então deputado Guilherme Campos (PSD-SP), para instituir o cartão benefício como meio de pagamento, podendo ser de alimentação, refeição, veículo e outros.
Parecer: pela aprovação na forma do substitutivo presentado na CDEICS, a qual inclui que o cartão poderá ser utilizado sem prejuízo de criação de novos cartões com finalidades diversas.
Relator: deputado Benjamin Maranhão (SD-PB).
Comissão: de Trabalho, de Administração e Serviço Público.

Reajuste salarial conforme mudança ne cálculo do PIB
Projeto de Lei 1479, de 2015, de autoria do deputado João Gualberto (PSDB-BA), que dispõe sobre a recomposição do salário mínimo em razão da revisão do crescimento da economia pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O projeto prevê a recomposição retroativa de salários e pensões ligados ao salário mínimo, sempre que o IBGE realizar modificações no cálculo do PIB e isso resultar em aumento do percentual de crescimento da economia.
Parecer: pela rejeição ao afirmar que determinada recomposição será incerta juridicamente e para os trabalhadores, uma vez que Lançar a folha de pagamento em um mar de incertezas certamente não contribui para o desenvolvimento da economia, da renda e do emprego no País. Ainda, a medida teria que ser aplicada com isonomia, ou seja, em caso de revisão para baixo do cálculo do PIB os trabalhadores teriam de devolver o que foi pago a mais.
Relator: deputado Aureo (SD-RJ).
Comissão: de Trabalho, de Administração e Serviço Público.

Ações permanentes sobre o Prontec
Projeto de Lei 1428, de 2015, de autoria do deputado Carlos Sampaio (PSDB/SP), para alterar a lei 12.513 de 2011, que criou o programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), para tornar permanentes e contínuas as ações do programa e obrigatórias às transferências de recursos às instituições que o executam e também determina que os repasses anuais não sejam menores que os do ano anterior.
Parecer: pela aprovação.
Relator: deputado Izalci (PSDB-DF).
Comissão: de Trabalho, de Administração e Serviço Público.

Dispensa de empregado que se candidatar a cargo em associação
Projeto de Lei 6706, de 2009, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), para proibir a dispensa do empregado que concorre a vaga de membro do Conselho Fiscal de sindicato ou associação profissional até 1 (um) ano do final do mandato, mesmo eleito como suplente. A exceção seria apenas em caso de falta grave devidamente apurada.
Parecer: pela rejeição, uma vez que o artigo 8º da CF proíbe a dispensa do empregado sindicalizado, a partir do registro de sua candidatura, apenas a cargo de direção ou representação sindical e, caso eleito, mesmo na condição de suplente, até um ano após o final de seu mandato. Somente os dirigentes eleitos para ocupar cargos na diretoria, constituída de, no máximo, sete e, no mínimo, três membros (item II da Súmula nº 369 do Tribunal Superior do Trabalho), gozam da garantia de emprego prevista no art. 8º, inciso VIII, da Constituição Federal, complementado pelo § 3º do art. 543 e pelo art. 522, ambos da Consolidação das Leis do Trabalho.
Relator: deputado Laercio Oliveira (SD-SE).
Comissão: de Trabalho, de Administração e Serviço Público.

Programa de participação nos lucros e resultados
Projeto de Lei 3016, de 2015, de autoria Laercio Oliveira (SD-SE), que altera a norma referente aos Programas de Participação nos Lucros ou Resultados, para orientar a participação das entidades sindicais nos casos de empresas com múltiplas atividades ou filiais.
Parecer: pela aprovação.
Relator: deputado Augusto Coutinho (SD-PE).
Comissão: de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviço.

Senado Federal

1. Parecer apresentado

Ampliação de licença-maternidade e paternidade
Proposta de Emenda a Constituição 41, de 2015, de autoria do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) e outros, para estender de 120 para 180 dias o prazo da licença-maternidade, e para estender de 5 para 30 dias o prazo da licença-paternidade.
Relator: senador Douglas Cintra (PTB-PE).
Comissão: de Constituição, Justiça e Cidadania.

2. Relatoria designada

Juros de mora sobre débitos judiciais
Projeto de Lei do Senado 377, de 2013, de autoria do senador Ciro Nogueira (PP-PI), para estabelecer que sobre os débitos constituídos por decisão judicial deverão ser aplicados os índices oficiais de remuneração dos depósitos de poupança, a título de atualização monetária e de juros de mora.
Parecer: favorável ao projeto.
Relator: senador Antonio Anastasia (PSDB-MG).
Comissão: de Constituição, Justiça e Cidadania.

Contribuição previdenciária
Projeto de Lei do Senado 198, de 2015, de autoria do senador Magno Malta (PR-ES), para dispor que no caso de opção pela exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, a alíquota de contribuição incidente sobre o limite mínimo mensal do salário de contribuição será de 8%, no caso do segurado contribuinte individual, na forma que especifica.
Parecer: pela aprovação.
Relator: senador Eduardo Amorim (PSC-SE).
Comissão: de Assuntos Sociais.

Brasília-DF, 4 de dezembro de 2015.



Tamiris Clóvis de Almeida – juntamente com a equipe de Relações Institucionais da CTC.

Informe Legislativo – 24 a 26 de novembro de 2015

Acontece no Congresso

Este Informe sintetiza os acontecimentos no legislativo de 24 a 26 de novembro de 2015

Diretor: José Francisco Jesus Pantoja Pereira

Gerente de Relações Institucionais: Sheila Tussi da Cunha Barbosa

Analistas de Relações Institucionais: Renan Bonilha Klein

Tamiris Clóvis de Almeida

 Victor Velú Fonseca Zaiden Soares

Assistente Administrativa: Quênia Adriana Camargo

Estagiária: Letícia Tegoni Goedert

Temas abordados nesta edição:

Temas destacados nesta edição:

• Debates em torno dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher
• CDEIC aprova a dispensa da aplicação de multa a empresa que não contratar pessoa com deficiência
• CFT rejeita projeto sobre parcelamento do imposto de renda ao aposentado
• Tramitação

Câmara dos Deputados

Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços


 

Dispensa da aplicação de multa a empresa que não contratar pessoa com deficiência
Aprovado parecer do deputado Laércio Oliveira (SD/SE), pela aprovação do texto e pela rejeição da Emenda 1/2015. Segundo o relator, a medida visa adequar a Lei n° 8.213/91 à realidade brasileira, em virtude da dificuldade de preencher o percentual mínimo de vagas destinadas às pessoas com deficiência em determinadas regiões do país, e protege esses trabalhadores, bem como os empregadores.

O Projeto de Lei 2210, de 2015 de autoria do deputado federal Daniel Vilela (PMDB/GO) objetiva livrar a empresa de multa quando comprovado que foram utilizados todos os meios possíveis para a contratação de trabalhadores com deficiência, mas que por razões alheias à vontade do empregador, não foi obtido êxito.

Situação: o projeto segue para a Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF).

Requalificação profissional
Aprovado parecer do deputado Jorge Côrte Real (PTB/PE) pela rejeição do Projeto de Lei 1826, de 2015, de autoria do deputado Tenente Lúcio (PSB/MG), para dispor sobre a requalificação profissional obrigatória nos casos de dispensa em massa.

O texto do projeto afirma que nos casos de despedida em massa, as empresas que possuírem mais de cem trabalhadores serão obrigadas a fornecer aos empregados dispensados sem justa causa condições de qualificação profissional, e assim contribuir para a realocação no mercado de trabalho.

Contudo, o relator do projeto na CDEICS decidiu emitir parecer pela rejeição por considerar o país como um dos piores ambientes de negócios do mundo e que a proposição poderia onerar ainda mais o setor produtivo.

Situação: a proposição segue para a Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP).

 

Comissão de Finanças e Tributação


 

Parcelamento do imposto de renda ao aposentado
Foi rejeitado o Projeto de Lei 6095, de 2009, que visa permitir que os aposentados e pensionistas que declararem exclusivamente rendimentos de aposentadoria ou pensão possam parcelar o saldo do imposto a pagar em até 12 quotas iguais, mensais e sucessivas.

Atualmente, a Lei 9.250 de 1995, dispõe que todos os contribuintes possam quitar o saldo do imposto parcelado em até 8 quotas iguais.

A relatoria foi do deputado Edmar Arruda (PSC/PR), que, embora tenha se manifestado pela adequação financeira e orçamentária da matéria, rejeitou o projeto quanto ao mérito.

De acordo com o relator, a proposição é ineficaz, pois abrange apenas a pequena parcela da população que possui dois ou mais proventos de natureza previdenciária, que geralmente são indivíduos situados em níveis superiores de renda.

Situação: Como a Comissão de Finanças e Tributação (CFT) é a única que deveria se manifestar quanto ao mérito da proposta, o projeto seguirá ao arquivo, salvo apresentação de recurso subscrito por 1/10 dos deputados (52), no sentido de que venha a ser apreciado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) e posteriormente pelo Plenário da Casa.

Prioridade na restituição de renda para pessoas com câncer
Aprovado o Projeto de Lei 202, de 2015, que concede ao sujeito passivo em tratamento de câncer prioridade no recebimento da restituição do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF).

A relatora da matéria na Comissão foi a deputada Leandre (PV-PR), que havia apresentado parecer pela aprovação do projeto e pela não implicação em aumento ou diminuição de receita e despesas.

Situação: segue à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), em apreciação conclusiva, ou seja, dispensada a análise do Plenário da Casa.

Senado Federal

Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa


 

Comissão realiza audiência sobre o Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher
A comissão realizou audiência pública para tratar sobre os O Dia Internacional da Não – Violência contra a Mulher, celebrado no dia 25 de novembro com a presença de representantes da Diretoria de Assuntos para Mulher, Criança e Juventude da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil; Secretaria Nacional da Mulher Trabalhadora da Central Única dos Trabalhadores; Secretaria Nacional da Mulher da Força Sindical; Secretaria de Gênero, Raça, Etnias e contra Opressões da CONDSEF; Diretoria Nacional da Secretaria para Assuntos da Mulher da Nova Central Sindical de Trabalhadores – NCST; da Direção Técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE; e da Secretaria Nacional da Mulher Trabalhadora da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB.

O debate maior foi em torno dos resultados negativos apresentados no Mapa da Violência 2015, onde o Brasil apresentou uma piora na taxa de homicídios de mulheres. Ainda, o maior número de assassinatos é praticado contras mulheres negras, trazendo ainda mais a preocupação com a discriminação racial além da de gênero.

Criticaram o fato de o machismo ser preponderante na sociedade brasileira nos tempos atuais e principalmente a existência no âmbito jurídico ao tratar de casos que envolvam a mulher. Dessa forma, concluíram pela necessidade da realização de maiores e efetivas mobilizações sobre direitos das mulheres, no intuito de dar continuidade às tentativas de conscientização da sociedade sobre igualdade de gênero.

Congresso Nacional

Comissão Permanente Mista de Combate à Violência Contra a Mulher


 

Audiência sobre mulher, violência e mídias sociais
Aprovado requerimento 41, de 2015, de autoria da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), solicitando a realização de seminário com o tema “Mulheres, violência e mídias sociais”, no dia 2 de dezembro de 2015, com a presença de especialistas, no auditório do Interlegis, do Senado Federal.

Convidados à Audiência Pública sobre o impacto financeiro causado por violência doméstica
Foi aprovado requerimento 42, de 2015, de autoria da Senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), solicitando a inclusão de convidados na discussão sobre o impacto financeiro causado por violência doméstica, quando em função da agressão, a mulher encontra-se impedida de trabalhar e gerar renda. Sugere convidar representantes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS); Sistema Único de Saúde (SUS); Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA); e Núcleo de Estudo e Pesquisas sobre a Mulher da Universidade de Brasília, Consultoria Legislativa do Senado Federal.

Botão Pânico
Aprovado requerimento 43, de 2015, de autoria da deputada Carmen Zanotto (PPS-SC), pedindo a presença de demais representantes no debate sobre o Botão Pânico, tornozeleira eletrônica e casas-abrigo. Os convidados sugeridos foram Ana Cristina Melo Santiago, delegada chefe da delegacia especializada de atendimento à mulher do Distrito; Hermínia Azoury, juíza do Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo; Mateus de Aguiar Pereira, Instituto Nacional de Tecnologia Preventiva – INTP; e Maria Domitila Prado Manssur Domingos, juíza do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

 

16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres


 

Debate sobre medidas protetivas às mulheres
A Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher (CPMCVM) reuniu-se para debater, a partir de requerimento apresentado pela Deputada Carmen Zanotto (PPS-SC), experiências importantes na efetivação de medidas protetivas, utilizadas com o objetivo de reduzir os altos índices de violência contra a mulher, dentre as quais se destacam o Botão do Pânico, a Tornozeleira Eletrônica e as Casas-Abrigo.

Aline Yamamoto, Secretária Adjunta de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e Direitos Humanos, destacou que o tema ainda traz muitos desafio dada a sua sensibilidade e importância. Lembrou que a Lei Maria da Penha prevê medidas protetivas como uma das principais demandas das mulheres, de forma a protegê-las da violência sofrida diariamente. Apesar do rol de 15 medidas protetivas de urgência previstas legalmente, Yamamoto ressaltou que a demora na análise e deferimento da concessão dessas medidas protetivas, bem como a necessidade de apresentar provas da agressão, acabam deixando as vítimas receosas e as afastam de efetivamente registrar ocorrência contra o agressor. Esses fatores ainda vão ao encontro da dificuldade de se compatibilizar as medidas de natureza civil e penal. Deste modo, a maioria das medidas protetivas concedidas tem caráter proibitivo, representando o afastamento e vigilância coercitiva do agente da agressão contra a vítima.

Em pesquisas realizadas pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) e pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres do Ministério das Mulheres, percebeu-se que a existência do acompanhamento das medidas protetivas por parte de grupos especializados tem dado maior confiança e segurança às vítimas, apesar da maior parte dos programas ainda estarem sendo desenvolvidos de forma experimental. Entre esses programas, o “Botão do Pânico”, implementado primeiramente no Espírito Santo, tem sido desenvolvido de maneira semelhante em mais 15 unidades federativas. A tornozeleira eletrônica também está presente em 13 estados e, segundo a Secretaria, esse mecanismo confere maior proteção à mulher, uma vez que o monitoramento do agressor é feito por um centro especializado que notifica a vítima quando ela se encontra em risco devido à proximidade do agressor. Em relação às Casas-Abrigo, elas estão presentes em todas as unidades federativas, vinculadas ora a organismos estaduais ora municipais. Yamamoto explicou que existe uma política nacional de abrigamento, garantido às vítimas quando há risco de morte, entretanto o maior desafio dessa política se dá em relação ao cerceamento da liberdade da vítima. Ainda, foi destacado que é importante que não seja feita a inversão em relação ao cerceamento de liberdade; a vítima deve se sentir segura sem precisar ter sua liberdade restrita, enquanto o agressor deve ser detido. Ainda citando experiências positivas, as Patrulhas da Maria da Penha, implantadas em alguns municípios, compreendem na formação de grupos especializados que monitoram as vítimas as quais foram concedidas medidas protetivas, conferindo maior segurança e proteção às mulheres nas localidades abrangidas por esse mecanismo.

Maria Domitila Domingos, Juíza do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, afirmou que a atuação judicial não está limitada às salas de audiência e análises de pedido de medidas protetivas, que tem grande contribuição no impedimento de feminicídio e na reincidência de agressões. O Brasil é o quinto país em número de assassinato de mulheres e, segundo estudo da ONU, a mulher é mantida em um ciclo de situações de violência pela sua vulnerabilidade e pela preocupação com dependentes, como filhos e pais, que enquanto vítimas indiretas das situações de violência, também tem procurado Forúns para relatar situações de abuso sofridas por mulheres. Maria Domitila ressaltou que a principal forma de se evitar o início ou reiteração da violência é o monitoramento do agressor, como proposto pelas tornozeleiras eletrônicas, mecanismo cautelar que protege mais efetivamente a mulher. Do entendimento da Justiça, o monitoramento não deve ser feito pelo particular, mas pelo Estado em parceria com as polícias civil e militar, por exemplo. O Judiciário trabalha em conjunto com o Legislativo e Executivo para impedir a escalada da violência contra as mulheres e a disseminação dessa cultura, afastando as vítimas dos círculos de violência nos quais estão inseridas e empoderando-as.

Ana Cristina Melo Santiago, Delegada Chefe da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher do Distrito Federal, pontuou três aspectos diante da sua experiência: em relação à demora para a concessão das medidas protetivas, a delegada afirmou que, pela Lei Maria da Penha, o requerimento deve ser encaminhado em até 48h para o juiz, que tem 48h para apresentar a sentença, mas infelizmente, em alguns estados, a espera pela sentença chega a 60 dias, o que desmotiva as vítimas a procurarem medidas protetivas. Também defendeu a valorização de espaços adequados para o atendimento e avaliação das mulheres em situação de violência e disse que a dúvida sobre a efetividade desse atendimento gera insegurança nas vítimas. Outro ponto criticado refere-se à burocracia que envolve o processo para a concessão de medida protetiva, uma vez que são necessárias informações fidedignas sobre a ocorrência criminal e intimação do agressor para que ele seja preso em flagrante. Ana Cristina chamou a atenção das parlamentares presentes ao PL 6433/2013, que tramita na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO) da Câmara dos Deputados. O Projeto pretende dar maior efetividade à proteção da mulher vítima de violência doméstica, possibilitando às autoridades policiais deferir sobre a concessão de medida protetiva, além de terem acesso aos processos judiciais e medidas protetivas já concedidas a fim de autorizar a prisão em flagrante do agressor que não respeita a determinação judicial.

Segundo Franceline de Aguilar Pereira, representante do Instituto Nacional de Tecnologia Preventiva (INTP), o número de homicídios de mulheres no Brasil quase triplicou nos últimos 30 anos. O Estado precisa intervir para salvar a vida de mulheres. Uma experiência de interferência do Estado nessa questão é a experiência em Vitória (ES), onde a Prefeitura, junto ao INTP, forneceu a um grupo de vitimas de violência domestica o dispositivo “Botão do Pânico”, que é acionado pela mulher quando em situação de risco; após o acionamento, uma central de monitoramento notifica a Guarda Civil que é encaminhada ao local onde a vítima se encontra. A iniciativa pioneira na capital considerada a mais violenta para mulheres, apresentando 11,8 homicídios de mulheres para cada 100 mil habitantes, tem sido aprimorada no estado e apresentou resultados surpreendentes ao longo de dois anos. Além da redução expressiva do número de vítimas em Vitória, o número de vítimas no Brasil também diminuiu, mas ainda há muito há ser feito. Franceline de Aguilar defende que o “Botão do Pânico” surgiu para cobrir uma lacuna da lei e encoraja as mulheres a quebrarem o ciclo de violência no qual estão inseridas.

Dentre as parlamentares que estiveram presentes, a Deputada Luizianne Lins (PT-CE), co-relatora da Comissão, se manifestou e ressaltou a importância das medidas paliativas, que reduzem o risco para as mulheres. Afirmou também que é necessário apresentar medidas públicas concretas, que de fato deem maior segurança às mulheres sem cercear sua liberdade, por exemplo, e disse que as parlamentares ficam empolgadas quando veem soluções concretas que efetivamente melhoram a vida das mulheres no Brasil.

Blog Mulheres no Congresso e Mapa da Violência
Foi dado início à campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo fim da violência contra as mulheres. Oficialmente a data de início é dia 25 de novembro, porém, neste ano, correu sua antecipação para o dia 20, Dia da Consciência Negra.

Foi realizado lançamento, no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, do blog da Comissão Permanente Mista de Combate à violência Contra a Mulher e exposição do Mapa da Violência – Homicídio de Mulheres no Brasil.

Compareceu ao Ato Solene a presidente da Comissão Mista, a senadora Simone Tebet (PMDB-MS); Procuradora da Mulher no Senado, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM); deputada Jô Moraes (PCdoB-MG); Procuradora da Mulher na Câmara, deputada Elcione Barbalho (PMDB-PA); relatora da Comissão Permanente Mista de Combate à Violência Contra a Mulher, deputada Luizianne Lins (PT-CE); deputada Conceição Sampaio (PP/AM), Senadora Lídice da Mata (PSB/BA); deputada Alice Portugal (PCdoB/BA); e deputada Christiane de Souza Yared (PTN/PR).

Simone Tebet discorreu sobre o objetivo da campanha dos 16 dias de Ativismo e apresentou o blog da comissão, denominado “Mulheres no Congresso”, o qual terá informações dos trabalhos realizados pela comissão, assim como convites de eventos, artigos das parlamentares, sendo administrado por servidores da comissão.

Tebet finalizou sua fala reafirmando sobre os maiores objetivos da comissão, sendo o combate à violência contra a mulher e mais ainda o enfrentamento a discriminação racial.

Senadora Elcion Barbalho abordou os resultados alarmantes do Mapa da Violência e inferindo sobre a preponderância da violência ocorrer no âmbito familiar. Também, apontou sobre os diversos desafios a serem enfrentados para obter uma conscientização no tocante às desigualdades ainda sofridas pelas mulheres muito nos diversos espaços da sociedade.

Luizianne Lins (PT-CE) observou que o enfrentamento da violência contra a mulher tornou-se uma ação política, uma luta feminista, por meio da instituição de políticas públicas e Leis.

Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil, contextualizou sobre este enfrentamento ainda ser recente, exemplificando a Lei Maria da Penha, que, apesar de atual, caracterizar-se como marco histórico das lutas das mulheres sobre a violência de gênero. Também citou a Lei do Feminicídio, sancionada neste ano.

Gasman apontou que o dia 25 de novembro, Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, tem a cor laranja como “memória e solidariedade às mulheres e meninas vítimas de violência e a energia necessária para que superem as situações violentas e recebam o apoio necessário em sua trajetória libertadora”. A intenção desta data é incluir, de forma constante, a pauta da mulher nas agendas governamentais.

Por fim, a representante concluiu seu discurso falando rapidamente dos resultados do Mapa da Violência, os quais trazem a necessidade de articulação para saber o motivo pelo qual houve aumento no número de homicídios de mulheres, apesar das tentativas recentes de combate à violação de seus direitos. Apontou sobre a fundamental investidura em mecanismos de acolhimento às vítimas, como as “hashtags” nas redes sociais, enfrentando a violência de todos os tipos, para que realmente haja uma conscientização efetiva da sociedade.

Julio Jacobo Waiselfisz, sociólogo e autor do presente estudo, expôs os resultados do Mapa da Violência 2015 e inferiu que o trabalho teve como intenção demonstrar um diagnóstico sobre a violência e não a realidade de fato, a qual demonstra ser ainda mais preocupante.

Pelos resultados demonstrados, de 1980 a 2013, houve um crescente número de mulheres vítimas de homicídio. De 83 países levantados, o Brasil obteve a quinta posição com maior taxa de homicídios, perdendo para El Salvador (primeiro lugar), Colômbia, Guatemala e Federação Russa. Pelos dados apresentados, o Brasil tem número de homicídios 43 vezes maior que o Reino Unido e 24 vezes mais que a Dinamarca (comparação com países considerados mais civilizados e desenvolvidos).

Julio Waiselfisz apresentou, por meio de frequências e médias analisadas, a comparação do percentual de homicídios refletidos entre as Unidades da Federação e Região, e Municípios do Brasil. Afirmou que índices maiores de homicídios em Municípios ocorrem em cidades localizadas em regiões com percentual crescente de violência.

Outro ponto inferido foi a respeito da violência racial, com dados demonstrando que, a diferença entre mulheres brancas e negras que sofreram violência foi de aproximadamente 20%. Entretanto, o percentual maior foi verificado no índice de homicídio, demonstrando a ocorrência ser 70% maior com vítimas negras. Além disso, a ocorrência maior de violência contra as mulheres acontece no âmbito doméstico, tendo como agressores principais os pais, padrasto, quando a vítima é criança ou jovem; e cônjuge, namorado, ex-namorado, quando mais velhas.

Julio Waiselfisz concluiu apontando a necessidade de instituir políticas mais apropriadas e suficientes no sentido de aplicação e implementação de forma mais efetiva do enfrentamento da situação. E, mais ainda, a imprescindível busca pela quebra da cultura de impunidade existente no Brasil, para que casos de violência não sejam verificados como reincidências criminais.

Como parte da programação dos 16 Dias de Ativismo, foi lançado o livro e vídeo sobre Laudelina Campos Mello, Fundadora da primeira Associação de Trabalhadoras Doméstica.

Criminalização do descumprimento de medida protetiva
Em continuidade às quintas femininas e a campanha dos 16 dias de ativismo pelo combate a violência contra a mulher, a secretaria da mulher realizou debate a respeito do Projeto de Lei 173/2015 o qual criminaliza o descumprimento de medidas protetivas de urgência instituídas pela Lei Maria da penha.

O Projeto de Lei 173/2015, de autoria do deputado Alceu Moreira (PMDB-RS) visa tipificar o crime de descumprimento de medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha. Como punição de desobediência foi estipulada a detenção de 30 dias a dois anos. Por meio de revisão de despacho a matéria deixou de ser conclusiva pelas comissões e passará pelo Plenário da Câmara dos Deputados.

A discussão foi presidida pela secretária da mulher na Câmara, deputada Elcione Barbalho (PMDB-PB). Dando início aos trabalhos, Barbalho expôs a necessidade do tema em debate, uma vez que a matéria tem cunho urgente de ser apreciada na CCJC. O projeto foi aprovado na CSSF e aguarda votação do parecer da deputada Gorete Pereira (PR-CE), na forma do substitutivo apresentado na CCJC.

A Mesa de debate foi composta pela Aparecida Gonçalves, Secretária de enfrentamento à Violência contra a mulher – SPM; Ben-hur Viza, Juiz do TJDFT; Carlos Bismarck Piske de Azevedo Barbosa, Juiz do TJDFT; Thiago Andrade Pierobom de Avila, Promotor do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios; e a deputada e coordenadora dos Direitos da Mulher, Dâmina Pereira (PMN-MG).

Aparecida Gonçalves falou sobre os 10 anos do disque-denúncia 180 e a representação de fato das medidas protetivas às mulheres. Em 10 anos, cerca de 4.700.000 ligações foram realizadas e 45% destas alegaram correr risco de vida. O Mapa da Violência demonstrou que, por dia, 13 mulheres são mortas no Brasil, crescendo no ranking de assassinatos de mulheres, saindo da 7ª posição para a 5ª.

Para proteção da vítima, de acordo com a secretária, a medida protetiva é o instrumento de segurança para a mulher continuar sua vida, porém, a lacuna está no descumprimento desta ferramenta, o qual não é tratado como crime. Por fim, alegou que a medida é fundamental e deve ser cumprida, colocando-se contrária à decisão do STJ de caracterizar como não sendo circunstância agravante.

Para Ben-hur Viza, a luta precisa de pessoas que realmente enfrentem a situação e que combata qualquer tipo de violência contra a mulher e violação de seus direitos. Verificou que as duas maiores justificativas das mulheres não buscarem ajuda são por medo e dependência econômica do agressor. Dessa forma, um dos avanços da Lei Maria da Penha foi instituir medidas protetivas, porém, a ocorrência de diversos casos em que o agressor descumpriu a medida e não houve aplicação de punição de determinada atitude mostrou uma deslegitimação da Lei.

Dessa forma, Viza colocou que para a eficácia da medida protetiva, deve ser criada uma ferramenta na qual o agressor receba punição cabível no caso de descumprimento de ordem judicial amparada pela Lei Maria da Penha.

Carlos Bismarck também refletiu sobre o grande avanço na criação da Lei Maria da Penha e da equipe multidisciplinar para que a medida protetiva seja estabelecida e dê à mulher o empoderamento necessário. Todavia, também alegou o problema da falta de mecanismo adequado para o caso de descumprimento da sentença de afastamento do agressor.

Bismarck justificou o não cumprimento da medida protetiva ser a cultura machista ainda muito presente na sociedade brasileira. Com isso, se colocou favorável à proposta de tipificar determina ação, para que efetive mais o cumprimento da Lei e a mulher receba tratamento mais adequado com relação aos seus direitos.

Thiago Pierobom afirmou em seu discurso que a Lei Maria da Penha foi um avanço para a proteção da mulher, entretanto, ainda existe um cenário com aspectos a serem melhorados, como demonstrados nos resultados do Mapa da Violência 2015. Criticou a questão do machismo, ainda enraizado na sociedade brasileira e que legitima a violência contra a mulher. Também, fez críticas quanto as recorrentes situações de papéis estereotipados existentes entre homens e mulheres no ambiente doméstico; diferenciação salarial; e dificuldade de crescimento profissional da mulher, que contribuem para a precarização da existência do feminismo.

Pierobom ainda inferiu que as medidas protetivas de urgência foram um avanço para a Lei Maria da Penha, criando juizados e promotorias especializadas para que coloquem um “freio” na escala da violência e evite feminicídios. Entretanto, mesmo que seja comunicado ao agressor sobre o seu afastamento, o não contato com a vítima, este desobedece e o STJ considera um fato atípico, desqualificando totalmente a medida de proteção. Com isso, para que tenha de fato uma efetividade, deve ser considerado crime o não cumprimento.

Contudo, Piorobom considera o PL (173/2015) o mais urgente a ser aprovado para que se evitem mais homicídios de mulheres. Pelo substitutivo apresentado na CCJC, o Promotor o considerou melhor do que o projeto original uma vez que prevê uma pena maior, igual à prevista no art. 359 do Código Penal, considerando de fato um descumprimento judicial, e ainda estabelecendo o cumprimento da Lei Mai da Penha. Dessa forma, a interpretação deixará de ser sobre desobediência da lei do juizado especial criminal, não podendo prender o agressor em flagrante, e passará a ser crime de descumprimento da Lei de violência doméstica e podendo qualificar como crime de violência psicológica.

A deputada Dâmina Pereira (PMN-MG) fechou as exposições e abriu para o debate afirmando que tentará junto às demais deputadas pautar o projeto o mais rápido possível, mesmo com um parlamento predominantemente machista.

O projeto encontra-se na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) aguardando deliberação do parecer da relatora, deputada Gorete Pereira (PR-CE), a qual propôs substitutivo para a detenção ser de três meses a dois anos, e que seja aplicada a Lei Maria da Penha, onde, no caso de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder fiança.

TRAMITAÇÕES

Câmara dos Deputados

1. Pareceres apresentados:

Não incidência de imposto sobre juros de atraso no pagamento de remuneração
Projeto de Lei 4635, de 2012, de autoria do senador Valdir Raupp (PMDB-RO), para dispor sobre a não incidência de imposto de renda sobre os juros de mora devidos pelo atraso no pagamento de remuneração decorrente de exercício de emprego, cargo ou função.
Parecer: pela inadequação financeira e orçamentária, pela matéria não ser compatível com a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Relator: deputado Walter Alves (PMDB-RN).
Comissão: de Finanças e Tributação.

Contratação de aprendizes
Projeto de Lei 5337, de 2013, de autoria do senador Paulo Bauer (PSDB-SC), para autorizar o empregador à contratar de mais 10% do total de empregados, na condição de aprendizes, se já atingido o percentual máximo de contratação desta categoria. As vagas são destinadas aos trabalhadores de 18 a 24 anos.
Parecer: apresenta substitutivo para este e demais projeto apensados, discorrendo sobre a proibição de trabalho noturno ao menor de 18 anos, antecipando o horário e ficando das 21 às 5horas; vedação ao menor de trabalho que exija esforço superior a 15 kg para o trabalho contínuo, ou acima de 19 kg para o trabalho ocasional; proibição de contratação de trabalho do menor de 18 anos por mais de um empregador; oferecimento de transporte ao trabalhador menor que estudar em ensino que estiver à distância superior à 2 km, que a empresa tenha mais de 30 menores contratados; oferecimento de cursos dos serviços nacionais de aprendizado apenas as empresas que possuem mais de sete trabalhadores; seja facultada a contratação de mais 10% do total de empregados para vagas de aprendizes de 18 a 24 anos; e multas no caso de descumprimento das normas.
Relator: deputado Lucas Vergilio (SD-GO).
Comissão: de Trabalho, de Administração e Serviço Público.

Saque do FGTS para tratamento de saúde de parentes com AIDS
Projeto de Lei 3310, de 2000, de autoria do então deputado Euler Morais (PMDB-GO), para possibilitar o saque do saldo da conta vinculada do FGTS para tratamento de saúde de parentes em 1º grau do titular acometidos da AIDS.
Parecer: pela rejeição ao afirmar que os trabalhadores portadores de doenças graves ou com deficiência, já podem movimentar suas contas vinculadas no FGTS para tratamento ou compra de equipamentos, nos termos do art. 20 da Lei nº 8.036, de 1990.
Relator: deputado Jorge Côrte Real (PTB-PE).
Comissão: de Trabalho, de Administração e Serviço Público.

2. Relatoria designada

Adiantamento de 13° ao aposentado
Projeto de Lei 2753, de 2015, de autoria do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), para adiantar o 13° salário, dividindo em duas parcelas, sendo a primeira delas até o quinto dia útil do mês de agosto e a segunda até o vigésimo dia do mês de novembro.
Relator: deputado Wilson Filho (PTB-PB).
Comissão: de Seguridade Social e Família.

Trabalho temporário
Projeto de Lei 4302, de 1998, de autoria do Poder Executivo, que trata sobre o trabalho temporário nas empresas urbanas e as relações de trabalho na empresa de prestação de serviços a terceiros. Dentre os pontos discorridos na matéria, destacam-se os que explicitam a inexistência de vínculo empregatício entre a tomadora de serviços e os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho temporário; e o tempo de duração do contrato, de três a seis meses, podendo prorrogar por mais três meses. Para novo contrato do trabalho temporário, poderá este ser empregado novamente após três meses do término do contrato anterior.
Relator: deputado Laercio Oliveira (SD-SE).
Comissão: de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Políticas anticíclicas de emprego
Projeto de Lei 5071, de 2009, de autoria do deputado Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), para regulamentar dispositivo da constituição tratante de legislações privativas a União incluindo a organização do sistema nacional de emprego, para a adoção de políticas anticíclicas de emprego e dá outras providências.
Relator: deputado Edmar Arruda (PSC-PR).
Comissão: de Finanças e Tributação.

Senado Federal

1. Relatoria designada

Veda a emissão de MPs que concorram para o desequilíbrio econômico financeiro de contratos
Proposta de Emeda a Constituição 111, de 2015, de autoria do deputado Renan Calheiros (PMDB-AL) e outros, para incluir inciso ao artigo 62 da CF, o qual veda edição de medidas provisórias sobre determinadas matérias, tratando sobre assunto que traga o desequilíbrio econômico-financeiro de contratos.
Relator: senador Romero Jucá (PMDB-RR).
Comissão: de Constituição, Justiça e Cidadania.

Brasília-DF, 27 de novembro de 2015.



Tamiris Clóvis de Almeida – juntamente com a equipe de Relações Institucionais da CTC.

Informe Legislativo – 10 a 12 de novembro de 2015

Acontece no Congresso

Este Informe sintetiza os acontecimentos no legislativo de 10 a 12 de novembro de 2015

Diretor: José Francisco Jesus Pantoja Pereira

Gerente de Relações Institucionais: Sheila Tussi da Cunha Barbosa

Analistas de Relações Institucionais: Renan Bonilha Klein

Tamiris Clóvis de Almeida

 Victor Velú Fonseca Zaiden Soares

Assistente Administrativa: Quênia Adriana Camargo

Estagiária: Letícia Tegoni Goedert

Temas abordados nesta edição:

• CAS aprova projeto de movimentação do FGTS para quitar financiamento de imóvel de parentes
• CDH aprova projeto que aumenta cotas de emprego para pessoas reabilitadas ou com deficiência
• Comissão debate sobre violência sexual contra mulheres no âmbito das universidades
• Tramitação

Câmara dos Deputados

Plenário


Não foi votada nenhuma matéria de interesse da categoria.

 

Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público


Auxílio-doença decorrente de acidente de trabalho independente de CAT
Aprovado parecer do deputado Jorge Côrte Real (PTB-PE), pela rejeição do Projeto de Lei 7204, de 2010, de autoria do deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) e outros, para dispor sobre a não exigência de Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT na concessão de benefício de auxílio-doença decorrente de acidente de trabalho.

Pelo parecer aprovada a rejeição do projeto justifica pelas empresas passarem a expedir CAT de forma exacerbada por meio de inúmeros benefícios previdenciários sobre código incorreto.

Situação: projeto segue para apreciação de Seguridade Social e Família

Rejeitado projeto de implementação de políticas anticíclicas de emprego
Aprovado parecer do deputado Vicentinho (PT-SP), pela rejeição do Projeto de Lei 5071, de 2009, de autoria do deputado Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), pretendendo regulamentar o inciso XVI, do art. 22 da CF, no tocante a formulação e implementação de políticas públicas anticíclicas e antirecessivas que assegurem a expansão da oferta de emprego em nível nacional nos diversos setores da economia.

Opinou o relator pela rejeição do projeto ao atribuir vício de iniciativa, uma vez que medida de cunho administrativo à organização do funcionamento do Sistema Nacional de Emprego é de competência privativa do Presidente da República. Também, a utilização do FAT como custeio do SINE (Sistema Nacional de Emprego), prejudicará a finalidade deste recurso para o trabalhador.

Situação: projeto segue para apreciação da Comissão de Finanças e Tributação.

Direito à aposentadoria integral por invalidez
Aprovado parecer do pelo deputado Aureo (SD-RJ), favorável ao Projeto de Lei 5659, de 2009, de autoria do ex-senador Romeu Tuma (PTB-SP), que “acrescenta dispositivo à Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, estabelecendo para o portador de hepatopatia grave o direito à aposentadoria integral por invalidez permanente”.

Situação: Segue para a comissão de Finanças e Tributação.

 

Comissão de Finanças e Tributação


IPI aos representantes comerciais
Aprovado parecer do deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), pela inadequação financeira e orçamentária do Projeto de Lei 3160, de 2012, de autoria do ex-deputado Gilmar Machado (PT-MG), para conceder isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI aos representantes comerciais. Pela argumentação do relator, para suprir este benefício deverá onerar outros segmentos produtivos, não sendo favorável sua instituição.

Situação: segue para apreciação da CCJC.

 

Senado Federal

Nenhuma matéria de interesse da categoria foi apreciada no Senado Federal esta semana.

Comissão de Assuntos Sociais 


Movimentação do FGTS para quitar financiamento de imóvel de parentes
Aprovado Projeto de Lei do Senado 337, de 2015, de autoria do senador Donizeti Nogueira (PT/TO), que permite a movimentação da conta vinculada do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) nas seguintes hipóteses:

• Liquidação ou amortização extraordinária de saldo devedor de financiamento imobiliário referente a imóvel adquirido por parente de 1º grau do titular da conta (filhos ou pais);
• Para a liquidação ou amortização de dívidas de qualquer natureza referentes a imóvel rural pertencente ao titular ou a parente de 1º grau; e
• Para a aquisição de imóvel constante de inventário cujo inventariado pertença à família do titular da conta.

Na CAS, o relator da matéria foi o deputado Paulo Paim (PT/RS) que apresentou parecer pela aprovação da matéria, apenas com duas emendas de redação que não modificaram o conteúdo da proposta.

Situação: projeto segue à apreciação da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), em caráter terminativo, ou seja, dispensada a análise do Plenário do Senado.

 

Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa


Aumento de cotas de emprego para pessoas reabilitadas ou com deficiência
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado aprovou parecer favorável com emendas ao Projeto de Lei do Senado (PLS) 285, de 2015, de autoria do Senador Blairo Maggi (PR-MT). A iniciativa pretende modificar o art. 93 da Lei nº 8.213 de 1991, para dispor sobre o percentual de cotas de beneficiários reabilitados ou de pessoas com deficiência a ser preenchido pela empresa.

Pelo projeto a empresa que tiver a partir de 15 empregados deve preencher parte de seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, na seguinte proporção:

informe legislativo cotas emprego

A legislação vigente fixa obrigação de contratação de pessoas portadoras de deficiência a partis de 100 empregados.

Inova ao estabelecer que seja considerado individualmente o número de empregados de cada estabelecimento da empresa. Define ainda, que os empregados contratados dentro das cotas deverão exercer suas funções, preferencialmente, no próprio estabelecimento que foi estabelecida a necessidade de sua contratação, admitindo a contratação justificada para outro estabelecimento em caso de impossibilidade de contratação por algum dos estabelecimentos da empresa.

As duas Emendas do relator a primeira tem o propósito de ajustar a terminologia do projeto para “pessoa com deficiência” e a segunda visa a renumerar os §§ 3º, 4º e 5º do art. 93 da Lei nº 8.213, de 1991, nos termos do art. 1º da proposição, de sorte a evitar a revogação da norma contida no mencionado § 3º, recentemente introduzido pela Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, e a manter a referência ao veto aposto pela Presidente da República ao § 4º do projeto que resultou na mencionada Lei.

Situação: a matéria segue para apreciação da Comissão de Assuntos Sociais em decisão terminativa.

Congresso Nacional

Comissão Permanente Mista de Combate à Violência Contra a Mulher


Debate sobre mulheres que sofrem mutilação por seus parceiros
A comissão, por meio de requerimento aprovado de autoria da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), realizará debate sobre mulheres brasileiras que sofrem mutilações por companheiros.
Situação: data ainda não definida.

Mulheres em prisão
Aprovado requerimento 36, de 2015, para a comissão realizar pública Audiência Pública para debater sobrem mulheres brasileiras em situação de prisão.
Situação: data ainda não definida.

Ato solene pela eliminação da violência contra a mulher
Aprovado requerimento 38, 2015, de autoria da Senadora Simone Tebet e outras para realizar Sessão Solene para homenagear o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres.
Situação: data ainda não definida.

Situação de penitenciárias femininas
Aprovado requerimento 39, de 2015, de autoria senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e outros, para realizar audiência pública a fim de possibilitar ao Ministério da Justiça, por meio do Departamento Penitenciário Nacional – DEPEN, a apresentação técnica do primeiro relatório nacional sobre a população penitenciária feminina do país, INFOPEN mulheres, divulgado no último dia 05 de novembro pelo Ministério da Justiça.
Situação: data ainda não definida.

Abuso sexual no meio esportivo
Por meio de requerimento aprovado, de autoria da deputada Carmen Zanotto e outros, a comissão realizará audiência para discutir o abuso sexual de meninas e mulheres no meio esportivo.
Situação: data ainda não definida.

Violência sexual contra mulheres no âmbito das universidades
Nesta terça-feira (10/11), a Comissão Permanente Mista de Combate à Violência Contra a Mulher realizou sua 14º reunião.

A pauta foi dividida em duas partes, sendo a primeira deliberativa de requerimentos, os quais foram aprovados. E, segunda parte, audiência pública (AP) para discutir a situação da violência contra as mulheres nas Universidades brasileiras. A AP foi concedida por meio de requerimento aprovado de autoria da deputada Luizianne Lins (PT-CE), relatora da comissão.

Foram organizadas duas mesas de debates em torno do assunto. A primeira foi composta pela Aline Yamamoto, Secretária adjunta da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos; Paulo Gabriel Soledade Nacif, Secretário de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação; Andréa Pacheco de Mesquita, Assistente Social e Professora do curso de serviço social da Universidade Federal de Alagoas – UFAL; e Eva Blay, ex-senadora e professora da Universidade de São Paulo (USP).

A segunda mesa foi constituída pela Tâmara Terso, Secretária-Executiva do Conselho Nacional de Juventude da Secretaria Nacional de Juventude; Sônia Marise, Diretora da Diversidade da Universidade de Brasília (responsável pela Coordenação da Mulher); Luciana Loureiro, Procuradora da República e Procuradora Regional dos Direitos do Cidadão em Brasília do Ministério Público Federal (Procuradoria-Geral da República); Nalu Faria, Presidente da Marcha Mundial das Mulheres; e Luiza Ribeiro, Representante do Coletivo Feminista Geni da FMUSP.

Após aberto os trabalho, Aline Yamamoto foi a primeira a expor suas ponderações. A secretária adjunta reconheceu a ocorrência maior de violência sexual entre crianças e adolescentes, caracterizada como fenômeno de maior incidência com mulheres ainda jovens e cometido por familiares. Justificou a ocorrência crescente como sendo reflexo da história machista enraizada na cultura brasileira, onde subestima a mulher em todos os âmbitos da sociedade. Ressaltou como retrocesso o Projeto de Lei 5069/2013, que tipifica como crime contra a vida o anúncio de meio abortivo e prevê penas específicas para quem induz a gestante à prática de aborto, retomada sua tramitação neste ano.

Paulo Nacif argumentou sobre a importância de debater o tema de violência contra a mulher em diversas áreas da sociedade, pela sua crescente ocorrência constatada pelo Mapa da Violência 2015. Considerou a violência no campo universitário como algo negativo, porém, reflexo do que ainda existe na sociedade.

Eva Blairo refletiu sobre problemas já enfrentados pelas universidades e considerou a violência sexual a mais delicada a ser reparada. A ex-senadora também mencionou o trabalho desenvolvido pela ONU-Mulheres para fomentar a atenção maior sobre questões envolvendo mulher e violência, sobretudo dentro das universidades. Além disso, apontou o problema do treinamento de policiais, onde a equipe das delegacias da mulher devem ser constantemente retreinadas para o melhor reconhecimento de casos de abuso sexual.

Andréa Mesquita conceituou o fenômeno “cultura do estupro” como aquela construída por meio de diversas características da histórica brasileira que permitem o uso da mulher de forma desrespeitosa a ponto de minorá-la. Também observou que os casos ocorridos nas universidades, de abuso sexual contra mulheres, não são divulgados ou não dão maior visibilidade como em outros contextos da sociedade envolvendo mulheres, algo que traria aspectos negativos para espaço acadêmico.

A professora ainda criticou a atitude das instituições de “ocultar” grande parte dos casos, e defendeu a necessidade de punir o agressor e não a vítima, tirar a responsabilidade distorcida da mulher. Por fim, sugeriu a implementação de órgãos de apoio às vítimas, de acompanhamento e um sistema que receba denúncias.

Tâmara Terso afirmou sobre a existência de grupos os quais legitimam os direitos das mulheres, homossexuais, lésbicas, e enfrentam reformas no plano de educação os quais vão contra o debate sobre gênero. Discorreu sobre os resultados do Mapa da Violência, onde o Brasil ocupa o quinto lugar no mundo com maior índice de violência contra a mulher, tendo um recorte racial predominante nos casos apresentados, retratando a mulher negra como a que mais sofre violência sexual.

Nalu Faria expôs que violência é a forma de controle do corpo da mulher, a configurando como coisa e definindo seu papel desfavorável na sociedade. Afirmou que os movimentos e jovens de hoje estão resgatando o debate do papel da mulher e seu lugar na sociedade frente aos seus próprios projetos de vida, trazendo a conscientização da violência e a necessidade de combatê-la, avançar nesta temática e não fomentar o retrocesso, como o PL 5069/2013, por exemplo.

Luciana Loureiro apresentou dados existentes da USP, de casos ocorridos no campus, porém, com predominância de invisibilidade. Dessa forma, as estatísticas acabam não refletindo a realidade total do problema.

Luciana culpou as universidades por não enfrentarem estas práticas de violência sexual e como sugestão inferiu sobre a realização de revisão dos estatutos para punir determinadas ações no âmbito da universidade ou que surjam dela e, como punição, executar o desligamento do agente agressor. Por fim, aconselhou ao MEC a impor avaliação negativa às instituições não tratantes do assunto.

Sônia Marise argumentou sobre os diversos grupos existentes nas universidades, os quais trazem discussões sobre seus direitos e reconhecimentos perante a sociedade. Porém, estes permanecem no âmbito da discussão e não elaboram políticas de enfrentamento ao problema de forma efetiva. Além disso, ponderou que estes também não dialogam entre si na busca por uma política que atenda ao máximo o interesse de todos.

Luiza Ribeiro apresentou sua visão sobre a cultura opressora e de difícil permanência das universidades, mais precisamente da USP e o curso de medicina. Ressaltou a hierarquização das faculdades uma vez que, quando há discussão de mudança de algo no estatuto a recusa se justifica pelas questões de tradição.

A representante relatou abusos ocorridos com estudantes verificados com maior frequência em festas e na sua maioria acobertados. Muitos foram levados a CPI do “trote”, mas o silêncio em torno destes ainda é considerado acentuado, principalmente nas faculdades públicas.

Para tanto, foi constatado pelo debate a falta de atenção maior a cerca dos casos de violência contra mulher em faculdades, principalmente a ausência de ações das próprias instituições para dar maior visibilidade e tratamento eficaz não apenas a situações isoladas.

TRAMITAÇÕES

Câmara dos Deputados

Câmara dos Deputados

1. Pareceres apresentados:

Antecipação de comemoração de feriados
Projeto de Lei 3024, de 2015, de autoria do deputado Marcelo Belinati (PP-PR), propondo a antecipação de comemoração de feriados com o objetivo de trazer benefícios para a economia nacional e dá outras providências. O objetivo é antecipar para as segundas-feiras os feriados que caírem em outros dias da semana, exceto os que ocorrerem às sextas-feiras, sábado, domingo, e dos dias 1° de janeiro, 7 de setembro, 2 de novembro, 25 de dezembro, sexta-feira Santa e Corpus Christi, que seguem calendário lunar.
Parecer: pela aprovação.
Relator: deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA).
Comissão: de Cultura.

Técnicas para minorar insalubridade e periculosidade do trabalho
Projeto de Lei 3062, de 2015, de autoria do deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT), para estabelecer a obrigatoriedade de adoção e de aplicação de tecnologias de eliminação ou de redução da insalubridade e da periculosidade do trabalho.
Parecer: pela rejeição, ao afirmar que determinada legislação deveria focar em fiscalização quanto ao uso de equipamentos de segurança e a implementação de tecnologias devem ser feitas por meio de estudos custo e efetividade, para verificar se trará benefício ou efeito contrário ao desejado, sendo a melhoria das condições de saúde do trabalhador.
Relator: deputado Mauro Pereira (PMDB-RS).
Comissão: de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviço.

Brasília-DF, 13 de novembro de 2015.



Tamiris Clóvis de Almeida
Equipe de Relações Institucionais da CNTC