Acontece no Congresso

Imprimir    A-    A    A+

Informe Legislativo – 3 a 5 de novembro de 2015

Acontece no Congresso

Este Informe sintetiza os acontecimentos no legislativo de 3 a 5 de novembro de 2015

Temas abordados nesta edição:

• Representantes de Confederações Patronais defenderam contribuição compulsória
• CTASP rejeita projeto que repassa custo do vale-transporte integralmente ao empregador
• CTASP rejeita projeto que cria bolsa de ensino superior custeada pelo FAT
• Tramitação
• Ações da Assessoria

Câmara dos Deputados

Plenário


Não foi votada nenhuma matéria de interesse da categoria.

 

Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público


Boa fé nas relações de trabalho

Foi aprovado parecer pela aprovação, apresentado pelo deputado Lucas Vergilio (SD/GO), ao Projeto de Lei 8295, de 2014, de autoria da deputada Flávia Morais (PDT/GO), que inclui no art. 1º da CLT a previsão de que as relações de trabalho deverão ser desenvolvidas com base nos princípios da probidade e da boa-fé, visando ao progresso social do empregado e à consecução dos fins da empresa, em um ambiente de cooperação e harmonia.

Situação: o projeto segue para análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), que deverá se manifestar pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa da proposta.

Movimentação do FGTS para pagamento de financiamento estudantil
Aprovado parecer ao Projeto de Lei 7747, de 2010, de autoria do deputado Augusto Carvalho (SD/DF) que, entre outros assuntos, autoriza a movimentação da conta vinculada do FGTS do trabalhador para pagamento de dívida contraída junto ao Programa de Financiamento Estudantil (FIES) ou Programa de Crédito Educativo.

Deputada Flávia Morais (PDT/GO), relatora da matéria, apresentou emenda que altera a redação da proposta para possibilitar que a movimentação do FGTS possa ocorrer no caso de qualquer financiamento público estudantil contratado pelo trabalhador, ou seus dependentes.

Situação: o projeto ainda deverá ser analisado pelas Comissões de Educação (CE); Finanças e Tributação (CFT); e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).

15 minutos de atraso em audiências trabalhistas
Aprovado parecer do deputado Áureo (SD-RJ), pela aprovação do Projeto de Lei 2795, de 2011, do deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT), que fixa em 15 minutos o período de atraso tolerado para que as partes envolvidas em processos trabalhistas possam se apresentar nas audiências de julgamento.

Atualmente, a CLT determina que o não comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.

A votação da matéria não foi consensual. Crítico da proposta, o deputado Vicentinho (PT-SP) afirmou que 15 minutos de tolerância são muito pouco, e, a depender do juiz, o prazo pode ser estendido. Para ele o projeto é rigoroso, técnico e distante da realidade das pessoas.

O relator, deputado Áureo (SD-RJ), defendeu que o projeto garante prazo de tolerância idêntico a ambas as partes, retirando do juiz a discricionariedade sobre o tempo de atraso a ser suportado.

Situação: o projeto segue para analise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), que deverá analisar o mérito do projeto, além dos critérios de constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa.

Proteção ao trabalhador exposto a doença infectocontagiosa
Aprovado parecer do deputado Laercio Oliveira (SD/SE) ao Projeto de Lei 4137, de 2012, de autoria do ex-senador Paulo Davim (PV/RN) que altera o Capítulo V da CLT, referente à segurança e medicina do trabalho, para propor que o Ministério do Trabalho elabore medidas de proteção ao trabalhador exposto a risco de doença infectocontagiosa em seu ambiente de trabalho ou em decorrência de seu trabalho, mediante a promoção de ações de imunização.

O relator apresentou emenda que retirou do projeto a previsão de que deveriam ser concedidos incentivos ao trabalhador imunizado e acrescentou ao texto a disposição de que o médico do trabalho, após a realização do exame admissional, deverá expedir encaminhamento ao trabalhador para que ele compareça em posto de saúde e receba vacina correspondente à prevenção da doença relacionada à sua atividade.

Situação: o projeto segue à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), que deverá se manifestar pela Constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa da proposta. A proposição foi aprovada pelo Senado Federal em 2012. Caso a Câmara aprove a proposta com as referidas alterações, o projeto retornará ao Senado para análise final.

Vale-transporte arcado integralmente pelo empregador
Foi rejeitado o Projeto de Lei 6851, de 2010, senador Paulo Paim (PT-RS) que altera a Lei do vale-transporte (7418/1985), que estabelece que o vale-transporte seja custeado integralmente pelo empregador.

Atualmente, a referida Lei dispõe que o empregador deve participar dos gastos de deslocamento do trabalhador com a ajuda de custo equivalente à parcela que exceder a 6% de seu salário básico.

O projeto foi relatado pelo deputado Silvio Costa (PSC-PE), que havia apresentado parecer pela rejeição da matéria. Em sua justificação, o relator argumentou que o projeto, além de provocar o repasse do custo aos produtos, encarecendo-os aos consumidores finais, poderá resultar no desestimulo a contratação de empregados cujas moradias são distantes da sede da empresa, a fim de não terem de custear o transporte coletivo.

Situação: o projeto deverá ser arquivado por ter sido rejeitado quanto ao mérito tanto na CTASP, quanto anteriormente na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC). Para que a matéria não seja arquivada, é preciso que seja apresentado recurso subscrito por 1/10 dos deputados (52), para que seja apreciada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) e posteriormente pelo Plenário da Casa. A matéria já foi aprovada pelo Senado Federal.

Bolsa de Ensino Superior custeada pelo FAT
A Comissão rejeitou o Projeto de Lei 5706, 2005, que altera a Lei 7998/1990, que instituiu o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para criar bolsa de ensino superior, a ser custeada pelo fundo, destinada ao trabalhador de baixa renda, empregado ou desempregado, com o objetivo de custear sua anuidade.

A matéria foi relatada pelo deputado Fábio Mitidieri (PSD-SE), que se manifestou pela rejeição da matéria. De acordo com o deputado, são constantes as notícias de que o FAT está em situação deficitária, pois as despesas estão crescendo mais do que as receitas. Além disso, o Tesouro Nacional já tem socorrido o FAT, e o projeto, se aprovado, iria onerar o governo de modo permanente.

Situação: O projeto já foi aprovado pelo Senado Federal e é de autoria do então senador Leomar Quintanilha (PMDB/TO). Entretanto, foi rejeitado pela Comissão de Educação (CE). Dessa forma, por ter sido rejeitado em todas as Comissões destinadas a opinar sobre o mérito da matéria, o projeto deverá ser arquivado, salvo apresentação de recurso subscrito por 1/10 dos deputados (52). Admitido o recurso, a proposição seguirá às Comissões de Finanças e Tributação (CFT); e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). Por fim, precisará ser analisando também pelo Plenário da Casa.

 

 

Comissão de Seguridade Social e Família


Atendimento ininterrupto à mulher vítima de violência

Aprovado parecer da deputada Rosangela Gomes (PRB-RJ), favorável ao Projeto de Lei 42, de 2015, de autoria do deputado Sergio Vidigal (PDT-ES), que acrescenta a Lei Maria da Penha o direito fundamental a mulher de atendimento policial especializado, ininterruptamente, em todos os dias da semana, sendo uma forma de impedir a ocorrência maior de violência contra a mulher.

Situação: projeto segue para a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado.

Doenças que levam à aposentadoria por invalidez
Aprovado parecer do deputado Carlos Manato (SD-ES), favorável ao Projeto de Lei 4082, de 2012, de autoria do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), o qual acrescenta doenças ao rol das caracterizadas como grave, contagiosa ou incurável que leve à aposentadoria por invalidez com proventos integrais pagos pelo Regime Próprio de Previdência dos Servidores Públicos Federais. Além disso, busca incluir as seguintes doenças que isentam de carência para a concessão de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez no Regime Geral de Previdência Social – RGPS.

As doenças acrescidas foram: de Parkinson; espondiloartrose anquilosante; nefropatia grave; estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante); síndrome da deficiência imunológica adquirida-Aids; contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada; doença pulmonar crônica com insuficiência respiratória, amputação de um ou mais membros inferiores ou superiores, miastenia grave, acuidade visual, igual ou inferior a 0,20 em um ou nos dois olhos, quando ambos tiverem sido comprometidos e esclerose sistêmica.

A matéria também estende benefícios de plano de previdência complementar e seguro de vida e acrescenta como concessão de benefício à pessoa que tiver depressão; e salário-maternidade para a segurada empregada, trabalhadora avulsa, empregada doméstica e gravidez com complicação única e exclusiva da gravidez.

Situação: projeto segue para a Comissão de Finanças e Tributação.

 

Comissão Especial sobre Financiamento da Atividade Sindical


Audiência Pública com Representantes Patronais

Realizada audiência pública destinada a colher informações sobre financiamento da atividade sindical. Na reunião, estiveram presentes os representantes das seguintes Confederações Patronais: Confederação Nacional da Indústria (CNI); Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA); Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC); Confederação Nacional do Transporte (CNT); e Confederação Nacional de Serviços (CNS).

Destacou-se a participação de Cristiano Zaranza, advogado da CNA:

• A CNA é favorável à manutenção da contribuição compulsória e se posiciona contrária à instituição de outra fonte de custeio em caráter substitutivo.
• É preciso haver a discussão do modelo de unicidade ou não, e em relação aos conceitos de filiação e vinculação.
• Quando o Congresso se manifesta sobre o financiamento isoladamente e não trata do sistema como um todo, pode cair em situações que causem deficiência no modelo de representação das categorias profissionais e laborais.
• Defendeu que a comissão não deve restringir seu objeto de atuação apenas ao custeio da atividade sindical.
• O tema não é novo, ele está em pauta nas entidades nos últimos 20 anos.
• Falar pura e isoladamente do financiamento sem discutir uma reforma mais ampla não resolverá o problema.
• O tema é importe, mas sozinho é temerário tomar algum posicionamento.
• Citou a Portaria 186 do Ministério do Trabalho, que trata dos pedidos de registro sindical e de alteração estatutária e disse que a norma na prática impõe a unicidade sindical na base e admite a pluralidade no todo. Como exemplo, ele citou haver mais de uma Confederação de representação dos trabalhadores no comércio.
• Ressaltou que no atual modelo a compulsoriedade da contribuição, associada com a unicidade sindical, é muito importante e que a CNA tem interesse em discutir a minuta de projeto de reforma sindical que o então ministro do Trabalho, Manoel Dias, enviou à Casa Civil.

Zaranza também afirmou que seria melhor se já houvesse uma minuta de projeto a ser trabalhado pela Comissão Especial, para que as discussões fossem concentradas no texto.

Em resposta, o deputado Bebeto (PSB-BA), relator da Comissão Especial, afirmou que ainda não foi apresentado um projeto inicial porque o tema é de bastante complexidade. Há contradições relativas às especificidades de cada representação. Segundo o deputado, sua intenção é ouvir todos os setores ligados ao assunto, para posteriormente apresentar uma proposta que, mesmo que não seja consensual, possa reunir a opinião média do pensamento geral de todas as instituições.

O deputado comentou que o tema da unicidade sindical vem sendo tratado em todas as reuniões e foi o tema central do encontro realizado na CNTC na última 5ª feira (04/11).

Seguem os apontamentos dos demais participantes da audiência:

Guilherme Kopfer – Advogado da Divisão Sindical da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)

• Defendeu que somente o aporte compulsório é capaz de garantir o financiamento das entidades e assegurar a representatividade e sustentabilidade do sistema sindical.
• Tem consciência de que a representação de determinadas categorias é bastante dependente da contribuição compulsória e que eventual retirada dos recursos poderá acarretar no prejuízo das entidades.
• Afirmou que a contribuição assistencial pode ser colocada na convenção coletiva, desde que autorizada pela assembleia do sindicato, sendo devida por toda a categoria. Nesse caso, cabe ao empregado exercer o direito de oposição.
• A contribuição sindical tem natureza tributária e só pode ser alterada mediante Lei Complementar.

Luigi Nese – Presidente da Confederação Nacional de Serviços (CNS)

• Defendeu que seria mais adequado regulamentar o art. 8º da Constituição, que trata da associação sindical, do que manter a compulsoriedade da contribuição sindical.
• Em sua opinião, a contribuição deveria ser de caráter complementar e ter seu valor reduzido.
• A fiscalização por parte do governo, por meio do Ministério do Trabalho, deve existir para autuar sindicatos que não exercem suas funções adequadamente.
• De acordo com ele, a contribuição patronal está engessada desde a URV, unidade monetária que teve vigência anterior ao Plano Real.
• Cada entidade de classe patronal individualmente vem fazendo um reajuste específico.
• Sugeriu que a tabela da contribuição patronal possa ser atualizada por meio de uma Medida Provisória e utilize como indexador o Índice Geral de Preços (IGP).

Sylvia Lorena – Gerente Executiva de Relações do Trabalho da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

• Afirmou que a CNI entende que o debate é importante e deve considerar o arcabouço jurídico, de modo que as alterações no sistema de representação sindical sejam pautadas na busca pela efetiva representação e que se foque na segurança jurídica para evitar conflitos judiciais.
• Defendeu que a contribuição sindical tem natureza tributária e ressaltou que a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e do Supremo Tribunal Federal (STF) é no sentido de que a contribuição confederativa somente pode ser cobrada dos filiados dos sindicatos.
• Já a contribuição assistencial tem uma regulamentação mais genérica e, segundo o precedente 119 do TST, só pode ser exigível dos filiados da entidade.
• Por fim, afirmou que a CNI ressalta que o debate deve ser utilizado como espaço de construção de ideias e propostas maduras que atendam às mais diversas necessidades e valorizem as representações sindicais, focando a modernização das relações do trabalho.

Rafael Theberge de Viveiros – Diretor de Relações Institucionais da Confederação Nacional do Transporte.

• Defendeu que haja uma reforma no sistema sindical, no sentido de melhorar a separação da contribuição entre as diversas áreas de atuação.
• Afirmou que a compulsoriedade da contribuição é fundamental para que haja investimentos em infraestrutura.
• Sua fala deu destaque à parcela dos recursos que o governo recebe a título da contribuição sindical, que fica a cargo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), e à destinação a projetos de infraestrutura como forma de impulsionar a economia do país.

O deputado Izalci (PSDB-DF) questionou os convidados sobre a questão da rotatividade no comando das entidades sindicais, criticando que há casos em que os mesmos dirigentes se perpetuam por anos a fio.

Em resposta:

Guilherme Kopfer, da CNC, afirmou que a constituição consagra a liberdade de autogestão das entidades sindicais, o que significa que os procedimentos eleitorais são regulados pelos respectivos estatutos. Para ele, limitações legais nesse sentido são divergentes com a Constituição.

Cristiano Zaranza, da CNA, parabenizou o deputado pela tentativa de tentar redemocratizar as entidades, porém explicou que com o advento da Constituição Federal de 1988 não houve impedimento à reeleição na direção dos organismos de representação. Zaranza destacou que a fiscalização das entidades é o papel fundamental a ser exercido pelos Conselhos Fiscais. Por fim ele relembrou que as entidades são privadas e os recursos que recebem constituem fundo também privado.

Luigi Nesse, da CNS, destacou que apoia a ideia do deputado Izalci de que seja instituído o rodízio no comando das entidades e falou que na CNS não se permite a perpetuação no poder, tampouco nos demais níveis de representação ligados à entidade. Para ele, isso é importante, pois areja as organizações e faz como quer haja novas lideranças. Com relação à fiscalização dos recusos, o direigente explicou que eles pertencem às entidades, sendo incabível a interferência do Estado;

O deputado Izalci também questionou estudo elaborado pela Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados acerca dos projetos que tramitam na Casa sobre o financiamento da atividade sindical. O deputado notou que não constam listados os seguintes projetos:

• PLP 149/2015, de sua autoria, que altera a Lei de Responsabilidade Fiscal, para vedar a destinação de recursos às pessoas jurídicas de direito privado, cujos dirigentes possam ser reconduzidos mais de uma vez, não podendo, em qualquer caso, ultrapassar o período contínuo de 4 anos; e
• PLP 242/2013, do deputado Rubens Bueno (PPS/PR), que altera a Lei de Responsabilidade Fiscal para estabelecer condições para a realização de transferências voluntárias da União às entidades de direito privado e de utilidade pública.
Destacou a importância do rodízio e estabelecimento de mandatos no intuito de evitar a perpetuação de dirigentes sindicais com má gestão.

Situação:. Ainda não tem programação para a próxima reunião da comissão, porém, independente da data a CNTC estará presente com sua equipe acompanhando e articulando para que decisões neste âmbito não venham a prejudicar a categoria. Cabe ao presidente agenda-la.

Senado Federal

Nenhuma matéria de interesse da categoria foi apreciada no Senado Federal esta semana.

TRAMITAÇÕES

Câmara dos Deputados

1. Pareceres apresentados:

Contribuição previdenciária de menor aprendiz
Projeto de Lei 3829, de 2004, de autoria do deputado Lobbe Neto (PSDB-SP), para fixar em 2% (dois por cento) a contribuição previdenciária do segurado e 4% (quatro por cento) a do empregador, incidente sobre a remuneração do trabalhador adolescente aprendiz.
Parecer: pela incompatibilidade e inadequação financeira e orçamentária deste projeto, do PL 7436/2010, apensado, do substitutivo da Comissão de Seguridade Social e Família e pela compatibilidade e adequação financeira e orçamentária do PL 4538/2012, apensado. A redução de contribuição configura renúncia de receita e este valor não é estimado no projeto principal e PL 7436/2010, nem mesmo no substitutivo apresentado na CSSF.
Relator: deputado Assis Carvalho (PT-PI).
Comissão: de Finanças e Tributação.

2. Voto em Separado

Movimentação do FGTS para abrir micro e pequena empresa
Projeto de Lei 7555, de 2014, de autoria do deputado Jorginho Mello (PR-SC), que acrescenta à Lei do FGTS a permissão de movimentação da conta vinculada do trabalhador para fomentar a abertura de micro e pequenas empresas. A movimentação poderá ocorrer somente após 90 dias da abertura do negócio de que participe o titular da conta. O interessado deverá comprovar o efetivo funcionamento da empresa.
Voto em separado: pela aprovação do projeto ao afirmar que irá fomentar, além do empreendedorismo, uma expansão da base de contribuintes por aumentar o número de contratação de trabalhadores, algo positivo em tempos de crise. Ainda apontou ser algo favorável ao empreendedor, por prepará-lo para qualquer eventual desafio futuro.
Autor: deputado Lucas Vergilio (SD-GO).
Comissão: de Trabalho, de Administração e Serviço Público.

AÇÕES DA ASSESSORIA

Acompanhamento assíduo da CNTC na Comissão Especial sobre Financiamento da Atividade Sindical

 Nesta quinta-feira (5/11) ocorreu a quarta audiência pública da comissão especial da Câmara dos Deputados destinada a estudar e apresentar propostas com relação ao Financiamento da Atividade Sindical.

Estiveram presentes na audiência membros da equipe CNTC: Vice-Presidente da CNTC, Sr. Vicente da Silva; Diretor Social e de Assuntos Legislativos, Sr. José Francisco Pantoja; Diretora de Assuntos Internacionais, Sra. Maria Bernadete Lira Lieuthier; Diretor de Assuntos Culturais e Orientação Sindical, Sr. Guiomar Vidor; Diretor de Patrimônio, Sr. Luiz de Souza Arraes; Diretor Suplente e Presidente da FETRACOM GO/TO, Sr. Edson Geraldo Garcia; Presidente da FECOMSE, Sr. Ronildo Torres Almeida; Diretor-Adjunto do CET, Sr. José Ribamar Rodrigues Filho; e Marcos Holanda de Moura.

Mantido entendimento com o deputado Heitor Schuch (PSB-RS). Também, com deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) sobre duas PECs (PEC 29/2003 e PEC 314/2004) sobre a pluralidade sindical.

Brasília-DF, 6 de novembro de 2015.



Tamiris Clóvis de Almeida – juntamente com a equipe de Relações Institucionais da CTC.


Informe Legislativo – 27 a 29 de outubro de 2015

Acontece no Congresso

Este Informe sintetiza os acontecimentos no legislativo de 27 a 29 de outubro de 2015

Diretor: José Francisco Jesus Pantoja Pereira

Gerente de Relações Institucionais: Sheila Tussi da Cunha Barbosa

Analistas de Relações Institucionais: Renan Bonilha Klein

Tamiris Clóvis de Almeida

Victor Velú Fonseca Zaiden Soares

Assistente Administrativa: Quênia Adriana Camargo

Estagiária: Letícia Tegoni Goedert

Temas abordados nesta edição:

•    Presidente do TST defende fortalecimento dos sindicatos
•    Senado aprova PPE e matéria segue à sanção
•    CTASP aprova fim do depósito recursal
•    CFT discute efeitos da crise no setor de Serviços
•    Comissão de Combate à violência contra a Mulher debate prevenção e cura do câncer de mama
•    Tramitação

Câmara dos Deputados

Plenário


 

Não foi votada nenhuma matéria de interesse da categoria.

Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público


Fim do depósito recursal administrativo
Aprovado o substitutivo da relatora, deputada Gorete Pereira (PR-CE) ao Projeto de Lei 8053, de 2011, de autoria do senador Gilberto Goellner (DEM-MT), que altera a CLT para extinguir a figura do depósito recursal, em razão de autuação administrativa como pressuposto de admissibilidade de recurso administrativo.

Além de acabar com a figura do depósito recursal administrativo, o substitutivo retirou do projeto original o dispositivo que estabelece que a notificação da multa deva ser procedida por meio de edital, e efetivada imediatamente, quando o infrator estiver ausente ou em lugar incerto ou não comparecer espontaneamente em data e local determinados pela fiscalização do trabalho, após aviso deixado no local da inspeção.

De acordo com a relatora, a notificação por edital com efeitos imediatos deve ser repudiada, em razão do risco e da insegurança causados ao empregador, expondo-o a riscos, além de ferir a Constituição Federal ao violar os princípios do contraditório e da ampla defesa.

Situação: a matéria segue à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), que deverá analisar o mérito do projeto, bem como os critérios de constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa.
Caso aprovado nos termos do substitutivo da deputada Gorete Pereira, o projeto deverá retornar ao Senado Federal, para que a Casa delibere sobre as alterações encaminhadas pela Câmara dos Deputados.

Comissão de Finanças e Tributação


Audiência sobre efeitos da crise no setor de Serviços
Em setembro o mercado de trabalho registrou o corte de 95 mil postos de trabalho. O setor de Serviços é responsável por mais de 33 mil cortes no mês. Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE confirmam o cenário de pessimismo no setor. No acumulado do ano, o setor registrou variação negativa de 2,6% no volume de serviços. Diante do quadro de crise econômica presente no Brasil, os deputados federais Simone Morgado (PMDB/PA) e Edmilson Rodrigues (PSOL/PA) assinaram o requerimento para a realização de audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) para debater as dificuldades enfrentadas pelo setor durante este período.

O presidente da Central Brasileira do Setor de Serviços (CEBRASSE), Paulo Lofreta, reconheceu a queda do desempenho do setor neste ano.

“A crise econômica tem afetado diretamente o nosso setor que sempre é o último da cadeia produtiva a ser afetado. Começa com a Indústria, Comércio e Agricultura, e o setor de Serviços é sempre a última ponta. […] Alguns segmentos do setor de Serviços já caíram 8%” de acordo com Lofreta.

O palestrante mencionou o aumento do desemprego no setor, que hoje atinge 8,6%, e considerou que nunca houve uma taxa tão grande. Para ele o grande problema do Serviços é conhecido por inadimplência, principalmente, pela falta de pagamento das prefeituras e Governos.

Vander Morales, representante da Federação Nacional dos Sindicatos de Empresas de Recursos Humanos (FENASERHTT), falou à respeito da importância do setor para a riqueza nacional, que hoje corresponde a 70% do PIB brasileiro. Mas condenou a falta de políticas públicas voltadas para o setor. Morales citou os problemas enfrentados pelo setor de Serviços no país como a falta de segurança jurídica pela ausência de um marco regulatório na questão da terceirização de mão-de-obra e por conta de súmulas normativas que atingem o setor.

Para ele a atuação do TST gera receio nos empresários na hora da contratação de trabalhadores, o que poderá contribuir para o desemprego.

“O TST emite uma súmula do cumprimento de trabalho temporário pela gestante. O trabalho temporário é uma lei que tem um prazo, e ninguém sabe se essa lei ela está dentro dessa súmula. E como o TST não é um órgão de consulta e é um órgão de julgamento, […] gera uma insegurança muito grande em saber se aquela súmula se aplica, por exemplo, ao nosso setor. Então isso acaba gerando mais desemprego, porque as pessoas ficam com receio de contratar, ficam com receio de formar passivo trabalhista. Então isso gera uma insegurança muito grande” – Vander Morales.

Morales ainda criticou os julgamentos feitos pela justiça do trabalho, considerado por ele alguns casos como abusivas, que levam algumas empresas a dificuldades financeiras irreversíveis.

Edgar Segatto, presidente da Federação Nacional das Empresas Prestadoras de Serviços de Limpeza e Conservação (FEBRAC), declarou que os cortes feitos pelo Governo em cima dos prestadores de serviço como uma das justificativas para o desemprego. Segatto também criticou a alta carga tributária. E por último fez sugestões para desenvolver o setor como: a redução da carga tributária, incentivos fiscais, a desoneração da folha de pagamento, diminuição da burocracia, regulamentação do setor, criação de linhas de crédito e maior segurança jurídica.

A presidente da Câmara de Ensino Superior da Federação Nacional das Escolas Particulares (FENEP), Amábile Pacios, condenou o desmonte do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

“Esse desmonte do Fies trouxe tanto descaminho para as nossas empresas, a começar pela pedalada fiscal quando é anunciado na própria portaria 23, que ao invés de fazer doze repasses […] ele [Ministério da Educação] faria oito. Bom, se você tem doze alugueis e doze folhas de pagamento, o que você faz com oito repasses?” disse Pacios.

Segundo Amábile o Governo deve ao setor R$ 12 bilhões e somente neste ano foram fechadas 81 escolas, sendo uma universidade com 60 anos de tradição em virtude dos cortes no programa.

Estiveram presentes também o presidente da Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores (FENAVIST), João Eliezer Palhuca, e o presidente da Federação Brasileira das Associações de Controladores de Vetores e Pragas Sinatrópicas (FEPRAG), Denilson Lehn.

Tratamento de câncer do colo de útero e de mama pelo SUS
Aprovado parecer da deputada Soraya Santos (PMDB-RJ), pela compatibilidade financeira e orçamentária do Projeto de Lei 3595, de 2012, de autoria da senadora Ana Amélia (PP-RS), dispondo sobre a efetivação de ações de saúde que assegurem a prevenção, a detecção, o tratamento e o seguimento dos cânceres do colo uterino e de mama, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS, para assegurar o atendimento às mulheres com deficiência.

Situação: projeto segue para apreciação da Comissão Constituição e Justiça e de Cidadania.

Comissão Especial sobre Financiamento da Atividade Sindical


Em audiência na Câmara, Presidente do TST defende fortalecimento dos sindicatos
A Comissão Especial da Câmara dos Deputados sobre o Financiamento da Atividade Sindical realizou nesta 5ª feira (29/10) a segunda audiência pública destinada a colher informações sobre o assunto. Na reunião, estiveram presentes os presidentes do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Antônio José de Barros Levenhagen; e do Tribunal de Contas da União, Ministro Aroldo Cedraz. Compareceram também representantes da OAB, Ministério do Trabalho e de Centrais Sindicais.

O relator da Comissão Especial, deputado Bebeto (PSB-BA), destacou que a promoção do movimento sindical se confunde com a própria ação de defesa do direito do trabalho e que a Comissão não deve se limitar a discutir apenas as fontes de custeio. Para o relator, o colegiado deve debater questões como a democratização dos sindicatos, a transparência e a viabilidade das formas de controle.

Ainda foi dito por ele que os casos minoritários de malversação de recursos da contribuição sindical não podem servir de base para criminalizar a atividade das entidades.

Merece destaque especial à participação do Ministro Antônio José de Barros Levenhagen, presidente do TST, que:

•    Destacou que não é possível fortalecer o movimento sindical se ele não tiver recursos financeiros e que os sindicatos não sobreviverão sem a fonte de custeio;
•    Em suas palavras, há necessidade de que seja mantida a contribuição sindical até que se discuta um novo modelo de atuação das entidades.
•    É preciso que os próprios sindicatos façam uma campanha maciça para atrair filiações e cresçam mais. De acordo com o Ministro, o sindicato que mais tem filiados ganha em estatura de representatividade e eleva sua fonte de rendimento;
•    Lembrou que, apesar da mobilização para obter novas filiações, os empregados são um pouco refratários à sindicalização. Por isso, a contribuição é importe porque garante que os sindicatos possam sobreviver.
•    Explicou que apesar de parecer paradoxal que Constituição Federal de 1988 tenha dado autonomia aos sindicatos, mas recepcionado a contribuição sindical, o constituinte não poderia ter deixado os sindicatos em situação de miséria financeira para financiar sua atividade precípua.
•    Foi ressaltado que os sindicatos auxiliam os trabalhadores, no sentido de suprir deficiências do Estado, especialmente quanto a assistência jurídica e médica;
•    O ministro admitiu a inconveniência do Precedente 119 do TST, que não reconhece a compulsoriedade da Contribuição Assistencial. Em suas palavras, “não é justo que o sindicato se emprenhe em trazer melhorias para toda a categoria e apenas os associados contribuam”.
•    Em sua opinião, o Precedente fere o direito da liberdade individual, pois o trabalhador que não é filiado fica impedido de contribuir com o sindicato responsável pela negociação. A jurisprudência não pode impedir a vontade do trabalhador não associado de contribuir.
•    Citou quando 14 ministros do TST mobilizaram-se no sentido de cancelar o Precedente 119, porém infelizmente no momento da votação pelo Plenário do Tribunal dois mudaram de posicionamento, o que impediu que o entendimento fosse cancelado.

Seguem os apontamentos dos demais participantes da audiência:

Ministro Aroldo Cedraz, Presidente do Tribunal de Contas da União (TCU):

•    Ressaltou que o TCU tem feito um esforço extraordinário para trazer contribuições vindas das mais variadas fontes e a tecnologia digital é o que vai oferecer a transparência das instituições, possibilitando que o trabalhador tenha voz efetiva;
•    Em sua opinião, a Comissão Especial é o local apropriado para se discutir o fortalecimento do sistema sindical.

Carlos Alberto Pereira – Secretário-Geral da Central Geral dos Trabalhadores Brasileiros (CGTB):

•    Defendeu que a contribuição deva ser feita em folha de pagamento e em caráter compulsório, desde que aprovada em Assembleia.
•    Explicou que o direito de oposição à contribuição deva ser garantido no âmbito da Assembleia.
•    Afirmou que o Ministério Público tem feito uma perseguição enorme aos sindicatos em função da Contribuição Assistencial, sendo que ela representa de 80% a 90% do custeio de muitas entidades.
•    Os sindicatos precisam se organizar contra a atuação do Ministério Público e das grandes empresas, que estimulam seus empregados a fazerem cartas de oposição à contribuição sindical.
•    Defendeu a criação de um projeto unitário para custeio do movimento sindical.
Pascoal Carneiro – Representante da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB):

•    Elogiou o deputado Bebeto e o deputado Paulo Pereira da Silva por estarem à frente da Comissão.
•    Defendeu que o equilíbrio entre a relação de capital e trabalho só se dará com organização, democratização e custeio garantido.
•    Criticou que a Emenda à Constituição nº 45, que entre outros pontos vinculou a instauração de dissídio coletivo ao acordo entre as partes laboral e patronal, reduziu o poder das negociações e possibilitou que os patrões se recusassem a negociar;
•    Pediu que se faça o debate não apenas do custeio, mas também da organização sindical brasileira;
•    Defendeu que, caso a contribuição seja retirada, os sindicatos perderão o fôlego para atuarem.
•    Com o enfraquecimento dos sindicatos, o setor produtivo perderá suas lideranças o que ocasionará um ambiente caótico;
•    Explicou que países como Argentina, Itália e Espanha possuem contribuições compulsórias e que é esse tipo de custeio que garante a atuação do movimento sindical;
•    Defendeu a necessidade de se democratizar o espaço de trabalho, especialmente o interior das empresas.

Bruno Reis de Figueiredo – Presidente da Comissão Especial de Direito Sindical do Conselho Federal da OAB:

•    Citou que sem o custeio, o movimento sindical não consegue seguir adiante, tampouco prestar serviços como assistência jurídica, médica e odontológica;
•    Criticou a prevalência do Precedente 119 do TST e destacou que as vitórias das negociações coletivas são válidas para todos os profissionais da categoria;
•    O Precedente 119 desincentiva a filiação aos sindicatos.
•    O que se percebe é uma injustiça muito grande, que pode significar no comprometimento do futuro do movimento sindical.
•    Comentou que desde a Emenda 45 a negociação coletiva ficou muito enfraquecida, pois a classe patronal não discute mais com os trabalhadores.
•    Citou que o movimento sindical é um dos atores mais importantes no cenário brasileiro e em todo estado democrático de direito que se preze.

Valeir Ertle – Secretário de Assuntos Jurídicos da Central Única dos Trabalhadores (CUT):

•    Destacou que a CUT defende que a Contribuição Sindical seja substituída pela Contribuição Negocial, mas que a substituição se dê de forma segura;
•    Relembrou que todas as Centrais Sindicais conjuntamente redigiram documento contrário ao Precedente 119 do TST e que o Ministério Público do Trabalho promove sistematicamente ataques contra os sindicatos baseando-se apenas naquele entendimento;
•    Conclamou que a partir do momento em que for regulamentada a contribuição negocial, ela seja descontada de toda a categoria. Segundo Valeir, é preciso discutir o percentual a ser cobrado;
•    Reconheceu que a categoria dos trabalhadores no comércio tem rotatividade muito alta, o que requer alto número de novos filiados todos os meses;
•    Por fim, destacou ser preciso negociar também a contribuição sindical das entidades patronais e criticou que o TCU não fiscaliza das confederações patronais, tampouco o Sistema S. Enquanto a imprensa promove ataques aos sindicatos laborais.

Mauro Rodrigues de Sousa – Representante do Ministério do Trabalho e Previdência Social:

•    Afirmou ser impossível garantir a representação dos trabalhadores sem que haja a fonte de custeio e que o sindicato precisa de dinheiro para se manter e apoiar os trabalhadores;
•    Não cabe ao Ministério do Trabalho entrar no mérito sobre qual a melhor fonte de custeio, mas é preciso ter uma fonte com segurança jurídica e que a insegurança do movimento sindical é um problema vivido atualmente.
•    Defendeu que o Congresso Nacional encerre de vez a questão do financiamento das entidades sindicais.

Gibran Ramos Jordão – Secretário Executivo da CSP-Conlutas:

•    Destacou que para que os sindicatos sejam verdadeiramente independentes é preciso que haja contribuição espontânea dos trabalhadores, decidida por meio de assembleias, congressos e plenárias;
•    A Conlutas defende o fim do imposto sindical;
•    Em sua opinião, a partir do momento em que não há participação ativa dos trabalhadores e os sindicatos têm assegurado os cofres cheios por meio da contribuição sindical, eles passam a não lutar mais pelos direitos classistas, mas pelo seu próprio sustento;
•    Os trabalhadores não conseguem fazer o debate democrático por causa da burocratização das entidades sindicais;
•    A Conlutas orienta a todos os sindicatos filiados a debater o dinheiro da contribuição sindical com os trabalhadores e, caso ele seja reprovado, recomenda que os valores sejam devolvidos.

Situação: a próxima audiência da Comissão deverá ocorrer no dia 05 de novembro, com representantes das Confederações Patronais.

Senado Federal

Plenário


Segue à sanção Medida Provisória do Programa de Proteção ao Emprego (PPE)
O Senado Federal aprovou o Projeto de Lei de Conversão (PLV) 18/2015, referente à Medida Provisória (MP) 680/2015, que institui o Programa de Proteção ao Emprego (PPE).

A matéria foi aprovada nos termos do texto encaminhado pela Câmara dos Deputados, sem os artigos que previam a sobreposição do negociado sobre o legislado.

Com as alterações feitas pelo Congresso Nacional, para aderir ao PPE a empresa terá de:

•    Comprovar a situação de dificuldade econômico-financeira, fundamentada no Indicador Líquido de Empregos (ILE);
•    Celebrar e apresentar acordo coletivo de trabalho específico;
•    Apresentar solicitação de adesão ao PPE;
•    Apresentar a relação dos empregados abrangidos;
•    Ter registro no CNPJ há, no mínimo, dois anos;
•    Ao aderir terá máximo de 30% da jornada de trabalho do empregado enquadrado no PPE, com redução proporcional do salário, e fica obrigada a empresa optante do PPE deva fornecer ao sindicato dos trabalhadores as informações econômico-financeiras, para que seja firmado o acordo coletivo.
•    Comprovar a regularidade fiscal, previdenciária e relativa FGTS; e
•    Prazo máximo de adesão ao PPE de 24 meses, devendo ser renovado a cada seis meses.

A data final para adesão ao programa foi prorrogada para 31 de dezembro de 2016 e a data de extinção do PPE foi prorrogada para até o final de 2017.

A adesão ao PPE foi facultada às empresas de todos os setores, desde que celebrem acordo coletivo de trabalho específico de redução de jornada e de salário.

Foi mantida a previsão de que o governo federal deverá pagar até metade do valor que o empregado deixaria de receber em função da redução de jornada, limitada a 65% do valor da parcela do seguro-desemprego, o que corresponde a R$ 900,85.

Situação: como o Senado não promoveu nenhuma alteração, o texto será encaminhado à Presidência da República, que disporá de 15 dias úteis, contados da data de recebimento, para manifestar-se quanto à sanção ou aposição de vetos ao PLV.

Comissão de Meio Ambiente , Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle


Dívida Pública Brasileira será discutida com Ministro
Aprovado requerimento 100, de 2015, de autoria do senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), solicitando a realização de audiência pública para debater o aumento da dívida pública brasileira, com a presença do Ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.

Situação: data de audiência ainda não definida.

Comissão de Assuntos Sociais


Câncer de colo do útero e de mama no país
A comissão, por meio de requerimento aprovado de autoria das senadoras Ângela Portela (PT-RR) e Ana Amélia (PP-RS), realizou debate sobre estratégias mais eficazes de prevenção e controle do câncer de colo do útero e do câncer de mama no País.

Durante as discussões, houve embate de argumentos sobre o tempo de início da mulher a realizar exame de rastreamento para prevenção. Ministério da saúde restringe mamografia para início com mulheres a partir dos 50 anos e a Lei 11664/2008 institui o início de exames a partir dos 40 anos.

A médica Maria Inez Pordeus Gadelha, representante do Ministério, afirmou que exames feitos antes dos 50 anos trazem mais prejuízos pelas mulheres mais jovens possuírem tecido mamário mais denso, diferente a partir dos 50 quando este tecido é substituído por gordura e a visualização de possíveis tumores torna-se mais clara.

José Luiz Pedrini, representante da Sociedade Brasileira de Mastologia, rebateu argumentos de Maria Gadellha ao colocar um estudo o qual avalia que mulheres a partir dos 40 anos são suscetíveis em alto grau. Pela pesquisa, o risco de câncer para mulheres de 40 anos é de 1 pra 69; 50 anos de 1 para 42; e 60 anos de 1 para 29. Dessa forma, mostra-se necessário o rastreamento em mulheres mais novas uma vez que a possibilidade de surgimento de tumores é relativamente grande.

Pedrini firmou sobre a necessidade de exames precoces para que, se detectado câncer, possa ser tratado de modo menos agressivo e com menos terapias sistêmicas. Com isso o índice de mortalidade crescente pode vir a reduzir, como ocorre com a taxa menor das vítimas de câncer de colo de útero.

Senadora Ana Amélia (PP-RS), afirmou que o índice maior de mortalidade ocorre com população carente, a qual tem dificuldade de acesso aos serviços preventivos. Também, senadora Ângela Portela (PT-RR), explanou sobre a necessidade de o Brasil formular ações que garantam às mulheres o maior acesso aos exames preventivos para que recebam tratamento o mais cedo possível.

Congresso Nacional

Comissão Permanente Mista de Combate à Violência Contra a Mulher


Audiência Pública sobre prevenção e cura do câncer de mama
Realizada audiência pública sobre o tema “prevenção, cura e reconstrução mamaria: um direito que não pode ser violado”.

A deputada Moema Gramacho (PT-BA), autora do requerimento, presidiu a reunião e deu aberto o debate após ressaltar a importância do tema para a mulher, sendo oportuna em meio ao Outubro Rosa. Além disso, afirmou ser uma discussão focada na recuperação da autoestima da mulher que teve câncer e mais ainda reconstrução mamária, procedimentos os quais trazem a verdadeira cura do câncer.

Maria Aparecida Pereira, Médica Mastologista, iniciou sua fala discorrendo sobre a neoplasia mamária ser a mais recorrente em mulheres. Além disso, tem aumentada a incidência e mortalidade no Brasil, câncer com a possibilidade de ocorrência em qualquer idade, mas com índice de progressão em mulheres acima de 50 anos.

Sinalizou serem multifatoriais os riscos de surgimento do câncer, porém, 80% dos casos não tem relação com aspectos propícios ao seu desenvolvimento. Pela existência de multiplicidade de fatores, difícil sua prevenção, entretanto, uma dieta saudável, peso adequado, não consumo de álcool e fumo, não exposição à radiação, podem ser medidas consideradas preventivas.

A detecção precocemente por meio da mamografia pode trazer a redução da mortalidade da população-alvo, mulheres de 50 a 69 anos. Todavia, como não é possível realizar exame em todo o mundo, infelizmente o sistema vê-se obrigado a selecionar apenas este público-alvo para realizar métodos preventivos.

O “achado casual”, quando a própria mulher identifica algo fora do comum em seu corpo, ainda mostra ser forma mais recorrente na detecção do câncer.

Maria Pereira finalizou ponderando sobre o tratamento de o câncer ser multiprofissional, o qual cada paciente tem suas características próprias para um procedimento adequado ao tratamento para resultar em cura com maior êxito.

Luci Ishii, Médica Oncologista e Vice-Presidente da Associação Brasiliense de Apoio ao paciente com Câncer, demonstrou duas formas de prevenção: a primária, sendo o exame da mama; e a secundaria, a detecção do câncer. Afirmou sobre o surgimento de câncer avançado justificar-se pelo medo, por parte das mulheres, em serem diagnosticadas. Este receio prejudica muitas vezes a conscientização de se fazer o exame preventivo de mama e caso seja diagnóstica ter uma mediação menos prejudicial e descomplicada.

Quanto mais cedo diagnosticado, menos sofrido é o tratamento, maior possibilidade de cura e recuperação psicológica da paciente. Além disso, o custo será menor e haverá uma redistribuição maior de orçamento destinado às campanhas de prevenção.

Marcelo Sampaio, Cirurgião Plástico do Hospital Sírio-libanês de São Paulo, mostrou, por meio de relatos, que a cirurgia plástica não colabora para o surgimento de novos cânceres e sim para a melhora da autoestima da mulher e recuperação psicológica em relação à doença.

Muitas pacientes têm a oportunidade de receber prótese para uma mama custeada pelo governo, entretanto o procedimento adotado não favorece a mulher uma vez que esta não ocorre seguida da retirada das mamas. O ideal seria a realização da mastectomia e reconstrução imediata.

Marcelo ressaltou a reivindicação para ter procedimento ideal a paciente, curando o câncer e proporcionando a recuperação psicológica da mulher o mais rápida possível.

Vera Cristina Golik e Hugo Adolfo Lenzi, integrantes do Projeto “De Peito Aberto”, expuseram a abordagem das fases da doença: a descoberta, o processo, o apoio e a superação, para que se obtenha além da cura do câncer, a reconstrução da autoestima da mulher.

Explanaram que a mortalidade no Brasil é alta pela falta de procedimentos os quais ajudam a mulher a compreender seu diagnóstico e qual tratamento a ser adotado, além da reconstituição dos seios. Ainda, afirmaram sobre campanhas de informações e reeducar a população a respeito do assunto ser primordiais para conscientização de modo geral a cerca dos cuidados com a doença e seus métodos de precaução.

Stella Ribeiro da Matta Machado, representante da Secretaria Especial de Politicas para as Mulheres e do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, argumentou rapidamente sobre o SUS ainda enfrentar situações de racismo e preconceito com pessoas de baixa renda, justificando assim seu atendimento desqualificado em muitos momentos. E, por fim, concluiu que a secretaria trabalha na campanha de passar informações à população e apoia outras de combate e prevenção ao câncer.

Estiveram presentes na audiência as senadoras Ana Amélia (PP-RS), Simone Tebet (PMDB-MS), Regina Sousa (PT-PI), Marta Suplicy (PMDB-SP), senadores Lasier Martins (PDT-RS), Ronaldo Caiado (DEM-GO) e deputada Carmen Zanotto (PPS-SC).

TRAMITAÇÕES

Câmara dos Deputados

1.    Pareceres apresentados:

Organizações sindicais como pessoas jurídicas de direito privado
Projeto de Lei 4954, de 2005, de autoria do deputado Vicentinho (PT-SP), que define as organizações sindicais como pessoas jurídicas de direito privado, desobrigando-as de alterar seus estatutos no prazo determinado.
Parecer: pela constitucionalidade, juridicidade, adequação à técnica legislativa e no mérito pela aprovação.
Relator: deputado Pereira Júnior (PCdoB-MA).
Comissão: de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Debate sobre violência contra as mulheres
Projeto de Lei 2805, de 2015, de autoria da deputada Erika Kokay (PT-DF), o qual dispõe sobre a inclusão anualmente, na programação pedagógica das escolas da rede de educação básica do País, do debate sobre o tema do combate à violência contra a mulher.
Parecer: pela aprovação.
Relator: deputada Shéridan (PSDB-RR).
Comissão: de Educação.

Responsabilidade Subsidiária quantos as obrigações trabalhistas
Projeto de Lei 4132, de 2012, de autoria do senador Valdir Raupp (PMDB-RO), para dispor sobre a responsabilidade subsidiária da empresa tomadora ou cliente quanto às obrigações trabalhistas.
Parecer: pela aprovação deste, dos PLs 3436/12, 3785/12, apensados, na forma do substitutivo, e pela rejeição do PLs 3498/12 e 6363/05, apensados. Substitutivo discorre sobre responsabilidade subsidiária da empresa tomadora ou cliente quanto às obrigações trabalhista e permitir o trabalho temporário no âmbito rural e criar o contrato de trabalho intermitente. O contrato não poderá exceder três meses e, caso seja prorrogado, não poderá ultrapassar o limite total de nove meses. Define como trabalho intermitente o que preste serviço descontínuo, podendo compreender períodos determinados, dias e horas, alternar prestação de serviços e folga, independente do tipo de atividade do empregado ou empregador.
Relator: deputado Silvio Costa (PSC-PE).
Comissão: de Trabalho, de Administração e Serviço Público.

2.    Relatores designados

Reservas de vagas para gênero
Proposta de Emenda a Constituição 134, de 2015, de autoria do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), para reservar vagas para cada gênero na Câmara dos Deputados, nas Assembleias Legislativas, na Câmara Legislativa do Distrito Federal e nas Câmaras Municipais, nas 3 (três) legislaturas subsequentes.
Relator: deputada Soraya Santos (PMDB-RJ).
Comissão: de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Senado Federal

1.    Relatores designados

Licença maternidade em caso de parto prematuro
Proposta de Emenda a Constituição 99, de 2015, de autoria da do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e outros, para altera o inciso XVIII do art. 7°, da CF, para dispor sobre a licença-maternidade em caso de parto prematuro.
Relator: senadora Simone Tebet (PMDB-MS).
Comissão: de Constituição, Justiça e Cidadania.

AÇÕES DA ASSESSORIA

Acompanhamento assíduo da CNTC na Comissão Especial sobre Financiamento da Atividade Sindical

Nesta quinta-feira (29/10) ocorreu a segunda audiência pública da comissão especial da Câmara dos Deputados destinada a estudar e apresentar propostas com relação ao Financiamento da Atividade Sindical.

Estiveram presentes na audiência membros da equipe CNTC: Vice-Presidente da CNTC, Sr. Vicente da Silva; Diretor Social e de Assuntos Legislativos, Sr. José Francisco Pantoja; Diretora de Assuntos Internacionais, Sra. Maria Bernadete Lira Lieuthier; Diretor de Patrimônio, Sr. Luiz de Souza Arraes; Diretor de Assuntos Previdenciários, Sr. Ronaldo Nascimento; Presidente da FETRACOM GO/TO, Sr. Edson Geraldo Garcia; e Presidente da FECOMSE, Sr. Ronildo Torres Almeida.

Mantido entendimento com os deputados Heitor Schuch (PSB-RS) e Augusto Coutinho (SD-PE) sobre o custeio sindical.

Próxima semana está prevista nova audiência pública, a qual a CNTC estará presente com sua equipe acompanhando e articulando para que decisões neste âmbito não venham a prejudicar a categoria.

Brasília-DF, 30 de outubro de 2015.



Tamiris Clóvis de Almeida – juntamente com a equipe de Relações Institucionais da CTC.

Informe Legislativo – 20 a 22 de outubro de 2015

Acontece no Congresso

Este Informe sintetiza os acontecimentos no legislativo de 20 a 22 de outubro de 2015

Diretor: José Francisco Jesus Pantoja Pereira

Gerente de Relações Institucionais: Sheila Tussi da Cunha Barbosa

Analistas de Relações Institucionais: Renan Bonilha Klein

Tamiris Clóvis de Almeida

Victor Velú Fonseca Zaiden Soares

Assistente Administrativa: Quênia Adriana Camargo

Estagiária: Letícia Tegoni Goedert

Temas abordados nesta edição:

•    1º Audiência Pública sobre financiamento da atividade sindical
•    CCJC debaterá custeio das entidades sindicais
•    CTASP aprova a autorização de sindicatos quanto à cobrança de contribuições extrajudicial
•    CDH discute fontes de custeio das entidades sindicais
•    CMA debate Metodologia de cálculo de desemprego no Brasil
•    Câmara aprova urgência sobre projeto que penhora online e desconsidera personalidade jurídica
•    CTASP debate aplicativo SimVida
•    Regulamentação do Direito de Greve é rejeitada na CTASP
•    Aprovado projeto sobre multa ao sindicato que cobrar por entrega da carteira de trabalho
•    Plenário do Senado está com pauta trancada até apreciação da MP do Programa de Proteção ao Emprego (PLV 18/2015)
•    Debate sobre aplicativo avaliador de Políticas Públicas de combate à violência contra a mulher
•    Tramitação

Câmara dos Deputados

Plenário


 

Urgência sobre projeto que penhora online e desconsidera personalidade jurídica
Aprovado requerimento 2148/15, de iniciativa do líder do Bloco PP, PTB, PSC, PHS, deputado Eduardo da Fonte, e apoiado por outros líderes partidários, para tramitação em regime de urgência do Projeto de Lei 5140, de 2005, de autoria do deputado Marcelo Barbieri (PMDB-SP), que modifica a Consolidação das Leis do Trabalho para dispor sobre a execução trabalhista e a aplicação do princípio da desconsideração da personalidade jurídica.

De acordo com o texto substitutivo aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania fixa que a penhora de dinheiro em depósito bancário ou em aplicação financeira, poderá ser determinada pelo juiz às instituições financeiras, por da penhora on line que torne indisponíveis ativos financeiros existentes em nome do executado, limitando-se a indisponibilidade ao valor indicado na execução.

Dá competência ao juiz, em situações de excepcional gravidade, de forma cautelosa e motivada, desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade, nos casos de ilicitude, estado de insolvência ou manipulação fraudulenta ou abusiva da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial. Essa desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.

Situação: o projeto teve tramitação muito controversa com rejeição pela Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público e aprovação com substitutivo na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comercio e Constituição, Justiça e Cidadania.

Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público


 

Aplicativo SimVida
A Comissão realizou audiência pública destinada a discutir o uso do aplicativo SimVida, que possibilita à população denunciar situações de risco ou de acidentes de trabalho aos Tribunais Regionais do Trabalho. A reunião foi conduzida pela deputada Jozi Araújo (PTB/AP), autora do requerimento que solicitou a audiência.

O aplicativo foi desenvolvido pelo Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região em parceria com o Laboratório Experimental em Tecnologias Livres (Lablivre) da Universidade Federal do Pará (UFPA).

A principal ideia de seus desenvolvedores é possibilitar o empoderamento da população, em especial dos trabalhadores, tornando-a capaz de promover mudanças nos ambientes de trabalho que apresentem riscos ou causa de acidentes. Além disso, é defendido que o aplicativo, a partir das denúncias dos usuários, origina um banco de dados que expõe casos que abarcam tanto o trabalho formal, quando a informalidade, o que não é captado pelo INSS. Nesse sentido, os desenvolvedores acreditam que o SimVida pode se tornar uma referência no embasamento e na formulação de políticas públicas.

Maria de Nazaré Medeiros Rocha, juíza titular da 7ª Vara do Trabalho de Belém, explicou que o aplicativo SimVida empodera a sociedade para que ela mesma se autofiscalize e possa alcançar o nível de excelência no trabalho seguro. A juíza explicou que quando o TRT recebe as denúncias, elas são encaminhadas por meio de ofícios aos órgãos responsáveis pela fiscalização do trabalho e com poder de oferecer denúncias – Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho. As denúncias são anônimas e os magistrados que são gestores regionais do Programa Trabalho Seguro, vinculado ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), as formalizam perante as instâncias competentes.

Walter Paro, desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, relembrou que o Brasil é recordista em número de acidentes de trabalho e em mortes, e defendeu que o ambiente de trabalho deve estar protegido contra qualquer possibilidade de risco ao trabalhador. Nesse sentido, o aplicativo SimVida aparece como uma ferramenta que possibilita que o cidadão registre, cobre e acompanhe o que está sendo feito quanto a sua denúncia. O celular torna-se um instrumento de denúncia de acidentes de trabalho e de proteção do trabalhador.

Claudio Afonso, professor da UFPA e Coordenador do Laboratório Experimental em Tecnologias Livres (Lablivre), argumentou que o Brasil vive em um contexto de crescente uso de smartphones, sendo que na Região Norte o acesso à internet por meio dos aparelhos já supera os computadores. Sendo assim, o SimVida passa a constituir um sistema eletrônico de proteção e segurança no ambiente de trabalho. Ele defendeu a estrutura simples e desburocratizada do uso do aplicativo como uma maneira de facilitar o manuseio das pessoas e garantir o registro das denúncias.

Esteve presente também o desembargador Francisco Sérgio Silva, Presidente do TRT 8ª Região. A Deputada Jozi Araújo (PTB-AP) elogiou a iniciativa e clamou que o aplicativo possa ser expandido pelo país e também trate denúncias envolvendo questões de saúde e educação.

Direito de Greve
A Comissão decidiu pela rejeição do Projeto de Lei 401, de 1991, que define os serviços essenciais e regulamenta o direito de greve. Entre outros pontos, o projeto admite que as reivindicações dos trabalhadores grevistas possam ser encaminhadas por negociação coletiva, permitida a mediação.

Durante a reunião, os deputados optaram por derrubar o parecer do relator, deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), que havia se pronunciado favorável ao projeto, porém na forma de substitutivo de sua autoria. A Comissão acatou Voto em Separado do deputado Laercio Oliveira (SD/SE) pela rejeição do projeto, do substitutivo e de todas as quinze proposições apensadas.

Dessa forma, o processo segue à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), que deverá manifestar-se sobre o mérito do projeto além da constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa.

O projeto tramita de forma conclusiva nas comissões e também foi rejeitado pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN). Caso a CCJC venha a aprovar a matéria, o projeto seguirá ao Plenário da Câmara.

O PL 401/1991 é de autoria do ex-deputado, atualmente senador, Paulo Paim (PT-RS). Originalmente o PL 401/1991 dispõe, entre outros pontos, que:

•    Constitui-se como serviço ou atividades essenciais, para os efeitos do direito de greve aqueles caracterizados como de urgência médica, necessários a manutenção da vida;
•    O sindicato profissional ou a assembleia da categoria deverá indicar os trabalhadores que deverão se revezar na manutenção dos serviços essenciais;
•    É lícita a ação de trabalhadores em atividades tendentes a obter a adesão à greve dos demais trabalhadores da categoria, desde que a ação seja de forma pacífica.
•    A greve cessará por decisão da categoria profissional que a decretar, sendo vedada a interferência quanto ao exercício da mesma pelas autoridades públicas, inclusive judiciária.

O substitutivo do deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), que foi derrotado na Comissão de Trabalho, dispõe que:

•    Os estatutos das entidades sindicais devem estabelecer as formalidades de convocação da assembleia geral para deliberar sobre a deflagração da greve;
•    Os meios adotados pelos trabalhadores e empregadores não podem violar os direitos e garantias fundamentais dos grevistas e demais trabalhadores;
•    As reivindicações da greve que tenham por objetivo a criação ou modificação de direitos devem ser objeto de convenção ou acordo coletivo ou de sentença arbitral;
•    A entidade patronal correspondente ou os empregadores interessados devem ser notificados da greve com antecedência de 24 (vinte e quatro) horas;
•    É acrescida ao Código Penal a pena de detenção de um mês a um ano para o crime de atentado contra o direito do trabalho quando houver constrangimento a alguém a participar de paralisação da atividade econômica, impedindo-o de trabalhar.

Situação: Matéria segue à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, caráter conclusivo e tramitação com prioridade.

Rejeitado projeto que inclui terceirizados na CIPA da empresa contratante
Rejeitado o Projeto de Lei 4317, de 2001, que inclui nas Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPAs) representantes das empresas e de seus empregados que prestem serviços para a empresa que as contratou. O projeto é de autoria da ex-senadora Marina Silva (Rede/AC).

O relator da matéria na Comissão foi o deputado Jorge Côrte Real (PTB/PE), que se manifestou pela rejeição do projeto e das outras seis proposições apensadas.

Em seu parecer o relator argumentou que a Norma Regulamentadora (NR) 5 do Ministério do Trabalho já disciplina a participação de empregados de empresas prestadoras de serviço em CIPA. O item 5.47 da Norma dispõe que:

Sempre que duas ou mais empresas atuarem em um mesmo estabelecimento, a CIPA ou designado da empresa contratante deverá, em conjunto com as das contratadas ou com os designados, definir mecanismos de integração e de participação de todos os trabalhadores em relação às decisões das CIPA existentes no estabelecimento.

Situação: o projeto deverá ser arquivado, salvo apresentação de recurso subscrito por no mínimo 1/10 dos deputados (52), ou líderes, para que seja examinado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) e pelo Plenário da Casa. Deverá ser aberto o prazo de 5 sessões para apresentação de recurso até a próxima 6ª feira (23/10), podendo durar até 04 de novembro.

Multa a sindicato que cobrar por entrega da carteira de trabalho
Aprovado o Projeto de Lei 5784, de 2013 que altera a CLT para, entre outros pontos, fixar em 2 mil reais a multa ao sindicato que cobrar remuneração pela entrega da Carteira de Trabalho e Previdência Social. O projeto foi aprovado nos termos do substitutivo do relator, deputado Fábio Mitidieri (PSD-SE). O projeto é de autoria do deputado Carlos Bezerra (PMDB/MT).

O substitutivo aprovado dispõe sobre as seguintes mudanças:

•    Eleva para 10 dias úteis o prazo para que o empregador anote na Carteira de Trabalho e Previdência Social a data de admissão e a remuneração do empregado;

•    Fixa em R$400,00 as seguintes multas aos empregadores: extravio ou inutilização da Carteira de Trabalho; retenção da Carteira por mais que 10 dias úteis; não anotação da Carteira após intimação.

Os valores das multas deverão ser reajustados pela variação acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior.

Situação: o projeto tramita em caráter conclusivo e segue para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), que deverá manifestar-se sobre a constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa da matéria.

Autorização de sindicatos quanto à cobrança de contribuições extrajudicial
Aprovado o Projeto de Lei 5945, de 2013, que altera a CLT para permitir a cobrança extrajudicial de contribuições sindicais que estejam em atraso. O projeto é de autoria do deputado Laercio Oliveira (SD-SE) e na CTASP foi relatado pelo deputado Augusto Coutinho (SD-PE).

De acordo com o projeto, os sindicatos poderão dar prosseguimento à cobrança de contribuições em atraso por meio do envio postal da certidão de débito (título extrajudicial) passada pela diretoria da entidade.

Desse modo, em caso de falta de pagamento da contribuição sindical, as entidades deverão primeiro promover a cobrança extrajudicial e, se mesmo assim persistir a inadimplência, fica autorizada a respectiva cobrança judicial, mediante ação executiva.

Originalmente o projeto previa o envio postal da cobrança por até 3 vezes, porém na reunião foi acordada a redução para apenas uma vez.

Durante a reunião, o deputado Cabo Sabino (PR-CE) se opôs ao projeto, afirmando que é inadmissível que os sindicatos se voltem contra os trabalhadores ao cobrarem a contribuição judicialmente. De acordo com ele, quando o sindicato oferece vantagens reais ao trabalhador, ele mesmo procura se sindicalizar.

Situação: a matéria segue à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), que deverá se manifestar quanto ao mérito da proposta e também sobre sua constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa.

Comissão de Seguridade Social e Família


 

Informação a respeito de violência contra a mulher
A Comissão aprovou parecer da deputada Rosangela Gomes (PRB-RJ), pela aprovação, com emenda de redação, do Projeto de Lei 347, de 2015, de autoria da deputada Dâmina Pereira (PMN-MG), o qual acrescenta inciso IV ao § 1º do art. 12 da Lei de Mecanismos de combate a Violência contra a Mulher, para estabelecer que, em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, conste do registro da ocorrência policial informação sobre a  condição de a  vítima  ser  pessoa  com  deficiência  e  se  da violência  sofrida  resultou  deficiência  ou  agravamento  de  deficiência preexistente.

Situação: a matéria segue à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania para análise da sua admissibilidade e constitucionalidade em caráter terminativo e conclusivo.

Comissão Especial sobre Financiamento da Atividade Sindical


 

1º Audiência Pública sobre financiamento da atividade sindical
A Comissão Especial sobre o Financiamento da Atividade Sindical realizou a primeira da série de audiências públicas destinadas a colher informações sobre o assunto. Na reunião de hoje estiveram presentes representantes de centrais sindicais e do Ministério Público do Trabalho.

O relator da Comissão, deputado Bebeto (PSB/BA) esclareceu que serão realizados também encontros regionais, preferencialmente às 2ª feiras, e audiências públicas com as Confederações Laborais entre 3ª e 5ª feiras, em datas a serem agendadas. Esta previsão consta no Plano de Trabalho da Comissão, aprovado na reunião do dia 14/10.

Na audiência, Renan Bernardi Kalil, Procurador do Trabalho, afirmou que a posição do Ministério Público do Trabalho (MPT) é no sentido de extinguir a contribuição sindical e regulamentar a contribuição assistencial. O procurador explicou que não existe nenhuma legislação no Brasil que trate da regulação da contribuição negocial e que por isso o MPT baseia-se no Precedente 119 do Tribunal Superior do Trabalho, que não reconhece a compulsoriedade da contribuição sindical aos trabalhadores que não são sindicalizados. Ainda foi exposto que o MPT segue o raciocínio de que, a partir do momento que se retira uma fonte fixa de custeio e passa-se a outra que é vinculada à atuação sindical, as entidades passarão a atuar fortemente na defesa dos trabalhadores e, consequentemente, eles terão a representatividade garantida, passando a participar mais do dia a dia da atividade sindical. Nesse sentido, Kalil defendeu que a contribuição seja cobrada, desde aprovada em assembleia e com participação dos trabalhadores.

De acordo com José Calixto Ramos, presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), é evidente que a contribuição sindical atinge diretamente as Federações e as Confederações, que sobrevivem em grande parte com recursos vindos da contribuição. Para o dirigente, é injusto que as entidades sindicais não possam receber a contribuição compulsória, uma vez que os resultados das negociações coletivas são extensíveis a todos os trabalhadores, sindicalizados ou não. Para ilustrar a legitimidade da contribuição sindical compulsória, José Calixto citou como exemplo a anuidade cobrada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que inclusive vincula o exercício regular da profissão ao pagamento da contribuição. Destaca-se ainda que ele criticou as decisões do Ministério do Trabalho, no sentido de ferir o princípio da unicidade sindical e defendeu que a Comissão Especial atue no sentido de garantir a sustentabilidade da atividade sindical.

Álvaro Egea, Secretário-geral da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), falou da necessidade de criação de uma legislação que estabeleça de vez uma contribuição que sustente a negociação coletiva e a estrutura sindical brasileira. De acordo com ele, o Precedente 119 do TST, é uma jurisprudência completamente defasada, assentada em princípios neoliberais, e que já possui maioria para ser derrubada pelo próprio tribunal. Álvaro comentou também que a ideia de que o Precedente estimula a atuação eficaz dos sindicatos é errônea, tendo em vista que o número de associados não aumentou desde a adoção da jurisprudência. Foi defendido por ele que a Comissão Especial construa uma legislação que consolide o custeio sindical e fortaleça a negociação coletiva, no sentido de afastar interferências do Estado. Além disso, o representante da CSB afirmou que não existe direito do trabalho sem o protagonismo dos sindicatos.

João Carlos Gonçalves, Secretário-Geral da Força Sindical, destacou que os sindicatos representam os trabalhadores em momentos de negociação coletiva e conflitos sociais. Por isso, em suas palavras, é preciso ter força e ter força é ter financiamento para custear a atuação das entidades sindicais. Ele apontou que grande parte das dificuldades enfrentadas pelo movimento sindical no Brasil são patrocinadas pelas entidades patronais, ou então promovidas pelo Ministério Público que insiste na jurisprudência do Precedente 119 do TST. João Carlos também apontou que a Força Sindical defende a constituição de assembleias representativas, abertas a associados e não associados; e a idealização de uma forma de se estabelecer um valor às contribuições que seja referendado pela assembleia e que leve em conta a razoabilidade para o custeio da atividade sindical. Por fim, João Carlos defendeu que seja elaborada uma proposta unitária de todas as centrais, que propicie o fortalecimento dos sindicatos e estimule a sindicalização de trabalhadores.

Miguel Salaberry Filho, Secretário de Relações Institucionais da União Geral dos Trabalhadores (UGT), elogiou a atuação do deputado Paulinho da Força (SD-SP) como representante das entidades sindicais no Congresso. Ele apontou que os sindicatos não dispõem do prestígio que já tiveram outrora e clamou que a Comissão Especial promova o resgate do protagonismo sindical. De acordo com Miguel, muitos sindicatos não são representativos e não fazem sequer assembleias gerias. Em função disso, a Comissão deve atuar no sentido de fortalecer as entidades que representam os trabalhadores, sejam sindicatos, federações e confederações.

Na audiência estiveram presentes também deputados que manifestaram apoio ao fortalecimento das entidades sindicais.

O deputado Paulinho da Força (SD-SP), que preside a Comissão, afirmou que a relação como o Ministério Público é positiva, mas que geralmente alguns sindicatos acabam sendo perseguidos. Por outro lado, o deputado afirmou que nunca viu os sindicatos patronais serem autuados. Paulinho destacou a necessidade de se elaborar um projeto que tenha apoio do Ministério Público para que não haja questionamento de nenhum procurador no interior do Brasil. O deputado relembrou que há na casa 22 projetos tramitando em conjunto sobre o assunto, e que poderia ser construído um único em parceria com as entidades sindicais, OAB, Ministério Público e demais setores envolvidos. De acordo com o deputado, é preciso discutir a representatividade das assembleias, mas ele entende que é muito difícil conseguir representatividade nos sindicatos da área comércio e serviços. Por fim, Paulinho também demonstrou apoio à extensão da contribuição negocial para todos que forem beneficiados pelas convenções coletivas.

A deputada Geovânia de Sá (PSDB/SC) relembrou que foi delegada sindical quando trabalhou na iniciativa privada e já participou de negociações coletivas. Para ela, os sindicatos precisam das contribuições para que sejam entidades fortes na defesa dos trabalhadores.

O deputado Leonardo Monteiro (PT/MG) mostrou-se favorável ao caráter compulsório da contribuição assistencial e que ela seja extensível a todos os membros da categoria abrangidos pela negociação. O deputado ainda completou que a Comissão é uma oportunidade para que ele mesmo possa reciclar seus conhecimentos sobre a contribuição sindical.

A deputada Bruna Furlan (PSDB/SP) ressaltou a importância dos sindicatos no amparo ao trabalhador e afirmou que confia que o relatório do deputado Bebeto terá muito a contribuir com o fortalecimento das entidades sindicais.

Situação: a próxima audiência da Comissão deverá ocorrer na 5ª feira da semana que vem, dia 29 e outubro.

Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania


 

Comissão debaterá custeio das entidades sindicais
Aprovado na comissão requerimento 33, de 2015, de autoria dos senadores José Medeiros (PPS-MT) e Paulo Paim (PT-RS), a fim de debater a PEC 36, de 2013, sobre as fontes de custeio das entidades sindicais e suas implicações com os seguintes convidados: Presidente da União Geral dos Trabalhadores UGT, Ricardo Patah; Presidente da Central Única dos Trabalhadores CUT, Vagner Freitas De Moraes; Presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores NCST, José Calixto Ramos; Presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil CTB – Adilson Araújo; Presidente da Força Sindical FS, Miguel Torres; Presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros CSB, Antonio Neto; Presidente do SINAL – Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central, Daro Marcos Piffer; e Presidente da FENAPRF – Federação Nacional da Polícia Rodoviária Federal, Sr. Pedro Cavalcanti. Destarte, a presente audiência foi proposta pela Confederação dos Servidores Públicos do Brasil – CSPB.

Situação: data será definida posteriormente.

Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática


 

Biometria para pagamento de benefício da seguridade social
Aprovado parecer do deputado Eduardo Cury (PSDB-SP), pela aprovação do Projeto de Lei 4646, de 2009, de autoria do deputado Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), o qual dispõe sobre a obrigatoriedade do uso de sistema eletrônico de reconhecimento de registros biométricos digitalizados para o pagamento de benefícios da seguridade social, em transações de financiamentos e empréstimos pessoais consignados e para a habilitação e utilização de aparelhos de telefonia celular pré-pagos.

O relator em seu substitutivo coloca que ficam obrigadas as instituições financeiras a fazer
registro fotográfico de seus correntistas, no ato da contratação de empréstimos bancários. devendo este registro ser impresso no contrato a ser firmado

Situação: projeto segue à Comissão de Seguridade Social e Família.

Senado Federal

Plenário


 

Pauta trancada até apreciação da MP do Programa de Proteção ao Emprego
Encontra-se obstruída a pauta da ordem do dia do plenário do Senado até que seja deliberado o Projeto de Lei de Conversão 18 de 2015, que institui o Programa de Proteção ao Emprego (PPE).

Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa


 

Centrais sindicais temem que contribuição negocial gere insegurança jurídica
A Comissão realizou audiência pública destinada a debater as fontes de custeio das entidades sindicais. Na ocasião, estiveram presentes membros de centrais sindicais e sindicatos representativos de servidores públicos.

Entre os principais pontos de discussão esteve a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 36/2013, do senador Blairo Maggi (PR-MT), que busca alterar o art. 8º da Constituição para acabar com a contribuição sindical obrigatória. Foi consenso na reunião o entendimento de que a matéria deve ser rejeitada pelo Senado.

João Domingos, presidente da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB), defendeu que haja um período de transição de 5 anos entre o fim da contribuição sindical e a vigência completa da contribuição negocial, caso contrário os pequenos sindicatos estariam fadados ao desaparecimento. Ele destacou que há dezenas de projetos na Câmara dos Deputados e no Senado Federal com objetivo de desmantelar o movimento sindical dos trabalhadores, ao passo que nada se comenta sobre o custeio das entidades patronais. Domingos argumentou que a classe patronal aproveita-se do desconhecimento dos parlamentares sobre o impacto causado pelos projetos para conseguir dar andamento a seus anseios e enfraquecer o movimento sindical.
Luiz Saraiva, representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs/CUT), defendeu que o imposto sindical seja abolido somente quando a contribuição negocial estiver devidamente regulamentada.
Valeir Ertle, secretário de assuntos jurídicos da CUT, explicou que a proposta da Central é acabar com o imposto sindical e substituí-lo pela contribuição negocial, mas que a proposta não surtiria efeito caso o Congresso Nacional aprovasse um projeto que levasse em conta a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que a entende que a contribuição é devida somente pelo trabalhador sindicalizado. Valeir argumentou que a negociação coletiva beneficia a todos os trabalhadores e não apenas os sindicalizados. Mesmo assim, a CUT entende que o imposto sindical é inadequado, pois até mesmo os sindicatos que não negociam e pouco ou nada contribuem para as respectivas categorias recebem recursos normalmente. Para ele, o ideal é que tramite a PEC extinguindo o imposto sindical, e, paralelamente, um Projeto de Lei regulamentando a contribuição negocial. Outro ponto colocado por Valeir foi que o movimento sindical tem sofrido um ataque grande da mídia e investidas sistemáticas do Ministério Público do Trabalho (MPT), Supremo Tribunal Federal (STF) e TST, especialmente no sentido de restringir o imposto sindical.

Moacyr Roberto Tesch, secretário-geral da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), afirmou que a substituição da contribuição sindical pela contribuição negocial dará início a um novo instrumento jurídico, que poderá gerar questionamentos na justiça e enfraquecer o movimento sindical, a depender da decisão tomada.  Ele explicou ainda que as convenções coletivas e os direitos dos trabalhadores são universais, nesse sentido, a contribuição sindical destina-se ao custeio da estrutura, e a assistencial ao financiamento das negociações. Em contraponto, Moacyr criticou que as contribuições patronais são muito mais elevadas e nunca são questionadas ou restringidas. Por fim, foi defendido que enquanto não houver segurança jurídica à contribuição assistencial, não se poderá abrir mão da contribuição sindical.
Marcos Pfeifer, Representante do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), sustentou que a contribuição sindical equilibra as relações de força dentro da categoria laboral ao estabelecer o pagamento obrigatório a todos.

A PEC 36/2013
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 36/2013 encontra-se na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal, onde é relatada pelo sen. José Medeiros (PPS/MT).

Ele havia apresentado parecer pela aprovação da PEC, porém em 14 de setembro solicitou novamente o processo para reformular seu relatório. Foi decidido na audiência pública realizada na CDH que a ata da reunião com o pedido de que a PEC seja rejeitada será enviada ao senador José Medeiros.

Além disso, o senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da CDH, afirmou que irá conversar com o autor da PEC, senador Blairo Maggi, para expor o que foi discutido na audiência.

Avaliação de Políticas Públicas de combate à violência contra a mulher
A comissão realizou audiência pública destinada a debater o Sistema Nacional de Informações, referente à Atividade de Avaliação de Políticas Públicas de Combate à Violência Contra a Mulher.

Compareceram para a mesa de discussão: Norma Esther Negrete Calpiñeiro    , médica de Família e Comunidade, representante da União Brasileira de Mulheres – UBM; Francisco de Jesus Lima, Promotor de Justiça – Núcleo de Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher
Vítima de Violência Doméstica e Familiar de Teresina-PI; e Fabiano Augusto Martins Silveira, conselheiro do Conselho Nacional de Justiça – CNJ.

Foi constatado pelos participantes que informações a respeito de violência contra a mulher, disponibilizadas pela Justiça e Ministério da saúde, são divergentes uma vez que a primeira registra apenas por meio de queixa ou quando as vítimas se sentem intimidadas e pela saúde apenas são feitos de forma compulsória. O promotor de justiça discorreu sobre aplicativo desenvolvido de mapeamento dos casos de violência, o “iPenha”. O aplicativo permitirá verificar qual o município do estado mais vulnerável à violência, o bairro com maior concentração e por meio disso poderá identificar qual a melhor política pública a ser adotada para melhor o quadro de ocorrências.     

Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle


 

Metodologia de cálculo de desemprego no Brasil
A comissão realizou debate e contou com a presença do Coordenador de Trabalho e Rendimento da Diretoria de Pesquisas do IBGE, Sr. Cimar Azeredo Pereira, e a Coordenadora Geral de Estatística do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego e da Previdência Social, Sra. Maria Emília Piccinini Veras.

A finalidade da audiência pública foi para discutir os critérios e metodologias de cálculo do desemprego no Brasil. De acordo com o autor do requerimento da audiência, o Senador Ataídes de Oliveira (PSDB/TO), a taxa de desemprego divulgada pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) subestimava o número de pessoas desempregadas e acabava por inflar a relação de pessoas empregadas no país, em virtude da pesquisa coletar dados em um universo restrito de pessoas e cidades.

Maria Emília explicou a metodologia utilizada no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) como a revisão da base de referência do estoque de empregos no começo de cada ano.

“Nessa base de referência para nós não introduzirmos descontinuidade, consideramos como zerados os estabelecimentos novos, porque à medida que eles iriam entrando perderíamos essa base de referência. E também observamos que no CNPJ [disponibilizados] da Receita Federal aqueles estabelecimentos considerados mortos. E retiramos também dessa base de referência para constituir o ano. Os dados geográficos e setoriais também são congelados para que se auxilie caso algum estabelecimento se altere setorial ou geograficamente” disse Maria Emília.

“Nós consideramos a movimentação de todos os estabelecimentos independente de serem novos ou velhos. A gente utiliza para o cálculo do índice de emprego. A transferências de entrada e saída não são consideradas no cálculo do índice de desemprego, mas na revisão de estoque no final do ano elas entram. E com o objetivo de reduzir diferenças entre os dados da RAIS e CAGED em 2010 nós passamos a considerar as declarações formadas com atraso, que são as informações com ajuste. Porque antigamente nós considerávamos no CAGED as informações declaradas até o dia 7” de acordo com a coordenadora.

Ainda complementou falando das vantagens e desvantagens do trabalho realizado pelo MTE. Citou os atrasos, omissão e problemas quanto a consistência na identificação da raça/cor, de trabalhadores com deficiência e de jovens aprendiz, mas enalteceu a importância da pesquisa por contemplar todos Estados do país.

A coordenadora do MTE aproveitou para esclarecer que apesar da OIT orientar o uso de dados de trabalhadores com mais de 16 anos, o Ministério utiliza dos dados de trabalhadores a partir de 14 anos de idade devido à possibilidade de alvará de justiça que libera os menores de trabalhar.

Respondendo ao questionamento principal da audiência pública, de acordo com Cimar Azeredo a PME foi discutida em parceria a Organização Internacional do Trabalho – OIT e quem define o conceito de desocupado é a própria OIT.

“A taxa de desocupação ela existe e a população tem que ficar atenta, pois não é só a taxa de desocupação que vai dar o cenário do mercado de trabalho. Ela dá um indício. Eu não gosto dela enquanto um indicador sintético […] O mercado de trabalho é complexo e tem de ser analisado com toda a complexidade dele utilizando todos os elementos que a PNAD contínua fornece” disse Azeredo.

O senador Ataídes demonstrou o seu descontentamento quanto à metodologia aplicada na formulação das taxas de desemprego elaboradas pelo instituto e deixou claro seu posicionamento que o desalentado, aquele trabalhador que não possui um emprego, mas em razão do dinamismo do mercado de trabalho não está à procura de emprego, deva ser inserido no cálculo da taxa de desocupação.

O IBGE informou recentemente que o instituto irá abandonar a PME em fevereiro de 2016, mas que continuará a divulgar a PNAD Contínua.

TRAMITAÇÕES

Câmara dos Deputados

1.    Pareceres apresentados:

Prazos processuais na Justiça do Trabalho
Projeto de Lei 2176, 2015, de autoria do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), alterando o caput do art. 775 da CLT para estabelecer que na contagem dos prazos processuais serão computados apenas os dias úteis.
Parecer: pela aprovação com emenda apresentada pelo deputado Silvio Costa (PSC-PE). A emenda inclui parágrafo único ao artigo do projeto, dispondo que os prazos poderão ser prorrogados pelo tempo necessário estabelecido pelo juiz ou tribunal ou por força maior devidamente comprovado.
Relator: deputado Laercio Oliveira (SD-SE).
Comissão: de Trabalho, de Administração e Serviço Público.

FGTS para movimentação de uso pessoal e restituída em desconto na folha
Projeto de Lei 1296, de 2015, de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ), para permitir a movimentação da conta vinculada do trabalhador para uso pessoal, cujos valores utilizados serão restituídos por meio de desconto em folha de salários.
Parecer: pela aprovação.
Relator: deputado Aureo (SD-RJ).
Comissão: de Trabalho, de Administração e Serviço Público.

2.    Relatores designados

FGTS para pagamento de mensalidade escolar
Projeto de Lei do Senado 454, de 2015, de autoria da senadora Simone Tebet (DEM-MS), para permitir a utilização do FGTS para pagamento de mensalidade escolar do ensino superior do trabalhador, de seu cônjuge e de seus dependentes.
Relator: senadora Ana Amélia (PP-RS).
Comissão: de Educação.

Participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa
Projeto de Lei 6911, de 2006, de autoria do deputado Luiz Alberto (PT-BA), o qual Fixa em 15% (quinze por cento) do lucro líquido a participação dos trabalhadores quando houver recusa da empresa à negociação coletiva; garante estabilidade ao representante dos trabalhadores; isenta do imposto de renda na fonte o valor da participação e garante o acesso dos sindicatos às informações sobre a situação econômico-financeira da empresa.
Relator: deputado Benjamin Maranhão (SD-PB).
Comissão: de Trabalho, de Administração e Serviço Público.

Redução de prazo de intervalo entre contratos por prazo determinado
Projeto de Lei 3831, de 2008, de autoria do deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), o qual determina alteração na CLT para considerar por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro de três meses, a outro contrato por prazo determinado, salvo se a expiração dependeu de execução de serviços especializados ou da realização de certos acontecimentos.
Relator: deputado Benjamin Maranhão (SD-PB).
Comissão: de Trabalho, de Administração e Serviço Público.

AÇÕES DA ASSESSORIA

PLV 18/2015 que institui o Programa de Proteção ao Emprego encontra-se no Senado

Uma emenda jabuti foi incluída no PLV pela Comissão Mista designada para emitir parecer com o objetivo da predominância do negociado sobre o legislado. Com muito trabalho de convencimentos dos deputados conseguimos que a Câmara rejeitasse essa emenda.

Cabe agora convencer aos senadores de não ressuscitar a emenda jabuti que visa apenas ao prejuízo dos trabalhadores.

Acompanhamento assíduo da CNTC na Comissão Especial sobre Financiamento da Atividade Sindical

Nesta quinta-feira (22/10) ocorreu a primeira audiência pública da comissão especial da Câmara dos Deputados destinada a estudar e apresentar propostas com relação ao Financiamento da Atividade Sindical.

Esteve presente na audiência membros da Comissão Especial da CNTC destina a estudar o tema em questão e mapear as atividades desta comissão, sendo o Vice-Presidente da CNTC, Sr. Vicente da Silva; Diretor Social e de Assuntos Legislativos, Sr. José Francisco Pantoja; e Diretora de Assuntos Internacionais, Sra. Maria Bernadete.

A equipe conversou com alguns deputados os quais compõem a comissão: deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), presidente da comissão; Bebeto (PSB-BA), relator da comissão; Ademir Camilo (PROS-MG); Geovania de Sá (PSDB-SC); e Bruna Furlan (PSDB-SP).

Próxima semana está prevista nova audiência pública, a qual a CNTC estará presente com sua equipe acompanhando e articulando para que decisões neste âmbito não venham a prejudicar a categoria.

Brasília-DF, 23 de outubro de 2015.



Tamiris Clóvis de Almeida – juntamente com a equipe de Relações Institucionais da CTC.

Informe Legislativo – 13 a 15 de outubro de 2015

Acontece no Congresso

Este Informe sintetiza os acontecimentos no legislativo de 13 a 15 de outubro de 2015

Diretor: José Francisco Jesus Pantoja Pereira

Gerente de Relações Institucionais: Sheila Tussi da Cunha Barbosa

Analistas de Relações Institucionais: Renan Bonilha Klein

Tamiris Clóvis de Almeida

 Victor Velú Fonseca Zaiden Soares

Assistente Administrativa: Quênia Adriana Camargo

Estagiária: Letícia Tegoni Goedert

Temas abordados nesta edição:

• Câmara rejeita predominância do negociado sobre legislado
• Plano de Trabalho da Comissão Especial sobre Financiamento da Atividade Sindical
• CAE debate terceirização
• CTASP debaterá Simples Trabalhista
• CDH debaterá custeio das entidades sindicais
• Tramitação

Câmara dos Deputados

Plenário


 

Programa de Proteção ao Emprego
Com a aprovação pela Câmara dos Deputados na noite da última 4ª feira (14/10) do Projeto de Lei de Conversão 18 de 2015, originário da Medida Provisória (MP) 680/2015, o Plano de Proteção ao Emprego deverá agora ser analisado pelo Plenário do Senado Federal. A proposta tem validade até o dia 3 de novembro, para ser aprovada pelo Senado e sancionada pela presidente da República, eis que após essa data a Medida Provisória perde sua eficácia.

Caiu a predominância do Negociado sobre o Legislado

Foram retirados do texto os artigos 11 e 12 que pretendiam alterar o art. 611 da CLT para estabelecer que as condições de trabalho ajustadas mediante convenção ou acordo coletivo deverão prevalecer sobre o legislado, desde que não contrariem direitos previstos na Constituição, nas convenções da OIT e as normas de higiene, saúde e segurança do trabalho.

A supressão desses artigos foi possibilitado pelos destaques apresentados pelas lideranças do Solidariedade, PT, PCdoB, PSDB e PSD, e apoiado pelas demais lideranças partidárias, com repúdio de alguns deputados da bancada empresarial.

Mesmo assim, é preciso que o sistema CNTC continue em alerta, pois no Senado Federal ainda poderão ser apresentados destaques, inclusive para reinserir no texto da MP a prevalência do negociado sobre o legislado.

Caso isso ocorra, caberá à Câmara dos Deputados dar a palavra final sobre a questão, antes de enviar a matéria à sanção presidencial.

Como ficou o texto do PLV 18 aprovado pela Câmara

Os deputados federais aprovaram os seguintes pontos, que alteraram o texto original do PLV 18/2015:

 Emenda Aglutinativa 4, de iniciativa do líder do Governo, deputado José Guimarães (PT-CE), que propõe alteração ao art. 3º do PLV. 18, para permitir que empresas de qualquer setor econômico possam aderir ao PPE, desde que satisfeitas as condições estabelecidas em ato do Poder Executivo e que cumpram os seguintes requisitos:

• Celebrem e apresentem acordo coletivo de trabalho específico;
• Apresentem solicitação de adesão ao PPE;
• Apresentem a relação dos empregados abrangidos;
• Tenham registro no CNPJ há, no mínimo, dois anos;
• Comprovem a regularidade fiscal, previdenciária e relativa FGTS; e
• Comprovem a situação de dificuldade econômico-financeira, fundamentada no Indicador Líquido de Empregos (ILE).

 Destaque 5, da liderança do PSOL, suprimindo o § 3º do art. 3º do PLV, cujo texto possibilitava à empresa que não atendesse a comprovação de regularidade fiscal, previdenciária e do FGTS e de situação de dificuldades econômico-financeira, fazê-lo apresentando outras informações relevantes para comprovar sua situação de dificuldade econômico-financeira, e sua necessidade de ter acesso aos benefícios do programa para a preservação de seus postos de trabalho.

 Destaque 8, de iniciativa do líder do PDT, deputado Afonso Motta, propondo a aprovação da Emenda 98, para fixar que a redução da jornada e do salário estará condicionada à celebração de acordo coletivo de trabalho específico com o sindicato de trabalhadores representativo da categoria.

Emendas da CNTC incluídas no texto aprovado

A CNTC, agindo proativamente, articulou a idealizou quatro emendas no texto da MP no sentido de beneficiar o trabalhador e garantir o protagonismo sindical nas negociações, apresentadas pelo deputado André Figueiredo (PDT-CE) atual Ministro das Comunicações, das quais foram incorporadas parcialmente no PLV 18/2015, as seguintes emendas:

 Emenda 36, que altera o art. 3º da MP para reduzir de 30% para 25% a jornada de trabalho do empregado enquadrado no PPE, com redução proporcional do salário; e estabelecer que o sindicato que firmar acordo coletivo com a empresa optante pelo programa deva receber previamente as informações econômico-financeiras da empregadora.

 Emenda 37, que insere dispositivo no art. 3º da MP para dispor que a redução temporária da jornada de trabalho proíbe a empresa de utilizar banco de horas com os excessos de horas em um dia, para ser compensado pela correspondente diminuição em outro dia e também a realização de horas suplementares.

O texto aprovado pela Câmara mantém a redução máxima em 30% porém incluiu a obrigatoriedade de que a empresa optante do PPE deva fornecer ao sindicato dos trabalhadores as informações econômico-financeiras, para que seja firmado o acordo coletivo.

Além disso, foi acatada a proibição de realização de horas suplementares pelos empregados abrangidos pelo PPE, durante o período de adesão.

Como fica o PPE com as alterações aprovadas pela Câmara

Além das mudanças supracitadas, as principais alterações no PPE aprovadas pelo Plenário da Câmara dos Deputados, contidas no relatório do deputado Daniel Vilela foram:

• O prazo máximo de adesão ao PPE foi aumentado de 12 para 24 meses, devendo ser renovado a cada seis meses;
• A data final para adesão ao programa foi prorrogada de 31 de dezembro de 2015, para 31 de dezembro de 2016 e a data de extinção do PPE foi prorrogada para até o final de 2017;

A adesão ao PPE foi facultada a empresas de todos os setores, desde que celebrem acordo coletivo de trabalho específico de redução de jornada e de salário.

Foi mantida a previsão de que o governo federal deverá pagar até metade do valor que o empregado deixaria de receber em função da redução de jornada, limitada a 65% do valor da parcela do seguro-desemprego, o que corresponde a R$ 900,85.

Situação: projeto segue para votação no Plenário do Senado Federal.

Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público


 

Simples Trabalhista
Aprovado requerimento 87, de 2015, de autoria do deputado Leonardo Monteiro (PT-MG), propondo a realização de audiência pública para debater o Projeto de Lei 450 de 2015, com o propósito de instituir o Programa de Inclusão Social do Trabalhador Informal (Simples Trabalhista). Participarão do debate os seguintes convidados: representante do Ministério do Trabalho e Trabalho e Previdência Social; da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho – ANPT; da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho – ANAMATRA; do DIEESE; do DIAP; do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho – SINAIT; da Central Única dos Trabalhadores – CUT; e da Força Sindical – FS.

A CNTC preocupada com as consequências dessa proposta articulou com o deputado Leonardo Monteiro a apresentação do requerimento aprovado.

Situação: futuramente será definida a data para realizar a audiência.

Redução do valor de depósito recursal para micro e pequena empresa
Aprovado parecer do deputado Daniel Vilela (PMDB-GO), é pela aprovação deste, e do Substitutivo 1 da CDEIC, o qual inclui parágrafo ao artigo 899 da CLT onde afirma que “na hipótese de recurso interposto por empresa enquadrada nos conceitos de microempresa ou de empresa de pequeno porte estabelecidos pelo artigo 3º da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, o valor do depósito recursal não excederá a 50% do valor previsto para o respectivo recurso”.

O parecer refere-se ao Projeto de Lei 7047, de 2010, de autoria deputado Efraim Filho (DEM-PB), o qual acresce parágrafo a CLT tendo por escopo reduzir em 50% o valor do depósito recursal quando o recorrente for caracterizado com microempresa ou empresa de pequeno porte inscrita no Simples Nacional.

Situação: matéria segue à Comissão de Constitucionalidade e Justiça e de Cidadania para análise do mérito e constitucionalidade, com caráter conclusivo.

Descanso de 30 minutos a trabalhadora para amamentar
Aprovado parecer do deputado Sílvio Costa (PSC-PE), pela aprovação do Projeto de Lei 329, de 2011, de autoria do deputado Hugo Leal (PROS-RJ), o qual altera a CLT para assegurar à empregada o direito a dois períodos de descanso de meia hora cada um, durante a jornada de trabalho, para amamentar ou cuidar de seu filho até que este complete seis meses.

De acordo com o parecer é pela aprovação da emenda da Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), a qual dispõe para amamentar ou alimentar o seu filho, até que este complete seis meses de idade, a empregada terá direito, durante a jornada de trabalho, a dois descansos especiais de meia hora cada período.

Situação: projeto segue à CCJC para análise de sua constitucionalidade, com caráter conclusivo.

Licença maternidade para casos de prematuros
Aprovado parecer da deputada Gorete Pereira (PR-CE), pela aprovação do Projeto de Lei 1164, de 2011, do deputado Lincoln Portela (PR-MG), que estipula que a licença maternidade, em caso de nascimento prematuro, será estendida além dos 60 (sessenta dias) estabelecidos pelo Programa Empresa Cidadã.

Parecer foi aprovado na forma do substitutivo da CDEIC, o qual estipula a licença sendo acrescida período igual ao da duração da internação; será permitida a visitação do filho 3 vezes a cada 24 horas durante a internação; e caso a mãe não possa visitar, o pai poderá; e a prorrogação da licença maternidade ser acrescido o período que complete 37 semanas de gestação, contando a data de nascimento.

Situação: projeto segue para a análise da Comissão de Seguridade Social e Família.

Fornecimento de PPE pelo sindicato
Aprovado parecer do deputado Benjamin Maranhão (SD-PB), pela aprovação do Projeto de Lei 2067 de 2011, de autoria do então senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS), propondo a alteração a Lei de Seguridade Social para permitir que a massa falida ou a entidade sindical competente possa fornecer declaração que comprove a efetiva exposição do segurado a agentes nocivos à saúde, para fins de requerimento de aposentadoria especial, caso o empregador tenha sido declarado falido.

Situação: projeto segue para a análise da Comissão de Seguridade Social e Família.

Comissão Especial sobre Financiamento da Atividade Sindical


 

Plano de trabalho da comissão
Foi apresentado o plano de trabalho da Comissão Especial sobre o Custeio da Atividade Sindical. De acordo com o presidente da Comissão, deputado Paulinho da Força (SD/SP), apesar de não haver um prazo específico para que os trabalhos sejam concluídos, é possível que em mais ou menos 3 meses as atividades se encerrem.

O relator, deputado Bebeto (PSB-BA), apresentou o seguinte plano de atividades, que foi aprovado pelos membros da Comissão:

1ª fase – Audiências públicas na Câmara dos Deputados.

O deputado propôs a realização e três audiências públicas, que já foram agendadas pelo presidente da comissão, deputado Paulinho da Força (SD/SP):

22/10, às 9h30: Audiência com representantes do Tribunal Superior do Trabalho (TST); Ministério Público do Trabalho (MPT); Força Sindical; Nova Central (NCST); União Geral dos Trabalhadores (UGT); e representantes dos auditores fiscais do trabalho.

29/10, às 9h30: Audiência com representantes do Ministério do Trabalho e Previdência Social; Tribunal de Contas da União (TCU); Ordem dos Advogados do Brasil, Central Única dos Trabalhadores (CUT); Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB); e

05/11, às 9h30: Audiência com representantes das Confederações Patronais (CNA, CNC, CNI, CNT e CNS)

A princípio, as reuniões da Comissão Especial ocorrerão nas manhãs das quintas-feiras, podendo ser alteradas a conforme a conveniência.

2ª fase – Seminários regionais

Ficou acordado na reunião que a realização de seminários regionais para tratar do custeio da atividade sindical ocorrerá da seguinte forma:

Três na Região Sudeste
Dois na Região Sul
Dois na Região Nordeste e
Um na região Norte.

3ª fase – Reuniões com as confederações

Nesta fase deverão ser ouvidas as Confederações Sindicais em reuniões a serem realizadas na Câmara dos Deputados.

O deputado Paulinho da Força afirmou que serão realizadas duas audiências públicas para que todas as Confederações possam se manifestar. As datas ainda não foram definidas.

4ª fase – Reuniões de trabalho

Reuniões de trabalho com as centrais sindicais para analisar as sugestões nas colhidas nas audiências públicas e demais encontros.

5ª fase – Análise de proposições

De acordo com o relator, esta fase busca identificar as proposições que estão tramitando no Congresso Nacional, que tenham como objetivo o financiamento da atividade sindical.

Destaca-se que o assunto é encabeçado pelo Projeto de Lei (PL) 6706/2009, do senador Paulo Paim (PT/RS), que dá nova redação ao § 3º do art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), para proibir a dispensa do empregado sindicalizado, a partir do momento de registro de sua candidatura a cargo de direção ou membro do Conselho Fiscal ou representação de entidade sindical ou de associação profissional, até um ano após o final do seu mandato, caso seja eleito, inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos termos da CLT. Junto com o projeto tramitam outras 21 proposições, que buscam alterar diferentes assuntos relativos ao movimento sindical, inclusive seu custeio.

6ª fase – Conclusão

Para finalizar os trabalhos da Comissão Especial, o deputado Bebeto pretende apresentar proposições legislativas sobre os temas que foram trabalhados pelo colegiado.

Senado Federal

Plenário


 

Não houve deliberações de interesse da categoria.

Comissão de Assuntos Econômicos

Audiência Pública sobre terceirização
Foi realizada audiência pública para debater as alterações legais propostas sobre os contratos de terceirização nas relações de trabalho e os impactos econômicos. A audiência aconteceu motivada pelo requerimento do senador Ricardo Ferraço (PMDB/ES).

Na mesa do debate participaram os professores da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP), José Pastore e Hélio Zylberstajn; o Vice-Presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), deputado federal Laércio Oliveira (SD/SE); a Secretária de Relações do Trabalho da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Graça Costa; o Diretor da Força Sindical, Carlos Cavalcante Lacerda; e o Presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Alexandre Furlan.

Para Alexandre Furlan terceirizar as relações de trabalho não significa precarizar os direitos trabalhistas e que as alterações na legislação trará segurança jurídica para empresários e trabalhadores. O empresário considerou as críticas feitas pelas entidades sindicais de trabalhadores quanto à possiblidade de criação de empregos de 2ª e 3ª categoria como mentirosas.

“Outra coisa que se disse muito da terceirização, que se falou muito mal, é a questão da geração de empregos de 2ª ou de 3ª categoria. Outra falácia. Outra mentira. Porque na realidade 72,2%, segundo o IBGE, de todos os trabalhadores terceirizados, são formais. Contra 50% da formalidade no mercado normal de trabalho. Ou seja, os terceirizados são sim trabalhadores formais e que, portanto recebem os seus direitos de forma inequívoca com segurança jurídica e protegida”, afirmou o empresário.

Segundo Graça Costa existem diferenças salariais e de tratamento entre os trabalhadores diretos e terceirizados. Para ela a aprovação do projeto da terceirização é contrária aos direitos adquiridos pelos trabalhadores nos últimos anos.

“Existe sim trabalhadores efetivos das empresas que são mais de 34 milhões e existe mais de 12 milhões de terceirizados. E a maioria recebe salários menores. […] A maioria das empresas têm feito a terceirização e tratado o trabalhador e a trabalhadora com diferença sim. E aí nós vamos de encontro o que diz a Constituição Federal, nós vamos de encontro à legislação, nós vamos de encontro a tudo o que nós conquistamos neste país com muitas lutas. Nós estamos tratando os trabalhadores de forma diferenciada. Eles estão alocados dentro de uma empresa, às vezes no mesmo local de trabalho, com fardas diferentes, a forma de transportes [diferentes], forma de alimentação e uma série de coisas” disse a sindicalista.

“Se a gente aprovar este projeto da forma como ele está e a tese defendida pelos empresários de que tem que ter liberação, inclusive da atividade fim, […] fazer a terceirização em todos os setores nós vamos perder. Aí sim estaremos colocando o desenvolvimento do Brasil em risco” – Graça Costa.

O acadêmico Hélio Zylberstajn contextualizou a questão da terceirização presente no mundo empresarial atual.

“As transformações no mercado de trabalho que estão ocorrendo no mundo todo hoje são produzidas por que houve uma mudança qualitativa importante no mundo da produção. Hoje a empresa que quer produzir não precisa ela criar sua cadeia produtiva verticalizada. A empresa vencedora hoje é aquela que consegue horizontalizar a sua cadeia produtiva. Esse é o conceito de produção que foi trazido nos últimos 30 anos. E evidentemente isso tem impacto em todo mercado de trabalho, particularmente na questão da terceirização” conforme Zylberstajn.

O professor ainda formulou um trabalho testando os dados do mercado de trabalho disponibilizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Os resultados sugeridos no trabalho de Zylberstajn se contrapõem aos obtidos pela pesquisa elaborada pela CUT/Dieese.

“Segundo o dossiê da CUT/Dieese quase 27% dos trabalhadores brasileiros são terceirizados. Um em cada quatro. E eles recebem salários 25% menores. E pelo mesmo argumento a terceirização causaria mais acidentes e mais rotatividade. E mais trabalho escravo como nós acabamos de ouvir sem levar em conta as atividades. Evidentemente, se a atividade de manutenção da rede elétrica é toda terceirizada essa atividade por si é insegura. Se não fosse terceirizada também teria um índice de acidentes grave, mas não se discute isso e se compara com essa forma pouco cuidadosa, eu diria. Então, não se identifica com segurança quem são os terceirizados e se compara a média de dois grupos que não são comparáveis” segundo o professor.

“Primeiro grande resultado é a amplitude da terceirização. Nessas ocupações tipicamente terceirizáveis um quarto dos trabalhadores estava terceirizado. Portanto, nas ocupações que não são terceirizáveis a proporção de terceirizados vai ser muito menor. Então, aquele resultado de que um quarto dos trabalhadores brasileiros é terceirizado é evidentemente exagerado. Esse percentual é atingido apenas nos setores tipicamente terceirizáveis. Nosso estudo usou seis setores e são estes: Montagem e manutenção de equipamentos, Segurança e vigilância, Tecnologia da informação, Limpeza e conservação, Pesquisa e desenvolvimento e Telemarketing. E o segundo resultado, não menos importante, é o que diferencial calculado dessa maneira, laranja com laranja, deu 3%. Esses terceirizados que nós acompanhamos ganham 3% a menos quando se terceiriza. O resultado é bastante diferente” confirmou Hélio Zylberstajn.

Uma versão resumida do trabalho apresentado pelo professor será divulgada neste mês pelo IPEA para todos aqueles que tiverem interesse em conferir.

Para José Pastore a aprovação manterá todos os direitos presentes na Constituição Federal e na CLT com a possibilidade ainda de introduzir novos direitos aos trabalhadores. O professor não acredita que as empresas passarão a terceirizar todas as áreas.

O Diretor da Força Sindical, Carlos Cavalcante Lacerda, se posicionou contrário aos possíveis efeitos da terceirização e ressaltou a possibilidade do aumento no número de PJ’s no país.

“Eu não posso concordar com a questão da quarentena. O mecânico vai ser contratado e depois de 24 meses pode ser PJ. Vamos ter um monte de PJ. […] Aí não dá.” disse o líder sindical.

Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa


 

Custeio das entidades sindicais
Aprovado pela comissão, requerimento de autoria dos senadores Paulo Paim (PT-RS) e José Medeiros (PPS-MT), solicitando debate sobre as fontes de custeio das entidades sindicais e suas implicações.

Para a audiência foram indicados os seguintes convidados:

Presidente da União Geral dos Trabalhadores UGT – Sr. Ricardo Patah; Presidente da Central Única dos Trabalhadores CUT – Sr. Vagner Freitas de Moraes; Presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores NCST – Sr. José Calixto Ramos; Presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil CTB – Adilson Araújo; Presidente da Força Sindical FS – Sr. Miguel Torres; Presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros CSB – Sr. Antônio Neto; Presidente do SINAL – Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central, Sr. Daro Marcos Piffer; e Presidente da FENAPRF – Federação Nacional da Polícia Rodoviária Federal, Sr. Pedro Cavalcanti.

Situação: a data para este debate será definida futuramente.

Comissão de Assuntos Sociais


 

Mamografia no SUS
Aprovado, em turno suplementar, o substitutivo apresentado pelo senador Dário Berger (PMDB-SC) ao Projeto de Lei do Senado 374, de 2014, de autoria da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), para dispor sobre a realização de mamografia no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

O substitutivo inclui que a realização de exame mamográfico a todas as mulheres a partir dos 40 (quarenta) anos de idade ou, quando solicitado por médico assistente, nas mulheres com risco elevado de câncer de mama ou naquelas para as quais o exame seja necessário para elucidação diagnóstica.

Situação: projeto segue para a Câmara dos Deputados.

Concessão de férias dos empregados membros de uma mesma família
Aprovado, em turno suplementar, parecer favorável com substitutivo do senador Edison Lobão (PMDB-MA) ao Projeto de Lei do Senado 552 de 2011, de autoria do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), pretendendo alterar o art. 136 da CLT, para dispor sobre a concessão de férias dos empregados membros de uma mesma família.

Conforme o texto substitutivo acresce §§ 3º, 4º e 5º no art. 136, para fixar que os membros de uma família, que trabalharem em estabelecimento ou empresa distintos, terão também o direito a gozar férias no mesmo período, e se disto não resultar prejuízo para o serviço de ambas as empresas ou estabelecimentos.

Contudo, havendo discordância quanto à definição do período em que serão usufruídas as férias, ou havendo acordo ou convenção coletiva que disponha a respeito, caberá aos empregadores fixarem o seu período de gozo, fundamentando a decisão e dando ciência, por escrito, aos interessados.

Para cumprimento desse benefício os empregados deverão comprovar, com antecedência mínima de 30 dias, a opção de concessão de férias do outro ente familiar empregado.

Situação: projeto segue para a Câmara dos Deputados.

TRAMITAÇÕES

Câmara dos Deputados

1. Pareceres apresentados:

Dispensa da assistência às rescisões de contratos de trabalho
Projeto de Lei 1161, de 2015, de autoria do deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), para acrescentar parágrafo ao artigo 477 da CLT dispondo sobre hipóteses de dispensa da assistência às rescisões de contratos de trabalho.
Parecer: pela aprovação com emenda alterando o parágrafo incluindo que a quitação da rescisão se dará não apenas em relação ao valor do pagamento efetuado, mas de forma ampla e irrestrita à parcela consignada.
Relator: deputado Laercio Oliveira (SD-SE).
Comissão: de Trabalho, de Administração e Serviço Público.

Adesão a plano de demissão voluntária
Projeto de Lei 2112, de 2015, de autoria do deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT), para acrescentar ao artigo 477-A da CLT a proibição de condições distintas entre os empregados para adesão ao plano de demissão voluntária.
Parecer: pela rejeição ao argumentar que a aprovação implicaria em cerceamento da autonomia empresarial sobre o quadro de funcionários, mesmo quando são realizados em momentos de necessidade, provocando risco à competitividade com a economia brasileira em plena crise.
Relator: deputado Laercio Oliveira (SD-SE).
Comissão: de Trabalho, de Administração e Serviço Público.

Veda dispensa de empregado sindicalizado e associado
Projeto de Lei 6706, de 2009, de autoria do senador Senado Federal – Paulo Paim (PT-RS) e originado do PLS 177/2007, alterando redação do parágrafo 3° do artigo 543 da CLT, vedando a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento de registro de sua candidatura a cargo de direção ou membro do Conselho Fiscal ou representação de entidade sindical ou de associação profissional, até 1 (um) ano após o final do seu mandato, caso seja eleito, inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos termos desta Consolidação. Estão apensados 21 projetos com temas sobre a reforma sindical, tratando da extinção da contribuição sindical, do regramento para a cobrança da contribuição assistencial e confederativa, eleições sindicais entre outros assuntos.
Parecer: pela rejeição deste e aprovação de demais apensados, propondo substitutivo onde inclui novo artigo a CLT tratando de contribuição assistencial, as quais serão fixadas por assembleia geral, vedada a fixação de percentual superior a 1% da remuneração bruta anual do trabalhador em atividade, e fraudes serão puníveis na forma dos artigos 553 e 598 da CLT.
Relator: deputado Laercio Oliveira (SD-SE).
Comissão: de Trabalho, de Administração e Serviço Público.

Biometria para pagamento de benefício da seguridade social
Projeto de Lei 4646, de 2009, de autoria do deputado Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), o qual dispõe sobre a obrigatoriedade do uso de sistema eletrônico de reconhecimento de registros biométricos digitalizados para o pagamento de benefícios da seguridade social, em transações de financiamentos e empréstimos pessoais consignados e para a habilitação e utilização de aparelhos de telefonia celular pré-pagos.
Parecer: pela aprovação deste e de seu apensado na forma do substitutivo apresentado e pela rejeição de emendas colocadas aos projetos. O substitutivo esmiúça mais como se dará este processo de biometria.
Relator: deputado Eduardo Cury (PSDB-SP).
Comissão: de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática.

Contratação de aprendiz
Projeto de Lei 5337, de 2013, de autoria do então senador Paulo Bauer (PSDB-SC), para acrescentar § 3° ao artigo 429 da CLT dispondo que cumprida a contratação do percentual máximo de aprendizes fixado no caput, é facultada ao empregador a contratação de mais 10% (dez por cento) do total de empregados do estabelecimento, na condição de aprendizes, com vagas destinadas a trabalhadores com idade entre 18 (dezoito) e 24 (vinte e quatro) anos.
Parecer: pela aprovação deste.
Relator: deputado Lucas Vergilio (SD-GO).
Comissão: de Trabalho, de Administração e Serviço Público.

Acordo coletivo de trabalho em observância ao piso salarial da categoria específica
Projeto de Lei Complementar 28, de 2015, de autoria do deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), para acrescentar parágrafo ao artigo 1° da Lei Complementar 103/2000 que visa a responsabilizar os Estados e DF a estipularem o piso salarial de categorias as quais não são definidos por lei federal, o qual discorrerá que “o piso regional mencionado no caput. (parágrafo 1°), será superior as convenções ou acordo coletivo de trabalho, prevalecerá sobre eles”.
Parecer: pela rejeição ao afirmar que a legislação, nos termos vigentes, estimula a negociação coletiva, que é o instrumento “mais democrático” para estabelecer as normas que regem as relações de trabalho, e, portanto, não deve ser alterada.
Relator: deputado Benjamin Maranhão (SD-PB).
Comissão: de Trabalho, de Administração e Serviço Público.

Senado Federal

1. Relatores designados

Ausência de trabalhador comparecer a reunião escolar
Projeto de Lei do Senado 620, de 2011, de autoria da senadora Lídice da Mata (PSB-BA), para acrescentar inciso a CLT para permitir a ausência do trabalhador ao serviço por um dia a cada seis meses para comparecimento as reuniões escolares dos seus filhos, mediante comprovante de comparecimento à escola.
Relator: senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP).
Comissão: de Educação.

AÇÕES DA ASSESSORIA

Posição da CNTC contra alguns pontos do PLV 18/15 (MP 680/15, que institui o Programa de Proteção ao Emprego – PPE).

A CNTC trabalhou intensamente com as lideranças partidárias, principalmente com PDT, PCdoB, Solidariedade, PT, PROS e PSDB, para a supressão dos arts. 11 e 12 do PLV. 18/15, por acreditar que estas normas representam um retrocesso nos direitos conquistados pelos trabalhadores, uma vez que prevalecem as normas previstas em acordos coletivos em detrimento das normas dispostas na CLT.

Também trabalhou perseverantemente pela redução da jornada de trabalho sem redução salarial, por entender que quando a economia estava aquecida com altos lucros para as empresas, elas não se lembraram de distribui-lo ao trabalhador, agora querem seu sacrifício. Buscam o Governo fazendo ameaças de demitir para se beneficiar com isenções de impostos ou de retirar direitos dos trabalhadores sempre na busca de flexibilização.

Numa leitura rápida da proposta de PPE parece ser interessante aos trabalhadores que irão manter o seu emprego e o empresário conseguirá custear a mão de obra, contudo, o custo da folha de pagamento do empresário será reduzido em 30%, pois o trabalhador arcará com esse custo, com redução de 15% da sua remuneração direta no contracheque e os outros 15% reembolsáveis do FAT, sem nenhuma contrapartida do governo federal.

Manifesta a CNTC posição contrária a qualquer redução de salários por entendermos com absoluta certeza que esse programa não ira resolver a crise. A regra deve proteger não só a saúde financeira da empresa, mas, sobretudo, a manutenção dos postos de trabalho e a saúde financeira do trabalhador e seus familiares.

Parabéns ao sistema confederativo pela grande vitória na defesa da manutenção dos direitos trabalhistas conquistados arduamente pela classe trabalhadora.

A Luta continuará no Senado Federal pela preservação dos direitos trabalhistas e contra a redução salarial.

Direito de Greve
Articulado com os deputados Geovania de Sá (PSDB-SC) e Fábio Mittidieri (PSD-SE) a retirada de pauta da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público do Projeto de Lei 401, de 1991, de autoria do então deputado Paulo Paim (PT-RS), que define os serviços ou atividades essenciais, para os efeitos do direito de greve, previsto no parágrafo 1º do art. 9º da Constituição Federal.

Trabalhos aos domingos em caso de terceirizado
Solicitado ao deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) a retirada de pauta da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público do Projeto de Lei 6986, de 2013, de autoria do deputado Ademir Camilo (PROS-MG), o qual acrescenta parágrafo à CLT para dispor sobre o trabalho aos domingos nos contratos de terceirização.

Brasília-DF, 16 de outubro de 2015.



Tamiris Clóvis de Almeida – juntamente com a equipe de Relações Institucionais da CTC.

Informe Legislativo – 6 a 8 de outubro de 2015

Acontece no Congresso

Este Informe sintetiza os acontecimentos no legislativo de 6 a 8 de outubro de 2015

 Diretor: José Francisco Jesus Pantoja Pereira

Gerente de Relações Institucionais: Sheila Tussi da Cunha Barbosa

Analistas de Relações Institucionais: Renan Bonilha Klein

Tamiris Clóvis de Almeida

 Victor Velú Fonseca Zaiden Soares

Assistente Administrativa: Quênia Adriana Camargo

Estagiária: Letícia Tegoni Goedert

Câmara dos Deputados

Plenário


Programa de Proteção ao Emprego
Nesta quinta-feira (8/10) foi anunciado o adiamento da continuação da votação em face do encerramento da sessão do PLV. 17 (originário da MP. 678/2015) que amplia o Regime Diferenciado de Contratações (RDC) para a área de segurança pública e constar vários assuntos estranhos a matéria inicial, como mudanças em leis tributárias e em normas de cartórios e de lotéricos, prazo para ampliação de lixões, renegociação de dívidas e mudanças para o setor de turismo, causando grande impasse.

Situação: na próxima terça-feira (dia 13/10) será retomada a deliberação de nove destaques ao PLV. 17 e encerrando essas votações inicia-se a discussão do PLV 18 que institui o Programa de Proteção ao Emprego, e dos artigos 11 e 12 inserindo alteração ao art. 611 da CLT para estabelecer que as condições de trabalho ajustadas mediante convenção ou acordo coletivo deverão prevalecer sobre o legislado, desde que não contrariem direitos previstos na Constituição, nas convenções da OIT e as normas de higiene, saúde e segurança do trabalho.

Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania


 

Denuncia contra o bom emprego dos recursos públicos
Rejeitado o Projeto de Lei 1489, de 1999, que visa a permitir a qualquer sindicato, cidadão, partido político ou associação denunciar junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) irregularidades ou ilegalidades praticadas por autoridades ou entes públicos na gestão de recursos públicos. De acordo com o projeto, a denúncia pode ser feita verbalmente ou por escrito, usando de meio postal, telefônico ou internet.

O relator da matéria foi deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA), que havia apresentado parecer pela inconstitucionalidade e injuridicidade. Em seu parecer, argumentou que a denúncia de forma verbal é incabível no âmbito TCU, pois seus procedimentos caracterizam-se pelo obrigatório atendimento a requisitos formais, que são essenciais à segurança e rigor dos julgamentos. Segundo o relator, a observância desses requisitos é indispensável para assegurar o integral respeito aos direitos e garantias individuais dos administradores públicos.

Situação: o projeto deverá ser arquivado, salvo apresentação de recurso assinado por, no mínimo, 52 parlamentares, ou líderes, para que a matéria seja analisada pelo Plenário da Câmara dos Deputados. O prazo de 5 sessões para apresentação do recurso ainda deverá ser aberto.

Pagamento de férias vencidas a aposentado por invalidez
Aprovado Projeto de Lei 2323, de 2011, que dispõe sobre o pagamento de férias vencidas ao empregado aposentado por invalidez. O projeto foi aprovado na forma do substitutivo do deputado Efraim Filho (DEM-PB), adotado inicialmente pela Comissão de Trabalho (CTASP).
Com a aprovação pela CCJC, o projeto segue para análise do Senado Federal, salvo apresentação de recurso assinado por no mínimo 52 deputados, ou líderes, para que seja apreciado também pelo Plenário da Câmara dos Deputados.

O relator na CCJC foi o deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), que se manifestou pela constitucionalidade do projeto e de seu substitutivo, que tem preferência sobre o texto original. O substitutivo aprovado estabelece que na suspensão do contrato de trabalho em decorrência de aposentadoria por invalidez, será devida ao empregado a remuneração simples ou em dobro, conforme o caso, correspondente ao período de férias, acrescida do terço constitucional.

Também é disposto que o novo período aquisitivo do empregado será iniciado quando o empregado retornar ao trabalho, verificada a recuperação da capacidade laboral e cessado o benefício da aposentadoria por invalidez.

Situação: segue para votação da redação final e posteriormente passará pelo crivo do Senado Federal.

Comissão de Seguridade Social e Família


 

Acréscimo de 25% ao segurado que necessitar de assistência permanente
Aprovado relatório do deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), pela aprovação Projeto de Lei 4282, de 2012, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), para altera o art. 45 da Lei da Previdência Social, para permitir que o valor da aposentadoria do segurado que necessitar de assistência permanente de outra pessoa, por razões decorrentes de doença ou deficiência física, seja acrescido de 25%.

Situação: matéria segue para a Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência (CPD).

Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público


 

Permanência das ações do Pronatec
Aprovado parecer da deputada Geovania de Sá (PSDB-SC), é pela aprovação do Projeto de Lei 1428, de 2015, de autoria do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), para tornar permanente as ações do Pronatec bem como as transferências de recursos às instituições que executam o programa e determinar que os repasses anuais não sejam inferiores ao montante do ano anterior.

Situação: matéria segue para Comissão de Educação (CE).

Audiência Pública sobre aplicação dos recursos do FGTS
A comissão debateu o Projeto de Lei 8015/2014, que altera a Lei 8036/1990, para restringir a aplicação dos recursos do FGTS às áreas de saúde, saneamento, habitação e infraestrutura.

Participaram do debate Quênio Cerqueira de França, Coordenador-Geral do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço do Ministério do Trabalho e Emprego – FGTS/MTE; Marcos Roberto Vasconcelos, Vice-Presidente de Gestão de Ativos de Terceiros da Caixa Econômica Federal; Antônio de Sousa Ramalho, Diretor Executivo da Força Sindical – FS; Cláudio da Silva Gomes, Presidente da Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira representando a Central Única dos Trabalhadores – CUT; e Carlos Eduardo Abijaodi, Diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria – CNI.

Senado Federal

Plenário


 

Aprovada a não incidência do fator previdenciário (fórmula 85/95)

Projeto de Lei de Conversão 15, de 2015 originado da Medida Provisória 676/15, foi aprovado pelo Plenário. A matéria traz alterações na fórmula progressiva da regra 85/95 para obtenção de aposentadoria integral sem aplicação do fator previdenciário, e aplica regra transitória chegando à regra 90/100.

O PLV 15/15 possibilita ao segurado que preencher o requisito para a aposentadoria por tempo de contribuição poderá optar pela não incidência do fator previdenciário, no cálculo de sua aposentadoria, quando o total resultante da soma de sua idade e de seu tempo de contribuição, incluídas as frações, na data de requerimento da aposentadoria por:

• igual ou superior a noventa e cinco pontos, se homem, observando o tempo mínimo de contribuição de trinta e cinco anos; ou
• igual ou superior a oitenta e cinco pontos, se mulher, observado o tempo mínimo de contribuição de trinta anos.

As somas de idade e de tempo de contribuição previstas no caput serão majoradas em um ponto em: 1º de janeiro de 2018; 1º de janeiro de 2020; 1º de janeiro de 2022; 1º de janeiro de 2024; e 1º de janeiro de 2026.

Permite a “desaposentação”, ou seja, o recálculo da aposentadoria após a pessoa ter continuado a trabalhar depois de se aposentar. Para isso, será considerado como base todo o período contributivo e o valor dos seus salários de contribuição, respeitando-se o teto máximo pago aos beneficiários do Regime Geral da Previdência Social, de forma a assegurar ao trabalhador opção pelo valor da renda mensal que for mais vantajosa. Vale ressaltar que deve ser respeitada a comprovação do período de carência de, no mínimo, sessenta novas contribuições mensais, a contar após a concessão da aposentadoria.

Se transformada em lei essas alterações entram em vigor em 1º de julho de 2016.

Situação: a matéria vai à sanção, e a presidente da República tem até o dia 15 de outubro sancionar a matéria, pois a MP perde sua eficácia nessa data.

Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa


 

Ciclo de debates sobre Trabalho falou sobre o PPE
A comissão realizou audiência pública para debater o Projeto de Lei de Conversão (PLV) do deputado Daniel Vilela (PMDB-GO) à Medida Provisória (MP) 680/2015, que cria o Programa de Proteção ao Emprego.

O relatório aprovado na semana passada na comissão mista incluiu a previsão de que as decisões de negociações coletivas devam prevalecer sobre o disposto em lei. O que enfraquece os direitos assegurados aos trabalhadores por meio da CLT. A MP 680 tem validade até o dia 3 e novembro e encontra-se no Plenário da Câmara dos Deputados, onde passará a trancar a pauta de votações assim que for proferida sua leitura.

Na audiência realizada pela CDH estiveram presentes representantes de centrais sindicais, bem como do Ministério Público do Trabalho, OAB e magistrados da Justiça do Trabalho.

Entre os participantes foi unânime o rechaço à inclusão no texto da MP 680 dos artigos 11 e 12, que disciplinam a prevalência do acordado sobre o legislado.

• De acordo com o senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da CDH, a mudança é mais lesiva ao trabalhador do que a própria terceirização, uma vez que permite a redução de direitos já consolidados e atende à pressão articulada dos setores mais conservadores contra os interesses dos trabalhadores.
• Sebastião Caixeta, procurador do Trabalho; Germano Silveira, presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho (ANAMATRA); e Carlos Eduardo de Azevedo Lima, presidente da Associação dos Procuradores do Trabalho, defenderam a inconstitucionalidade da emenda por pelo menos dois aspectos: o assunto não deveria ser incluído na MP 680 por não ter relação com o tema da matéria; e por reduzir direitos já consolidados na CLT e usufruídos pelos trabalhadores.
• Maximiliano Nagl Garcez, Diretor de Assuntos Legislativos da Associação Latino-Americana de Advogados Laboralistas (ALAL), defendeu que da forma com que os artigos foram colocados na MP 680, a convenção coletiva poderá rasgar direitos sem dar nenhum benefício em compensação. Com a prevalência do acordado sobre o legislado, Garcez afirmou que o trabalhador será transformado em mercadoria, podendo ser descartado conforme a vontade do empregador.
• Rosa Maria Campos Jorge, presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (SINAIT), afirmou que está havendo uma ofensiva contra os direitos adquiridos pelos trabalhadores e que não há nenhuma intenção em deixar os sindicatos com alguma liberdade.
• Antônio Augusto de Queiroz, diretor de Documentação do DIAP, sustentou que, se for permitida a sobreposição do acordado sobre o legislado, o direito do trabalho terá sido extinto no Brasil, principalmente porque os empregadores irão adquirir poder de chantagem jamais visto. Ele classificou a inclusão do assunto na MP 680 como uma falha clara da coordenação do governo, que não conseguiu chegar a um consenso entre os Ministérios da Fazenda e Planejamento e a Secretaria Geral da Presidência da República. Antônio de Queiroz acredita que a matéria passará no Congresso e que os defensores da classe trabalhadora deverá articular o veto dos artigos com a Presidência da República e a posterior manutenção do veto no Congresso.
• João Cayres, secretário-geral da CUT/SP, defendeu que os artigos que tratam da prevalência do acordado sobre o legislado sejam retirados da MP 680, mas que o PPE seja aprovado pelo Congresso, pois ele contribui na contenção do desemprego no país e evita que os gastos com seguro-desemprego sejam elevados. O dirigente cobrou maior mobilização das centrais sindicais em torno da questão e ressaltou o papel da pressão no convencimento dos parlamentares.

Comissão de Assuntos Sociais


 

Mamografia no SUS
Aprovado o substitutivo apresentado pelo senador Dário Berger (PMDB-SC) ao Projeto de Lei do Senado 374, de 2014, de autoria da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), para dispor sobre a realização de mamografia no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

O substitutivo inclui que a realização de exame mamográfico a todas as mulheres a partir dos 40 (quarenta) anos de idade ou, quando solicitado por médico assistente, nas mulheres com risco elevado de câncer de mama ou naquelas para as quais o exame seja necessário para elucidação diagnóstica.

Situação: como foi aprovado integralmente o substitutivo, o projeto será subemetido a turno suplementar, ou seja, novo turno de discussão e votação, podendo receber emendas durante o prazo de discussão.

Concessão de férias dos empregados membros de uma mesma família
Aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS), parecer favorável com substitutivo do senador Edison Lobão (PMDB-MA) ao Projeto de Lei do Senado 552 de 2011, de autoria do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), pretendendo alterar o art. 136 da CLT, para dispor sobre a concessão de férias dos empregados membros de uma mesma família.

Conforme o texto substitutivo acresce §§ 3º, 4º e 5º no art. 136, para fixar que os membros de uma família, que trabalharem em estabelecimento ou empresa distintos, terão também o direito a gozar férias no mesmo período, e se disto não resultar prejuízo para o serviço de ambas as empresas ou estabelecimentos.

Contudo, havendo discordância quanto à definição do período em que serão usufruídas as férias, ou havendo acordo ou convenção coletiva que disponha a respeito, caberá aos empregadores fixarem o seu período de gozo, fundamentando a decisão e dando ciência, por escrito, aos interessados.

Para cumprimento desse benefício os empregados deverão comprovar, com antecedência mínima de 30 dias, a opção de concessão de férias do outro ente familiar empregado.

Situação: a Matéria depende de votação em turno suplementar na CAS, por ter sido aprovado substitutivo, oportunidade em que poderão ser oferecidas emendas.

Congresso Nacional

Plenário


 

Congresso adia votação de vetos, pela terceira vez, por falta de quórum em decorrência principalmente do novo bloco formado pelo PP, PSC, PHS, PTB que contam com 82 parlamentares, é esse contingente, em especial, que tem se ausentado da Casa insatisfeitos com o governo, e buscam enfraquecer o líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani que não ouviu os participantes do bloco quando da indicação na reforma ministerial ocorrida na última semana.
Ainda não tem data prevista para retomarem as tentativas de votação.

TRAMITAÇÕES

Câmara dos Deputados

1. Pareceres apresentados:

Estabilidade provisória do trabalhador vítima de acidente de trabalho
Projeto de Lei 1780, de 2007, de autoria do deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), que dispõe sobre a estabilidade provisória do trabalhador vítima de acidente de trabalho que apresenta redução na capacidade laboral. Determina que, quanto o empregado apresentar redução ou restrição de sua capacidade laboral em razão de acidente de trabalho, não poderá ser dispensado até a aposentadoria por tempo de contribuição.
Parecer: pela rejeição desta matéria, a qual amplia a garantia de emprego e traz no seu teor a colocação de estabilidade de emprego incompatível com o que é previsto no artigo 7, inciso I da CF. Também, disposto em lei afirma sobre a estabilidade em emprego com tempo determinado, o contrário das propostas apresentadas (principal e alguns apensados). Pela aprovação dos projetos apensados os quais amparam o trabalhador contratado por prazo determinado discriminados da garantia de emprego apesar de terem passado pelo mesmo infortúnio (acidente do trabalho) dos contratados por prazo indeterminado. Aprova os projetos 2073/11 e 5180/13 e rejeição do principal e demais apensados.
Relator: deputado Benjamin Maranhão (SD-PB).
Comissão: de Trabalho, de Administração e Serviço Público.

Convenção e acordo coletivo com observância do piso salarial nela instituído
Projeto de Lei Complementar 25, de 2015, de autoria do deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), para alterar a Lei que estabelece piso salarial a trabalhadores os quais não possuem um piso definido, a fim de dispor que convenção e acordo coletivos de trabalho devem observar o piso salarial nela instituído e delegar a União, Estados e DF essa competência.
Parecer: pela rejeição ao alegar que a matéria fere o que dispõe em lei, sendo a negociação coletiva, instrumento mais democrático que regem as relações de trabalho.
Relator: deputado Benjamin Maranhão (SD-PB).
Comissão: de Trabalho, de Administração e Serviço Público.

Exportação do Pré-Sal por derivados básicos refinados
Projeto de Lei 1339, de 2015, de autoria do deputado Chico Lopes (PCdoB-CE), para condicionar a exportação de petróleo do Pré-Sal ao atendimento do mercado interno por derivados básicos refinados no País.
Parecer: pela aprovação.
Relator: deputado Jorge Côrte Real (PTB-PE).
Comissão: de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio.

2. Relatores designados:

Metodologia de apuração do imposto de renda
Projeto de Lei 72, de 2015, de autoria do deputado Otavio Leite (PSDB-RJ), para reorganizar e simplificar a metodologia de apuração do imposto devido por optantes do Simples Nacional.
Relator: deputado Laercio Oliveira (SD-SE).
Comissão: de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio.

Acidente equiparado ao causado pelo trabalho
Projeto de Lei 7205, de 2010, de autoria do deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) e outros, para equiparar ao acidente do trabalho o acidente de qualquer natureza sofrido pelo segurado em aviso prévio, mesmo em caso de indenização da empresa, desde que tenha comprovadamente ocorrido em situação de procura de novo emprego.
Relator: deputado Alfredo Kaefer (PSDB-PR).
Comissão: de Finanças e Tributação.

Alocação de recursos ao FAT por meio do IDH-M
Projeto de Lei 4760, de 2012, de autoria do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), para alterar a legislação do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e criar critérios de alocação de recursos com base no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) e estimular os arranjos produtivos locais.
Relator: deputado Bruno Covas (PSDB-SP).
Comissão: de Finanças e Tributação.

Liberdade Sindical
Proposta de Emenda a Constituição 29, de 2003, de autoria do então deputado Maurício Rands (PT-PE), Institui a liberdade sindical, alterando a redação do art. 8º da Constituição Federal. A matéria inclui artigos e incisos a Constituição ressaltando a filiação de trabalhadores a sindicatos, bem como a forma de negociação realizada por sindicalistas.
Relator: deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ).
Comissão: de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Organizações sindicais como pessoa jurídica de direito privado
Projeto de Lei 4954, de 2005, de autoria do deputado Vicentinho (PT-SP), para definir as organizações sindicais como pessoas jurídicas de direito privado, desobrigando-as de alterar seus estatutos no prazo determinado.
Relator: deputada Rubens Pereira Júnior (PCdoB-MA).
Comissão: de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Senado Federal

1. Relatores designados

Custeio de negociação coletiva
Projeto de Lei do Senado 245, de 2013, de autoria do senador Blairo Maggi (PR-MT), altera a Consolidação das Leis do Trabalho para estabelecer que a contribuição para custeio de negociação coletiva, destinada ao custeio das entidades sindicais das categorias econômicas, profissionais ou das profissões liberais deverá ser estabelecida em Convenção Coletiva de Trabalho; determina que a convenção estabeleça o valor e a época de recolhimento da contribuição, que será recolhida de uma só vez, anualmente, e que não excederá de 0,3% (três décimos por cento) do salário base do trabalhador no mês de incidência; estabelece que o valor máximo da contribuição para as entidades sindicais das categorias econômicas de agentes ou trabalhadores autônomos e das profissões liberais será regulamentado por ato do Ministério do Trabalho e do Emprego, observando-se montantes diferentes conforme o número de empregados vinculados ao empregador; veda a adoção de percentuais superiores de contribuição a trabalhadores, empregadores e profissionais liberais não sindicalizados em relação aos sindicalizados; condiciona o recolhimento da contribuição para custeio de negociação coletiva à aquiescência dos respectivos trabalhadores, empregadores e profissionais liberais não sindicalizados; elenca critérios para a partilha do montante arrecadado pela referida contribuição; revoga os artigos de 579 a 589 da CLT.
Relator: senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).
Comissão: de Constituição, Justiça e Cidadania.

AÇÕES DA ASSESSORIA

CNTC Contra a predominância sobre o Legislado

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Comércio (CNTC), entidade representativa de cerca de 12 milhões de trabalhadores no comércio e de serviços, diante da conclusão dos trabalhos da Comissão Mista incumbida de apreciar a Medida Provisória 680 de 2015, que aprovou texto substitutivo a MP originando o Projeto de Lei de Conversão 18 de 2015, com a inclusão dos artigos 11 e 12, propondo alteração da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), no sentido de conferir prevalência do negociado sobre o legislado, vêm expressar seu repúdio a manobra de parlamentares descompromissados com a proteção dos direitos sociais, os quais defendem a prevalência da força sobre o direito, em prejuízo da sociedade brasileira.

Motivo maior de apreensão reside no fato dessas alterações serem por carona à MP 680, que tramita em regime de urgência, com sobrestamento da pauta do plenário da Câmara dos Deputados, aspecto que impedirá o salutar debate acerca de tão relevante matéria.

Não se pode perder de vista um efeito imediato da aprovação do Projeto de Lei de Conversão com a manutenção dos arts. 11 e 12: a judicialização do tema com a finalidade de impugnar convenções ou acordos coletivos seja por afronta ao desrespeito aos direitos previstos na Constituição, nas convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ratificadas pelo Brasil, e as normas de higiene, saúde e segurança do trabalho.

Também, destaca-se que o art. 7º, caput e inciso XXVI da Constituição Federal reconhecem a convenções e acordos coletivos de trabalho como direitos dos trabalhadores que visem à melhoria de sua condição social. Vale dizer: o constituinte reconhece os instrumentos normativos da categoria como estatuto que assegure melhores condições sociais ao trabalhador, além daquelas já legisladas, portanto é inconstitucional os art. 11 e 12 do PLV. 18/2015.

Entende a CNTC que não pode ser considerada medida responsável à inovação trazida pela Comissão Mista ao permitir a renúncia de direitos pelos trabalhadores, mediante negociação coletiva, e manifesta sua convicção de que a flexibilização à custa da restauração do princípio da autonomia da vontade, determinará a sujeição dos trabalhadores brasileiros aos interesses do economicamente mais forte, significando golpe fatal nas conquistas sociais, feitas ao longo de décadas.

Manifesta a CNTC confiança nos nobres parlamentares da Câmara dos Deputados na certeza do espírito de defesa das normas constitucionais e no espírito público de Vossas Excelências na defesa dos interesses da classe trabalhadora e na preservação dos direitos dos trabalhadores brasileiros, não permitirá que se leve a cabo este atentado contra o ordenamento jurídico laboral.

Nesta terça e quarta-feira (6 e 7/10) a equipe da CNTC realizou articulação entorno da votação do PLV informando aos deputados a necessidade de suprimir estes dois artigos da matéria para que o impacto negativo do Programa de Proteção ao Emprego seja menor aos trabalhadores afetados.

Brasília-DF, 9 de outubro de 2015.



Tamiris Clóvis de Almeida – juntamente com a equipe de Relações Institucionais da CTC.